Antes Que Ele Precise - Блейк Пирс 4 стр.



Mackenzie concordou quando ele recitou os fatos. Estava estudando o andar de baixo, tentando entender que tipo de pessoa eram os Sterlings antes de ir para o quarto onde eles haviam sido mortos. Ela passou por uma grande estante embutida entre a sala de estar e área.


A maioria dos livros eram ficção, principalmente de King, Grisham, Child e Patterson. Havia também alguns livros relacionados com arte. Em outras palavras, livros básicos que não davam insights sobre as vidas pessoais dos Sterlings.


Uma mesa decorativa estava contra a parede na área. Mackenzie levantou a tampa e olhou lá dentro, mas não havia nada de interesse, apenas canetas, papel, algumas fotos, e outros objetos domésticos.


—Vamos continuar, disse ela.

Harrison assentiu e respirou fundo, trêmulo.

–Ok, disse Mackenzie. A casa do casal Kurtz também me abalou. Mas confie em mim… esses tipos de situações ficam mais fáceis de se encarar com o tempo.


Você sabe que isso pode não ser necessariamente uma coisa boa, certo? Ela pensou consigo mesma. Quantos locais terríveis se tornaram sem efeito desde a primeira mulher pendurada em um mastro nos milharais de Nebraska?


Ela sacudiu o pensamento para longe quando e Harrison chegaram ao topo das escadas. O andar de cima consistia em um longo corredor que abrigava apenas três quartos. Um grande escritório estava à esquerda. Tudo estava tão arrumado a ponto de parecer vazio, olhando para o bosque de árvores ao longo da parte de trás da casa. O enorme banheiro ostentava as pias dele e dela, um grande chuveiro, uma banheira e um armário, que era tão grande quanto a cozinha de Mackenzie.


Assim como no andar de baixo, não havia nada para se ter uma ideia exata de como eram os Sterlings ou por que alguém os mataria. Sem perder mais tempo, Mackenzie caminhou em direção ao final do corredor onde a porta do quarto estava aberta. A luz do sol veio se derramando através de uma grande janela no lado esquerdo do cômodo. A luz engolia a extremidade da cama, transformando o marrom de lá em uma sombra alarmante avermelhada.


Era vertiginoso de certa forma, entrar no quarto de uma casa impecável para ver todo aquele sangue na cama. O piso era de madeira, mas Mackenzie podia ver respingos de sangue aqui e ali. Não havia tanto sangue nas paredes aqui como na residência do casal Kurtz, mas havia algumas gotículas, como uma pintura abstrata mórbida.


Havia um leve odor de cobre no ar, o aroma de sangue derramado secando. Era fraco, mas parecia encher o lugar. Mackenzie caminhou ao redor da borda da cama, olhando para os lençóis cinza claro que tinham sido profundamente manchados de vermelho. Viu uma única marca no lençol de cima que poderia ter sido a consequência de uma facada. Ela observou isso mais perto e descobriu que era exatamente o que estava procurando.


Com uma única volta em torno da cama, Mackenzie tinha certeza de que não havia nada aqui que levaria o caso a diante. Olhou em outros lugares ao redor do quarto—mesas de cabeceira, as gavetas, e para a pequena estante—procurando pelo mais ínfimo pormenor.


Viu um suave entalhe na parede, não era maior do que uma moeda de vinte e cinco centavos. Mas não havia mancha de sangue em torno dele. Havia mais sangue por baixo, um ligeiro fluxo que tinha secado sobre a parede e uma mancha menor no tapete sob o entalhe.


Ela foi até o entalhe na parede e olhou para ele de perto. Era uma forma peculiar, e o fato de que havia sangue centrado em torno dele a fez pensar que um era o resultado do outro. Ela se endireitou e verificou o alinhamento do pequeno buraco com o seu corpo. Ela levantou o braço um pouco e o inclinou. Ao fazer isso, seu cotovelo ficou alinhado com aquele orifício quase que perfeitamente.


—O que você achou? Perguntou Harrison.

–Os sinais de uma luta, eu acho, respondeu ela.

Ele se juntou a ela e tomou nota do entalhe. Não há muito para irmos em frente, não é? Ele perguntou.


—Não, de fato não. Mas o sangue torna a situação notável. Isso e o fato de que esta casa está em bom estado. Isso me faz pensar que o assassino fez tudo o que podia para ocultar quaisquer sinais de luta. Ele quase arrumou a casa, de certa forma. Mas este sinal de luta não pôde ser

escondido.


Olhou para a pequena mancha de sangue no carpete. A mancha estava desbotada e havia até mesmo traços muito leves de vermelho em torno dela.


—Veja, disse ela, apontando. Bem ali, parece que alguém tentou limpar isso. Mas ele estava com pressa ou este último pedacinho não foi visto.


—Talvez nós deveríamos verificar de novo a casa Kurtz, então.

–Talvez, ela concordou, embora se sentisse confiante de que tinha analisado o lugar exaustivamente.


Ela deu um passo para longe da parede e foi para a enorme closet. Olhou dentro dele e viu mais organização.


Viu sim uma única coisa que poderia ser considerada como bagunça dentro daquela casa. Uma camisa e uma calça que estavam amassadas, empurradas quase contra a parede do armário. Ela puxou a camisa para longe das calças e viu que eram roupas masculinas, talvez as últimas roupas que Gerald Sterling tinha usado.


Ela foi até cada um dos bolsos da frente. Em um deles, ela encontrou dezessete centavos. No outro, ela encontrou um recibo amassado. Ela o abriu e viu que era de uma mercearia há cinco dias… o último dia de sua vida. Olhou para o recibo e começou a pensar.


Como podemos descobrir o que eles fizeram nos seus últimos dias de vida? Ou na última semana, ou até mesmo no último mês?

–Harrison, nesses relatórios, o DP de Miami verificou nos telefones dos falecidos todos os sinais de alerta?


—Está certo, Harrison disse quando ele cautelosamente pisou em torno da cama sangrenta. Contatos, chamadas recebidas e efetuadas, e-mails, downloads, tudo.

–Mas nada como um histórico de pesquisa na internet ou qualquer coisa assim?

–Não, não que eu me lembre.


Colocando o recibo de volta no jeans, Mackenzie saiu do armário e, em seguida, do quarto. Ela voltou lá embaixo, ciente de que Harrison estava seguindo atrás dela.

–O que é isso? Perguntou Harrison.

–Um palpite, disse ela. Uma esperança, talvez.


Ela caminhou de volta para a mesa na área e abriu-a novamente. Na parte de trás, havia uma pequena cesta. Algumas canetas presas do lado de fora, assim como um único talão de cheques. Se eles mantinham uma casa tão arrumada, eu diria que os cheques deles estavam na mesma condição.


Pegou o talão de cheques e descobriu que estava correta. Os números foram mantidos com um cuidado meticuloso. Cada transação foi escrita de forma muito legível e com o máximo de detalhes possível.


Até mesmo saques em caixa eletrônico foram contabilizados. Demorou cerca de vinte segundos para perceber que este talão de cheques era um tipo de conta secundária e não a principal conta dos Sterlings. No momento da morte deles, a conta tinha pouco mais de sete mil dólares.


Olhou através do registro de verificação para conseguir qualquer coisa que pudesse lhe dar algum tipo de pista, mas nada teve destaque para ela. Ela, no entanto, viu algumas abreviaturas que não reconheceu. A maioria das transações para eram para valores de cerca de sessenta a duzentos dólares. Uma das que não reconheceu era de dois mil dólares.


Enquanto nada no registo parecia interessante, ela permaneceu focada nas abreviaturas e iniciais com as quais não estava familiarizada. Ela tirou algumas fotos desses registros com seu telefone e, em seguida, devolveu o talão de cheques para o lugar em que se encontrava.


—Você tem uma ideia ou algo assim? Perguntou Harrison.

–Talvez, disse ela. Você poderia ligar para a Dagney e pedir para que alguém puxe os registros financeiros dos Sterlings ao longo do último ano? Contas correntes, cartões de crédito, até mesmo PayPal, se eles usavam isso.


—Claro, disse Harrison. Ele imediatamente pegou o seu telefone para completar a tarefa.

Eu não me importaria de trabalhar com ele, pensou Mackenzie.

Ela o ouviu falando com Dagney enquanto fechava a mesa e olhou para trás em direção às escadas.


Alguém andou até as escadas quatro noites atrás e matou um casal, ela pensou, tentando imaginar isso. Mas, por quê? E, novamente, por que não havia sinais de invasão?


A resposta era simples: Assim como com os Kurtzes, o assassino foi convidado. E isso significa que eles sabiam quem era o assassino e deixaram ele entrar ou o assassino —encenou— em determinada parte… agindo como alguém que eles conheciam ou alguém que precisava de ajuda…


A teoria parecia frágil, mas sabia que havia algo. No mínimo, isso criava um vínculo frágil entre os dois casais.

E por agora, isso era o suficiente para irem em frente.

CAPÍTULO SEIS

Enquanto ela esperava não ter que falar com as famílias dos falecidos, Mackenzie estava cumprindo os afazeres de sua lista de tarefas mais rápido do que ela esperava. Depois de deixar a casa dos Sterlings, naturalmente, o próximo lugar para se conseguir respostas era a casa dos parentes mais próximos. No caso dos Sterlings, a familiar mais próxima era uma irmã que morava a menos de dezesseis quilômetros da moradia dos Kurtzes. O resto da família vivia no Alabama.


Os Kurtzes, no entanto, tinham muitos familiares nas proximidades. Josh Kurtz não se mudou para muito longe de casa, vivendo a cerca de trinta e dois quilômetros não só da casa de seus pais, mas também de sua irmã. E já que o DP de Miami já havia falado bastante com os Kurtzes no início do dia, Mackenzie optou por falar com a irmã de Julie Kurtz.


Sara Lewis parecia mais do que feliz em se encontrar com eles, e embora a notícia sobre a morte de sua irmã tivesse sido dada há menos de dois dias, ela parecia ter se conformado, da maneira como uma pessoa de vinte e dois anos consegue se conformar.


Sara convidou ambos para entrar em sua casa em Overtown, uma pitoresca casa de um andar que era um pouco mais do que um pequeno apartamento. A casa era pouco decorada e tinha aquela espécie de silêncio irritante que Mackenzie havia sentido em tantas outras casas onde alguém estava lidando com uma perda recente. Sara sentou-se na borda de seu sofá, com uma caneca de chá nas mãos. Ficou claro que ela tinha chorado recentemente; ela também parecia não ter dormido muito.


—Suponho que se o FBI está envolvido, disse ela, —isso significa que houve mais assassinatos?

–Sim, houve, Harrison disse ao lado de Mackenzie. Ela franziu a testa brevemente, desejando que ele não tivesse tanta boa vontade em divulgar aquela informação.


—Mas, Mackenzie disse, interrompendo antes Harrison pudesse continuar, —nós, claro, não podemos fazer quaisquer afirmações sólidas sobre uma conexão sem uma investigação completa. E é por isso que fomos chamados.


—Eu vou ajudar o quanto puder, disse Sara Lewis. Mas eu já respondi às perguntas da polícia.

–Sim, eu entendo, e eu agradeço por isso, disse Mackenzie. Eu só quero cobrir algumas coisas que eles podem ter deixado para trás. Por exemplo, você por acaso tem alguma ideia de como a sua irmã e seu cunhado estavam financeiramente?


Ficou claro que Sara pensava que era uma pergunta estranha, mas ela fez o seu melhor para responder. Ok, suponho que sim. Josh tinha um bom emprego e eles realmente não gastavam muito dinheiro. Julie, às vezes, me repreendia, por gastar muito levianamente. Quero dizer, eles certamente não eram ricos… não pelo que eu sei. Mas viviam bem.


—Agora há pouco, um vizinho nos disse que Julie gostava de desenhar. Era apenas um hobby ou estava ganhando dinheiro com isso?

–Mais hobby, disse Julie. Era muito boa, mas sabia que não era nada de espetacular, sabe?

–E seus ex-namorados? Ou talvez ex-namoradas de Josh?


—Julie teve alguns, mas nenhum deles causou problemas. Além disso, todos eles vivem do outro lado do país. Eu sei que dois deles são casados. Quanto ao Josh, eu não acho que haveria qualquer ex envolvida. Quero dizer… inferno, eu não sei. Eles eram apenas um ótimo casal. Estavam realmente bem juntos—repugnantemente fofos em público. Esse tipo de casal.


A visita parecia muito breve para acabar, mas Mackenzie tinha apenas uma outra rota para perseguir e não tinha certeza de como se referir a ela sem ser repetitiva. Ela pensou nas estranhas transações no talão de cheques dos Sterlings, ainda incapaz de entendê-las.


Provavelmente nada, pensou. Pessoas usam seus talões de cheques de forma diferente, é só isso. Ainda assim, vale a pena analisar.


Pensando nas abreviaturas que ela tinha visto no talão de cheques dos Sterlings, Mackenzie continuou. Quando abriu a boca para falar, ela ouviu o telefone de Harrison vibrando no bolso dele. Ele rapidamente verificou a tela, em seguida, ignorou a chamada. Desculpem-me, disse ele.


Ignorando a perturbação, Mackenzie perguntou: —Você por acaso sabe se Julie ou Josh estavam envolvidos com qualquer tipo de organização ou talvez até mesmo clubes ou academias? O tipo de lugar em que eles rotineiramente pagariam taxas?


Julie pensou sobre isso por um momento, mas balançou a cabeça. Não que eu saiba. Como eu disse… eles realmente não gastavam muito dinheiro. A única taxa mensal que eu sei que Julie pagava, fora as contas, era a sua conta do Spotify, e isso custa apenas dez dólares.


—E você tem sido contatada por alguém, como um advogado, sobre o que aconteceu com as finanças deles? Perguntou Mackenzie. Sinto muito por perguntar isso, sei que posso estar pressionando.


—Não, ainda não, disse ela. Eles eram tão jovens, eu não sei mesmo se eles tinham um testamento. Merda… Eu acho que tenho que olhar tudo isso, não é?


Mackenzie ficou de pé, incapaz de responder à pergunta. Mais uma vez obrigada por falar conosco, Sara. Por favor, se você pensar em algo mais em relação às perguntas que eu lhe fiz, eu agradeceria se puder me ligar.


Com isso, ela entregou Sara um cartão de visita. Sara pegou o cartão e o guardou enquanto os levava até a porta. Não estava sendo rude, mas estava claro que ela queria que eles fossem embora o mais rápido possível.


Com a porta fechada atrás deles, Mackenzie encontrou-se de pé na varanda de Sara com Harrison. Ela considerou corrigi-lo rapidamente por ter deixado Sara saber que houve mais assassinatos e que poderiam estar relacionados com o assassinato de sua irmã. Mas tinha sido um erro motivado pela sinceridade, algo que ela tinha feito uma ou duas vezes no começo. Então, ela deixou isso passar.


—Posso te perguntar uma coisa? Perguntou Harrison.

–Claro, disse Mackenzie.


—Por que você estava tão focada nas finanças? Isso tem algo a ver com o que você viu na casa dos Sterlings?


—Sim. É apenas um palpite por enquanto, mas algumas das transações estavam–

O telefone de Harrison começou a vibrar novamente. Ele pegou-o do bolso com um olhar envergonhado em seu rosto. Ele verificou a tela, quase ignorando-a, mas em seguida, manteve o objeto nas mãos enquanto eles caminhavam de volta para o carro.


—Desculpe-me, eu tenho que atender, disse ele. É minha irmã. Ela ligou enquanto estávamos lá dentro, também. O que é estranho.


Mackenzie não lhe deu tanta atenção ao entrar no carro. Ela mal estava ouvindo o final da conversa de Harrison quando ele começou a falar. No entanto, até o momento em que ela puxou o carro de volta para a rua, ela podia dizer pelo seu tom de voz que algo estava muito errado.


Quando ele terminou a chamada, havia uma expressão de choque em seu rosto. Seu lábio inferior tinha uma espécie de curva, algo entre uma careta e um franzir de rosto.

Назад Дальше