Abatidos - Блейк Пирс 2 стр.


“Oh, uau! Já ouvi falar muito bem desse lugar!”

Agora chegara a vez de Blaine Hildreth sorrir.

“Obrigado,” Disse a Liam. “Eu sou o Blaine. O dono do restaurante.”

Liam riu-se.

“Que fixe!” Disse ele.

“Venham daí, vamos embora,” Disse Riley.

*

Um pouco mais tarde, Riley já desfrutava de um delicioso jantar com April, Jilly, Blaine, Crysral e Liam. Estavam todos no pátio do Blaine’s Grill a aproveitar o magnífico tempo e a fantástica comida.

Riley estava a falar sobre xadrez com Liam, discutindo táticas de planeamento. Estava impressionada com os conhecimentos que ele tinha do jogo. Interrogou-se como se sairia num jogo contra ele. E apercebeu-se de que provavelmente perderia. Ela era uma boa jogadora, mas ele já era o capitão da equipa de xadrez da escola e ainda era segundanista. Para além disso, tinha tido poucas oportunidades de jogar ultimamente.

Ele deve ser muito bom, Pensou Riley.

Este pensamento agradou-lhe. Riley sabia que April era mais inteligente do que se apercebia e era bom ter um namorado que a desafiasse.

Enquanto ela e Liam conversavam, Riley começou a interrogar-se até onde as coisas entre ele e April chegariam. Faltavam apenas dois meses para o fim do ano letivo. Será que se separariam e perderiam o interesse um no outro? Riley esperava que não.

“O que é que vais fazer este verão, Liam?” Perguntou Riley.

“Vou para o campo de xadrez,” Disse Liam. “Na verdade, vou ser treinador júnior. Tenho tentado convencer a April a vir também.”

Riley olhou para April.

“Porque é que não vais April?” Perguntou.

April corou novamente.

“Não sei,” Disse ela. “Estava mais a pensar em ir para o campo de futebol. É capaz de ser mais a minha linha. Provavelmente o campo de xadrez é demasiado para mim.”

“Oh, não, não será!” Disse Liam. “Haverá jogadores de todos os níveis – incluindo alguns que só agora estão a aprender o jogo como tu. E é aqui mesmo em Fredericksburg por isso, nem tinhas que sair de casa.”

“Vou pensar nisso,” Disse April. “Neste momento só me quero concentrar nas minhas notas.”

Riley ficou feliz por Liam não estar a distrair April da escola. Ainda assim, Riley gostava que ela fosse para o campo de xadrez. Mas sabia que não devia insistir porque isso a converteria numa “mãe tótó”. O melhor era deixar Liam convencê-la.

De qualquer das formas, Riley estava contente por ver April tão feliz. Às vezes April parecia tão adulta com o seu cabelo negro e olhos de avelã como Riley. Riley lembrava-se que escolhera o nome de April por causa do seu mês preferido. E era o seu mês favorito por dias como aquele.

Blaine olhou para Riley.

Ele disse, “Então, conta-nos sobre o prémio que vais receber amanhã, Riley.”

Agora era Riley que corava um pouco.

“Não é nada de especial,” Disse ela.

Jilly protestou.

“Mas é especial!” Disse Jilly. “Chama-se Prémio de Perseverança e ela vai recebê-lo por causa daquele caso antigo que resolveu. O chefe do FBI vai-lhe entregar.”

Os olhos de Blaine dilataram-se.

“Queres dizer o próprio Diretor Milner?” Perguntou.

Agora Riley estava a sentir-se estranha.

Riu-se nervosamente.

“Não é tão impressionante como parece,” Disse ela. “A viagem até Quantico não é muito longa. Ele trabalha em DC, sabem.”

Blaine ficou impressionado.

Jilly disse, “Blaine, eu e a April vamos vê-la a recebê-lo. Tu e a Crystal também deviam vir.”

Blaine e Crystal disseram que gostariam muito de ir.

“Ok então,” Disse Riley, ainda a sentir-se envergonhada. “Espero que não se aborreçam. De qualquer das formas, não é o acontecimento principal de amanhã. A Jilly é a estrela ba peça da escola amanhã à noite. Isso é muito mais impressionante.”

Agora era Jilly que enrubescia.

“Eu não sou a estrela, mãe,” Disse.

Riley riu-se da súbita timidez de Jilly.

“Bem, vais representar um dos papéis principais. És Perséfone numa peça chamada Demeter e Perséfone. Porque é que não nos contas a história?”

Jilly começou a contar a história do mito Grego – primeiro timidamente, depois mais entusiástica à medida que avançava. Riley sentiu-se embevecida. Uma das suas meninas estava a aprender a jogar xadrez; e a outra estava entusiasmada com mitologia Grega.

As coisas parecem estar a melhorar, Pensou.

Os seus esforços ao nível do casamento e da família eram atribulados. Recentemente errara ao tentar reintroduzir o seu ex-marido na sua vida e na vida das miúdas. Ryan provara, para variar, ser incapaz de se comprometer.

Mas agora?

Riley olhou para Blaine e percebeu que ele já estava a olhar para ela. Ele sorria e ela devolveu-lhe o sorriso. Havia definitivamente uma faísca entre eles. Até tinham dançado e beijado num encontro no mês anterior – o seu único encontro a dois até à data. Mas Riley encolhia-se por dentro ao lembrar-se na forma estranha como o encontro tinha terminado – com ela a correr para trabalhar num caso.

Blaine parecia ter-lhe perdoado.

Mas qual o destino do que se passava entre eles?

Mais uma vez, Riley foi assolada por uma escuridão que espreitava dentro de si.

Mais cedo ou mais tarde, esta feliz ilusão de família e amizade poderia dar lugar à realidade do mal – a crime e crueldade e monstros humanos.

E ela tinha um pressentimento que tal não demoraria muito a suceder.

CAPÍTULO DOIS

Sentada na fila da frente do auditório em Quantico, Riley sentia-se muito pouco à vontade. Enfrentara inúmeros assassinos cruéis sem nunca perder a sua compostura, mas naquele momento, sentia-se à beira do pânico absoluto.

O Diretor do FBI Gavin Milner encontrava-se num palanque perante o grande auditório. Ele falava da longa carreira de Riley – sobretudo do caso pelo qual era homenageada, o caso antigo do denominado “Assassino da Caixa de Fósforos”.

Riley estava impressionada pela distinta voz de barítono do diretor. Falara poucas vezes com o Diretor Milner, mas gostava dele. Era um homem pequeno e bem vestido com um bigode impecável. Riley imaginava-o mais como o reitor de uma escola de belas-artes do que como o responsável pela principal organização policial de elite do país.

Riley não estava a ouvir as palavras que ele proferia muito bem. Estava demasiado nervosa e inibida. Mas agora que parecia aproximar-se do fim do discurso, Riley ouviu-o com mais atenção.

Milner disse, “Todos conhecemos a coragem, inteligência e elegância sobre pressão da Agente Especial Riley Paige. Foi homenageada por todas essas qualidades no passado, mas hoje estamos aqui para a homenagear por algo diferente – a sua tenacidade indómita, a sua determinação em não deixar a justiça em mãos alheias. Graças aos seus esforços, um assassino que matou três vítimas há vinte e cinco anos foi finalmente apanhado. Todos lhe devemos estar gratos pelo seu serviço – e pelo seu exemplo.”

Ele sorriu, olhando diretamente para Riley. Pegou na caixa com o prémio.

É a minha deixa, Pensou Riley.

As suas pernas estavam trémulas quando se levantou e se começou a encaminhar para o palco.

Postou-se ao lado do palanque e Milner pendurou-lhe a Medalha de Perseverança ao pescoço.

Era incrivelmente pesada.

Estranho, Pensou Riley. As outras não eram assim.

Ela já recebera três outros prémios ao longo dos anos – o Escudo de Bravura e Medalhas de Valor e Realização Meritória.

Mas esta parecia mais pesada – e diferente.

Quase parecia errado.

Riley não sabia porquê.

O Diretor do FBI Gavin Milner deu uma palmada no ombro de Riley e deu uma risada.

Disse a Riley num quase sussurro…

“Algo para acrescentar à sua coleção, eh?”

Riley riu-se nervosamente e apertou a mão ao diretor.

As pessoas que se encontravam no auditório aplaudiram.

Rindo e sussurrando novamente, o Diretor Milner disse, “Chegou o momento de enfrentar o seu público.”

Riley virou-se e sentiu-se avassalada pelo que viu.

Estavam mais pessoas no auditório do que pensara. E cada rosto era familiar – um amigo, um membro da família, um colega ou alguém que ajudara ou salvara em trabalho.

Estavam todos a aplaudir de pé, sorrindo.

Riley ficou comovida.

Todos acreditam tanto em mim.

Sentiu-se grata e humilde – mas também sentiu um espasmo de culpa.

O que pensariam estas pessoas de si se tivessem conhecimento dos seus segredos mais sombrios?

Eles nada sabiam da sua atual relação com um assassino selvagem mas brilhante que fugira de Sing Sing. Certamente que não suspeitavam que ele a ajudara a resolver vários casos. E nem desconfiavam como a vida de Riley estava tão interligada à de Shane Hatcher.

Riley quase estremeceu perante este pensamento.

Não admirava que aquela medalha lhe parecesse mais pesada que as outras.

Não, eu não mereço isto, Pensou Riley.

Mas o que é que ia fazer – virar costas e devolvê-la ao Diretor Milner?

Em vez disso, conseguiu sorrir e articular algumas palavras de agradecimento. Depois retirou-se do palco.

*

Alguns momentos mais tarde, Riley já se encontrava numa grande sala com bebidas repleta de pessoas. Parecia que a maioria das pessoas que se encontravam no auditório, também ali estavam. Ela era o centro de um rodopio de atividadejá que toda a gente, à vez, a queria cumprimentar. Riley estava grata pela presença estabilizadora do Diretor Milner mesmo a seu lado.

Na primeira vaga de cumprimentos vinham os colegas – agentes de campo, especialistas, administradores e pessoal do escritório.

A maioria estava visivelmente feliz por ela. Por exemplo, Sam Flores, o responsável pela equipa de análise técnica de Quantico, lançou-lhe um sorriso sincero e ergueu os polegares na sua direção.

Mas Riley também tinha a sua conta de inimigos e também eles ali estavam. A mais nova era Emily Creighton, uma agente inexperiente que gostava de se considerar a rival de Riley. Riley chamara-lhe a atenção para um erro de novata há alguns meses atrás e Creighton ficara ressentida desde então.

Quando chegou a vez de Creighton dar os parabéns a Riley, a agente mais nova forçou um sorriso de dentes cerrados, apertou-lhe a mão, murmurou “Parabéns” e afastou-se.

Aproximaram-se mais alguns colegas antes de chegar a vez do Agentes Especial Responsável Carl Walder. Infantil tanto no aspeto como no comportamento, Walder era para Riley o burocrata por excelência. Estavam sempre de candeias às avessas. Na verdade, ele já a suspendera e até já a despedira algumas vezes.

Mas naquele momento, Riley estava divertida com a sua expressão de boa vontade servil em relação a ela. Com o Diretor Milner mesmo ao lado de Riley, Walder não se atrevia a mostrar nada que não fosse respeito fingido.

A sua mão estava fria e húmida ao apertar a dela, e Riley reparou em gotas de suor na sua testa.

“Uma homenagem bem merecida, Agente Paige,” Disse ele com uma voz trémula. “Sentimo-nos honrados por tê-la connosco.”

Depois Walder apertou a mão ao Diretor do FBI.

“Que honra juntar-se a nós, Diretor Milner,” Disse Walder.

“O prazer é todo meu,” Disse o Diretor.

Riley observou o rosto do Diretor. Teria ela notado num ligeiro sorriso afetado ao dirigir-se a Walder? Não tinha a certeza. Mas Riley sabia que Walder não era benquisto no Bureau, nem pelos seus subordinados, nem pelos seus superiores.

Depois do último dos seus colegas de Quantico a cumprimentar, a nova vaga de cumprimentos despoletaria emoções poderosas em Riley. Eram pessoas que conhecera quando trabalhava – familiares de vítimas ou pessoas que evitara se tornassem vítimas. Riley não esperava vê-las ali, sobretudo não esperava ver tantas.

O primeiro era um homem idoso e frágil que Riley salvara de uma envenenadora louca em janeiro. Pegou na mão de Riley com as suas e em lágrimas disse, “Obrigado, obrigado, obrigado,” Vezes sem conta.

Riley não conseguiu evitar chorar.

Depois vieram Lester e Eunice Pennington e a sua filha adolescente, Tiffany. Em fevereiro, a irmã mais velha de Tiffany, Lois, fora assassinada por um louco. Riley não via os Pennington desde que resolvera o caso e mal conseguia acreditar que estavam ali. Recordava-os como estando perturbados, mas agora sorriam por entre as lágrimas, felizes por Riley e gratos por, através dela, se ter feito justiça.

Ao trocar emocionados apertos de mão com eles, interrogou-se qual seria a sua capacidade de resistência antes de desatar a fugir da sala em lágrimas.

Por fim veio Paula Steen, a mãe idosa de uma rapariga assassinada há vinte e cinco anos no caso pelo qual Riley estava a ser homenageada naquele dia.

E naquele momento, Riley sentiu-se verdadeiramente esmagada.

Ela e Paula tinham estado em contacto durante muitos anos, falando ao telefone a cada aniversário da morte da filha.

A presença de Paula ali apanhou Riley completamente desprevenida.

Apertou as mãos de Paula tentando não se ir abaixo de forma incontrolável.

“Paula, obrigada por vir,” Conseguiu articular por entre as lágrimas. “Espero que possamos continuar em contacto.”

O sorriso de Paula era radiante e não chorava.

“Oh, eu continuo a ligar uma vez por ano, eu prometo,” Disse Paula. “Pelo menos enquanto estiver neste mundo. Agora que apanhou o assassino da Tilda, sinto-me preparada para seguir em frente – juntar-me a ela e ao meu marido. Estão à minha espera há muito tempo. Muito obrigada.”

Riley sentiu uma dor súbita dentro de si.

Paula estava a agradecer-lhe pela paz que agora sentia – agradecia-lhe por lhe permitir morrer por fim.

Era demasiado para Riley processar.

Não conseguia falar.

Em vez disso, beijou Paula na bochecha desajeitadamente e a mulher mais velha afastou-se.

Agora as pessoas começavam a dispersar e a sala estava menos povoada.

Mas quem mais lhe interessava ainda lá estava. Blaine, Crystal, Jilly, April e Gabriela estavam próximos sempre a observá-la. Riley sentiu-se especialmente bem com o olhar de orgulho que Gabriela mostrava.

Também viu que as miúdas sorriam, enquanto a expressão de Blaine era de admiração assombrada. Riley esperava que toda aquela cerimónia não o tivesse intimidado ou assustado.

Agora vinham na sua direção três pessoas cujos rostos ficou especialmente feliz por ver. Um era o seu parceiro de longa data, Bill Jeffreys. Ao lado dele estava Lucy Vargas, uma jovem agente promissora que via em Riley uma mentora. E ao lado dela estava Jake Crivaro.

Riley ficou surpreendida por ver Jake. Ele fora seu parceiro há muitos anos e já se aposentara. Ajudara-a no caso do assassino da caixa de fósforos, um caso que o assombrara durante anos.

“Jake!” Disse Riley. “O que é que estás aqui a fazer?”

O homem baixo soltou um riso áspero.

“Ei, que raio de boas-vindas são essas?”

Riley riu-se e abraçou-o.

“Sabes a que me referia.” Disse ela.

Depois de tudo terminado, Jake fora para o seu apartamento na Flórida. Mas Riley estava feliz por ele estar de volta, mesmo que muito mais cedo do que ela esperara.

“Não perderia isto por nada no mundo,” Disse Jake.

Riley sentiu invadir-se novamente por uma onda de culpa ao abraçar Bill.

“Bill, Jake – isto não é justo.”

“O que é que não é justo?” Perguntou Bill.

“Eu receber este prémio. Vocês os dois trabalharam tanto quanto eu.”

Chegara a vez de Lucy abraçar Riley.

“É claro que é justo,” Disse Lucy. “O Diretor Milner mencionou-os. Também lhes deu mérito.”

Bill anuiu e disse, “E nos nunca teríamos feito nada se não fosse a tua teimosia em reabrir o caso.”

Riley sorriu. É claro que era verdade. Ela reabrira o caso quando mais ninguém pensaria que fosse possível resolvê-lo.

De repente, Riley sentiu uma nova onda de confusãosobre o que tinha acontecido.

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