Pierre se afastou lentamente. Seu medo era quase paralisante. Ele não sabia a quem temer mais - os crocodilos ou seu filho.
A cerca de sete metros, um grande respingo explodiu ao lado de Pierre. Ele se virou para encarar Lido e viu o jovem sorrindo.
-Erra eu. Eu joguei uma pedra.
Todos os crocodilos se voltaram para o som e viram o homem na água. Vários escorregaram silenciosamente de seus lugares de descanso e começaram a nadar em sua direção.
Pierre gritou:
-Ande logo com essa corrda, Lido! - Quando ele olhou para Lido, Lido ergueu os rolos restantes da corda e os jogou no pântano.
-Mon Dieu, olhe só prra isso! Papa, eu deixei cair a corda! Oops!
Pierre não acreditou no que viu. Ele começou a tentar correr com água na altura da cintura enquanto os crocodilos se aproximavam. Ele deu uma última olhada em Lido.
Lido apontou o rifle para Pierre. Ele disse:
-Est é pela Maman, vous connard!
Lido puxou o gatilho e a cabeça de Pierre explodiu ... assim que os crocodilos se aproximaram para a refeição.
Lido calmamente empurrou o barco para a cabana.
Ele tinha ouvido seu pai falar sobre a saída do pântano. Ele também ouvira o pai falar sobre os barcos a vapor no grande rio a sudeste do bayou. Ele estava resmungando enquanto estava bêbado, mas Lido notou cada palavra.
Lido refletiu sobre o pouco que seu pai lhe ensinou, além de atirar com o rifle. Ele sabia como lutar com uma faca - ainda tinha a cicatriz nas costelas que seu pai lhe fizera. Sabia contar e fazer algumas contas. Sabia ler e escrever. Ele já tinha jogado todos os tipos de pôquer e conseguia jogar os dados com grande habilidade. Ele também foi ensinado que a vida só valia o dinheiro que pudesse conseguir.
O coração frio de Lido e a disposição - quase uma alegria - de matar ditariam o resto de sua vida.
Isso, e uma necessidade avassaladora de jogar.
E quando Lido chegou ao grande rio, ele descobriu que havia perdido o barco daquele dia, mas haveria outro em dois dias.
Isso foi tudo que ele perdeu, no entanto. Ele olhou em volta e mergulhou em tudo o que viu. Ele era muito falante com as pessoas que encontrava e deixava claro que gostava de jogar cartas por dinheiro.
Lido recebeu o endereço de um lugar onde poderia jogar pôquer por dinheiro. Ele tinha algum dinheiro, o que havia sobrado dos potes de picles do tamanho de um galão que seu pai tinha escondido debaixo da cabana.
Lido ganhou muito dinheiro.
Quando os outros jogadores se opuseram a Lido ganhar todo seu dinheiro, as facas foram sacadas.
Lido deixou os outros mortos e ensanguentados no chão. Ele também se serviu do dinheiro restante que ainda não havia ganhado. Não fazia sentido deixá-lo para trás.
Lido gradualmente espalhou por aí que estaria disposto a eliminar seres humanos problemáticos... por um preço, é claro.
Lido ficou conhecido em certos círculos como o Lido Nevoeiro ... e como um dos melhores assassinos do ramo.
Ele se tornou um homem alegre, usando sua ascendência franco-americana para esconder sua maneira fria e calculista de ganhar a vida.
Ele também se tornou conhecido como jogador e se tornou um viciado. Não apenas em cartas ou dados, mas em caça-níqueis. Quando Lido jogava com eles, ele dizia que estava "tentando a sorte". Às vezes ele ganhava e ganhava muito. Na maioria das vezes, ele perdia tudo para eles.
Mas Lido não conseguia parar. Finalmente, o homem fez uma pequena fortuna com seu negócio. Ele ficou longe do jogo e estava quase na quantia de que precisava para cumprir seu objetivo de se aposentar do ramo.
Tudo que ele precisava era de mais um trabalho. Mais um trabalho deve bastar.
Então, Esteban Fernandez ligou.
***
-ENTÃO, SUPONHO QUE você já ouviu falar de Bouvier? - perguntou Joey.
-O Lido Nevoeiro. - respondi.
-Lido o que? - perguntou Manny.
-Bouvier é conhecido por mudar de um lugar para outro enquanto persegue suas vítimas. Ele alterna diversos lugares para se esconder, métodos de assassinato, e lugares para executar suas mortes, fazendo com que os investigadores sempre se sintam como que cercados por um nevoeiro. - respondi. - Ele já usou armas, facas e garrotes. Suas mortes podem ser horríveis ou limpas.
-Então ele é muito bom no que faz?
-Manny, ele teria dado um fim em você nesta manhã se você não tivesse se abaixado na cadeira quando o fez. - eu disse a ele. Para Joey, eu disse - Como você descobriu?
-Que bom que você perguntou. - Joey gesticulou para o homem ao lado dele. - Eu gostaria que você conhecesse Snickers. Snickers está em ... bem, nos computadores. E ele é uma fonte primária de informação no submundo. Ele geralmente pode descobrir tudo o que você precisa saber sobre atividades criminosas.
Eu sorri.
-Oi, Snickers.
Sam disse:
-Prazer em conhecê-lo.
Manny, mergulhado na garrafa de uísque, murmurou:
-E aí?
-Prazer em conhecer vocês. Sabe, eu, você sabe, ouvi muito sobre vocês. - disse Snickers.
Eu bufei.
-Aposto que sim!
Sam riu enquanto Joey tentava parecer ofendido.
-Não tente negar nada, Joey Justice! Eu comecei. - Você me explodiu, lembra?
-Eu não. Aquilo foi a porta, que prendeu a gente na parede!
-Mesma coisa! Nos atingiu por causa da explosão!
Joey riu.
-Foi divertido, não foi?
Tentei não sorrir.
-Cale a boca. Snickers, por favor, diga-nos como você descobriu isso?
-Bem, eu estava, você sabe, na cidade para dizer adeus à, você sabe, Dexter, e...
-Espera, o quê? O que aconteceu com Dexter?
-Oh, ele tinha que, você sabe, colocar a cabeça dele no lugar, sentindo falta, sabe, de Megan e tudo.
-Megan? O que diabos aconteceu com Megan? - Eu esperava não parecer tão surpresa quanto estava me sentindo.
Joey comentou:
-Longa história, Mickey. Vou te informar sobre isso aqui.
-Melhor mesmo!
Depois de alguns segundos, Snickers continuou.
-Então, eu fui parar no, você sabe, no McFeelme's e...
-Mc onde? Eu comecei.
-McFeelme's... oh. O nome verdadeiro do bar é, você sabe, McFeely's, mas é no, você sabe, Hooker Hollow, então seu apelido se tornou, você sabe...
-McFeelme's - eu terminei.
-Indiotah. - Manny conseguiu dizer isso sem murmurar.
-Então, eu, você sabe, entrei no bar e dei uma gorjeta para um cara que eu não via há algum tempo. Ele me perguntou se eu ainda estava interessado em coisas sobre, você sabe, Fernandez. Eu disse que sim, e ele me disse que, sabe, havia um rumor que Fernandez havia contratado esse assassino. - Snickers acenou com a mão. - Eu perguntei a ele quem, você sabe, ele contratou, e o cara disse que era, você sabe, o Lido Nevoeiro.
O homem tomou um gole d'água de uma garrafa que tinha na mesa à sua frente e continuou.
-Eu, sabe, perguntei atrás de quem o assassino estava, e o cara riu, sabe, e disse que eu devia estar tentando, sabe, roubar o trabalho. Eu disse ao cara, sabe, porra, não, eu não estava roubando de atirador, e ele riu e, sabe, me disse que ele estava atrás de quatro pessoas. Alguns estavam em, você sabe, Shytown, e o outro era, você sabe, Joey. Voltei para contar a Joey assim que pude.
-Joey Jushtish é um indiotah. - Manny estava prestes a desmaiar. Não posso dizer que realmente o culpei. Se eu tivesse levado um tiro e 'chegado lá' em uma mulher morta, eu também teria enchido a cara.
-Por que Manny está tão bêbado? - perguntou Joey.
Então, expliquei a Joey o que aconteceu com Manny naquela manhã, sua ejaculação acidental e o tiro que quebrou a janela do carro de patrulha.
-Oh, mal posso esperar para contar a Louie sobre isso! Manny nunca terá um momento de paz!
Oops, pensei, e sorri.