Um Céu De Feitiços - Морган Райс 4 стр.


Reece ouve um barulho horrível, quando olha ele vê vários Faws aproximando-se rapidamente. Há milhares deles, e eles já haviam atravessado o rio, e estavam chegando cada vez mais perto deles.

Todos sacam suas armas.

"Não temos para onde correr," Centra diz.

"Então nós vamos lutar até a morte!" Reece exclama.

"Reece!" diz uma voz.

Reece olha para cima da parede do Canyon e quando a névoa se parte, um rosto surge e ele a princípio pensa se tratar de uma aparição. Ele não consegue acreditar. Parada, acima dele, está a mulher em quem ele tinha acabado de pensar.

Selese.

O que ela estava fazendo ali? Como ela havia chegado até eles? E quem seria a outra mulher com ela? Parece ser a curandeira real, Illepra.

As duas permanecem paradas ali, diante do penhasco, com uma corda longa e grossa enrolada na cintura e mãos. Eles descem rapidamente pela longa corda grossa, fácil de segurar. Selese solta a corda e desliza o restante do caminho rapidamente, desembarcando ao lado de Reece.

É a única saída.

Eles não hesitam. Todos correm até a corda e, dentro de instantes, começam a subir o mais rápido que conseguem. Reece deixa todos irem primeiro, e quando chega a sua vez, ele sobe puxando a corda junto com ele, de modo que os Faws não possam segui-los.

Assim que seus pés saem do chão, os Faws chegam, empurrando e pulando para alcançarem seus pés – e Reece escapa por pouco.

Reece para diante de Selese, que espera por ele na beirada do Canyon; ele se inclina e os dois se beijam.

"Eu te amo," Reece diz, com o coração transbordando de amor por ela.

"E eu amo você," ela responde.

Os dois se viram e vão até a parede do Canyon com os outros, e continuam subindo cada vez mais alto. Logo, eles estariam em casa. Reece mal consegue acreditar.

Em casa.

CAPÍTULO QUATRO

Alistair corre seu pelo caótico campo de batalha, tecendo seu caminho no meio dos soldados enquanto todos lutam por suas vidas contra o exército de mortos-vivos que parece aumentar cada vez mais ao redor deles. Gemidos e gritos preenchem o ar quando os soldados matam os vampiros e quando estes, por sua vez, matam os soldados. Os Pratas, MacGils e Silesianos lutam corajosamente, mas eles estão em bem menor número. Para cada morto-vivo abatido, três mais aparecem. É só uma questão de tempo, Alistair percebe, até que todos de seu grupo sejam exterminados.

Alistair aumenta a velocidade, correndo com tudo o que tem, seus pulmões quase estourando, esquivando-se quando um morto-vivo tenta acertar seu rosto e gritando de dor quando outro consegue arranhar seu braço, tirando sangue. Ela não para de lutar contra eles. Não há tempo, ela precisa encontrar Argon.

Ela corre na direção que o tinha visto pela última vez, enquanto ele lutava contra Rafi e havia desmaiado com o esforço. Ela reza para que não esteja morto, para que ela consiga despertá-lo, e principalmente para que ela consiga alcançá-lo antes que ela e todas aquelas pessoas sejam mortas.

Um morto-vivo aparece diante dela, bloqueando seu caminho, e ela estende a palma da mão; uma bola branca de luz atingiu o monstro no peito, derrubando-o no chão.

Cinco mais aparecem, e ela volta a estender a palma da mão, mas desta vez, só mais uma bola de luz emana dela, e os outros quatro partem para cima dela. Alistair fica surpresa ao perceber que seus poderes são limitados.

Alistair se prepara para o ataque enquanto eles se aproximam – e então ela ouve um barulho de rosnado e vê Krohn, pulando para o lado dela e afundando suas presas em suas gargantas. Os mortos-vivos se voltam contra ele, e Alistair decide aproveitar a oportunidade. Ela dá uma cotovelada na garganta de um deles, derrubando-o, e corre.

Alistair abre caminho pelo caos, desesperado, correndo em meio a um número crescente de vampiros, que fazem com que seu povo comece a recuar. Depois de correr e desviar de alguns ataques, ela finalmente chega a uma pequena clareira, o lugar onde ela se lembra de ter visto Argon.

Alistair procura pelo chão, desesperada, até que, finalmente, entre todos os corpos, ela o encontra. Ele está deitado ali, caído no chão, com o corpo encolhido na posição fetal. Ele está em uma pequena clareira e claramente tinha usado algum tipo de feitiço para manter os outros longe dele. Ele está inconsciente e, enquanto Alistair corre para o seu lado, ela espera e torce para que ele ainda esteja vivo.

Ao se aproximar, Alistair se sente envolvida e protegida por sua bolha mágica. Ela se ajoelha ao lado dele e respira fundo, finalmente a salvo da batalha ao seu redor, encontrando refúgio no olho do furacão.

No entanto, Alistair também foi tomada pelo terror ao olhar para Argon: ele está ali, de olhos fechados, sem respirar. Ela entra em pânico.

"Argon!" Ela grita, sacudindo os ombros dele com as duas mãos, tremendo. "Argon, sou eu! Alistair! Acorde! Você tem que acordar!"

Argon continua ali, sem resposta, enquanto ao seu redor a batalha se intensifica.

"Argon, por favor! Nós precisamos de você. Não podemos combater a magia de Rafi. Não temos as habilidades que você possui. Por favor, volte para nós. Para o Anel. Para Gwendolyn. Para Thorgrin."

Alistair continua sacudindo Argon, ainda que ele não responda.

Desesperada, ele de repente tem uma ideia. Ela coloca ambas as mãos sobre o peito dele, fecha os olhos e se concentra. Ela invoca toda a sua energia interior, o que foi ainda resta dela e, lentamente, ela sente as mãos quentes. Quando ela abre os olhos, ela vê uma luz azul que emana das palmas de suas mãos, espalhando-se sobre o peito e ombros de Argon. Logo, ela envolve todo o corpo dele. Alistair estava usando um antigo feitiço que um dia havia aprendido, para curar doentes. O poder drena o restante de suas forças, e ela sente a energia deixando seu corpo. Já bastante fraca, ela implora que Argon volte.

Alistair desaba, exausta devido ao esforço, e se deita ao lado de Argon, fraca demais para se mover.

Ela percebe um movimento e, ao olhar para o lado, para sua surpresa, ela vê Argon começar a se mexer.

Ele se senta e olha para ela, com os olhos brilhando com uma intensidade que a assusta. Ele olha para ela, sem expressão, e em seguida, estende a mão, pega seu cajado, e fica em pé. Ele estende uma mão, segura na mão dela e, aparentemente sem esforço, a ajuda a se levantar.

Quando ele segura na mão dela, ela sente toda a sua própria energia restaurada.

"Onde ele está?" Pergunta Argon.

Argon não espera por uma resposta; é como se ele já saiba exatamente onde precisa ir ao se virar, segurando o cajado ao seu lado, e caminhar diretamente para o centro da batalha.

Alistair não consegue entender como Argon não fica hesitante em caminhar entre os soldados. Em seguida, ela entende por que: ele é capaz de lançar uma bolha mágica em torno dele enquanto anda, e apesar dos mortos-vivos atacarem de todos os lados, nenhum deles é capaz de alcançá-lo. Alistair fica perto dele enquanto marcham sem medo, sem serem atingidos pela batalha, como se estivessem passeando pelo campo em um dia ensolarado.

Os dois abrem caminho através do campo de batalha, e ele se mantém em silêncio, marchando, vestido com seu manto branco longo e capuz, andando tão rápido que Alistair mal consegue acompanhar.

Ele finalmente para no meio da batalha, em uma clareira diante de Rafi. Rafi ainda está ali, segurando os dois braços ao lado de seu corpo, com os olhos virados para trás enquanto ele invoca milhares de mortos-vivos, que continuam saindo pela fenda na terra.

Argon levanta um dos braços com a palma da mão voltada para cima, de frente para o céu, e arregala os olhos.

"RAFI!" Ele grita em desafio.

Apesar de todo o ruído, o grito de Argon supera o barulho da batalha, ressoando pelas colinas.

Quando Argon grita, de repente as nuvens no céu se partem. Um feixe de luz branca é lançado do céu, diretamente para a palma da mão de Argon, como se fosse uma ligação direta com o próprio céu. O feixe de luz cresce cada vez mais, como um tornado, envolvendo o campo de batalha e tudo em torno dele.

Há um grande vento e um grande barulho sibilante, e Alistair assiste incrédula enquanto o chão embaixo dela começa a tremer ainda mais violentamente, e a enorme fenda na terra começa a se mover na direção oposta, lentamente voltando a se fechar.

Quando a terra começa a se fechar, dezenas de mortos-vivos gritam – esmagados enquanto ainda tentam se arrastar para fora.

Dentro de instantes, centenas de mortos-vivos começam a deslizar de volta para a terra, à medida que a fenda se torna cada vez mais estreita.

A terra treme uma última vez, e então fica em silêncio, quando a fenda finalmente se fecha e a terra volta a ficar inteira novamente, como se nenhuma fissura tivesse existido. Os gritos horríveis dos mortos-vivos enchem o ar, abafados pela terra.

Um silêncio atordoado toma conta do campo de batalhas, uma calmaria momentânea enquanto todos se levantam e começam a assistir o que se passa.

Rafi grita, voltando suas atenções para Argon.

"ARGON!" Rafi grita.

É chegada a hora do confronto final daqueles dois grandes titãs.

Rafi corre para a o meio da clareira, segurando seu cajado vermelho no alto, e Argon não hesita, correndo para saudar Rafi.

Os dois se encontram no meio, cada um empunhando seu próprio cajado. Rafi baixa seu cajado golpeando Argon, que usa o seu cajado para bloquear o golpe. Uma grande luz branca surge, soltando faíscas quando as duas armas se encontram. Argon dá outro golpe, e Rafi também o bloqueia.

Eles continuam se enfrentando, golpe a golpe, atacando e bloqueando, enviando a luz branca para todos os lados. O chão treme com cada um de seus golpes, e Alistair pode sentir a enorme energia no ar.

Finalmente, Argon vê uma oportunidade, e ataca com seu cajado de baixo para cima; o golpe parte o cajado de Rafi ao meio.

O chão treme violentamente.

Argon avança, ergueu o cajado no alto com as duas mãos, e o mergulha bem no meio do peito de Rafi.

Rafi solta um grito terrível, e milhares de pequenos morcegos voam para fora de sua boca enquanto sua mandíbula permanece aberta. O céu se escurece por um momento, grossas nuvens negras se juntam sobre a cabeça de Rafi, e então começam a descer. Elas o envolvem completamente e Rafi geme ao ser erguido no ar, puxado para cima, para o céu, rumo a um destino terrível que Alistair prefere nem imaginar qual seja.

Argon fica ali, respirando com dificuldade, enquanto todos finalmente se calam, e Rafi está morto.

O exército de mortos-vivos grita à medida que, cada um à sua vez, todos eles se desintegram diante dos olhos de Argon, transformando-se em um monte de cinzas. Logo, o campo de batalha está repleto de milhares de montes, tudo o que resta das magias malignas de Rafi.

Alistair inspeciona o campo de batalha e vê que resta apenas uma batalha: do outro lado da clareira, seu irmão, Thorgrin, já está diante de seu pai, Andronicus. Ela sabe que, na batalha por vir, um daqueles homens determinados perderia sua vida: seu irmão ou seu pai. Ela torce para que seu irmão sobreviva.

CAPÍTULO CINCO

Luanda fica deitada no chão, aos pés de Romulus, assistindo com horror enquanto milhares de soldados do Império inundam a ponte, gritando com triunfo enquanto se dirigem para o Anel. Eles estão invadindo sua terra natal, e não há nada que ela possa fazer, a não ser ficar ali sentada, indefesa, e assistir, perguntando-se se ela, de alguma forma era a culpada por tudo aquilo. Ela não consegue evitar a sensação de que de alguma forma ela fosse responsável pela queda do Escudo.

Luanda se vira e olha para o horizonte, vê os intermináveis navios do império, e ela sabe que logo haveria milhões de tropas do Império ali. Seu povo estaria acabado; o Anel seria destruído. Ela não tem mais esperanças.

Luanda fecha os olhos e balança a cabeça diversas vezes. Houve um tempo em que ela estava tão zangada com Gwendolyn, com seu pai, e teria ficado feliz em testemunhar a destruição do Anel. Mas ela havia mudado de opinião, desde a traição e tratamento que tinha recebido de Andronicus, desde que havia raspado sua cabeça, e batido nela na frente de seu povo. Isso a tinha feito perceber o quão errada, e ingênua, ela tinha sido em sua própria busca pelo poder. Agora, ela daria qualquer coisa para ter sua antiga vida de volta. Tudo o que ela quer agora é uma vida de paz e contentamento. Ela já não tem ambição ou anseios por poder; agora, ela só quer sobreviver, e corrigir seus erros.

Mas enquanto observa o que se passa ao redor dela, Luanda percebe que é tarde demais. Agora sua querida pátria está a caminho de ser destruída, e não há nada que possa fazer.

Luanda ouve um barulho horrível, um riso misturado com grunhido, e ao olhar para cima ela vê Romulus em pé, com as mãos nos quadris, olhando tudo com um enorme sorriso no rosto, exibindo seus enormes dentes irregulares. Ele joga a cabeça para trás e dá uma gargalhada, exultante.

Luanda gostaria de matá-lo; se ela tivesse um punhal na mão, daria um golpe fatal em seu coração. Mas conhecendo-o, sabendo como ele é inabalável, a adaga provavelmente não conseguiria perfurá-lo.

Romulus olha para ela, e seu sorriso se transforma ema uma careta.

"Agora," ele diz, "é hora de matá-la lentamente."

Luanda ouve um ruído característico e observa enquanto Romulus saca uma arma da cintura. Parece ser uma espada curta, com uma ponta estreita e comprida. É uma arma do mal, claramente projetada para a tortura.

"Você vai sofrer muito, muito mesmo," ele diz.

Quando ele abaixa a arma, Luanda ergue as mãos ao rosto, como se para bloquear tudo. Ela fecha os olhos e grita.

É quando a coisa mais estranha acontece: quando Luanda grita, seu grito é respondido por um grito ainda mais intenso. É o grito de um animal. Um monstro. Um rugido primitivo, mais alto e mais ressonante do que qualquer coisa que Luanda já tinha ouvido em toda sua vida. É como um trovão, rasgando o céu distante.

Luanda abre os olhos e olha para os céus, se perguntando se ela tinha imaginado tudo aquilo. Seu grito havia soado como se tivesse sido o grito do próprio Deus.

Romulus, também atordoado, olha para cima, perplexo. Por sua expressão, Luanda consegue perceber que aquilo realmente tinha acontecido; ela não tinha imaginado nada.

E de repente, um segundo grito é ouvido, ainda pior do que o primeiro, com tal ferocidade, tal poder, que Luanda sabe que só pode ser uma coisa:

Um dragão.

À medida que os céus se abrem, Luanda se surpreende ao ver dois dragões imensos voarem acima dela, as maiores e mais assustadoras criaturas que ela já tinha visto, encobrindo o sol, transformando o dia em noite, e lançando uma sombra sobre todos eles.

A arma de Romulus cai de suas mãos, e ele fica boquiaberto. Claramente, ele também nunca tinha testemunhado algo parecido com aquilo, especialmente quando os dois dragões voam tão rente ao chão, pouco mais de 5 metros acima de suas cabeças, quase tocando neles. Suas longas caudas ficam penduradas abaixo deles, e quando gritam novamente, eles arqueiam as costas e abrem suas asas.

A princípio, Luanda se prepara para o inevitável, presumindo que eles estejam se aproximando para matá-la. Mas enquanto os observa, voando tão rápido, ao sentir o vento do rastro deles sobre ela, Luanda percebe que eles estão indo para outro lugar: atravessando o Canyon, em direção ao Anel.

Os dragões devem ter visto os soldados atravessando rumo ao Anel e percebido que o escudo havia sido desativado. Eles devem ter percebido que esta era a sua chance de entrar no Anel também.

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