Encontrada - Морган Райс 7 стр.


Mas qual a importância que tudo isso tinha para a sua busca por seu pai? Para o Escudo? Ela sentia cada vez mais que tudo aquilo estava ligado, todos os séculos e os tempos e os lugares, todas as buscas nos mosteiros e igrejas, todas as chaves, todas as cruzes. Ela sentiu que uma linha que ligava tudo estava ali, bem diante de seus olhos. No entanto, ela ainda não sabia ainda do que se tratava.

Claramente havia algum elemento sagrado, espiritual conectado ao que quer que ela precisava encontrar. O que também lhe parecia estranho pois, afinal de contas, aquele era um mundo de vampiros. Mas, novamente, enquanto pensava sobre isso, ela percebeu que era também uma guerra espiritual, entre as forças sobrenaturais do bem e do mal, entre aqueles que queriam proteger a raça humana e aqueles que queriam prejudicá-la. E, claramente, o que quer que ela descobrisse, teria enormes impactos não apenas para a raça dos vampiros, mas para a raça humana também.

Ela olhou para a porta entreaberta e se perguntou se eles deveriam apenas entrar.

"Olá?" Caitlin chamou.

Ela esperou alguns segundos, sua voz ecoando. Nenhuma resposta.

Ela olhou para Caleb. Ele acenou com a cabeça e podia dizer que ele também sentiu que estavam no lugar certo. Ela estendeu a mão, colocou sua palma sobre a antiga porta de madeira e a empurrou. Ela rangeu ao se abrir e eles entraram no prédio às escuras.

Estava fresco ali, protegidos do sol, Caitlin precisou de um momento para que seus olhos se adaptassem. Lentamente, eles se ajustaram, e ela examinou o local diante dela.

Era magnífico, diferente de tudo que já tinha visto. Não era grande, assim como muitas igrejas que havia visitado; era, na verdade, uma edificação humilde, construída em mármore e calcário, adornada com colunas e com entalhes no teto. Não havia bancos, nem lugares para sentar – apenas um espaço amplo e aberto. Na outra extremidade, havia um altar simples, em vez de uma cruz por cima, lá estava uma grande estrela de David. Atrás, tinha um pequeno armário de ouro, com imagens de dois grandes pergaminhos esculpidos nele.

Apenas algumas pequenas janelas com forma de arco cobriam as paredes e, apesar de entrar luz solar por alguns lugares, lá estava meio escuro. O local estava tão silencioso, tão imóvel. Caitlin podia ouvir apenas as ondas se quebrando ao longe atrás dela.

Caitlin e Caleb trocaram olhares e, então, juntos caminharam lentamente pelo corredor, indo em direção ao altar. Enquanto caminhavam, seus passos reverberavam pelo mármore, Caitlin não conseguia afastar a sensação de que estavam sendo observados.

Alcançaram o fim do corredor e pararam diante do armário dourado. Caitlin examinou os diagramas gravadas no ouro: eles eram tão detalhados, tão complexos, que ela lembrou daquela igreja em Florença, da Duomo e de seus portas douradas. Era como se alguém tivesse passado a vida esculpindo aquilo. Além das imagens de pergaminhos, letras hebraicas foram incorporadas ao redor. Caitlin perguntou o que estava lá dentro.

"A Torá", veio uma voz.

Caitlin se virou, chocada ao ouvir outra voz. Ela não entendia como alguém poderia ter se mantido tão quieto, como havia passado despercebido por ela – e como é que alguém poderia, acima de tudo, ler sua mente. Só uma pessoa muito especial poderia alcançar este feito. Ou um vampiro, ou uma pessoa santa, ou ambos.

Caminhando em direção a eles, veio um homem vestindo uma túnica branca com o capuz puxado para trás, ele tinha cabelos longos e desgrenhados marrom claro e uma barba por fazer. Ele tinha lindos olhos azuis e um rosto compassivo, que se iluminou com um sorriso. Parecia jovem, talvez em seus 40 anos, e andava em direção a eles com um ligeiro coxear, segurando uma bengala.

"Eles são os pergaminhos do Antigo Testamento. Os cinco livros de Moisés. Isso é o que está atrás destas portas douradas ".

Ele continuou se aproximando até se encontrar a poucos metros de distância, e então parou diante de Caitlin e Caleb. Ele olhou diretamente para ela e Caitlin podia sentir a intensidade que emanava dele. Era evidente que ele não era uma pessoa comum.

"Eu sou Paulo", disse ele, sem estender sua mão, a qual ele repousava em sua bengala.

"Eu sou Caitlin e este é o meu marido, Caleb," ela apresentou.

Ele sorriu amplamente.

"Eu sei", respondeu ele.

Caitlin sentiu tola. Claramente, este homem, capaz de ler sua mente tão facilmente, sabia muito mais sobre ela do que ela sobre ele. Era uma sensação estranha, que todas aquelas pessoas, espalhadas por todos aqueles séculos e lugares, sabiam sobre ela, que estavam todos esperando por ela. Isso a fez sentir um senso de propósito, de missão, ainda maior. Mas também a deixou ainda mais frustrada por não sabia o que significava tudo aquilo nem para onde ir.

"Lamentamos nos intrometer", disse Caleb. "Mas fomos informados de que Jesus orou aqui. E que ele esteve aqui recentemente. Isso é verdade? "

O homem assentiu com a cabeça lentamente, mantendo os olhos fixos em Caitlin.

"Eles partiram para Jerusalém há algum tempo", disse ele. "Se vocês fossem algumas das pessoas que vêm para ser curadas, eu lhes diria que é tarde demais. Mas, novamente, eu sei que vocês não vieram para isso. Não. Vocês têm um propósito muito diferente, não é? ", Ele perguntou, ainda olhando para Caitlin.

Caitlin concordou, sentindo que o homem já sabia de tudo. E, pela primeira vez em sua vida, ela teve outro sentimento: que esse homem era próximo de seu pai. Que ele sabia onde ele estava. A sensação lhe deu um arrepio em todo seu corpo. Ela nunca se sentira tão perto dele antes.

“Estou procurando pelo meu pai,” Caitlin disse, ela podia ouvir sua própria voz tremendo de ansiedade.

O homem sorriu de volta.

“E ele está procurando por você.”

Os olhos de Caitlin se arregalaram de surpresa.

“Você o conhece?” ela perguntou.

O homem assentiu.

“Onde ele está?” Caitlin indagou, impaciente.

Mas o homem simplesmente suspirou e caminhou até uma vidraça. Ele ficou lá por um longo tempo, contemplando o mar.

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