Cavaleiro, Herdeiro, Príncipe - Морган Райс 4 стр.


"Porque é que não mataram este?" exigiu saber Lucious.

Um deles sorriu. "O Tor estava aqui a contar-me sobre algo que os nortenhos fazem. Chamam-lhe a Águia de Sangue."

Lucious gostou do que ouviu. Ele estava prestes a perguntar o que é que isso envolvia quando ouviu o grito de um dos vigias que guardavam os rebeldes. Lucious olhou ao redor, mas em vez de uma horda de escumalha comum a aproximar-se, ele viu uma única figura a cavalgar num cavalo facilmente do tamanho do seu. Lucious reconheceu a armadura instantaneamente.

"Thanos", disse ele. Ele estalou os dedos. "Bem, parece que o dia de hoje está prestes a ficar mais interessante do que eu pensava. Tragam-me o meu arco novamente."


***


Thanos incitou o seu cavalo para a frente ao ver Lucious e o que o seu meio-irmão estava a fazer. Qualquer dúvida que tivera em deixar Stephania para trás dissipou-se no calor da sua raiva quando viu os camponeses mortos, os traficantes de escravos, o homem amarrado à árvore.

Ele viu Lucious a sair e a levantar um arco. Por um momento, Thanos não conseguia acreditar que ele iria fazê-lo, mas porque não? Lucious já o tinha tentado matar antes.

Ele viu a flecha voar do arco e ergueu o seu escudo a tempo. A cabeça bateu no metal do seu escudo, começando a tinir. Seguiu-se uma segunda flecha, e, desta vez, perfurou o escudo, parando muito perto do rosto de Thanos.

Thanos forçou o seu cavalo a avançar para atacar quando uma terceira flecha passou a zunir por ele. Ele viu Lucious e os seus homens a atirarem-se para o chão, desviando-se repentinamente do caminho, enquanto ele se deslocava apressadamente pelo local onde eles tinham estado. Ele girou e puxou da espada, no momento exato em que Lucious se conseguiu levantar.

"Thanos, tão rápido. Qualquer um pensaria que tu estavas ansioso por me ver."

Thanos nivelou a espada no coração de Lucious. "Isto acaba agora, Lucious. Eu não vou deixar que tu mates mais ninguém do nosso povo".

"Nosso povo?", contrapôs Lucious. "Eles são o meu povo, Thanos. Meu para fazer o que eu quiser com eles. Deixa-me que te demonstre."

Thanos viu-o desembainhar a espada e arrancar na direção do homem amarrado à árvore. Thanos percebeu o que o seu meio-irmão ia fazer e pôs o seu cavalo em movimento mais uma vez.

"Detenham-no", ordenou Lucious.

Os seus homens saltaram para obedecer. Um deu um passo em direção a Thanos, apontando uma lança ao seu rosto. Thanos desviou-a com o seu escudo, cortando a cabeça da arma com a sua espada e, em seguida, pontapeou o homem pelos ares. Ele esfaqueou outro que correu na sua direção, empurrando-o para baixo pelo ombro da armadura e desembainhando a sua espada outra vez.

Ele forçou-se a ir para a frente, atravessando a pressão de opositores. Lucious continuava a avançar na direção da vítima que tinha escolhido. Thanos deu balanço à sua espada na direção de um dos bandidos de Lucious, apressando-se, enquanto Lucious sacava a sua própria espada novamente. Thanos conseguiu, por pouco, lançar o seu escudo e o golpe ouviu-se num barulho de metal contra metal.

Lucious agarrou o seu escudo.

"Tu és previsível, Thanos", disse ele. "A compaixão sempre foi a tua fraqueza."

Ele puxou Thanos com força suficiente para o arrancar da sela. Ele rebolou a tempo de evitar um golpe de espada e libertou o seu braço das alças do seu escudo. Segurou com força com as duas mãos a sua espada enquanto os homens de Lucious se aproximavam novamente. Ele viu o seu cavalo afastar-se a correr, mas isso significava que agora ele não tinha a vantagem da altura.

"Matem-no", disse Lucious. "Vamos culpar os rebeldes."

"Tu és bom a tentar isso, não és?" ripostou Thanos. "É uma pena que não sejas igualmente bom a terminar o trabalho."

Um dos homens de Lucious chegou-se ao pé dele e, em seguida, deu balanço a uma maça cravejada. Thanos entrou no arco do golpe, cortando na diagonal. Em seguida, afastou-se a girar com a sua espada estendida para manter os outros à distância.

Naquele momento, eles aproximaram-se rapidamente, como se soubessem que nenhum deles sozinho ia conseguir derrotar Thanos. Thanos recuou, de costas contra a parede da casa mais próxima para que os seus adversários não o conseguissem cercar. Havia três homens perto dele agora, um com um machado, um com uma espada curta e um com uma espada curvada como uma foice.

Thanos manteve a sua espada perto, observando-os, não querendo dar a nenhum dos mercenários a hipótese de emarenharem a espada tempo suficiente para que os outros avançassem.

O que estava do lado direito de Thanos tentou um golpe com a sua espada curta. Thanos, em parte, aparou-a, sentindo-a a ressoar da sua armadura. Algum instinto fê-lo girar e baixar, mesmo a tempo do machado do homem canhoto lhe passar por cima. Thanos golpeou pela altura do tornozelo derrubando o bandido e, em seguida, inverteu a sua espada e empurrou para trás, ouvindo um grito quando o primeiro homem apareceu a correr.

Aquele que tinha a espada curva atacou com mais cautela.

"Ataquem-no! Matem-no!", exigiu Lucious, obviamente impaciente. "Oh, eu próprio o vou fazer!"

Thanos lutava e o príncipe entrou na luta. Ele duvidava que Lucious o tivesse feito se não tivesse havido um outro homem ali para ajudá-lo. E talvez houvessem mais a caminho. Na verdade, tudo o que Lucious tinha a fazer era atrasar as coisas, e Thanos daria por si esmagado por um número tão elevado de homens.

Portanto, Thanos não esperou. Em vez disso, ele atacou. Ele golpeava sem parar, alternando entre Lucious e o bandido que Lucious tinha trazido com ele, construindo o ritmo da luta. Então, de repente, ele parou. O detentor da foice golpeou o ar vazio. Thanos golpeou na abertura e a cabeça do homem saiu a voar.

Ele atirou-se a Lucious num instante, espada com espada. Lucious pontapeou-o, mas Thanos desviou-se do golpe para o lado, agarrando a espada de Lucious pelo botão do punho. Thanos puxou para cima e arrancou a espada das mãos de Lucious e, em seguida, atacou pelos lados. A sua espada ressoou com o embate na couraça de Lucious. Lucious desembainhou uma adaga e Thanos agarrou a espada de forma diferente, dando balanço por baixo com a ponta do punho de modo que a cruz de proteção ficasse presa em torno de joelho de Lucious.

Ele puxou a espada e Lucious caiu. Thanos arrancou a adaga da mão dele com um forte pontapé.

"Diz-me outra vez como é que a compaixão é a minha fraqueza", disse Thanos, levantando a ponta da sua espada sobre a garganta de Lucious.

"Tu não farias isso", disse Lucious. "Tu estás apenas a tentar assustar-me."

"Assustar-te?", disse Thanos. "Se eu achasse que assustar-te resultaria, eu ter-te-ia assustado de morte anos atrás. Não, eu vou acabar com isto."

"Acabar com isto?", disse Lucious. "Isto não acaba, Thanos. Não até eu ganhar."

"Ficarias à espera disso muito tempo", Thanos assegurou.

Ele ergueu a espada. Ele tinha de fazer aquilo. Lucious tinha de ser detido.

"Thanos!"

Thanos olhou para o som da voz de Stephania. Para sua surpresa, ele viu-a a aproximar-se, cavalgando num galope acelerado. Ela usava uma roupa de montar que estava muito distante dos seus habituais elegantes vestidos, e do estado desgrenhado daquela roupa, parecia que ela se tinha vestido às pressas.

"Thanos, não!", gritou ela ao se aproximar.

Thanos agarrou a espada com mais força. "Depois de tudo que ele fez, achas que ele não o merece?"

"Não é sobre o que ele merece", disse Stephania, desmontando ao se aproximar. "É sobre o que tu mereces. Se tu o matares eles vão matar-te por isso. É assim que funciona, e eu não te quero perder assim."

"Ouve-a, Thanos", disse Lucious a partir do chão.

"Cala-te", disse Stephania de repente. "Ou queres que o incite a matar-te?"

"Ele tem que ser detido", disse Thanos.

"Não gosto disto", insistiu Stephania. Thanos sentiu a mão dela no seu braço, afastando a espada para longe. "Não de uma maneira que faz com que te matem. Tu juraste que serias meu para o resto das nossas vidas. Querias mesmo que ela fosse assim tão curta?"

"Stephania…", começou Thanos, mas ela não o deixou terminar.

"E eu?", perguntou ela. "Em quanto perigo ficarei eu se o meu marido matar o herdeiro do trono? Não, Thanos. Para com isto. Fá-lo por mim."

Se fosse outra pessoa a pedir, Thanos talvez ainda pudesse ter ido até ao fim. Havia muito em jogo. Mas ele não podia arriscar Stephania. Ele espetou a espada no chão, falhando a cabeça de Lucious por uma polegada. Lucious já estava a afastar-se correndo para um cavalo.

"Vais arrepender-te disto!", gritou-lhe Lucious. "Eu prometo que te vais arrepender!"

CAPÍTULO CINCO

Thanos viu os guardas à sua espera no longo caminho para os portões da cidade, quando ele e Stephania regressavam a casa. Ele levantou o queixo e continuou a cavalgar. Ele já estava à espera daquilo. E ele não ia fugir.

Stephania, obviamente, viu-os também. Thanos viu-a a ficar rija na sela, passando de relaxada a empertigada e formal num instante. Era como se uma máscara tivesse deslizado para a frente das suas feições. Thanos automaticamente fez a sua mão deslizar sobre a dela enquanto ela segurava as rédeas.

Os guardas cruzaram as suas alabardas para barrar o caminho quando eles se aproximaram e Thanos fez o seu cavalo parar. Ele manteve-o entre Stephania e os guardas, não se fosse dar o caso de Lucious ter de alguma forma subornado homens para o atacar. Ele viu um guarda sair do pequeno grupo de guardas e saudar.

"Príncipe Thanos, bem-vindo de volta a Delos. Os meus homens e eu fomos instruídos a acompanhá-lo para ver o rei."

"E se o meu marido não desejar viajar com vocês?", perguntou Stephania, num tom que poderia ter comandado todo o Império.

"Perdoe-me, minha senhora", disse o guarda, "mas o rei deu-nos ordens claras."

Thanos levantou a mão antes de Stephania conseguir argumentar.

"Eu entendo", disse ele. "Eu irei com vocês."

Os guardas seguiam à frente, e para seu crédito, eles conseguiam fazer com que parecesse a escolta que eles alegavam que eram. Eles caminharam através de Delos, e Thanos observou que o caminho que eles escolheram era através das partes mais bonitas da cidade, pelas avenidas arborizadas que tinham casas nobres, evitando as piores partes, mesmo quando formaram uma rota mais direta. Talvez eles estivessem simplesmente a tentar ir pelas áreas mais seguras. Talvez, porém, eles pensassem que nobres como Thanos e Stephania não iriam querer ver a miséria.

Em breve, as paredes do castelo se elevaram. Os guardas seguiam à frente e passaram os portões do castelo, e os noivos tomaram os seus cavalos. A caminhada através do castelo parecia mais confinada, com tantos guardas a cercarem-nos nos espaços estreitos dos corredores do castelo. Stephania pegou na mão de Thanos, e ele apertou-a delicadamente para a tranquilizar.

Quando eles chegaram às casas da realeza, membros da guarda real bloquearam o caminho na porta.

"O rei quer falar com o príncipe Thanos sozinho", disse um deles.

"Eu sou a sua esposa", disse Stephania num tom tão frio que Thanos suspeitou que a maioria das pessoas se teria afastado imediatamente.

Mas tal não pareceu de todo afetar a guarda real. "Mesmo assim."

"Não faz mal", disse Thanos.

Quando ele entrou, o rei estava à sua espera. O Rei Claudius ficou de pé, apoiado numa espada cujo punho formava os tentáculos de uma lula gigante contorcida. Chegava quase ao nível do seu peito, e Thanos não tinha dúvida de que a borda seria afiada. Thanos ouviu o barulho da porta a fechar-se atrás dele.

"Lucious contou-me o que tu fizeste", disse o rei.

"Tenho a certeza que ele veio a correr diretamente para ti", respondeu Thanos. "Ele também te disse o que estava a fazer naquele momento?"

"Ele estava a fazer o que lhe tinham ordenado que fizesse a fim de lidar com a rebelião", retrucou o rei. "No entanto, tu saíste e atacaste-o. Tu mataste os homens dele. Ele diz que tu o derrotaste através de trapaças e que o terias matado também, se Stephania não tivesse intervindo".

"Como é que aldeões carniceiros contêm a rebelião?, contrapôs Thanos.

"Tu está mais interessado em camponeses do que nas tuas próprias ações", disse o Rei Claudius. Ele levantou a espada que segurava como se a estivesse a pesar. "É traição atacar o filho do rei."

"Eu sou o filho do rei", Thanos lembrou-o. "Tu não executaste Lucious quando ele tentou matar-me."

"O teu nascimento é a única razão pela qual ainda estás vivo", respondeu o Rei Claudius. "Tu és meu filho, mas Lucious também é. Tu não o ameaces."

Thanos enraiveceu-se então. "Eu não entendo nada que eu possa ver. Nem mesmo o reconhecimento de quem eu sou."

Havia estátuas num canto da sala, descrevendo antepassados ​​famosos da linhagem real. Eles estavam fora do caminho, quase escondidos, como se o rei não se quisesse lembrar deles. Mesmo assim, Thanos apontou para eles.

"Lucious pode olhar para aqueles e reivindicar autoridade de volta aos dias em que o Império inicialmente se ergueu," disse ele. "Ele pode reivindicar os direitos de todos aqueles que ganharam o trono quando os Anciãos deixaram Delos. O que tenho eu? Vagos rumores sobre o meu nascimento? Imagens que mal me recordo de pais que eu nem sequer tenho a certeza que são verdadeiras?"

Rei Claudius foi até ao local nos seus aposentos, onde estava a sua grande cadeira. Ele sentou-se nela, embalando a espada que ele segurava sobre os joelhos.

"Tu tens um lugar de honra na corte", disse ele.

"Um lugar de honra na corte?" Thanos respondeu. "Eu tenho um lugar como um príncipe suplente que ninguém quer. Lucious poderia ter tentado matar-me em Haylon, mas foste tu que me mandaste lá."

"A rebelião deve ser destruída, onde quer que seja encontrada", respondeu o rei. Thanos viu-o a fazer deslizar o seu polegar ao longo da borda da espada que ele segurava. "Tu tiveste de aprender isso."

"Oh, eu aprendi", disse Thanos, movendo-se para ficar à frente do seu pai. "Eu aprendi que tu preferes livrar-te de mim do que reconhecer-me. Eu sou o teu filho mais velho. Pelas leis do reino, eu deveria ser o teu herdeiro. O filho mais velho tem sido o herdeiro desde os primeiros dias de Delos."

"O filho mais velho sobrevivente", disse o rei calmamente. "Achas que terias sobrevivido se as pessoas soubessem?"

"Não finjas que estavas a proteger-me", respondeu Thanos. "Tu estavas a proteger-te a ti próprio."

"Melhor do que gastar o meu tempo a lutar em nome de pessoas que nem sequer o merecem", disse o rei. "Sabes o que parece quando tu andas por aí a proteger camponeses que deviam saber o seu lugar?"

"Parece que alguém se preocupa com eles!", gritou Thanos. Naquele momento, ele não conseguiu deixar de levantar a sua voz, porque parecia ser a única maneira de chegar até ao seu pai. Talvez se ele o conseguisse fazer entender, então o Império talvez pudesse finalmente mudar para melhor. "Parece que os seus governantes não são inimigos que andam por ai para os matar, mas sim pessoas a serem respeitadas. Parece que a vida deles significa algo para nós, em vez de ser apenas algo que nós atiramos para o lado enquanto temos festas resplandecentes!"

O rei ficou em silêncio por um longo tempo depois. Thanos conseguia ver a fúria nos seus olhos. Isso não tinha mal. Combinava quase que perfeitamente com a raiva que Thanos sentia.

"Ajoelha-te", disse o Rei Claudius finalmente.

Thanos hesitou, apenas por um segundo, mas foi aparentemente suficiente.

"Ajoelha-te!", gritou o rei. "Ou queres que te obrigue? Eu ainda sou o rei aqui!"

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