Antes Que Ele Sinta - Блейк Пирс 2 стр.


Era minimamente decorado, apenas com sua mesa, uma lâmpada de assoalho, uma pequena estante e duas cadeiras em frente à mesa. Um grande quadro branco com marcações de calendário estava pendurado na parede. Ela estava encarando o calendário enquanto dava um intervalo entre responder e-mails e fazer ligações em sua tentativa de encontrar detalhes sobre um caso em particular.

Era um caso antigo… um caso ligado ao único cartão de visitas que ela tinha no calendário do quadro branco, pendurado ali por um imã.

Antiguidades Barker

Era o nome de uma empresa que, aparentemente, nunca existiu.

Quaisquer linhas de investigação que surgiram, geralmente, foram frustradas logo em seguida.  O mais próximo que eles haviam chegado de algum lugar foi quando o Agente Harrison descobriu um lugar em Nova Iorque que era uma possível ligação. Mas aquilo acabou não resultando em nada além de um homem que havia vendido velhas falsificações de antiguidades em sua garagem no fim dos anos 1980.

Ainda assim, havia uma sensação de que ela estava bem perto de encontrar algum fio que a levaria às respostas que ela estava procurando—respostas a respeito da morte de seu pai e do assassinato aparentemente correlato que havia ocorrido mais cedo neste ano, apenas seis meses atrás.

Ela tentou se sustentar nessa sensação de algo estando lá fora, balançando sem ser visto, mas não obstante, de alguma forma, também bem na sua frente. Ela precisava disso em dias como hoje, nos quais ela possuía três pistas em potencial se extinguindo de súbito através de ligações telefônicas e e-mails.

O cartão de visitas havia se tornado uma peça de quebra-cabeças para ela. Ela o encarava todos os dias, tentando descobrir alguma abordagem que ela ainda não havia tentado.

Estava tão enamorada com ele que quando alguém bateu na porta de seu escritório, ela deu um pequeno sobressalto. Ela olhou para a porta e viu Ellington ali. Ele enfiou a cabeça para dentro e olhou ao redor.

“É, um ambiente de escritório continua não lhe caindo bem.”

"Eu sei," disse Mackenzie. “Eu me sinto como uma fraude. Entre.”

“Ah, eu não tenho muito tempo,” ele disse. "Estava apenas pensando se você gostaria de ir almoçar."

“Posso fazer isso," ela disse. “Encontre-me lá em baixo daqui a mais ou menos uma hora e—”

O telefone em sua mesa tocou, interrompendo-a. Ela leu o visor e viu que vinha da extensão do McGrath. "Um segundo." ela disse. “É do McGrath.”

Ellington assentiu e fez uma divertida cara sisuda.

“Aqui é a Agente White," ela disse.

“White, é o McGrath. Eu preciso vê-la no meu escritório o quanto antes a respeito de um novo caso. Reúna-se com Ellington e traga-o com você.”

Ela abriu a boca para dizer Sim senhor, mas McGrath terminou a chamada antes mesmo que ela pudesse reunir o fôlego.

“Parece que o almoço vai ter que esperar,” ela disse. “McGrath precisa nos ver.”

Eles compartilharam um olhar desconfortável enquanto o mesmo pensamento ocorria entre eles. Muitas vezes eles se perguntaram por quanto tempo seriam capazes de manter o relacionamento romântico em segredo para os colegas de trabalho, particularmente para McGrath.

"Você acha que ele sabe?" perguntou Ellington.

Mackenzie deu de ombros. "Eu não sei. Mas ele disse que ele precisa nos ver a respeito de um caso. Então, se ele realmente sabe, aparentemente, não foi o motivo por trás da ligação."

“Vamos descobrir então,” disse Ellington.

Mackenzie desconectou do seu usuário no computador e juntou-se a Ellington enquanto se dirigiam através do prédio em direção ao escritório do McGrath. Ela tentava dizer a si própria que ela realmente não se importava se McGrath tinha conhecimento sobre eles. Não era motivo para suspensão ou qualquer coisa do tipo, mas ele provavelmente nunca lhes permitiria trabalharem juntos novamente, caso ele realmente descobrisse.

Então, embora ela tentasse dar o seu melhor para não se importar, sempre havia alguma preocupação. Ela deu o seu melhor para engolir isso ao se aproximarem do escritório do McGrath, tentando andar propositalmente o mais distante de Ellington quanto possível.

***

McGrath os mirou desconfiadamente ao se sentarem nos dois assentos em frente à sua mesa. Era um assento com o qual Mackenzie estava começando a se acostumar, sentar ali e ser repreendida ou elogiada por McGrath. Ela se perguntou qual seria hoje antes que ele os entregasse a tarefa.

"Então vamos lidar com algumas questões domésticas primeiramente," disse McGrath. “Se tornou claro para mim que há algo rolando entre vocês dois. Eu não sei se é amor ou apenas uma aventura ou o quê… e, honestamente, eu não ligo. Mas esse é o único e último aviso de vocês. Se isso interferir com o trabalho de vocês, vocês nunca serão colocados como parceiros novamente. E isso seria uma maldita pena, porque vocês trabalham muito bem juntos. Estou entendido?"

Mackenzie não via sentido em negar. "Sim, senhor."

Ellington ecoou a resposta dela e ela sorriu desajeitadamente quando percebeu que ele parecia constrangido. Ela notou que ele não era do tipo que estava acostumado a ser repreendido pelos superiores.

“Agora que temos aquilo fora do caminho, vamos para o caso," disse McGrath. "Nós recebemos uma ligação do xerife de uma pequena cidade do sul chamada Stateton. Há um lar para cegos localizado lá—e isso é tudo o que há por lá, pelo que percebi. Na noite passada, uma mulher cega foi morta extremamente perto das dependências. E, apesar de isso ser certamente trágico o suficiente, é o segundo assassinato de uma pessoa cega no estado da Virgínia no prazo de dez dias. Em ambos os casos, parece haver trauma no pescoço, indicando estrangulamento, assim como irritação ao redor dos olhos."

“A primeira vítima também era membro de um lar?" perguntou Mackenzie.

“Sim, embora de um muito menor pelo que pude perceber. Foi especulado originalmente que o assassino era um membro da família, mas levou menos de uma semana para que todos fossem inocentados. Com um segundo corpo e o que parece ser um conjunto de alvos bem específico, provavelmente, não é apenas coincidência. Então vocês podem entender a urgência dessa situação, eu espero. Honestamente, eu tenho a sensação de uma cidadezinha pacata nesse caso. Não há muita gente por lá, então deve ser mais fácil encontrar um suspeito rapidamente. Eu estou atribuindo a vocês dois, porque eu espero plenamente que vocês tenham o caso fechado em quarenta e oito horas. Menos seria ainda melhor."

"O Agente Harrison não estará envolvido nesse caso?" perguntou Mackenzie. Não tendo falado com o mesmo desde o falecimento da mãe dele, ela se sentia quase culpada. Embora ele nunca tenha realmente parecido um parceiro, ela ainda o respeitava.

"O Agente Harrison foi solicitado em outro lugar," disse McGrath. "Para este caso, ele será um recurso para as suas… pesquisas, informações ágeis e coisas dessa natureza. Você está desconfortável em trabalhar com o Agente Ellington?"

"De forma alguma, senhor," ela disse, arrependendo-se de ter dito qualquer coisa.

"Ótimo. Pedirei ao recursos humanos para reservar um quarto para vocês em Stateton. Eu não sou idiota… então vou requisitar apenas um quarto. Se nada mais sair dessa pequena aventura entre vocês dois, pelo menos eu vou poupar o departamento de gastos com hospedagem."

Mackenzie não tinha certeza se era uma tentativa de McGrath com humor. Era difícil dizer, porque o homem parecia nunca sorrir.

Ao se levantarem para seguir para a tarefa, ocorreu a Mackenzie quão vaga havia sido a resposta de McGrath sobre Harrison. Ele foi solicitado em outro lugar, pensou Mackenzie. O que isso significa?

Contudo, isso não dizia respeito a ela. Ao invés de se preocupar, ela foi atribuída a um caso que McGrath estava esperando uma reviravolta rápida.  Ela já podia sentir o desafio fermentando dentro dela, impelindo-a para começar imediatamente.

CAPÍTULO DOIS

Mackenzie sentiu um calafrio passar por ela enquanto Ellington os guiava pela Rota Estadual 47, se aprofundando no coração da Virgínia rural. Virgínia rural. Alguns milharais apareceram aqui e ali, quebrando a monotonia dos extensos campos e florestas. A quantidade de milharais não era páreo para o que ela estava acostumada no Nebraska, mas a vista deles ainda a deixava um pouco apreensiva.

Felizmente, quanto mais perto eles chegavam da cidade de Stateton, menos milharais ela via. Eles foram substituídos por acres de terra recém-nivelada que foram devastados por madeireiras locais. Fazendo pesquisas sobre a área durante a viagem de quatro horas e meia, ela viu o local onde havia um distribuidor de madeira bem grande na cidade vizinha. Quanto à cidade de Stateton, entretanto, havia o Lar para Cegos Wakeman, umas poucas lojas de antiguidade e quase mais nada.

"Esses arquivos do caso lhe dizem alguma coisa da qual eu ainda não esteja a par? É difícil ler o fluxo constante de e-mails daqui do banco do motorista."

"Nada na verdade," ela disse. "Parece que vamos ter que passar pelos mesmos procedimentos de sempre. Visitar as famílias, o lar para cegos, coisas do tipo."

"Visitar as famílias… deve ser fácil em uma cidadezinha consanguínea como essa, hein?!"

Ela ficou chocada a princípio, mas então deixou passar. Ela havia aprendido, após algumas semanas juntos como o que ela supôs que poderia ser considerado "um casal", que Ellington tinha um senso de humor relativamente ativo; contudo, poderia ser seco algumas vezes.

"Você já passou muito tempo em um lugar como esse?" perguntou Mackenzie.

“Acampamento de Verão,” disse Ellington. "É um pedaço dos meus anos de adolescente que eu realmente gostaria de esquecer? Era ruim desse jeito no Nebraska?"

"Não desse jeito, mas ficava desolado algumas vezes. Há momentos nos quais eu acho que eu prefiro a calma lá fora, em lugares como esse, mais do que eu gosto do tráfego abarrotado e das pessoas em lugares como DC."

"É, eu acho que posso entender isso."

Era divertido para Mackenzie conseguir conhecer Ellington melhor sem as armadilhas de um relacionamento tradicional de encontros. Mais do que aprender um sobre o outro em jantares chiques ou em longas caminhadas em um parque, eles iriam se conhecer durante viagens de carro e no tempo passado em escritórios do FBI ou em salas de conferência. E ela apreciava cada minuto disso. Algumas vezes ela se perguntava se algum dia ela ficaria cansada de conhecê-lo.

Até agora, ela não tinha certeza de que isso fosse possível.

Em frente, uma pequena placa ao lado da estrada lhes dava as boas vindas a Stateton, Virgínia. Uma estrada de duas pistas simples os levou através de mais árvores. Umas poucas casas e seus gramados quebraram a monotonia da floresta por cerca dois quilômetros, antes que algum sinal real de uma cidade predominasse. Eles passaram por um restaurante de copo sujo, uma barbearia, duas lojas de antiguidades, uma loja de suprimentos para fazenda, dois pequenos mercados, um posto dos correios e, então, depois de cerca de três quilômetros de tudo isso, uma construção de tijolos perfeitamente quadrada logo ao lado da rua principal. Uma placa de estilo bem militar logo na entrada dizia Departamento de Polícia e Instalações Carcerárias do Condado de Staunton.

"Já viu isso antes?" perguntou Ellington. “Uma delegacia e a cadeia do condado em um só prédio?"

"Algumas vezes no Nebraska," ela disse. "Acho que é muito comum em lugares como este. A prisão de verdade mais próxima de Stateton fica em Petersburg, que fica a aproximadamente cento e trinta quilômetros de distância, eu acho."

“Jesus, esse lugar é pequeno. Vamos conseguir terminar isso bem rápido."

Mackenzie assentiu enquanto Ellington virava na entrada e para o estacionamento da grande construção de tijolos que parecia estar literalmente no meio do nada,

O que ela estava pensando mais não disse era: eu só espero que você não tenha nos dado azar.

***

Mackenzie sentiu o cheiro de café preto e de alguma coisa parecida com Febreze quando entraram no pequeno saguão na frente do edifício. Parecia bastante agradável no interior, mas era um prédio antigo. Sua idade podia ser vista nas rachaduras do teto e na óbvia necessidade de um novo carpete no saguão. Uma mesa enorme ficava junto à parede dos fundos e, embora também parecesse ser tão velha como o restante do edifício, estava bem conservada.

Uma mulher mais velha se sentava atrás da mesa, folheando um grande fichário. Quando ela ouviu Mackenzie e Ellington entrarem, olhou para cima com um enorme sorriso. Era um belo sorriso, mas também mostrava a idade dela. Mackenzie supôs que ela estivesse atingindo os setenta.

"Vocês são os agentes do FBI?" perguntou a velha senhora.

"Sim, senhora," disse Mackenzie. "Eu sou a Agente White e esse é meu parceiro, o Agente Ellington. O xerife está por aí?"

"Ele está," ela disse. "De fato, ele me pediu para encaminhá-los diretamente para o escritório dele. Ele está bem ocupado fazendo ligações sobre a última horrível morte. Basta descer pelo corredor à esquerda de vocês. A sala dele é a última à direita."

Eles seguiram as direções dela e ao descerem o longo corredor que levava aos fundos do edifício, Mackenzie foi surpreendida pelo silêncio do lugar. No meio de um caso de assassinato, ela esperaria que o lugar estivesse repleto de atividade, mesmo estando no meio do nada.

Enquanto iam para o fundo do corredor, Mackenzie reparou alguns poucos avisos que foram postados nas paredes. Um dizia: Acesso a Prisão Requer Cartão. Em outro se lia: Todas as Visitas à Prisão Devem Ser Liberadas por Policiais do Condado! Aprovação Deve Ser Apresentada No Momento da Visita!

Sua mente começou a correr com pensamentos sobre a manutenção e regulamentos que deveriam ser instaurados para que uma prisão e um departamento de polícia compartilhassem o mesmo espaço. Era bem fascinante para ela. Mas antes que sua mente pudesse ir além, eles chegaram ao escritório nos fundos do corredor.

Letras douradas haviam sido pintadas na parte superior de vidro da porta, onde se lia Xerife Clarke. A porta estava parcialmente aberta, então Mackenzie a abriu devagar para o som de uma forte voz masculina. Quando ela espreitou dentro, viu um homem corpulento atrás de uma mesa, falando alto no telefone da mesa. Outro homem estava sentado em uma cadeira no canto, digitando furiosamente em seu celular.

O homem atrás da mesa—Xerife Clarke, Mackenzie presumiu—interrompeu-se ao telefone quando ela abriu a porta.

"Um minuto, Randall," ele disse. Ele cobriu o captador e olhou intermitentemente entre Mackenzie e Ellington.

"Vocês são do FBI?" ele perguntou.

"Nós somos," disse Ellington.

"Graças a Deus," ele suspirou. "Dê-me um segundo." Ele então descobriu o captador do telefone e continuou com sua outra conversa. "Olhe, Randall, a cavalaria acabou de chegar. Você estará disponível em quinze minutos? Sim? Ok, ótimo. Vejo você então."

O homem corpulento desligou o telefone e veio ao redor da mesa. Ele ofereceu a mão carnuda a eles, aproximando-se primeiro de Ellington. "Prazer em conhecê-los," ele disse. "Sou o Xerife Robert Clarke. Esse," ele disse indicando com a cabeça o homem sentado no canto, "é o Policial Keith Lambert. Neste momento, meu delegado está fora patrulhando as ruas, fazendo o melhor para encontrar algum tipo de pista nesse crescente desastre."

Назад Дальше