- Qualquer um poderia ter feito aquilo - ele disse e se afastou.
- Você é o tira mais bem vestido que eu conheço,- ela disse, - e o mais entusiasmado, e você sempre me faz sorrir com seu jeito positivo.
- Mesmo?
- Claro - ela insistiu. – Eu fico muito presa nos meus pensamentos. Poderia ficar lá por semanas. Você me faz sair da minha bolha e me sentir como mulher.
Ela o beijou nos lábios.
Ramirez abaixou a cabeça.
- Obrigado - ele disse. – Sério, obrigado. Isso significa muito para mim. Estou bem. Só me dê um minuto, ok? Só preciso terminar esse copo e pensar sobre algumas coisas.
- Claro - ela respondeu.
O bar estava ainda mais cheio do que quando eles chegaram. Avery olhou para as pessoas. Thompson e Jones haviam ido embora. Finley estava jogando sinuca. Havia um casal de agentes que ela reconheceu do escritório, mas ninguém que ela quisesse mesmo conversar. Dois homens bem vestidos acenaram para ela e apontaram para alguns drinks. Ela balançou a cabeça.
Imagens apareceram em sua mente: as mãos de Desoto em seu pescoço, e a mulher no barco com a sombra misteriosa e a estrela.
Avery pediu outra bebida e encontrou uma mesa vazia perto dos fundos. Para qualquer pessoa que olhasse, ela sabia que pareceria louca: uma mulher sozinha, com o rosto machucado, mãos na mesa em volta da bebida e os olhos focados no nada, enquanto, por dentro, pensava em tudo o que acontecera no dia e tentava achar conexões.
Desoto, nada.
Os pais, nada.
Amigos? Avery se deu conta de que precisaria segui-los em algum momento, provavelmente logo.
Por que o assassino desenhou uma estrela? Ela tentou imaginar.
Ela pensou sobre o apartamento onde o assassinato aconteceu, os livros, as roupas no cesto e o tapete faltando. Ele é grande, ela pensou, e forte, e ele definitivamente tem algo no ombro. As câmeras estavam inativas, o que significa que ele também é dissimulado. Teve treinamento militar? Talvez.
Ela pensou por outro ângulo.