Toya virou- se e caminhou de volta para a floresta, longe dela... deixando- a parada lá confusa. Ele parecia tão triste quando disse isso. Kyoko pendurou a cabeça, sentindo- se como o maior do mundo, ambos os mundos.
Ela sabia que de todos os irmãos dele, o que ele não conseguia se dar bem era Kyou... mesmo que ambos estivessem do mesmo lado. Eles sempre lutaram quando se distanciavam um do outro.
- Oh Toya, desculpa. Ela sussurrou para o ar vazio que ele tinha deixado para trás. Voltando para a água, ela despiu- se e voltou para lavar o cheiro de Kyou dela. Ela sorriu pensando... Ele não gosta do cheiro do Kyou. Será que ele está com ciúmes?
Ela suspirou repensando... Ou é só porque ele não gosta do Kyou? Lembrando o que aconteceu mais cedo enquanto ela estava sozinha, Kyoko apressou- se e lavou- se, não querendo ter mais visitas indesejadas durante o seu banho.
Voltando rapidamente, ela vestiu- se e começou a regressar ao acampamento. Kyoko entrou na clareira onde ela sabia que Toya estaria à espera dela, e ele estava. Ela realmente não queria ficar sozinha com ele agora depois do jeito que as coisas tinham ido na fonte termal. Ela rapidamente procurou por Kamui, mas não o viu.
- Toya, onde está Kamui? - perguntou nervosamente.
Toya estava à espera dela voltar, embora ele só tivesse voltado alguns minutos antes dela porque ele estava de olho nela... certificando- se Kyou não apareceu de volta para terminar o que ele tinha começado. Ele encolheu os ombros como se não importasse quando ele respondeu a sua pergunta:
- Ele foi visitar Sennin. Ele vai estar de volta pela manhã para que possamos sair, então.
Ele realmente enviou Kamui para o velho para perguntar se ele tinha obtido mais informações sobre onde os talismãs poderiam ser encontrados. Em algum lugar no fundo da sua mente, Toya sabia que era apenas uma desculpa para ficar sozinho com Kyoko por um tempo... mas ele não lhe disse isso. Kyoko suspirou enquanto ela se sentava, fechando os olhos e relaxando contra a árvore.
Bolas, ela estava de volta na mesma posição que ela estava a evitar quando ela saiu para a sua caminhada. Tentando distrair- se, a primeira coisa que entrou na sua mente foi Kyou, os seus olhos dourados brilhantes mostrando uma cintilação de emoção. Foi a primeira vez que ela o viu mostrar qualquer emoção além do rosto sem expressão do tédio que ele carregava ou a raiva da batalha. E ele beijou- a.
Por que ele a beijou assim? E por que ela não tentou impedi- lo? Era como se ela tivesse sido incapaz de pensar, apenas capaz de sentir. Embora ela ainda estivesse com muito medo dele, ela sentia- se segura ao mesmo tempo. Afinal, ele era um dos guardiões dela. Ele não a magoaria... ele não faria isso, claro? Foi o primeiro beijo dela e um que ela nunca esqueceria. Ela olhou para Toya e pegou- o olhando para ela novamente. Toya estava a ver as emoções a reluzir no seu rosto e perguntou- se no que ela estava a pensar. Ela parecia ter um segredo e então ele notou o leve rosar nas suas bochechas e ele sabia que ele estava certo. Ela estava a pensar em Kyou! Ele podia ouvir o rosnado alto dentro da sua cabeça. Quando ela se virou para olhar para ele, ele olhou para ela. Ele virou- se e encarou o outro lado, cruzando os braços na frente e deixando- a a olhar em confusão nas costas.
Kyoko franziu a testa e gritou com ele.
- O que eu fiz agora?
Ele contorceu- se, mas não se virou ou respondeu. Por que ele estava zangado agora? De repente, um frio desceu pelas suas costas e o seu coração começou a bater forte contra o seu peito... Mal levantou o rosto, e ela fechou os olhos e sentiu a escuridão a vir para eles.
Era o mal, e tinha um pedaço do cristal do coração do guardião despedaçado dentro dele. Toya sentiu a velocidade dos batimentos cardíacos de Kyoko e girou ao redor para olhar para ela.
- Kyoko, o que é isso?
A sua voz estava agora abastecida de preocupação como ele instantaneamente esqueceu de estar com raiva dela.
- Um talismã, muito forte e manchado. Está a mover- se rápido... dessa forma mesmo. - ela apontou para a esquerda e ambos saltaram e começaram a correr nessa direção. Eles não tinham ido longe quando ouviram algo a bater nas árvores, vindo direto em direção a eles. O corpo de Toya estava a mover- se por conta própria, os seus antebraços pulsando nos seus lados como se chamassem a sua atenção para o poder que estava escondido lá.
Com um movimento do seu pulso, o punhal de fogo deslizou da sua carne e ele pulou na frente de Kyoko, empurrando- a atrás dele com a sua outra mão. Ele preparou- se quando a floresta na frente deles assumiu uma vida própria. As árvores e folhagens caíram ao seu redor enquanto um enorme demónio trovejava em direção a eles.
Kyoko engoliu o nódulo na sua garganta enquanto olhava para o demónio. Era cerca de dez vezes mais alto do que qualquer um deles e muito desagradável ao olhar. Ela podia ver o lindo céu acima dele e perguntou- se se ela se acostumaria com o fato de que demónios viviam aqui. Ela recuou quando os seus horríveis olhos vermelhos se fixaram nela e Toya.
Toya cheirou o ar, fazendo uma careta. A coisa cheirava como se tivesse sido enterrada e deixada para apodrecer por muito tempo antes de rastejar para fora do seu túmulo. Ele apostaria que sua vida Hyakuhei estava controlar esta coisa porque ele não sentia tanto poder dentro de um demónio há muito tempo.
- Mais um dos seus malditos filhos. - troçou Toya e então ouviu o riso vindo do fundo do peito do demónio.
Ele falou com uma voz maciça e profunda que mexia com os nervos.
- Mata Toya!
O demónio grunhiu enquanto ele se lançava para a frente com uma mão podre, arranhada. Com uma velocidade desumana, Toya levantou Kyoko nos seus braços e pulou para fora do caminho.
Pousando numa rocha próxima que estava no chão, ele imediatamente desejou que Kyoko tivesse ficado no campo e fora de perigo. Os seus lábios estavam bem ao lado do seu ouvido quando ele perguntou às pressas:
- Essa coisa feia é o caminho grande para não ter um talismã. Percebes isso?
Ela balançou a cabeça para espiar com força o demónio, mas estava a mover- se tão rápido que tudo o que ela podia ver era um borrão. Ele saltou e caiu bem na frente deles, derrubando Toya no chão com um saco de ossos.
Kyoko gritou quando ele voltou e a agarrou da rocha. A sua mão maciça e carnuda apertou a respiração dela, impedindo- a de gritar instantaneamente.
Ela colocou as mãos para baixo contra a prisão, tentando empurrar para fora do seu controlo, mas não havia nenhuma maneira. Uma luz escura brilhante chamou a sua atenção. Ela estava presa e tonta pela falta de ar, então com o último suspiro ela podia espremer para fora, ela gritou.
- O talismã... Pescoço!
Toya viu o demónio agarrar Kyoko, segurando- a no ar enquanto ela lutava para respirar. Ele empurrou para fora do chão sentindo a adrenalina correndo através do seu corpo e para o punhal de fogo ainda a pulsar na sua mão.
- Deixa- a ir, seu idiota!
Ele rugiu, tentando obter a sua atenção de volta sobre ele.
- Vais te arrepender de tê- la tocado. - rosnou Toya enquanto os seus olhos se transformavam em prata derretida. Ele arremessou o outro braço para o lado, agora a segurar uma adaga em cada mão enquanto ele insultava a besta feia. O demónio deu uma risada horrível enquanto segurava Kyoko como se a usasse como escudo.
- Caramba! - amaldiçou Toya. Ele não poderia usar o poder dos punhais sem ferir Kyoko no processo. A besta não era tão estúpida quanto parecia.
- Caramba! - amaldiçou Toya. Ele não poderia usar o poder dos punhais sem ferir Kyoko no processo. A besta não era tão estúpida quanto parecia.
- Seu filho nojento... - rosnou Toya sentindo o seu calor sanguíneo a um nível perigoso.
Kyoko tentou chegar à besta, mas o demónio prendeu- a entre ela e a sua palma. A luz ao seu redor começou a desaparecer, avisando- a que ela estava quase a desmaiar. Ela procurou a forma de Toya, encontrando- o ali, de frente para o demónio. Ela podia dizer que ele estava com raiva quando o ouviu a insultar.
Os seus olhos de prata furiosos encontraram os dela, e a última coisa que ela viu antes de desmaiar foi Toya saltar para o ar como se viesse direto para ela. Toya tinha tido o suficiente. Como ousa essa besta desagradável tocar Kyoko. Ele sentiu o seu sangue demoníaco amaldiçoado, substituindo o seu sangue de guardião enquanto a sua raiva crescia. Ele saltou para o ar e com um golpe das suas garras afiadas como navalhas, ele cortou o braço do demónio.
Quando o seu braço caiu no chão, Toya explodiu fora do demónio e pegou Kyoko no ar enquanto ela caía dos dedos agora soltos. Segurando- a firmemente contra ele, Toya saltou para fora do caminho como o demónio balançou a sua outra mão em direção a eles.
Ele pousou ereto, levando apenas um segundo para ter certeza que Kyoko estava mais uma vez a respirar, mesmo que ela tivesse perdido a consciência. Ele deitou- a no chão e depois balançou ao redor. Os punhais gémeos ressurgiram da sua pele, deslizando nas suas palmas com facilidade.
- Como te atreves!
A voz de Toya subiu a um nível perigoso. Em fúria, ele apressou o demónio com um golpe e tirou- lhe a cabeça. Ele assistiu com satisfação mórbida quando ele pousou a uns bons 6 metros do corpo que ainda se contraia.
Antes da poeira baixar, Toya voltou para Kyoko para vê- la, sem perceber que o demónio ainda não estava morto. Ele não se lembrava de tirar o talismã do pescoço e nunca viu as garras enormes vindo por trás.
Ouvindo um rugido, Toya sentiu as garras mortais cortar nas suas costas e bater- lhe numa rocha próxima, derrubando os punhais dele.
Kyoko lutou contra a escuridão. Abrindo os olhos, a sua visão clareou rapidamente, mas a visão que a encontrou era de horror. O sangue de Toya estava no ar atrás dele quando ele foi atirado pelo ar colidindo com uma rocha gigante.
Balançando o seu olhar de volta para o demónio, ela assistiu com desânimo como ele agarrou a sua cabeça da terra e colocou- a de volta onde deveria estar. O demónio virou- se para ela, quando um som estrondoso veio do seu peito como um rosnado demente enquanto desnudava várias fileiras de dentes afiados.
O cheiro do medo de Kyoko tirou Toya da sua transe e ele abriu os olhos com uma névoa de dor. Ignorando a dor, ele levantou- se bem a tempo de ver o demónio a atacar. Ele podia sentir a sua superfície sanguínea demoníaca... e desta vez... ele deixou que ela assumisse o poder.
O corpo de Toya começou a cantarolar com uma força própria. O único pensamento racional que restava na sua mente era que ninguém deveria tocá- la... se eles morreram. Kyoko estava agarrar a sua besta, mas sabia que ela seria tarde demais porque a besta estava quase em cima dela.
Tão perto, que ela sentiu o cheiro da sua respiração desagradável atingindo- a. Ela gritou, levantando o braço para proteger o rosto, pensando que era o fim... Mas nada aconteceu. Ela ouviu um grunhido e o chão tremeu.
Kyoko abriu os olhos, mas não viu nada a não ser os destroços a voarem para ela de onde o demónio tinha caído, bloqueando a sua visão. Quando os destroços começaram a espairar, ela viu a parte de trás de Toya enquanto ele estava na frente dela de frente para o demónio. Ela assobrou vendo três longos ferimentos irregulares nas suas costas.
O seu cabelo da meia- noite e madeixas prateadas ainda sopravam ao vento criado a partir do demónio caído. Ela olhou para o demónio para ver novamente que a sua cabeça foi cortada e os seus braços estavam colocados a uma boa distância do seu corpo.
Ela franziu a testa quando novamente abriu os seus olhos vermelhos, com a intenção de usar o poder do talismã para se curar. Não querendo que isso acontecesse, Kyoko estendeu a mão por trás dela e agarrou a pequena besta, um dardo espiritual rapidamente se formou a partir dos seus poderes de sacerdotisa.
Armando- o firmemente contra a corda ela sussurrou "Agora", soltando a corda e enviando o dardo espiritual direto para o talismã, derrubando- o do corpo do demónio. O demónio lentamente desmoronou em si mesmo, virando- se para a poeira e voando na brisa.
A maior parte da poeira afastou-se, deixando apenas ossos amarelados atrás. Ainda sentindo o mal por perto, Kyoko olhou para cima e viu um dos mudadores demoníacos de Hyakuhei. Ele deslizou para baixo do céu parecendo uma serpente fantasmagórica, pegando o talismã de dentro dos seus dentes pontiagudos antes de correr tão rápido que ela não podia sequer dizer em que direção tinha ido.
Ela sentiu vontade de gemer sabendo que eles tinham lutado contra o demónio por nada desde que o talismã foi roubado. Kyoko lentamente empurrou as pernas contra o chão para ficar de pé, parando no meio do caminho quando ela notou que Toya ainda não tinha se virado, com a sua mão arranhada ainda enrolada em raiva ao seu lado. Ela estranhou ao perceber o que estava errado... ele estava na sua forma amaldiçoada.
Uma maldição que Hyakuhei lhe deu muito antes de ela vir a este mundo. Neste estado, ele era imprevisível, fora de controlo... e muito perigoso. Com uma voz instável, Kyoko sussurrou:
- Toya?
Ela levantou- se o resto do caminho quando ele se virou, com os seus olhos vermelhos a olhar para ela. O seu peito ainda estava subir e cair rapidamente enquanto ele respirava fortemente da força do ataque que ele tinha usado para matar o demónio. "Os punhais", Kyoko pensou que tentando ficar calmo, ela precisava levar as lâminas de volta para ele.
Ela olhou para a pedra contra a qual ele tinha sido jogado contra e viu um dos punhais deitado lá. Ela lentamente começou a afiar na direção da lâmina. Toya deu um passo à frente e rosnou. Ele sentiu uma raiva ofuscante pelo demónio que tinha acabado de matar e esperou para ver se havia mais para matar ou se o demónio se levantaria. Então ele ouviu alguém atrás dele sussurrar o seu nome.
Voltando- se para o som, ele viu a menina lá, lentamente tentando se levantar. Ele sentiu o cheiro do medo emanando dela enquanto ela lentamente tentava se afastar dele. Ele emitiu um baixo rosnado de aviso para ela ficar e deu um passo em direção a ela. Ela ficou parada por mais um momento olhando para ele como se ela não pudesse decidir se ele era amigo ou inimigo.
Ele podia sentir o cheiro do seu medo subir e isso o deixou com raiva. Ele rosnou de novo e ela saiu depressa. O coração de Kyoko estava a bater depressa. Ele rosnou para ela. Ele ia matá- la? As adagas, ela teve que alcançar pelo menos uma delas.
Eles eram parte dele e ajudaram a selar o sangue demónio com o que Hyakuhei o amaldiçoou. Kyoko decolou tão rápido quanto ela já correu na sua vida. Ela teve que levar a adaga para ele.
O cabelo dela voou atrás dela e ela sabia que ele estava a vir atrás dela. O cabelo na parte de trás do pescoço dela ficou para cima como se ele já a tivesse apanhado. Mais um metro... quase lá. Um borrão movia- se na frente dela, entre ela e o que ela estava tão desesperadamente a tentar alcançar. Não. Ela não fugiria dele. Ela era dele.
Ele parou na frente dela para parar o seu vôo, e ela bateu nele com um grito assustado. Em contato, ele podia sentir o seu sangue a acalmar- se e ele deu um rosnado mais suave para que ela soubesse que podia ficar desta vez.