Se Ela Soubesse - Блейк Пирс 5 стр.


Isso facilitou para que ela lhe contasse sobre o assassinato de Julie Hicks ─ a filha da sua amiga Deb Meade. Ela discorreu a conversa na casa dos Meade e como eles pareciam ter certeza. Então, ela descreveu novamente a cena na varanda de Neilbolt, explicando como ela havia começado se defendendo e, então, admitiu ter levado as coisas um pouco longe.

Em algumas ocasiões, ela recebeu uma risada leve de Logan, Duran, no entanto, permaneceu quase sempre sem expressão. Quando ela acabou, ela esperou pela reação dele e ficou confusa quando tudo o que ela recebeu dele foi um sacudir de ombros.

“Olhe... no que me diz respeito,” ele disse, “isso nem é um problema. Embora você possa ter metido o nariz onde não foi chamada, esse cara não tinha que colocar as mãos em você ─ especialmente depois de você dizer a ele que é uma antiga FBI. Foi estúpido da parte dele. A única coisa pela qual eu levantaria a sobrancelha é por você ter colocado algemas nele.”

“Como eu disse... eu admiti que fui um pouco pela borda afora.”

“Você?” Logan perguntou com uma surpresa falsa. “Não!”

“O que você sabe sobre o caso?” perguntou Duran.

“Só que ela foi assassinada na casa dela enquanto o marido estava fora a negócios. O ex-namorado era a única pista real e os policiais o liberaram de maneira bem rápida. Mas eu realmente descobri depois que o álibi dele estava OK.”

“Nada além disso?” perguntou Duran.

“Nada que me contaram.”

Duran assentiu e então deu um sorriso cordial. “Então, além de jogar marmanjos das varandas, como vai a aposentadoria?”

“Um inferno,” ela admitiu. “Foi ótimo pelas primeiras poucas semanas, mas ficou velho rápido. Eu sinto falta do meu trabalho. Eu comecei a ler uma quantidade insana de livros de crimes reais. Estou assistindo programas demais sobre crimes no Biography Channel.”

“Você ficaria surpresa com o quão frequentemente nós escutamos isso de agentes nos seus primeiros doze meses após a aposentadoria. Alguns deles ligam implorando por trabalho. Qualquer coisa que tivermos. Mesmo papelada de escutas.”

Kate disse nada, mas assentiu para sinalizar que ela se identificava.

“Mas ainda sim, você não ligou,” disse Duran. “Para ser sincero, eu esperava que você o fizesse. Eu não achei que você pudesse largar tão facilmente. E esse pequeno incidente mostra que eu estou certo.”

“Com todo o respeito,” disse Kate, “você me chamou aqui para me dar uma bronca por isso tudo ou para esfregar meu nariz no fato de eu não poder superar meu antigo emprego?”

“Nenhum dos dois,” disse Duran. “Eu estava olhando nos meus arquivos ontem depois que recebi a ligação de Richmond. Notei que você foi chamada para testemunhar em uma audição de liberdade condicional. Correto?”

“Sim. É para o caso Mueller. Homicídio duplo.”

“É a primeira vez que você foi contatada sobre trabalho desde que você se aposentou?”

“Não,” ela disse bem certa de que ele já sabia a resposta. “Eu tive um assistente de um agente me ligando cerca de dois meses depois de eu ter saído me fazendo perguntas sobre um caso frio que eu trabalhei lá em 2005. Alguns dos caras no registro e a pesquisa também entraram em contato sobre minha metodologia em casos antigos também.”

Duran assentiu e reclinou um pouco na sua cadeira. “Você também deveria saber que nós temos instrutores na academia usando alguns dos seus trabalhos como exemplos para o curso. Você deixou uma marca aqui no FBI, Agente Wise. E honestamente, eu estava mais esperando que você fosse um desses agentes ligando para ver o que você poderia fazer mesmo depois de ter aposentado.”

“Você está dizendo que quer que eu comece a auxiliar em alguns casos, então?” perguntou Kate. Ela fez seu melhor para manter o tom esperançoso fora da sua voz.

“Bem, não é exatamente isso. Nós estávamos pensando em talvez trazer de volta um agente ou dois com um histórico excepcional para trabalhar em casos frios. Nada em longo prazo ou em tempo integral, a propósito. E quando nós discutimos isso, seu nome foi o único que continuava surgindo uníssono. Agora, antes que você fique muito animada, saiba que não é uma coisa imediata. Ainda queremos que você relaxe. Tire um tempo de folga. Um tempo de folga de verdade.”

“Eu posso fazer isso,” disse Kate. “Obrigada.”

“Não me agradeça ainda,” disse Duran. “Pode demorar alguns meses. E temo que eu tenha que retirar a oferta se você voltar para casa e começar a bater em homens muito mais novos que você nas varandas deles.”

“Eu acho que posso me controlar,” disse Kate.

Novamente, Logan não conseguiu se conter e deixou escapar uma risada abafada por trás dela.

Duran pareceu tão impressionada quanto ao se por de pé.

“Agora… se você realmente for auxiliar, temo que teremos que revisitar algumas das partes menos espetaculares do trabalho.”

Assumindo que ele queria dizer burocracia, Kate suspirou. “Formulários? Documentos?”

“Ah, não, nada do tipo,” disse Duran. “Eu agendei uma reunião para executar isso. Descobri que seria a melhor maneira de manter todos os canais atualizados.”

“Ah, odeio reuniões.”

“Ah, eu sei,” disse Duran. “Eu me lembro. Mas ei… que melhor maneira de dar as boas vindas?”

Logan riu atrás dela enquanto se levantavam e seguiram Duran para fora do escritório. Para Kate, tudo isso parecia estranhamente familiar.

***

Realmente, acabou não sendo uma reunião ruim. Havia apenas três outras pessoas esperando por eles na pequena sala de conferências no fim do corredor. Duas delas eram agentes, um homem e uma mulher. Pelo que Kate conseguia perceber, ela não havia encontrado nenhum dos dois anteriormente. O terceiro era um homem que parecia vagamente familiar; ela estava bem certa de que o último nome dele era Dunn. Quando Duran fechou a porta atrás deles, um dos agentes ficou de pé e estendeu a mão instantaneamente.

“Agente Wise, estou muito contente em conhecê-la,” ele disse.

Ele tomou sua mão desajeitadamente e a apertou. Ao fazê-lo, o agente pareceu perceber que ele fez um pequeno espetáculo.

“Desculpem-me,” ele disse soba respiração ao retornar rapidamente para o seu assento.

“Tudo bem, Agente Rose,” disse Duran enquanto tomava o lugar na cabeceira da mesa. “Você não é o primeiro agente a ser deixado no chão pela presença da quase legendária Agente Wise.” Ele disse isso com um pouco de sarcasmo e um sorriso fino na direção de Kate.

O homem que ela pensou se chamar Dunn destacava-se dos outros dois ─ ambos agentes claramente mais novos. Ele era algum tipo de supervisor; era claro desde a expressão estoica até o terno delicadamente passado.

“Agente Wise,” disse Duran, “estes dois agentes são a Agente Rose e a Agente DeMarco. Elas são parceiros a cerca de sete meses, mas apenas porque eu e o Diretor Assistente Dunn tivemos problemas em encontrar um lugar para eles. Ambos vem com um conjunto único pontos fortes. E se você acabar por liderar o caso em Richmond, uma delas provavelmente vai ser enviada para trabalhar com você.”

Agente Rose ainda parecia sem jeito, mas recusou quebrar sua concentração. Kate conseguia lembrar a última vez que alguém estivera tão visivelmente abalado ao conhecê-la. Foi em algum momento próximo ao seu último ano da carreira quando alguém de Quantico acabou trabalhando com ela por um dia no laboratório. Foi humilhante, mas também um pouco decepcionante.

“Eu deveria acrescentar,” disse o Diretor Assistente Dunn, “que o Vice Diretor Duran e eu somos quem moveram esse programa para trazer agentes recém-aposentados de volta. Eu não sei se ele contou para vocês ainda, mas seu nome foi o primeiro a vir à tona.”

“Sim,” concordou Duran, “Não é preciso dizer, nós realmente agradeceríamos se vocês mantivessem isso por baixo dos panos por enquanto. E, é claro, superem as expectativas.”

“Eu darei meu melhor,” disse Kate. Ela estava começando a entender que agora havia um pouco de pressão sendo aplicada. Não que ela se importasse, realmente. Ela normalmente operava melhor sob pressão.

“Excelente,” disse Duran. “Por hora, você quer repassar os detalhes desse caso da maneira que você os vê?”

Kate assentiu e instantaneamente caiu de volta no seu antigo papel. Era como se ela não tivesse perdido um dia, muito menos um ano. Ao informá-los o que estava acontecendo em Richmond e como ela se envolveu, a Agente Rose e a Agente DeMarco mantiveram contato visual direto com ela, talvez a estudando para ver como eles poderiam trabalhar ao lado dela.

Mas ela não deixou que isso a distraísse. Enquanto passava pelos detalhes, ela sentia como se tivesse voltado no tempo.

E era muito superior ao presente que ela vinha vivendo.

CAPÍTULO SETE

Três horas depois, Kate e Logan estavam sentando em uma mesa do lado de fora embaixo de uma marquise em um pequeno restaurante italiano. Logan estava comendo um sanduíche de carne enquanto Kate estava comendo uma salada de macarrão e desfrutando de uma taça de vinho branco. Ela não bebia frequentemente e quase nunca antes das cinco da tarde, mas era uma ocasião especial. Mesmo a mera ideia de uma realidade onde ela pudesse, uma vez mais, se tornar ativa no FBI era causa para celebração.

“Então, em que tipos de casos vocês estão trabalhando agora?” perguntou Kate.

“Todas as coisas que iriam entediá-la, tenho certeza,” ele disse. Mas ela sabia que ele a diria, ele a diria por que ele amava o trabalho tanto quanto ela.

“Tentando pegar alguns estelionatários que vem adulterando caixas eletrônicos principalmente. Estou meio que trabalhando em parceria com alguns outros agentes no que pode ser um circuito de prostituição em Georgetown, mas é só isso.”

“Eca,” disse Kate.

“Falei. Entediante.”

“Então, muito longe desses casos frios que Duran comentou? O que você sabe sobre eles? Por quanto tempo esse pequeno projeto paralelo vem cozinhando?”

“um tempo, eu acho. Eu só fui colocado no meio há duas semanas. Duran e alguns dois outros tipos por trás dos bastidores, estiveram perguntando sobre alguns dos casos que nós trabalhamos que nunca foram solucionados. Não procurando pela metodologia ou algo assim, apenas perguntando por detalhes e velhos arquivos de casos.”

“E eles não deram motivos a vocês?”

“Não. E... espero, por que você parece suspeita? Eu pensei que você pularia de cabeça nessa oportunidade.”

“Ah, eu planejo isso. Mas me faz imaginar se tem algum caso frio em particular no qual eles estejam mais interessados. Alguma coisa deve ter estimulado esse interesse repentino por casos frios. Eu duvido seriamente que seja apenas para que Duran possa encontrar algum jeito de me trazer de volta.”

“Eu não sei,” disse Logan. “Você ficaria surpresa. Sua falta foi sentida por aqui. Alguns dos agentes mais novos ainda falam de você como se fosse algum tipo de personagem mitológico.”

Ela ignorou o elogio, ainda presa no fluxo dos pensamentos. “Além disso, porque ele me chamaria apenas para me trazer de volta, dizendo que ele queria que eu tirasse mais algum tempo de folga antes de começar? Isso me faz imaginar se a razão real por trás disso ainda não está concreta.”

“Bem, você sabe,” disse Logan. “Baseado na maneira na qual você está pensando exageradamente sobre isso tudo, talvez ele esteja certo. Relaxe, Kate. Como ele disse... há toneladas de agentes aposentados que morreriam por essa chance. Então, sim, volte para casa. Relaxe. Não faça absolutamente nada.”

“Você me conhece bem o suficiente para saber que não sou assim,” ela disse. Ela deu um gole do vinho, pensando que talvez ele estivesse certo. Talvez ela devesse apenas se regozijar na alegria de voltar para o trabalho... ou algo assim.

“Aposentadoria não muda isso, né?” perguntou Logan.

“Não. Se altera alguma coisa, deixa pior. Eu não consigo ficar quieta. Odeio uma cabeça ociosa. Palavras cruzadas e tricô não vão aliviar isso. Talvez lá no fundo Duran soubesse que eu estou muito jovem para ser colocada para fora do pasto.”

Logan sorriu e balançou a cabeça. “si, mas a grama nesses pastos é bem viçosa e verde.”

“Pois é, e tem cocô de vaca para todo lado.”

Logan suspirou enquanto dava a última mordida no seu almoço. “OK,” ele disse. “Alguns de nós precisam voltar para o trabalho.”

“Golpe baixo,” ela disse, dando o último gole do vinho.

“Então, o que você vai fazer?” ele perguntou. “Voltar para casa?”

Ela honestamente não sabia ainda. Parte dela queria continuar em DC apenas por ficar. Talvez ela fizesse compras ou saísse para seu lugar favorito no National Mall e apenas sentar para refletir. Era certamente um dia maravilhoso para isso.

Mas então, novamente, ela também queria voltar para casa. Embora ela tivesse eliminado em termos de Brian Neilbolt, o fato de que alguém havia matado Julie Meade continuava. E parecia que a polícia estava perdida até agora.

“Não tenho certeza,” ela disse. “Eu posso ficar por aqui na cidade um pouco, mas eu provavelmente voltarei para casa antes que a noite caia.”

“Se você mudar de ideia, me ligue. Foi muito bom ver você, Kate.”

Eles pagaram as contas e saíram da mesa após um breve abraço. Mesmo antes de Kate sair, sua mente parecia ter emperrado em um pensamento em particular, um que havia saído do nada, parecia.

Julie foi assassinada na casa dela, enquanto seu marido estava fora da cidade. Se houve uma invasão de algum tipo, ninguém mencionou para mim. Nem a polícia enquanto eu estava sendo repreendida, nem Debbie ou Jim. Se houvesse alguma invasão, alguém imaginaria que isso teria sido mencionado.

Isso a fez cogitar... o assassino entrou na casa porque ele foi convidado? Ou ele talvez soubesse pelo menos onde a chave reserva ficava escondida?

Essas questões resolveram o assunto. Uma vez que ela deixasse a sua taça de vinho seguir seu curso, ela dirigiria de volta para Richmond. Ela prometera ao Diretor Assistente Duran que ela não daria uma surra em mais ninguém.

Mas ela não disse nada sobre investigar.

É claro, o funeral viria primeiro. Ela daria seus pêsames e faria o melhor para Deb amanhã. E depois disso, ela voltaria para seu papel ─ talvez com um pouco mais de animação do que ela poderia admitir.

CAPÍTULO OITO

Na tarde seguinte, Kate estava de pé na fileira de enlutados enquanto a família Meade e seus amigos mais íntimos se reuniam no cemitério. Ela ficou com sua pequena turma do café ─ Clarissa e Jane vestindo preto e parecendo genuinamente entristecidas ─ que tinham conseguido dar os pêsames para Debbie mais cedo na manhã. Debbie parecia estar indo muito melhor do que estava no dia que pediu a Kate para investigar o assassinato. Ela chorava abertamente e liberou um único gemido de angústia, mas ela ainda estava presente. Jim, por outro lado, parecia um homem despedaçado. Um homem que iria para casa e pensaria longa e intensamente sobre como algumas vezes a vida não era nem um pouco justa.

Kate não podia deixar de pensar na própria filha. Ela sabia que precisaria ligar para Melissa quando o funeral acabasse. Ela não conhecia Julie Meade muito bem, mas baseado nas conversas que ela tivera com Debbie, Kate assumiu que ela tinha mais ou menos a mesma idade de Melissa.

Ela escutou o pastor percorrer passagens bíblicas familiares. Embora seus pensamentos estivessem com Debbie. Eles também estavam levemente obcecados sobre como isso poderia ter acontecido. Ela não veio e frente e perguntou diretamente se houve alguma invasão desde que voltou de DC, mas manteve os ouvidos abertos. Ela notou que nem Jane nem Clarisse também nunca mencionaram uma invasão. E isso era estranho porque Clarissa, de alguma forma, tinha um jeitinho para saber tudo o que acontecia graças ao seu faro para fofoca.

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