A Espera - Блейк Пирс 2 стр.


Espero bem que estejamos prontos, Pensou Riley.

Entretanto, sentiu uma certa estranheza em arrumar os seus livros de psicologia nas prateleiras. Ryan tentara convencê-la a vendê-los e ela sabia que provavelmente era o que devia fazer…

Deus é testemunha de quanto nos faz falta cada cêntimo.

Ainda assim, tinha a sensação de que precisaria deles no futuro. Só não sabia porquê ou para quê.

De qualquer das formas, a caixa também continha muitos livros de direito de Ryan e ele não considerara vender nenhum deles. É claro que provavelmente os usaria no seu novo emprego como advogado estagiário no escritório de advogados de DC da Parsons and Rittenhouse.

Quando a caixa ficou vazia e os livros todos arrumados nas prateleiras, Riley se sentou no chão a observar Ryan que não parava de empurrar e reposicionar mobília como se tentasse encontrar o lugar perfeito para tudo.

Riley conteve um suspiro…

Pobre Ryan…

Ela sabia que Ryan não estava satisfeito com aquele apartamento numa cave. Ele tinha um apartamento mais simpático em Lanton com a mesma mobília que trouxera – uma agradável coleção boémia de artigos em segunda mão.

Na opinião dela, as coisas de Ryan ainda lhe pareciam muito bem ali. E o pequeno apartamento não a incomodava nem um pouco. Se habituara a um quarto de dormitório em Lanton, por isso, aquele lugar parecia um luxo apesar dos tubos cobertos, pendurados no quarto e na cozinha.

É verdade que os apartamentos dos andares superiores eram mais simpáticos, mas esse era o único disponível. Quando Ryan o vira pela primeira vez, quase recusara arrendá-lo. Mas a verdade era que aquilo era o máximo que podiam pagar. Já estavam muito sobrecarregados financeiramente. Ryan tinha atingido o plafon máximo do cartão de crédito com as despesas da mudança, o depósito do apartamento e tudo o mais que precisavam naquele momento de suas vidas.

Finalmente, Ryan olhou para Riley e disse, “Que acha se fizermos uma pausa?”

“Claro,” Concordou Riley.

Riley se levantou do chão e se sentou à mesa da cozinha. Ryan tirou dois refrigerantes da geleira e se sentou ao lado dela. Ficaram em silêncio durante alguns momentos e Riley pressentiu de imediato que Ryan tinha algo em mente.

Por fim, Ryan tamborilou os dedos na mesa e disse…

“Uh, Riley, temos que conversar sobre uma coisa.”

Parece mesmo sério, Pensou Riley.

Ryan se calou novamente com um olhar distante.

“Não vais acabar tudo comigo, pois não?” Perguntou.

É claro que estava a brincar.

Mas Ryan não se riu. Nem parecia ter ouvido a pergunta.

“Hã? Não, não é nada disso, é que…”

A sua voz se suspendeu e Riley se sentiu desconfortável.

O que se passa? Questionou-se. Será que o emprego de Ryan não se concretizara ou algo do género?

Ryan olhou Riley nos olhos e disse…

“Não te rias de mim, OK?”

“Porque é que me havia de rir?” Perguntou Riley.

Um tanto abalado, Ryan se levantou e se ajoelhou ao lado de Riley.

E então Riley percebeu…

Oh meu Deus! Ele vai-me pedir em casamento!

E obviamente, riu-se. É claro que era um riso nervoso.

Ryan corou profundamente.

“Eu pedi para você não rir,” Disse ele.

“Não estou rindo de você, “ Disse Riley. “Vai, diga o que tem a dizer. Tenho a certeza… bem, avance.”

Ryan remexeu nos bolsos de onde tirou uma pequena caixa. Abriu-a, revelando um modesto mas encantador anel de diamante. Riley suspirou.

Ryan gaguejou…

“Uh, Riley Sweeney, quer… casar comigo?”

Tentando sem sucesso abafar suas risadinhas nervosas, Riley conseguiu dizer…

“Oh, sim. Absolutamente.”

Ryan tirou o anel da caixa e Riley estendeu sua mão esquerda, deixando-o colocá-lo em seu dedo.

“É lindo,” Disse Riley. “Agora se levante e se sente qui comigo.”

Ryan sorriu envergonhadamente ao sentar-se a seu lado.

“Ajoelhar-me foi demais?” Perguntou.

“Foi perfeito,” Disse Riley. “Foi tudo…. Perfeito.”

Ela olhou num relance para o pequeno anel de diamante no seu dedo. O seu ataque de riso nervoso já tinha passado e agora sentia um nó de emoção se formando na garganta.

Não estava à espera. Nem se atrevera a sonhar com aquilo – pelo menos não imaginara que pudesse acontecer tão cedo.

Mas ali estavam ela e Ryan a dar outro salto gigantesco nas suas vidas.

Enquanto observava a luz incidindo no diamante, Ryan disse…

“Um dia ofereço-te um anel mais bonito.”

Riley nem queria acreditar.

“Nem te atrevas!” Disse. “Esse vai ser sempre o meu único anel de noivado!”

Mas ao observar o anel, não conseguiu evitar preocupar-se…

Quanto é que terá custado?

Como se lhe estivesse a ler os pensamentos, Ryan disse…

“Não te preocupes com o anel.”

O sorriso tranquilizador de Ryan despreocupou-a num instante. Ela sabia que ele não era de cometer loucuras no que dizia respeito ao dinheiro. O mais certo era tê-lo comprado por um bom preço – apesar de não se atrever a perguntar.

Então Riley reparou que a expressão de Ryan se alterou quando olhou em seu redor para o apartamento.

“Passa-se alguma coisa?” Perguntou.

Ryan soltou um suspiro e disse, “Vou melhorar a sua vida. Prometo.”

Riley se sentiu estranhamente abalada.

Perguntou, “O que tem de mal a vida que temos agora? Somos jovens e amamo-nos e vamos ter um bebé e…”

“Você sabe do que estou falando,” Disse Ryan, interrompendo-a.

“Não, não sei bem,” Disse Riley.

Um silêncio se interpôs entre eles.

Ryan suspirou novamente e disse, “Ouça, vou começar o trabalho amanhã com um salário de estagiário. Não me sinto propriamente alguém bem-sucedido. Mas é um bom escritório e se lá continuar, vou subir na hierarquia e quem sabe me possa tornar sócio um dia.”

Riley olhou para ele fixamente.

“Um dia, claro,” Disse ela. “Mas já é um grande começo e eu gosto do que temos neste momento.”

Ryan encolheu os ombros. “Não temos muito. Para começar, só temos um carro e vou precisar dele para ir para o trabalho, o que quer dizer que…”

Riley interrompeu-o, “O que quer dizer que eu apanho o metro para o programa de treino todas as manhãs. O que é que isso tem de mal?”

Ryan pegou na mão de Riley.

“Até à paragem mais próxima de metro é uma caminhada de dois quarteirões,” Disse ele. “E este não é o bairro mais seguro do mundo. Não gosto que tenha que andar sozinha. Fico preocupado.”

Riley se sentiu invadir por um sentimento estranho e desagradável. Ainda não sabia ao certo que sentimento era esse.

Disse, “Será que não lhe passou pela cabeça que eu até gosto desse bairro? Passei toda a minha vida na Virginia rural. Isto é uma mudança excitante, uma aventura. Para além disso, você sabe que sou dura. Meu pai era capitão dos Marines. Ele me ensinou a tomar conta de mim.”

Quase acrescentou…

E sobrevivi ao ataque de um assassino em série há alguns meses atrás, se lembras?

Não só sobrevivera ao ataque, como ajudara o FBI a identificar o assassino e a prendê-lo. Por isso lhe deram a oportunidade de se juntar ao programa de treino.

Mas ela sabia que Ryan não queria saber disso naquele momento. O seu orgulho masculino estava delicado.

E Riley se apercebeu de algo….

Fico realmente ressentida com isso.

Riley escolheu as palavras cuidadosamente, tentando não dizer a coisa errada…

“Ryan, sabe, tornar a nossa vida melhor não depende apenas de você. Depende de ambos. Eu tenho uma palavra a dizer. Vou ter a minha própria carreira.”

Ryan desviou o olhar.

Riley conteve um suspiro ao perceber…

Afinal disse a coisa errada.

Quase se esquecera que Ryan não apoiava o seu internato de verão. Lembrara-lhe que eram apenas dez semanas e que não era treino físico. Apenas iria observar agentes a trabalhar, sobretudo a nível interno. Para além disso, estava convencida que até podia resultar num trabalho de escritório ali mesmo na sede do FBI.

Ele se tornara mais recetivo à ideia, mas continuava a não o entusiasmar.

Riley não sabia o que ele preferia para ela.

Será que ele queria que ela fosse mãe a tepo inteiro? Se fosse esse o caso, ia ficar desiludido mais cedo ou mais tarde.

Mas aquele não era o momento para pensar naquilo.

Não estragues este momento, Disse Riley a si própria.

Olhou novamente para o seu anel e depois para Ryan.

“É lindo,” Disse ela. “Estou muito feliz, Obrigada.”

Ryan sorriu e apertou-lhe a mão.

Então Riley disse, “Então com quem é que vamos partilhar a notícia?”

Ryan encolheu os ombros. “Não sei. Ainda não temos amigos aqui em DC. Acho que posso falar com alguns dos meus amigos da faculdade de direito. Talvez possas ligar ao teu pai.”

A ideia não agradou a Riley. A última visita que fizera ao pai não fora agradável. A sua relação sempre fora profundamente atribulada.

E para além disso…

“Ele não tem telefone, lembras-te?” Disse Riley. “Ele vive sozinho nas montanhas.”

“Ah, pois é,” Disse Ryan.

“E os teus pais?” Perguntou Riley.

O sorriso de Ryan desvaneceu-se.

“Escrevo-lhes a contar,” Disse ele.

Riley teve que se impedir de perguntar…

E porque é que não lhes ligas?

Talvez nessa altura pudesse finalmente falar com eles.

Riley nunca conhecera os pais de Ryan que viviam na pequena cidade de Munny, Virginia.

Riley sabia que Ryan tinha crescido entre pessoas da classe trabalhadora e que sentia alguma ansiedade em deitar essa vida para trás das costas.

Interrogava-se se sentiria vergonha deles ou…

Terá vergonha de mim?

Será que eles sabem que estamos a viver juntos?

Aprovariam?

Mas antes que Riley pudesse pensar na melhor forma de abordar o assunto, o telefone tocou.

“Talvez pudéssemos não atender,” Disse Ryan.

Riley pensou durante um momento enquanto o telefone continuava a tocar.

“Pode ser importante,” Disse ela. Dirigiu-se ao telefone e atendeu a chamada.

Uma voz masculina alegre e profissional disse, “Posso falar com Riley Sweeney?”

“É a própria,” Disse Riley.

“Daqui fala Hoke Gilmer, o seu supervisor do programa de treino do FBI. Só lhe queria lembrar…”

Riley disse, entusiasmada, “Sim, eu sei! Lá estarei cedinho às sete da manhã de amanhã!”

“Ótimo!” Respondeu Hoke. “Estou ansioso por conhecê-la.”

Riley desligou o telefone e olhou para Ryan. Ele estava com um olhar pensativo.

“Uau,” Disse ele. “Tudo se está a concretizar, não é?”

Riley percebeu como é que ele se estava a sentir. Desde que se tinham mudado de Lanton que raramente tinham estado afastados um do outro.

E agora, amanhã, ambos iriam para os seus empregos.

Riley disse, “Talvez precisemos de fazer alguma coisa especial juntos.”

“Boa ideia,” Disse Ryan. “Talvez ir ao cinema e a um restaurante simpático e…”

Riley riu ao agarrá-lo pela mão, levantando-o.

“Tenho uma ideia melhor,” Disse ela.

Arrastou-o para o quarto onde caíram na cama a rir.

CAPÍTULO DOIS

Riley sentiu o coração a acelerar quando saiu na paragem de metro em direção ao enorme edifício branco J. Edgar Hoover.

Porque é que estou tão nervosa? Perguntou a si mesma. Afinal, ela tiha conseguido fazer a sua primeira viagem sozinha no metro de uma cidade com uma dimensão inédita para ela até ao momento.

Tentou convencer-se a si mesma de que não era uma mudança assim tão drástica – que ia simplesmente mais uma vez para a escola, tal como sucedera em Lanton.

Mas não conseguia evitar sentir-se impressionada e assustada. Para começar, o edifício estava situado na Avenida Pensilvânia, mesmo entre a Casa Branca e o Capitólio. Ela e Ryan tinham passado pelo edifício no início daquela semana, mas a realidade de que ali iria aprender e trabalhar nas próximas dez semanas só agora a atingia.

Quase parecia um sonho.

Ela atravessou a entrada principal e passou pelo átrio até ao portão de segurança. O guarda de serviço encontrou o seu nome numa lista de visitantes e entregou-lhe um cartão de identificação. Disse-lhe para descer três andares no elevador até um pequeno auditório.

Quando Riley encontrou o auditório e entrou, entregaram-lhe um pacote de regras, regulamentos e informação que deveria ler mais tarde. Sentou-se entre cerca de vinte outros estagiários que aparentavam estar na sua faixa etária. Ela sabia que alguns, tal como ela, eram recém-licenciados; outros eram universitários que regressariam às faculdades no outono.

A maioria dos estagiários eram do sexo masculino e todos estavam bem vestidos. Sentiu-se um pouco insegura com o seu terno que comprara numa loja económica em Lanton. Era o melhor fato formal que ela tinha e esperava que parecesse suficientemente respeitável.

Dali a pouco, um homem de meia-idade postou-se em frente aos estagiários sentados.

Disse, “Sou o Diretor Adjunto Marion Connor e sou o responsável por vos dar as boas-vindas ao Programa de Estagiários de Verão. Todos devem estar orgulhosos de estar aqui hoje. São um grupo seleto e excecional, escolhido entre milhares de concorrentes…”

Riley engoliu em seco enquanto ele continuava a parabenizar o grupo.

Milhares de concorrentes!

Como parecia estranho. A verdade era que ela não concorrera a nada. Ela simplesmente fora escolhida para o programa logo na universidade.

Pertencerei realmente aqui? Perguntou-se.

O Diretor Adjunto Connor apresentou o grupo a um agente mais jovem – Hoke Gilmer, o supervisor de treino que ligara a Riley no dia anterior. Gilmer instruía os estagiários a levantarem-se e a erguerem as mãos direitas no momento do juramento do FBI.

Riley sentiu-se a engasgar-se quando começou a proferir as palavras…

“Eu, Riley Sweeney, juro solenemente que apoiarei e defenderei a Constituição dos Estados Unidos contra todos os inimigos, estrangeiros e domésticos…”

Teve que conter as lágrimas ao prosseguir.

Isto é real, Disse a si própria. Isto está mesmo a acontecer.

Não fazia a mínima ideia do que a aguardava dali para a frente.

Mas tinha a certeza de que a sua vida nunca mais seria a mesma.

*

Após a cerimónia, Hoke Gilmer levou os alunos a uma longa visita pelo Edifício J. Edgar Hoover. Riley estava cada vez mais surpreendida com o tamanho e complexidade do edifício, e com todas as atividades diferentes que ali decorriam. Havia várias salas de exercícios, um campo de basquetebol, uma clínica médica, uma loja de impressões, muitos laboratórios e salas de computadores, uma carreira de tiro e até uma morgue e uma oficina de reparação de viaturas.

Tudo a surpreendia.

Quando a visita terminou, o grupo foi levado para a cafetaria no oitavo piso. Riley sentia-se exausta ao colocar comida no tabuleiro – não tanto pelo que caminhara, mas por tudo o que vira e tentara absorver.

Ela queria aprender tudo o que conseguisse, o mais rapidamente que conseguisse.

E queria começar naquele instante.

Ao procurar um lugar para se sentar e comer, sentiu-se estranhamente deslocada. Os outros estagiários já pareciam estar a criar laços e a sentar-se em grupos, a conversar animadamente sobre as incidências do dia. Riley disse a si mesma que se deveria sentar junto dos seus jovens colegas, apresentar-se e misturar-se.

Mas sabia que não ia ser fácil.

Riley sempre se sentira uma intrusa e fazer amigos e enquadrar-se nunca fora algo natural para ela.

E naquele momento, sentia-se mais tímida do que alguma vez se sentira.

E era só sua imaginação ou alguns dos estagiários a olhavam e cochichavam sobre ela?

Decidira sentar-se sozinha quando ouviu uma voz ao seu lado.

“És a Riley Sweeney, não és?”

Virou-se e viu um jovem que lhe chamara a atenção no auditório e durante a visita. Não pode deixar de reparar que era incrivelmente bem parecido – um pouco mais alto do que ela, robusto e atlético, com cabelo curto encaracolado e um sorriso cativante. O seu fato parecia caro.

“Hum, sim,” Respondeu Riley, sentindo-se subitamente ainda mais tímida do que anteriormente. “E tu…?”

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