O Coração Do Tempo - Amy Blankenship 7 стр.


Sim, parece que vai ser divertido. Eu também vou, interveio Kamui. Temos que fazer alguma coisa no final de semana para tirar este lugar de nossa cabeça. Ele se sentia quase aliviado sabendo que Kyoko estaria por perto de agora em diante. Além disso, precisamos achar uma garota para Toya, acrescentou inocentemente.

Quem disse que eu preciso de uma namorada, seu pequeno imbecil?, resmungou Toya enquanto Kamui aparecia em sua mente. Você não saberia o que uma namorada é nem que ela lhe mordesse o traseiro.

Shinbe sorriu, Acho que sou o único aqui que sabe o que é uma namorada, mas posso lhe apresentar duas virgens se você quiser experimentar. Deu um rápido passo atrás quando ambos viraram para o mirarem de forma ameaçadora.

Rapidamente mudando de assunto, Shinbe assentiu e ficou mais perto um pouco de Toya. Kyou lhe ordenou tomar conta de Kyoko?, seu olhar se desviou na direção em que ela tinha ido. Sabe, ultimamente tenho sentido que está ocorrendo uma mudança de equilíbrio aqui, como se algo estivesse prestes a acontecer. O mal se aproxima. Fico pensando se ela teria alguma coisa a ver com isso. Os instintos de Shinbe quase sempre acertavam, e isso o preocupou.

Toya tinha sentido o mesmo, e queria respostas. Bem, nada como o presente. Por que eu não dou um pulo lá em cima e indago qual é a verdade friamente? Ele sabia que Kyou estava escondendo alguma coisa e ia descobrir o quê.

Antes que Shinbe pudesse pará-lo, Toya já tinha partido para as escadas. Shinbe ficou tenso, Detesto quando eles estão no mesmo ambiente. Já vi isso, e não é nada bonito. Eles agem como irmãos ou algo parecido. Seus olhos ametistas seguiram a escada observando Toya galgá-la de dois em dois degraus.

Kamui assentiu com a cabeça, lembrando-se que Kyou já o tinha amedrontado às vezes. Melhor que seja ele do que eu. Vejo vocês à noite. Ele saiu, deixando Shinbe sozinho ainda olhando a escada.

Profundamente na mente de Shinbe, onde seus poderes guardiões espelhavam seu eu, ele se perguntou sobre o sentimento que nutria e que não lhe era estranho pela sacerdotisa que acabara de subir. Procurou no fundo de sua alma pela verdade enquanto fechava os olhos.

Quando seus olhos ametistas tornaram a abrir, tinham o brilho de segredos que só ele conhecia.

*****

Kyou estava perdido em pensamentos sobre como lidar com Kyoko, agora que ela estava onde ele queria. Foi interrompido bruscamente com batidas na porta. Piscando algumas vezes, ele suprimiu o impulso de olhar com seus olhos dourados, sabendo que somente poderia ser Toya. Kyou deu uma olhadela para a porta logo que ela abriu sem convite.

Toya entrou, instantaneamente buscando seu alvo, e viu Kyou reclinado no sofá. O que está acontecendo com Kyoko?, perguntou indo direto ao ponto

Kyou levantou os olhos para Toya, mas seu rosto não mostrou nenhum interesse na pergunta.

Toya conhecia melhor que ninguém o jeito de Kyou, sabia que ele nem sequer teria se voltado se ele já não estivesse com raiva. Interpretar Kyou era sua ciência. Até um olho piscando significava alguma coisa, quando vinda de Kyou. Toya procurou sentar-se numa poltrona defronte dele.

Escuta, eu não sou burro. Se você quer que eu a proteja, você precisa me dizer o por quê. Afinal de contas, cada um aqui cuida de si mesmo, por que ela é diferente? Cuspiu, como se desgostoso com o pensamento. Ela é apenas uma frágil garota humana.

Toya agarrou a mão com garras, que de repente apertava sua garganta, e olhou para o rosto furioso de Kyou.

Você fará o que eu digo, a voz de Kyou oscilava de raiva.

Os olhos de Toya semicerraram. Agora ele tinha certeza que alguma coisa estava acontecendo. Muito bem, resmungou e ficou livre em recompensa. Observou a raiva de Kyou desaparecer num instante; enquanto voltava para seu lugar, a máscara de frieza caía como o escudo atrás do qual se escondia. Toya assentiu com a cabeça. Diga-me por que ela é tão importante para você. Enfatizou a última palavra.

Kyou meio que concordou. Tinha criado Toya desde o dia que ele nascera. Sabia quando seu irmão estava próximo no preciso instante em que Toya tinha aspirado pela primeira vez neste mundo e que ele o sequestrara de pais que não o teriam compreendido. Tinha acontecido o mesmo com seus outros irmãos, embora por algum tempo, Kyou tivesse optado por tomar conta deles à distância.

Tinha tido a esperança de moldar a personalidade de Toya diferente de alguma maneira, mas parecia que ela o tinha seguido nesta vida, malgrado todos os esforços que Kyou fizera para mudá-la. No final das contas, Toya ainda era Toya, não importa que vida tivesse. Pensou que o encontro com Kyoko seria capaz de provocar memórias do passado, mas o irmão não tinha dado sinais até então, apenas mostrado interesse. Os olhos de Kyou entrecerraram-se com o pensamento.

Não sente nada por ela?, perguntou num tom que fez Toya recuar.

Era esperado que sentisse? Toya contestou, ciente que realmente ele sentia algo por ela, mas não estava a fim de admiti-lo. Cruzando os braços defronte dele, aparentava estar aborrecido como sempre, desapercebido do prateado que bailava nos seus olhos dourados.

Sim, veio a fria resposta.

Droga! O que a faz tão especial para nós? Toya levantou as mãos em desespero.

O olhar de Kyou desafiava o seu, Ela é a tal que esperávamos.

Toya arregalou os olhos. No passado, o mais distante que ele podia se lembrar, Kyou havia lhe contado que eles tinham que se preparar para alguém que carregava o Cristal do Coração Guardião dentro de si. Não é possível que ele estivesse se referindo a isto, como um cristal tão poderoso poderia estar dentro de uma garota tão frágil? Ele tinha esperado um guerreiro de algum tipo, nunca uma simples garota.

Ela é a razão que o fez reunir todos? Arqueou as sobrancelhas na pergunta.

Kyou tinha sempre evitado contar seu passado para Toya, mas ele tinha o prevenido sobre seu futuro. Você deve protegê-la a todo o custo.

A sala estava silenciosa enquanto a mente de Toya girava num torvelinho de pensamentos. Ultimamente, ele tinha começado a sentir o aumento de vibrações demoníacas na área, como se mais estivessem nascendo, e o lado do mal estivesse ficando mais forte.

Então, ela era a esperada. O que mais eu preciso saber?. Ele quase se sentiu aliviado ao saber que foi por isso que seu irmão demonstrou tal interesse por Kyoko, mas no momento ele não ia se aprofundar nesses sentimentos que beiravam o ciúme.

Kyou havia escondido a verdade por tanto tempo que não tinha certeza se queria compartilhar suas lembranças. O pensamento da proximidade entre Toya e Kyoko não ajudava nem um pouco. Talvez fosse melhor esquecer algumas coisas. Os dois tinham estado inseparáveis algumas vezes. Você renasceu para protegê-la e viveu mais de mil anos esperado por ela. Por enquanto, isso é tudo que você precisa saber.

Toya expirou o ar mansamente e depois riu de um jeito meio sinistro. Isso é tudo o que eu preciso saber, é?. Ele passou os dedos pelo seu longo cabelo sentindo uma necessidade esmagadora de desabafar o que lhe parecia uma raiva oculta, ainda que não estivesse consciente disso. É por isso que você olhou para ela de modo ardente? Você diz que estávamos perto. Você está mesmo com ciúme de alguma coisa que parece ter acontecido há muito tempo com uma garota que provavelmente não lhe daria atenção? Toya encarou-o, agora com olhos de prata derretida.

Kyou quase rosnou com o palpite de Toya. Às vezes, a percepção do rapaz era inquietante.

Kyou quase rosnou com o palpite de Toya. Às vezes, a percepção do rapaz era inquietante.

Não cruze o limite de minha paciência Toya. Com ou sem cristal, não vou tolerar suas acusações ou delírios de grandeza no que se refere à sacerdotisa. Você foi designado para protegê-la e eu não importo se você está gostando. Vou controlar seu temperamento e você não vai tentar conquistar essa pessoa. Está claro? Com um olhar mortífero ele mirava agora seu irmão mais novo.

Pingentes poderiam estar pendurados nas palavras de Kyou, e Toya soube que a conversa estava terminada, pelo menos por enquanto. Ele se levantou e deixou a sala sem olhar para trás. Uma vez fora do apartamento do seu irmão, ele parou e ficou olhando a porta de Kyoko. Podia senti-la dentro dos limites dos quartos defronte dele.

Ele ergueu a mão para bater, querendo estar com ela embora sabendo que não tinha nenhuma razão para isso. Ele enfiou as mãos nos bolsos com força e continuou a andar pelo corredor.

Se alguém mais estivesse no corredor, teria visto um contorno brilhante de asas prateadas aparecerem nas costas de Toya, antes que desaparecessem despercebidas pelo guardião, agora de olhos prateados.

Capítulo 5 Um aviso gutural

Kyoko apanhou um elástico de cabelo da penteadeira e puxou um pouco de seu cabelo castanho-avermelhado de volta para um rabo de cavalo, deixando nas costas uma curta camada saltitante e uma longa camada livre pelas costas. Inclinou-se para aplicar um ligeiro toque de blush e levantando-se, caminhou até o espelho de corpo inteiro para se admirar. Suki a tinha convencido usar algumas de suas roupas e Kyoko estava se sentindo diferente.

A minissaia preta inflou-se quando ela virou o corpo, e as pernas bem torneadas graças à malhação apareceram. A camisa rosa apertada tinha renda preta até a parte de trás, e na frente uma forma de renda preta em 'V' que ia quase até aos seios Ela balançou a cabeça ao se mirar no espelho.

Pensou se Suki não estaria correndo atrás de Shinbe tanto quanto ele a perseguia. Pegando seus brincos de cruz, ela se perguntou por que tinha concordado em parecer uma criança selvagem. Parou surpresa suas reflexões quando alguém bateu na porta timidamente.

Abrindo a porta enquanto ainda prendia seu brinco, Kyoko sorriu, sentindo-se melhor vendo que Suki vestia-se com mais ousadia do que ela. Oh Suki, você vai deixá-los alucinados hoje a noite!, disse enquanto olhava a amiga dos pés à cabeça.

Suki estava usando calças de couro apertadas e um top transparente azul com mangas longas e esvoaçantes que realçava seu corpo. Kyoko balançou a cabeça em aprovação, pensando quantas vezes Shinbe seria esbofeteado logo mais à noite.

Você está só pedindo que Shinbe entre em ação, certo? Ela arqueou uma sobrancelha para a amiga com o riso brilhando em seus olhos esmeraldas.

Suki olhava Kyoko aprovando satisfeita. Sim, acho que hoje será a última noite divertida que teremos por algum tempo. Shinbe pensa que a partir de segunda-feira vamos começar um treinamento mais difícil que nunca. Seus olhos se iluminaram, "Mas para hoje a noite, vamos nos soltar por ai! Você vai amar esse lugar aonde estamos indo. É imenso e a banda essa noite vai tocar rock.

Suki olhou em volta inspecionando os cômodos de Kyoko e arregalou os olhos. Puxa! Nunca estive aqui antes, falou olhando para Kyoko de novo. Nunca ninguém foi admitido aqui, exceto Toya. Você se deu conta que apenas ele, você e Kyou estão aqui neste andar? Ela estava com tanto receio de subir até a aquele piso que havia pedido permissão a Toya antes de vir ao quarto de Kyoto.

Kyoko sabia que Kyou tinha desejado tê-la onde ele e Toya pudessem vigiá-la melhor. Lembrando-se de tudo que ele dissera, sabia que ele estava certo sobre sua amizade com Suki no passado, pois, por alguma razão, sentia que a conhecia há muito tempo.

Subitamente, sentiu um nó na garganta, Talvez os outros quartos também esteja, ocupados, eu não sei. E disse já na porta, Mas sei que quero me divertir esta noite porque você está certa, provavelmente vai ser a última diversão por algum tempo.

Sua mão parou na maçaneta e ela franziu o sobrolho, ´alguém esteve aqui´. Ela sentiu um calafrio percorrendo sua espinha ao se conscientizar disso.

Kyoko abriu a porta lentamente e deu uma olhada no corredor. Não vendo ninguém, foi em frente e Suki a seguiu. Voltou para trancar a porta atrás dela e girou o corpo rapidamente para ver Suki e ouviu um grito curto, provavelmente vindo de sua amiga. Ali, parado na porta de entrada, Kyou a observava...e não parecia satisfeito.

Kyou olhou Kyoko e sentiu sua raiva aumentar. Voltou o olhar para Suki mostrando claramente seu rosto desgostoso.

Deixe-nos, exigiu numa voz perigosamente fria.

Suki olhou apologeticamente para Kyoko, mas rapidamente cumpriu o ordenado temendo as consequências se hesitasse. Ela certamente não queria ficar contra Kyou e, além disso, o homem lhe dava calafrios. Ela tinha estado consciente desde seu primeiro contato, que ele era um imortal muito poderoso, cujo caminho ninguém queria cruzar. Ela estava feliz de estar do lado dele e de não ser sua inimiga.

Kyoko cruzou os braços diante dela, desapontada quando viu Suki apressada para sumir de vista. Virou-se então para se encontrar sob a atenção de Kyou, que no momento não parecia alegre. Ela arqueou uma sobrancelha para ele e esperou. Quando ele apenas ficou lá, perfurando-a com seus olhos dourados, ela sentiu seu temperamento começava a ferver. ´Maldito seja com seu olhar penetrante´.

O que foi que eu fiz?, ela finalmente perguntou, desistindo de esperar que ele lhe dissesse.

Kyou tinha ficado irritado quando sentiu a presença de Suki no andar. Quando as viu então saindo do quarto vestidas daquele jeito, viu que não era prudente deixar Kyoko sair. Não apenas ela corria perigo por parte do inimigo, havia também o risco de algum guardião, demônio ou humano querer se acasalar com ela. Kyou ficou furioso ao pensar nisso.

Ninguém jamais virá a este andar sem minha permissão, exceto você e Toya, entendeu?. Sua voz soava como uma repreensão.

Kyoko se empertigou, mas rapidamente lembrou-se que o edifício era dele, logo, suas regras prevaleciam. Sinto muito. Não sabia, disse-lhe honestamente. Sentindo sua raiva diminuir, acalmou-se estalando os dedos das mãos. Estava começando a ficar nervosa porque ele não parecia mais feliz depois de suas desculpas.

Kyou deu um passo e ficou mais perto de Kyoko. Encarando-a, pareceu-lhe que podia quase vê-la através da blusa. Não fui avisado de seus planos para hoje à noite. Sentiu o ânimo dela piorar depois de suas palavras, e notou um brilho em seus olhos, mas não se importou. Se ele devia protegê-la, tinha que saber o que ela planejava. Ele sabia como as garotas da escola agiam, mas sentia que Kyoko ainda estava a parte, diferente das outras, inocente.

Kyoko mordeu o lábio inferior cismando se seria obrigada a comunicar-lhe cada movimento. Não sabia que era obrigada a lhe dizer que ia sair, disse tentando manter a voz calma, mas sabia que ela tinha que manter a posição para ter alguma liberdade.

Vou sair com Suki e Shinbe hoje à noite, disse-lhe firmemente, esperando que ele não tentasse impedi-la.

Kyou deu um passo adiante, somente para vê-la recuar um passo evitando olhá-lo de baixo para cima. Ele sorriu interiormente quando deu outro passo à frente. Literalmente encurralando-a contra a parede, deixou-se envolver pelo seu aroma.

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