Comprometida - Морган Райс 6 стр.


"É isso que você merece por não ter me escutado!" o homem grita com uma voz assustadora, ao erguer o cinto mais uma vez.

Caitlin está estarrecida e, sem pensar, se prepara para defender a garota.

Mas Ruth chega até ela primeiro. Ruth tinha dado o primeiro passo, e quando o homem ergue o braço mais uma vez, ela dispara e salta no ar, abrindo a boca.

Ela morde o antebraço do homem, enfiando suas presas até o fim. O sangue do homem espirra para todos os lados, enquanto ele solta um grito sobrenatural.

Ruth está furiosa, e não se dá por satisfeita. Ela rosna e balança a cabeça para os lados, perfurando ainda mais o braço do homem, sem soltá-lo.

O homem chacoalha Ruth, conseguindo fazer isso apenas devido ao seu tamanho considerável e ao fato de que Ruth ainda não era o lobo adulto. Ela continua rosnando, e o som é assustador o suficiente para fazer os cabelos de Caitlin se arrepiarem.

Mas este homem está obviamente acostumado à violência, e ele gira o ombro e consegue bater Ruth contra a parede. Então, ele estica o outro braço e bate nas costas de Ruth com o cinto.

Ruth dá um latido e geme, soltando finalmente o braço do homem ao cair no chão.

O homem, com ódio no olhar, levanta os dois braços prestes a chicotear Ruth com todas suas forças.

Caitlin reage rápido e, antes que o homem possa acertar Ruth, ela parte para cima dele esticando o braço direito e agarrando o pescoço dele com a mão. Ele o empurra pelo pescoço, ergue o homem e bate o corpo dele contra a parede, derrubando alguns tijolos.

Ela continua segurando o homem pelo pescoço, enforcando-o, e o rosto dele começa a ficar azul. Caitlin é bem menor que o homem, mas ele não tem a menor chance diante de seu punho de ferro.

Finalmente, ela o liberta. Ele se levanta, tentado alcançar o cinto, e Caitlin lhe dá um chute forte no rosto, quebrando seu nariz.

Então ela dá outro chute no peito dele, tão forte que arremessa o homem vários metros pra trás. Ele bate na parede com tanta força que deixa uma marca na parede, caindo finalmente desacordado.

Mas Caitlin ainda pode sentir o ódio percorrendo suas veias. Ela pensa na garotinha inocente, em Ruth, e é tomada por um sentimento de raiva que não sentia há muito tempo. Ela não consegue se controlar e, caminhando até onde ele está, arranca o cinto de sua mão e lhe dá uma cintada forte na barriga.

O homem se senta, levando as mãos à barriga.

Então Caitlin o chuta com força, bem no rosto. Ela acerta o queixo dele, arremessando-o para trás, e o homem bate a parte de trás de sua cabeça no chão. Finalmente ele cai, inconsciente.

Mas Caitlin ainda não está satisfeita. Ela não tinha muitas oportunidades para liberar sua raiva ultimamente, e agora, ela não consegue parar.

Ela dá um passo adiante, coloca um pé sobre a garganta dele, e se prepara para matá-lo sem medir as consequências.

"Caitlin!" diz uma voz aguda.

Ela se vira, ainda descontrolada pela raiva, e vê Caleb em pé ao lado dela. Ele balança a cabeça lentamente, com um olhar de reprimenda.

"Você já fez causou bastante estrago. Deixe-o ir. "

Algo na voz de Caleb a faz escutar.

Em contragosto, ela tira o pé de cima do pescoço do homem.

Ao longe, ela vê uma enorme banheira cheia de dejetos humanos. Ela pode ver o líquido escuro e espesso que transborda da banheiras, e consegue sentir o cheiro de longe.

Perfeito.

Ela estende a mão, içando o homem acima de sua cabeça, apesar de seu peso que facilmente supera os 120 quilos, e o leva até o outro lado da rua. Ela o joga, de cabeça, para dentro do tanque de esgoto.

Ele cai, espirrando o líquido para todos os lados. Ela vê que ele está submerso até o pescoço, rodeado de excremento. Quando o homem acordar, e perceber onde está, terá uma desagradável surpresa e, finalmente, Caitlin se sente satisfeita.

Bom, ela pensa. É esse o lugar que você merece.

Caitlin imediatamente pensa em Ruth. Ela corre até ela, e examina a marca de cinto em suas costas; ela está assustada, e recuperando lentamente a confiança. Caleb também se aproxima para examiná-la, e Ruth coloca o focinho no colo da Caitlin, choramingando. Caitlin a beija na testa.

Ruth de repente se afasta deles e dispara para o outro lado do beco, na direção da menina.

Caitlin se vira e de repente se lembra, e também começa a correr na direção dela.

Ruth corre até a garota e começa a lamber seu rosto. A menina, que chorava histericamente, lentamente se silencia, distraída com a língua de Ruth. Ela se senta na lama, com seu vestido sujo, coberta de marcas de cinto nas costas, com sangue umidecendo o tecido, e olha para Ruth, surpresa.

Seus olhos marejados se abrem de surpresa enquanto Ruth continua a lamber seu rosto. Finalmente, ela ergue a mão lentamente e, hesitante, começa a acariciar. Então ela a abraça, e Ruth reage, aproximando-se um pouco mais.

É incrível, pensa Caitlin; Ruth tinha encontrado está garota quando ainda estavam a quarteirões de distância. É como se as duas já se conhecessem há anos.

Caitlin se aproxima e se ajoelha ao lado da garota, estendendo o braço para ajudá-la a se sentar.

"Está tudo bem?" Caitlin pergunta.

A garota olha para ela surpresa, e então olha na direção de Caleb. Ela pisca algumas vezes, como se estivesse se perguntando quem seriam aquelas pessoas.

Finalmente, lentamente, ela assente com a cabeça. Seus olhos se abrem surpresos, e ela parece assustada demais para falar.

Caitlin estende a mão e gentilmente acaricia a cabeça da garota, retirando o cabelo da frente de seu rosto. “Está tudo bem," Caitlin diz. "Ela não vai mais lhe causar nenhum mal.”

A garota parece prestes a começar a chorar novamente.

"Eu sou Caitlin," ela diz, "e esse é Caleb.”

A garota olha para eles, ainda sem falar nada.

"Qual é o seu nome?" Caitlin pergunta.

Depois de alguns segundos, a garota finalmente responde: “Scarlet."

Caitlin sorri. “Scarlet," ela repete. "Que nome bonito. Onde estão seus pais?"

Ela balança a cabeça. "Eu não tenho pais. Ele é meu tutor, e eu o odeio. Ele me bate todos os dias, sem motivo algum. Eu o odeio, por favor, não me façam voltar para casa; eu não tenho mais ninguém.”

Caitlin olha para Caleb, e vê que ele olha para ela, ambos pensando a mesma coisa ao mesmo tempo.

"Você está em segurança agora,” Caitlin diz. “Você não precisa se preocupar mais, pode vir conosco.”

Os olhos de Scarlet se abrem de surpresa e felicidade, e ela quase esboça um sorriso.

"Sério?" ela pergunta.

Caitlin retribui o sorriso, estendendo a mão para Scarlet, e ajudando-a a ficar em pé. Ela vê os ferimentos nas costas da garota, ainda escorrendo sangue, e de algum lugar dentro de seu ser, Caitlin sente surgir um poder inexplicável. Ela pensa em tudo que Aiden a tinha ensinado, no poder de se unir ao universo, e de seu íntimo, ela sente um poder incomparável ao que já havia experimentado. Ela sempre havia encontrado forças em sua raiva, mas nada comparado a isso. Este poder é diferente, – algo novo, que surge em seus pés e sobe lentamente pelo seu corpo, passando pelos seus braços até chegar às pontas de seus dedos.

É o poder da cura.

Caitlin fecha os olhos e estende os braços, colocando as mãos gentilmente sobre as costas de Scarlet, em cima das cicatrizes. Ela respira profundamente, e invoca o poder do universo, e todas as coisas que Aiden tinha ensinado – concentrando-se em enviar energia da cura para a garota. Ela sente quando suas mãos ficam quentes e uma energia incrível atravessando seu corpo.

Caitlin não sabe ao certo quanto tempo havia passado quando abre os olhos mais uma vez. Ela olha para cima, abrindo-os lentamente, e vê que Scarlet a encara, completamente espantada. Caleb também a encara, com igual surpresa.

Caitlin olha para Scarlet, e vê que suas feridas estão completamente cicatrizadas.

"Você é uma feiticeira?" Scarlet pergunta.

Caitlin abre um largo sorriso. "Mais ou menos."

CAPÍTULO SEIS

Sam sobrevoa o interior britânico, com Polly ao seu lado, mantendo certa distância. Suas asas estão completamente abertas e muito próximas, mas não se encostam, pois ambos querem um pouco de espaço entre si. Sam prefere que as coisas sejam assim, e presume que ela também. Ele gosta de Polly de verdade, mas depois de seu problema com Kendra, Sam não se sente pronto para se aproximar de qualquer pessoa do sexo oposto por um bom tempo. Seria preciso algum tempo até que conseguisse confiar em outra pessoa novamente, mesmo em alguém que tinha sido amiga de sua irmã, como Polly parecia ser.

Eles já estavam voando há horas; Sam olha para terra sob a luz da manhã, e vê intermináveis plantações, e algumas casas de fazenda com fumaça saindo pela chaminé, mesmo em um dia agradável como aquele. Às vezes ele pode ver um humano andando pelo jardim, cuidando das roupas, pendurando lençóis no varal. Mas não há muitas casas, a área parece ser inteiramente rural, e ele começa a se perguntar se havia cidades no período em que estavam – seja lá qual fosse.

Sam não faz ideia par aonde ir, e Polly não havia ajudado. Ambos tinham usado seus sentidos vampiros para tentar localizar Caitlin, tentando usar a proximidade com ela para tentar determinar onde ela estava. Eles tinham concordado que ela estava em algum lugar naquela direção, e estavam voando desde então. Mas mesmo depois de horas, eles não tinham encontrado mais nenhuma prova ou pista concreta. Os instintos de Sam lhe diziam que ela estava em uma cidade grande, mas eles não tinham passado por nada remotamente parecido com uma cidade desde que tinham começado a voar.

Justo quando Sam estava começando a se perguntar se estavam voando na direção certa, eles fazem uma curva e, assim que o fazem, Sam fica surpreso com o que vê a distância. No horizonte ao longe, uma cidade enorme se estende diante de seus olhos. Ele não consegue identificar qual cidade é aquela, e não tem certeza se poderia reconhecê-la mesmo se estivesse mais perto. Ele nunca tinha sido bom de geografia, e de história era ainda pior. Isso era o resultado de muitas mudanças de escola, das amizades erradas e da falta de atenção durante as aulas. Ele sempre tinha sido um aluno mediando, embora soubesse de seu potencial para ser um dos melhores. Mas com sua criação, havia sido difícil para ele encontrar um motivo para tentar, ou se importar – e agora ele se arrependia.

"É Londres!" Polly grita, alegre e surpresa. "Ai meu Deus! Londres! Mal posso acreditar. Estamos aqui! Realmente estamos aqui! Que lugar incrível para estarmos!" ela grita, excitada.

Ainda bem que Polly está aqui, pensa Sam, sentindo-se mais burro do que nunca, e percebendo o quanto pode aprender com ela.

Quando se aproximam e conseguem ver os prédios, ele fica se espanta com a arquitetura. Mesmo à distância, ele pode ver os campanários das igrejas erguendo-se até o céu, e pontuando a cidade como um campo de lanças. Ao se aproximarem ainda mais, ele vê a real magnitude das igrejas – e fica surpreso que já pareçam tão antigas. Ao lado delas, o resto da cidade parece apenas uma miniatura.

Quando começam a absorver tudo, ele sente a forte presença de Caitlin na cidade, e começa a se sentir entusiasmado.

"Caitlin está aqui!" ele grita. "Posso senti-la.”

Polly sorri para ele. "Eu também!" ela grita.

Pela primeira vez desde que havia chegado naquele tempo e lugar, Sam finalmente se sente em casa, com um forte senso de direção e propósito. Finalmente, ele sente que está no caminho certo.

Ele tenta se concentrar para ver se ela está em perigo, mas por mais que ele tente, não consegue ver nada. Ele pensa na última vez que tinha visto Caitlin, logo antes de sua fuga de Notre Dame. Ela estava na companhia daquele garoto – Caleb – e ele se pergunta se os dois ainda estariam juntos. Ele tinha visto Caleb apenas uma ou duas vezes, mas gostava bastante dele. Ele espera que Caitlin esteja com ele, e que Caleb esteja cuidando bem dela. A ideia dos dois juntos lhe parece certa.

Polly de repente mergulha sem avisar, aproximando-se dos telhados. Talvez ela não faça questão que Sam a siga, ou talvez presuma que ele o faça. Isso irrita Sam, ele gostaria que ela o tivesse avisado, ou que pelo menos se importasse com ele o suficiente para dar algum sinal de que estava prestes a voar mais baixo. Ainda assim, uma parte dele sente que ela se importa. Ela estaria apenas se fazendo de difícil?

E por que ele se importava tanto? Ele não havia acabado de dizer que não estava interessado em garotas naquele momento?

Sam mergulha, se aproximando dela, e eles voam alguns metros acima da cidade. Mas ele faz questão de voar um pouco mais para a esquerda, de modo que fiquem ainda mais longe um do outro. Tome isso, pensa Sam.

Ao se aproximarem do centro da cidade, Sam não consegue acreditar no que vê. Aquilo é tão diferente de tudo que ela já tinha visto e vivenciado em toda sua vida. Ele está tão perto dos telhados, que sente que se estendesse o braço poderia tocá-los. A maioria das construções é baixa, com apenas alguns andares, e eram construídas com telhados inclinados cobertos por algo que se parece com feno ou palha. Muitos dos prédios são pintados de branco, alguns com bordas de madeira escura. As igrejas – enormes , de mármore ou calcário, – erguem-se acima da cidade, dominando quarteirões inteiros, e aqui e ali algumas outras grandes estruturas parecendo palácios pontuam a paisagem. Ele imagina que sejam residências da realeza.

Eles agora sobrevoam um grande rio, que divide a cidade. O rio é bastante movimentado pelo tráfego de barcos de todos os formatos e tamanhos e, ao olhar paras as ruas, Sam vê que elas também estão repletas de gente. Na verdade, ele mal consegue acreditar no movimento que vê nas ruas; há pessoas andando para todos os lados, e ele não consegue imagina pra quê tanta pressa. Não é como se tivessem internet, e-mails, faxes ou até mesmo telefones.

Ainda assim, outras partes da cidade parecem relativamente calmas. As ruas de terra, o rio, e todos os barcos transmitem uma sensação de tranquilidade. Não há carros em alta velocidade, ônibus, caminhões, ou motos costurando o trânsito. Tudo é relativamente calmo.

Isto é, até que ouvem o grito de uma multidão.

Sam olha na direção do barulho, e Polly faz o mesmo.

Afastado, à direita deles, eles veem um grande estádio, construído como um círculo perfeito e com diversos andares. O prédio o faz pensar no Coliseu de Roma, embora seja bem menor.

De onde está, ele vê o que parece ser um animal de grande porte no centro do estádio, correndo em círculos com vários outros animais menores correndo em volta dele. Ele não consegue entender exatamente o que está acontecendo, mas pode ver que o estádio está repleto de espectadores, todos em pé, aplaudindo e gritando.

Seu corpo começa a formigar de repente, não por que ele percebe o que está acontecendo, mas por que sente a presença certa de Caitlin naquele lugar.

"Minha irmã!" ele grita na direção de Polly. "Ela está lá dentro," ele diz, apontando. “Tenho certeza.”

Polly olha para baixo, franzindo o cenho.

"Não tenho tanta certeza," ela diz. "Não sinto nada."

Ela vira o rosto na outra direção, e aponta para uma ponte que surge diante deles. "Sinto que ela está ali."

Sam olha, e vê uma grande ponte sobre o rio. Ele fica surpreso ao perceber que há várias lojas em cima dela, e mais ainda ao ver, enquanto sobrevoam a ponte, que há diversos prisioneiros em pé sobre um tablado, com cordas ao redor do pescoço e capuzes sobre as cabeças. É evidente que eles estão prestes a serem executados, e um grupo de espectadores se amontoa ao redor deles.

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