História Dos Lombardos - Paolo Diacono Paulus Diaconus 2 стр.


Devo acrescentar que o copista, aquele que copiava manualmente o texto original

provavelmente adicionou muitos erros ao texto já por si só impreciso, ou melhor, a nova cópia de uma cópia produzia um número incontável de erros. Este inconveniente será resolvido com a invenção da imprensa. O mesmo Paolo confunde locais e povos, erra os anos, enfim, não é um texto científico, mas tem a sua importância histórica, porque nos mostra aqueles séculos do ponto de vista Lombardo.

O que é o Origo Gentis Langobardorum

O Origo é um breve texto que é inserido no Decreto de Rotari, nos conta as origens do Povo Lombardo, em particular, narra a origem do nome "longas barbas". A mesma lenda nos é narrada também por Paolo, onde porém é definida ridícula. Foi também incluída uma lista parcial dos Reis Lombardos.

Origens dos Longobardos

Origo Gentis Langobardorum

Em nome de Deus, começo aqui a história das origens do povo Longobardo.

1. Existe uma ilha nas áreas setentrionais chamada Scadanan (Escandinávia), palavra que literalmente tem o significado de "massacre. Nesta ilha, vivem muitos povos, entre os quais havia um pequeno chamado Winnili. Entre eles vivia uma mulher de nome Gambara mãe de dois filhos, o primeiro de nome Ybor, o outro Aio. Eles junto à mãe, comandavam os Winnili.

Acontece que os chefes dos Vândalos, ou seja, Ambri e Assi colocaram-se em marcha com o seu exército contra os Winnili e os intimaram: «Ou nos pagam tributos ou terão que se preparar para a guerra contra nós». Então Ybor e Aio junto com a mãe Gambara responderam assim: «É melhor para nós nos preparar para combater em vez de pagar tributos aos Vândalos».

Assim, Ambri e Assi, chefes do Vândalos, rezaram ao deus Godan para lhes conceder a vitória sobre os Winnili. Godan respondeu dizendo: «Concederei a vitória aos primeiros que vir pela manhã ao surgir do sol». Assim, Gambara e os seus dois filhos Ybor e Aio chefes dos Winnili invocaram Frea, mulher de Godan, para que levasse ajuda aos Winnili.

Frea os aconselhou a se apresentarem ao surgir do sol e levar junto aos maridos também as mulheres com os cabelos soltos em torno do rosto como se fosse uma barba. Aos primeiros raios do sol, enquanto se fazia dia, Frea girou o leito onde dormia o marido e o voltou para o Oriente, depois o acordou. Ele ao abrir os olhos viu os Winnili e as suas mulheres com os cabelos soltos e em volta ao rosto como uma barba e disse: «Quem são estes com as barbas longas?». Assim Frea lhe respondeu: «Assim, como deu a eles um nome, conceda-lhes também a vitória». Assim aconteceu que daquele momento, os Winnilos tomaram o nome de Longobardos.

2. Os Longobardos deslocando-se daqueles lugares, chegaram em Golaida, depois ocuparam Aldonus, Anthaib, Banaib e a terra dos Burgundos. Diz-se que nomearam como Rei Agilmundo, filho de Aio, da família dos Gugingos. Depois dele reinou Lamissone, da família dos Gugingos; a ele seguiu Leti, de quem se diz que reinou por aproximadamente quarenta anos.

A ele seguiu Ildeoc, filho de Leti; depois reinou Godeoc.

3. Naquele tempo, o Rei Odoacre saiu de Ravenna com um exército de Alani, foi para Rugilandia, combateu contra os Rugi e matou o seu Rei Feleteo, trazendo para a Itália muitos prisioneiros. Então os Longobardos se deslocaram das suas regiões para se estabelecer na terra dos Rugi e alí permaneceram por diversos anos.

4. À Godeoc seguiu seu filho Claffone, depois dele reinou Tatone, filho de Claffone. Os Longobardos se deslocaram no território de Feld por três anos. Tatone combateu com Rodolfo, Rei dos Erulos e o matou, se apoderou do seu capacete e da sua bandeira; depois dele, os Erulos não tiveram mais um reino. Depois destes eventos, Vacone filho de Unichis matou o Rei Tatone, seu tio paterno, junto à Zuchilone. Vacone combateu também Ildichi, filho de Tatone, que derrotado fugiu para junto dos Gepidos onde morreu. Assim, os Gepidos para se vingar da ofensa declararam guerra aos Longobardos.

Naquele tempo, Vacone obrigou os Svevi a se submeterem ao Reino Longobardo. Vacone teve três mulheres: Raicunda, filha de Fisud Rei dos Turingos. Depois casou Austrigusa, mulher de estirpe Gepide, da qual teve duas filhas: a primeira, de nome Wisigarda, foi a mulher de Theudiperto Rei dos Francos; a segunda, de nome Walderada, foi a mulher de Scusualdo um outro Rei dos Francos, que depois começou a odiá-la e a deu como esposa para Garibaldo. Vacone teve uma terceira mulher, Silinga filha do Rei dos Erulos; dela teve um filho de nome Waltari. Quando Vacone morreu, seu filho Waltari reinou por sete anos mas não teve sucessores. Todos eles foram Letingos.

5. Depois de Waltari reinou Audoino, este conduziu os Longobardos em Pannonia. Depois dele, o Reino passou ao seu filho Alboino, cuja mãe foi Rodelenda.

Naquele tempo, Alboino combateu com o Rei dos Gepidos Cunimondo. Cunimondo morreu naquele combate e os Gepidos foram derrotados. Alboino tomou como mulher Rosmunda, filha de Cunimondo, capturada como prisioneira de guerra, enquanto lhe tinha morrido a primeira mulher Flutsuinda, filha de Flothario Rei dos Francos, de quem tinha tido uma filha de nome Albsuinda. Os Longobardos habitaram na Pannonia por quarenta e dois anos.

O mesmo Alboino conduziu os Longobardos na Itália, sob convite dos secretários de Narsete. Alboino, Rei dos Longobardos, partiu de Pannonia no mês de abril, na primeira assembleia depois da Páscoa. Com certeza na segunda assembleia começaram a depredar a Itália e na terceira assembleia se tornou o chefe da Itália. Alboino reinou na Itália por três anos e foi morto no seu Palácio de Verona por Elmichi e por sua mulher Rosmunda através de Peritheo.

Elmichi quis reinar mas não pode fazê-lo porque os Longobardos queriam matá-lo. Então Rosmunda escreveu ao prefeito Longino para que a acolhesse em Ravenna. Quando Longino ouviu este pedido se alegrou e mandou um navio da frota para pegá-los. Rosmunda, Elmichi e Albsuinda, filha de Alboino, embarcaram levando consigo para Ravenna todos os tesouros dos Longobardos. Em seguida, o prefeito Longino tentou convencer Rosmunda a matar Elmichi para depois se tornar sua esposa. Ouvindo os seus pedidos, Rosmunda preparou um veneno e depois que Elmichi tinha tomado banho, lhe ofereceu para beber uma bebida quente. Mas, assim que ele bebeu percebeu ter ingerido uma poção mortal, ordenou que também Rosmunda bebesse, mesmo se ela não quisesse e assim, morreram os dois. Assim, Longino tomou os tesouros dos Longobardos e Albsuinda, filha do Rei Alboino, carregou-os em um navio dirigido para Constantinopla e ordenou que fossem entregues ao Imperador.

6. O resto dos Longobardos escolheram como Rei Clefi, da casa dos Belei, Clefi reinou por dois anos e depois morreu. Os duques dos Longobardos se autogovernaram por doze anos, depois do que escolheram como seu Rei Autari, filho de Claffone. Autari tomou como mulher Teodolinda, filha do Rei Garibaldo e Walderada dos Bavaros. Junto à Teodolinda veio o seu irmão de nome Gundoaldo e o Rei Autari o nomeou Duque da cidade de Asta (Leste=Asti). Autari reinou por sete anos. Acquo (Agilulfo), Duque de Turingia, partiu de Turim e se uniu à Rainha Teodolinda tornando-se Rei dos Longobardos.

Agilulfo matou os duques que se opunham a ele, Zangrolf de Verona, Mimulf da ilha de S. Giuliano, Gaidulf de Bérgamo e os outros que lhe eram rebeldes. Acquo (Agilulfo) genou com Teodolinda uma filha de nome Gunperga e reinou por seis anos. Depois dele, reinou Arioaldo por doze anos. Depois ainda reinou Rotari, da dinastia dos Arodingi. Ele destruiu as cidades e as fortalezas dos Romanos que se encontravam ao longo do litoral, dos arredores de Luni até à terra dos Francos e à leste até Oderzo. Combateu junto ao rio Scultenna e naquela batalha caíram oito mil Romanos.

7. Rotari reinou por dezessete anos. Depois dele reinou Ariperto por nove anos e depois reinou Grimoaldo. Naquele tempo, o Imperador Costantino partiu de Constantinopla e veio para a região da Campania, depois se deslocou para a Sicília e foi morto pelos seus. Grimoaldo reinou por nove anos e depois reinou Pertarito.

História dos Lombardos

Historia Langobardorum
Paulo DiaconoPaulus Diaconus
Traduzione diPeruto Daniela

Primeiro Livro

1. A região setentrional, tanto mais é afastada do calor do sol e fria pelo gelo das neves, mais é saudável para o corpo humano e adequada a difundir as estirpes. Ao contrário, as regiões dispostas ao sul, são mais próximas ao sol, tanto mais são ricas de doenças e pouco adequadas para fazer crescer os mortais. Deste modo, acontece que muitos povos nascem sob a ursa, assim que toda aquela região, do Tanai ao ocidente, mesmo se nela mesma, cada uma das localidades têm um nome próprio, é chamada de modo comum, Germânia. Quando os Romanos a ocuparam, chamaram as duas províncias além do Reno de Germânia Superior e Germânia Inferior.

Desta populosa Germânia, inúmeros grupos de prisioneiros foram levados embora e dispersos, vendidos como escravos junto aos povos do sul. Mas é verdade também que muitas estirpes saíram dela, porque gera muitas a ponto de não poder nutri-las e deste modo, afligiram partes da Ásia e, principalmente, a contígua Europa. Isto é testemunhado pelas cidades destruídas em todo o Lírico e na Gália, mas sobretudo aquelas da sofrida Itália, que experimentara a crueldade de quase todos aqueles povos. Pela Germânia, uniram-se os Vândalos, os Rugi, os Eruli, os Turcilingi e outros povos ferozes, bárbaros. Do mesmo modo, chegou à estirpe dos Winili, ou seja, os Lombardos, que depois reinou de forma feliz na Itália. Eles também são germânicos, mesmo se muitos narram que eles desceram da ilha Escandinava.

2. Desta ilha, fala também Plinio Segundo nos seus livros sobre a natureza das coisas. Ela, como nos contam aqueles que a visitaram, não é sobre o mar, mas é circundada por ondas marinhas, estas penetram no interior da terra, favorecida pelo baixo nível das suas costas. As populações se estabeleceram ali, muito prolíficas, não podendo mais habitá-las todas juntas, se dividem, como é contado, em três partes, e com o sorteio escolheram quem devia deixar a terra dos pais.

3. Assim, aquela parte a quem tocou a sorte de ter que abandonar o seu país e procurar terras estrangeiras, foram dados dois chefes, Ibore e Aione. Dois irmãos jovens, florentinos e os mais fortes de todos. Saudaram a todos juntos aos seus caros e a terra dos pais, depois saíram em marcha para encontrar novas terras para morar e estabelecer a própria base. Entre eles, estava a mãe dos dois líderes, se chamava Gambara, mulher de grande talento e que provia a aconselhar e fornecer sabedoria. Nos momentos de incerteza, eles contavam com ela, sempre.

4. Não pretendo me afastar do assunto tratado, se por algum tempo inverto a ordem da narrativa e conto, em breve, até que a minha pena se encontre na Alemanha, por um prodígio, que lá é conhecido por todos, além de qualquer outra coisa. Nos extremos territórios da Alemanha, na direção do norte, nas margens do Oceano, sob um alto penhasco, se encontra uma cavidade onde sete homens, não se sabe há quanto tempo, repousam adormecidos em um longo sono, íntegros não só no corpo mas também nas roupas, exatamente porque resistem sem serem corrompidos depois de tantos anos, são objeto de veneração, por parte daquelas pessoas incultas e bárbaras. Eles, naquelas roupas, parecem Romanos. De tal forma levados pela ganância, quiseram despir um e pelo que se conta, logo secarem-se os braços. Esta punição apavorou os outros, assim ninguém ousou mais tocá-los. Pode-se imaginar, por qual motivo a divina Providência os conserva intactos por tantas estações, talvez porque um dia, acha-se que por serem apenas cristãos, acordando, com a sua pregação levarão a salvação àqueles povos.

5. Perto deste lugar, moravam os Scritobinos. Assim se chama aquela gente que nem no verão estão livres das neves e das feras. Eles se nutrem apenas de carne crua dos animais selvagens e com as suas peles ásperas tentam se cobrir. Fazem derivar o seu nome de um vocábulo que na sua linguagem bárbara significa saltar", de fato, dão a caça às feras, correndo em saltos, sobre madeiras curvas com uma certa arte em forma de arco. Perto deles, vive um animal parecido com o cervo, eu mesmo vi uma roupa feita com a sua pele, deixada áspera com pelos como era sobre o animal, era semelhante a uma túnica, longa até os joelhos como eles usam da forma que me foi referido. Nestes lugares, nos dias de solstício de inverno, apesar de ter a luz do dia, o sol nunca é visto e os dias são curtíssimos, mais que em qualquer outro lugar e as noites mais longas. De resto, tanto mais nos afastamos do sol, tanto mais se está mais baixo no horizonte, as sombras se alongam. Na Itália, como escreveram os antigos, no dia de Natal, a sombra do corpo humano mede nove pés, eu na Gália Belgica, em um lugar chamado Villa di Tatone, medindo a minha sombra a encontrei com dezenove pés e meio. Assim, ao contrário, quanto mais nos aproximamos do sol, indo para o sul mais as sombras se tornam curtas, a ponto que durante o solstício de verão, quando o sol está a meio céu, no Egito, em Jerusalém e nas regiões próximas, não se veem sombras. Na Arábia, no mesmo período, o sol é visto além da metade do céu, no sentido setentrional e, por consequência, as sombras estão voltadas para o sul.

6. Não muito longe da costa do que falamos antes, na direção do ocidente, onde o Oceano se estende sem fim, há aquele profundíssimo abismo de água que normalmente é chamado "umbigo do mar, dizem que duas vezes por dia engole as ondas do mar e duas vezes as rejeita, como é demonstrado pela rapidez da maré naquelas praias. Um abismo parecido ou vórtice é chamado, pelo poeta Virgilio, Cariddi; ele o põe no estreito da Sicília e o descreve assim:

Ocupa o lado direito da Sicília, o esquerdo a inabalável Cariddi e três vezes do profundo vórtice da imensidão engole as grandes ondas em seu abismo e de novo o ar e volta a atirar-se, flagelando com as ondas as estrelas.

Do vórtice que falamos antes, é dito que arrasta violentamente os navios, tão rápido a ponto de igualar o voo das setas através do ar, tanto que às vezes se perdem sem escapar naquele horroroso abismo. Geralmente, em vez disso, enquanto já estão para serem submersos, são rejeitados para longe da água de forma imprevista e com a mesma velocidade com a qual as sugou. É dito que um outro vórtice semelhante se encontra entre a ilha Britânica e a Gália, isto é confirmado por aquilo que acontece nas praias da Sequania e da Aquitania. Estas duas vezes por dia são submersas inesperadamente, tanto que se alguém é surpreendido um pouco longo da costa, consegue escapar com dificuldade. Podem ser vistas as águas dos rios daquelas regiões subirem rapidamente na direção da fonte por muitas milhas e as águas doces tornarem-se amargas. A ilha de Evodia está a trinta milhas das praias da Sequania, mas os seus habitantes afirmam ouvir o barulho das águas que são descarregadas naquelas de Cariddi. Ouvi falar por uma pessoa que desfruta de grande estima entre os Galeses que muitos navios que foram levados por uma tempestade, acabaram sendo engolidos por este vórtice. Um apenas daqueles homens que se encontrava em um daqueles navios conseguiu se salvar, foi encontrado flutuando ainda vivo, único entre os seus, arrastado pelas violentas correntes na direção do precipício, chegou à beira daquele terrível abismo, já morto de medo, viu aquele buraco enorme profundíssimo sem fim, quando já tinha perdido a esperança foi jogado contra uma pedra, onde se agarrou. Toda a água tinha fluído no turbilhão deixando descoberto o fundo do mar e enquanto ele esperava angustiado e cheio de medo pelo fim inevitável, inesperadamente, viu aparecer grandes montanhas de água, elas subiam do fundo; em primeiro lugar, viu ressurgir os navios que tinham sido engolidos, assim quando um lhe chegou perto, ele se segurou com todas as forças. Em um instante, rapidamente, ele voou próximo à costa, assim fugiu da cruel sorte e pode em seguida contar o perigo que correu. Ainda no nosso mar, o Adriático, mesmo se em modo menor, invade as praias das Venezas e de Istria, assim podemos pensar que haja redemoinhos, claro pequenos e escondidos, que engolem e rejeitam as águas adriáticas e dos outros mares itálicos. Depois de ter referido estas coisas, é hora de retomar a narrativa.

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