Eu Sou Seu Bicho Papão - T. M. Bilderback 2 стр.


E desde então ninguém viu o velho Ricky Jackson.

Billy tinha visto Mary e Carol Grace unirem seus poderes contra os gângsteres da família criminosa Giambini quando estes invadiram a Fazenda Junior Ballantine, e achou incrível que essas coisas existissem neste mundo... sem que ninguém soubesse.

Ninguém com um pingo de credibilidade, pelo menos.

Mas Billy acreditava com todas as suas forças. Não tinha escolha, afinal convivia com isso.

Phoebe insistiu para que Mary seguisse os ensinamentos de Margo Sardis sobre como controlar a magia que residia dentro dela e da amiga, e Bill teve que concordar. Mary precisava aprender como manter a magia confinada dentro de si.

Agora, era possível que ele estivesse lidando com magia novamente... desta vez, no trabalho.

E não era coisa boa. Não dessa vez. Pessoas estavam morrendo. Pessoas honestas que não mereciam tão terrível destino.

Quando seus pensamentos saltaram de um assunto para outro, Billy percebeu que ele poderia ligar para Alan e pedir que viesse até o local. Era extremamente necessário.

***


CAROL Grace! Você vai perder o ônibus, mocinha!

Sim, mamãe!

Desça já aqui, mocinha!

Alan sentou-se à mesa da cozinha e sorriu diante da frustração de sua nova esposa.

Se tivermos que levar essa garota para a escola mais uma vez este mês, eu vou colocá-la de castigo, ou não me chamo Katie Blake!

Katie Blake. Eu definitivamente gosto do som desse nome Alan sorriu onde você o encontrou, Katie?

Katie sorriu ao olhar para o marido.

Um policial me deu. Ele disse que não estava sendo usado corretamente e queria ver se eu poderia tomar conta dele.

Ela se sentou à mesa, em sua cadeira.

Hmmm... e você está tomando conta dele direitinho?

Katie sorriu.

Ainda não tive nenhuma reclamação.

Alan se inclinou em direção ao rosto de Katie.

Nenhuma.

Ele começou a beijá-la. Ao tocar de suas línguas, ele sentiu uma leve nota do sabor do pedacinho de bacon que Katie comera enquanto cozinhava, e sentiu também o sabor de menta da pasta de dente. Mais do que tudo, ele sentiu o sabor de Katie, e então eles perderam a noção do tempo.

Meu Deus, vocês dois podem parar com essa pegação na cozinha? É tão nojento!

Alan se afastou e olhou nos olhos de Katie novamente.

Só uma, talvez...

Ele olhou para Carol Grace.

O pai de Carol Grace, Mark Montgomery, morrera alguns anos atrás por conta de um aneurisma cerebral. Ele deixara o dinheiro de um seguro de vida, e o rendimento desse dinheiro ajudou Katie a cuidar de Carol Grace. Mas, quando Katie foi demitida da empresa em que trabalhava, sua mente voltou-se à fazenda deixada para ela por sua avó, Nebbie Ballantine. Seu avô se chamava Arthur "Junior" Ballantine, e a fazenda recebera o nome dele. Ela manteve a Fazenda Junior todos esses anos e pagou todos os impostos. Era dela, e estava pronta para morar. Então, quando a demissão aconteceu, Katie empacotou suas coisas e as de Carol Grace e voltou para o Condado de Sardis.

Após sua mudança, Alan Blake, ex-capitão do time de futebol americano da antiga escola de Katie, também se mudou de volta para o Condado de Sardis. No entanto, ele não teve escolha... ele era policial na cidade grande e prendera Moses Turley, o membro da família mafiosa Giambini encarregado de organizar jogos ilegais de pôquer, e seus homens por atentarem contra a vida dele e de outro policial. Mickey Giambini não queria ser vinculado a ele no julgamento, então ordenou que Turley e seus homens encontrassem e eliminassem os dois policiais. Os capangas de Giambini encontraram o parceiro de Alan, James Winstead, e o mataram... mas não antes que o homem revelasse aos criminosos que Alan poderia ser encontrado no Condado de Sardis.

Velho amigo de Alan, o xerife Billy Napier também participara do time de futebol americano do Colégio de Perry e convencera Katie a dar a Alan um lugar para se esconder em troca de trabalho na fazenda.

Nessa mesma época, Katie conhecera a velha bruxa, Margo Sardis. Margo dissera que Katie e Carol Grace eram descendentes da família Sardis e que possuíam magia dentro delas. Katie começou então a aprender a manifestar sua magia.

Carol Grace também estava mostrando sinais de poderes mágicos crescentes, mas os poderes se multiplicavam quando estava próxima de sua colega de escola e melhor amiga, Mary Smalls. Mary aparentemente tinha magia dentro dela também... mas ninguém sabia de onde vinha. Sua mãe, ex-colega de escola de Katie, Phoebe Smalls, não tinha poderes mágicos... mas ninguém, incluindo Phoebe, tinha ideia alguma de quem poderia ser o pai de Mary. Phoebe era uma alcoólatra em reabilitação.

Katie e Alan se apaixonaram profundamente e, juntos, reacenderam o amor de Billy Napier e Phoebe Smalls.

Durante uma reunião das duas famílias, Moses Turley atacou a casa da fazenda utilizando um túnel que passava por baixo da propriedade. Carol Grace e Mary chegaram bem a tempo de impedir que os mafiosos matassem Alan e todos os outros. Elas estavam inconscientemente de mãos dadas e pareciam estar sob domínio por alguma força sobrenatural. Usaram o poder mental para expulsar os bandidos da casa. Do lado de fora da casa, uma legião de demônios esperava pronta para devorar os quatro criminosos. A terra se abriu e engoliu o carro deles. Depois disso, as duas meninas caíram no chão, talvez desmaiadas ou em profundo sono.

No dia seguinte, ocorreu um casamento duplo. Xerife Napier e Phoebe Smalls haviam se casado, assim como Katie e Alan.

Desde então, a velha Margo Sardis ensinava Katie mais e mais sobre magia, e também as duas meninas. Margo era muito cautelosa com as duas garotas, e não falava muito com Katie sobre elas... mas Katie podia dizer que algo nas duas preocupava Margo. Katie pensou em perguntar à velha tia, mas percebeu que Margo diria a ela quando fosse a hora... e nem um minuto antes.

Alan já havia entrado em contato com um advogado em Perry para registrar Carol Grace como filha adotiva. Katie aceitara com todo coração, pois Carol Grace amava muito Alan, e Alan amava Carol Grace. Parecia a coisa certa a se fazer.

A audiência de adoção seria no final do mês, dali apenas uma semana.

Katie virou-se para a filha.

Onde fica o ambiente de pegação aprovado por Carol Grace? Alan e eu iremos para lá, se isso te alegrar.

Eeeca!

Carol Grace colocou no prato uma colherada de ovos mexidos e cobriu com um pouco de manteiga e pimenta. Serviu-se também de um pedaço de torrada e duas fatias de bacon.

Talvez lá fora, no chiqueiro?

Ela deu uma risadinha.

Acho que não Alan enrugou o nariz O fedor lá é quase tão forte quanto no armário da Carol Grace.

Ele simulou ânsia de vômito.

Tiquinha, a cadela da raça Boston Terrier que Billy Napier dera a Carol Grace, desceu as escadas e entrou na cozinha. Ela deu um latido e Carol Grace jogou-lhe um pedaço de bacon.

A menina devorou o café da manhã e limpou a boca com o guardanapo. Pulou bruscamente e anunciou:

Tenho que correr. O ônibus vai chegar em um minuto.

Ela deu um beijo na bochecha da mãe e um no topo da cabeça de Alan.

Tchau! Amo vocês!

Quando chegou na porta dos fundos, ela gritou:

A menina devorou o café da manhã e limpou a boca com o guardanapo. Pulou bruscamente e anunciou:

Tenho que correr. O ônibus vai chegar em um minuto.

Ela deu um beijo na bochecha da mãe e um no topo da cabeça de Alan.

Tchau! Amo vocês!

Quando chegou na porta dos fundos, ela gritou:

Tchau, Tiquinha! Fique boazinha!

Tiquinha latiu como se reconhecesse o comando.

A porta de tela da varanda dos fundos bateu com força e Alan estremeceu.

Após realizar seus pronunciamentos, o arauto real parte.

Katie riu.

Alan tinha acabado de encher a boca com ovos mexidos e torradas quando o celular tocou. Ele olhou para o identificador de chamadas e disse:

É o Billy.

Atendeu à ligação:

Oi, Bill! Espero que Phoebe tenha preparado um café da manhã tão bom quanto o que a Katie fez para mim!

Não acho que eu conseguiria tomar café da manhã agora, Alan. Escute, preciso que você venha me encontrar.

Alan captou o tom sério na voz de seu amigo e entendeu no mesmo instante.

Mais um?

Sim.

Onde?

Na Escola Técnica.

Logo estarei aí.

Obrigado, velho amigo.

Alan desligou o telefone.

Pelo que ouviu da conversa, Katie percebeu que Alan precisava ir.

É outro daqueles assassinatos?

Alan fitou os olhos de sua esposa.

Sim. Deve estar muito feio. Billy parecia consternado.

Katie assentiu, mas sentiu um calafrio.

Tudo bem. Vá. Mas tenha cuidado, Alan.

Alan começou a pegar mais uma colherada de ovos, mas mudou de ideia. Melhor não. Se revira o estômago do Bill, provavelmente também revirará o meu. Levantou-se para subir e vestir seu uniforme. Quando ele se virou para sair da mesa, viu uma mulher muito velha atrás dele. Ele deu um pulo de susto e disse:

Uooou!

Katie começou a rir. Com gosto.

Alan colocou a mão no peito. A outra mão estava no encosto da cadeira.

Caramba, Tia Margo, você precisava entrar tão sorrateira assim?

A mulher velha, também conhecida como Margo Sardis, riu. Sua risada soou como uma gargalhada.

Não fui sorrateira, Alan. Acabei de entrar pela porta dos fundos, mas talvez não tenha feito barulho suficiente.

Katie, ainda rindo, disse:

Ela fez sim, Alan. Eu a vi entrar.

Alan, balançando a cabeça em reprovação a si mesmo e a seu nervosismo, estendeu os braços e abraçou a velha bruxa.

Bom dia para você também, Tia Margo Então a soltou Agora, se as duas maravilhosas senhoras bruxas me dão licença, eu tenho que ajudar Billy a pegar um assassino.

Assassino? Margo falou abruptamente Mais uma vítima?

Alan assentiu.

Sim, Senhora.

Os olhos de Margo se estreitaram.

Tenha cuidado, Alan Blake. Este assassino pode não ser humano.

Alan parou na porta que dava para a sala e as escadas.

Você tem certeza disso, Tia Margo?

A idosa balançou a cabeça.

Não. Mas minha incerteza não é por falta de investigação. Se eu descobrir alguma coisa, aviso você imediatamente.

Alan concordou com a cabeça.

Por favor. Precisamos acabar logo com isso.

Ele começou a subir as escadas, mas parou e se inclinou de volta em direção à cozinha.

Margo?

A velha senhora olhou para ele.

Você tem sequer alguma ideia de quantas criaturas do Inferno entraram pelo portal sobre o qual você nos falou?

O rosto de Margo amoleceu e Alan pensou ter visto uma pequena pitada de medo ali. Ela balançou a cabeça e disse:

Deus me ajude, Alan, eu não sei. Podem ter sido algumas, ou algumas centenas. Infelizmente não sei dizer.

Alan compartilhou um olhar com Katie, e então olhou de volta para Margo.

Eu me sentiria melhor se você ficasse aqui conosco, Tia Margo. É melhor do que estar sozinha na floresta, mesmo que sua casa esteja camuflada com espelhos. Pelo menos, eu teria a ilusão de que estaria mais segura.

Margo abriu a boca para recusar educadamente a oferta, mas parou. Finalmente, ela disse:

Vou pensar no caso, sobrinho, se a oferta for de coração.

Alan encontrou os olhos da anciã.

Sim, ela é. Fique, por favor então mudou o assunto Ok, eu tenho que ir.


Capítulo 2


Em algumas manhãs, Phoebe Smalls Napier achava realmente difícil organizar as crianças para que saíssem de casa em segurança a tempo de seu turno na Mackie's.

Quando Phoebe e Billy se casaram, Billy tentou convencer Phoebe a deixar o emprego de operadora de caixa. Como xerife, Billy ganhava dinheiro suficiente para manter a família alimentada, vestida e com uma casa para morar. Sua criação de Boston Terriers também era uma renda extra... mais do que suficiente para sustentar a família.

Phoebe se recusou a deixar o emprego. Ela explicou a Billy os reais motivos, para que ele não pensasse que se tratava de dinheiro.

Bill, o trabalho me mantém sã e sóbria. Se eu não tivesse esse emprego, o que eu faria nos dias em que você estivesse no trabalho e as crianças na escola? Eu teria intermináveis horas vazias para preencher... e um alcoólatra em recuperação não precisa de tempo para ficar sozinho com seus pensamentos. Geralmente, é o que os faz voltar a beber.

Ela abraçou o marido e continuou:

Então, ao invés de dar chance à tentação, vou trabalhar na Mackie's. Isso vai me manter com os pés no chão, e eu estarei logo ali na cidade se você precisar de mim.

Billy, descontente, concordou.

Mas ele também conversou com Martin Mackie, neto do fundador da loja, e pediu que ele mantivesse Phoebe livre nos fins de semana e apenas com escalas diurnas. Martin concordou, e assim todos ficaram felizes.

A menos que as coisas virassem uma completa confusão em uma manhã de dia de semana. Quando isso acontecia, ninguém ficava feliz.

Pam! Larga esse telefone e me ajude com os pequenos!

Phoebe estava tentando fritar alguns ovos para Mary.

Pamela, a mais velha de Phoebe, estava no último ano do ensino médio. Seu cabelo era castanho com mechas loiras. Seus olhos eram azuis, quase como gelo. Seus lábios não eram muito grossos, mas não chegavam a ser finos. Ela era uma jovem muito bonita aos dezoito anos, e sua semelhança à sua irmã Mary era impressionante. Quase como se Mary fosse uma mini Pamela. Muitas pessoas comentavam isso.

Mary era a segunda mais velha, com treze anos.

Назад Дальше