Amor Como Este - Софи Лав 2 стр.


Isto fez com que Joshua ficasse completamente sozinho no meio do escritório de ambiente aberto, paramédicos o erguendo sobre uma maca e o levando, enquanto que na sala de conferência todos seus funcionários se preparavam para brigar por sua tarefa.

*

“Não sei se vocês notaram,” disse Elliot, “que o acidente infeliz de Joshua me deixou em uma situação um pouco difícil.”

Ele cruzou suas mãos grandes sobre a mesa de conferência e olhou para todos os redatores sentados em sua frente.

Keira ficou calada, aguardando seu momento. Ela tinha uma estratégia: deixar os outros se desgastarem, pedindo para receber a tarefa e, então, fazer uma entrada triunfal no último minuto.

“O artigo da Irlanda,” continuou Elliot, “seria a nossa matéria de capa. Viatorum está tomando uma nova direção. Artigos pessoais, relatos em primeira pessoa. O escritor comanda a narrativa, cria uma história, em que o local é um personagem fundamental. Eu havia instruído Joshua sobre isso. Não sei se algum de vocês tem o talento para fazer isso, para entender minha visão.” Ele olhou para o tampo da mesa, franzindo a testa tão forte que uma veia cresceu em sua testa. “O avião parte amanhã,” ele lamentou, como se não tivesse uma plateia.

“Se me permite,” disse Lisa. “Meu artigo da Flórida está quase pronto. Posso terminar no avião.”

“De jeito nenhum,” respondeu Elliot. “Ninguém pode estar incumbido de duas tarefas ao mesmo tempo. Quem está livre?”

Houve um desânimo coletivo, visto que vários dos redatores em volta da mesa perceberam que já estavam fora do páreo.

“Estou livre,” disse Duncan. “Era para eu pegar um voo para Madri hoje, mas trabalho vem primeiro. Stacy não se importará em adiar o feriado.”

Keira se segurou para não revirar os olhos ao escutar a fala ensaiada de Duncan. Ela se perguntava o quão tranquilo Duncan realmente estava com o cancelamento de seu feriado.

Elliot analisou Duncan através da mesa. “Você não é o cara de Buxton, é? O cara que escreveu o artigo de Frankfurt?”

“Sim,” respondeu Duncan, sorrindo orgulhosamente.

“Eu odeio aquele artigo,” disse Elliot.

Keira podia sentir borbulhas dentro dela, o entusiasmo. Este era o seu momento. Sua hora de brilhar.

Ignorando o nervosismo que estava sentindo, ela levantou a mão com uma confiança forçada. “Eu estou disponível para o artigo.”

A cabeça de todos virou em sua direção. Ela lutou contra a vontade de se enfiar debaixo de sua cadeira.

“Quem é você?” preguntou Elliot.

Keira engoliu em seco. “Keira Swanson. Sou a redatora júnior de Joshua. Ele me incumbiu de fazer a pesquisa preliminar para este artigo.”

“Ele fez isso?” perguntou Elliot, sem mostrar-se impressionado em saber que Joshua estava delegando suas tarefas para funcionários júniores. Ele acariciou o queixo em contemplação. “Você já foi ao exterior a trabalho?”

Keira negou com a cabeça. “Ainda não,” ela respondeu. “Mas estou animada para ir.” Ela torceu para que o tremor em sua voz não pudesse ser ouvido.

Ela podia sentir seus colegas em volta dela cheios de raiva. Eles provavelmente acharam tudo muito injusto, que Keira não merecia esta tarefa. Eles provavelmente estavam se martirizando por terem se voluntariado para artigos menos glamorosos nas semanas anteriores, porque agora estavam presos a eles. A única pessoa mostrando algum indício de apoio era Nina, que sorriu à sua maneira. Internamente, Keira também se viu sorrindo. Este era o seu momento. Ela estava esperando seu momento na Viatorum, apanhando os cacos de Joshua e reescrevendo seus artigos em nome dele, trabalhando todas as horas com pouca recompensa. Agora era a sua vez no holofote.

Elliot tamborilou os dedos sobre a mesa. “Não sei,” ele disse. “Você ainda não provou seu valor. E esta é uma grande tarefa.”

Nina ousadamente manifestou-se do outro lado da sala. Ela trabalhava na área por muito tempo, conquistou confiança e respeito. Anos de editoração em revistas sofisticadas a calejaram. “Não creio que você tenha outra opção.”

Elliot fez uma pausa para assimilar as palavras. Em seguida, o franzido começou a relaxar e, com uma aceitação meio relutante, ele disse, “Certo. Swanson, o artigo é seu. Mas só porque estamos desesperados.”

Não era a melhor maneira no mundo de receber uma boa notícia, mas Keira nem ligou. Ela conseguiu a matéria. Era isso que importava. Ela teve que lutar contra a vontade de socar o ar.

“É uma viagem de quatro semanas,” explicou Elliot. “Para o Festival de Lisdoonvarna, na Irlanda.”

Keira balançou a cabeça; ela já sabia de tudo isso. “O Festival do Amor,” ela disse ironicamente.

Elliot sorriu. “Então, você é uma cética?”

Nervosa, Keira ficou preocupada se tinha dito algo errado, se tinha deixado seu desdém escapulir por acidente. Mas então, ela notou que a expressão de Elliot era na verdade de aprovação.

“Esse é exatamente o tipo de ângulo que estou procurando,” ele disse.

Parecia que todos em volta da mesa tinham chupado limão. Lisa escancaradamente deixou transparecer sua inveja de Keira.

“A verdade,” acrescentou Elliot, seus olhos brilhando com um entusiasmo repentino. “Quero que você desmistifique a tolice do romance na Irlanda. Desmascare o mito de que alguém pode encontrar o amor de sua vida através de um festival sentimental. Preciso que seja corajosa e mostre como tudo isso é um absurdo, como o amor não funciona dessa forma na vida real. Quero o lado positivo e o negativo.”

Keira assentiu a cabeça. Ela era uma cética de Nova York, e o ângulo da tarefa caiu muito bem para ela. Ela não podia deixar de sentir que a oportunidade perfeita caiu em seu colo no momento perfeito. Essa era sua chance de brilhar, de mostrar sua voz e talento, de provar que merecia seu lugar na Viatorum.

“Dispensados,” disse Elliot. Quando Keira levantou-se, ele adicionou, “Não você, Srta. Swanson. Precisamos analisar os pequenos detalhes com minha assistente. Por favor, vamos ao meu escritório.”

À medida que os outros saíam da sala de conferência, Nina olhou para Keira e fez o gesto de polegar para cima. Keira, então, atravessou o escritório, ao lado de Elliot, seu salto fazendo barulho e atraindo olhares invejosos de todos ao seu redor.

*

No segundo em que a porta do escritório de Elliot fechou, Keira sabia que o trabalho verdadeiro estava prestes a começar. A assistente de Elliot, Heather, já estava sentada. Ela franziu a testa confusa quando percebeu que Keira foi escolhida para a tarefa, mas não disse nada.

Você é apenas mais uma pessoa que vou provar estar errada, pensou Keira.

Ela sentou, assim como Elliot. Heather entregou uma pasta para ela.

“Suas passagens de avião,” ela explicou. “E detalhes de suas acomodações.”

“Espero que goste de madrugar, pois partirá logo pela manhã,” acrescentou Elliot.

Keira sorriu, embora sua mente bobinasse para todos os eventos planejados que tinha em seu calendário, todas as coisas que ela teria que cancelar e perder. Ela começou a suar frio lembrou que iria perder o casamento de Ruth, irmã de Zachary, o qual era no dia seguinte. Ele iria ficar tão bravo!

“Sem problema,” ela disse, olhando para as passagens em sua pasta, que eram para um voo às 6 da manhã. “Nenhum problema.”

“Reservamos uma pequena pousada pitoresca em Lisdoonvarna,” Elliot explicou. “Sem frescura. Queremos que experimente tudo.”

“Ótimo,” ela respondeu.

“Não estrague tudo, ok?” disse Elliot. “Estou assumindo um grande risco com você. Se você se sair mal nessa tarefa, seus dias aqui já eram. Entendeu? Há centenas de outros redatores esperando pela sua vaga.”

Keira balançou a cabeça, tentando não transparecer ansiedade em seu rosto, tentando parecer corajosa, confiante e totalmente tranquila, enquanto por dentro ela sentia como se milhares de borboletas tivessem levantado voo.

CAPÍTULO DOIS

Mais tarde naquela noite, quando chegou ao apartamento que compartilhava com seu namorado, Keira percebeu que ainda tremia de emoção e descrença. Sua mão tremia enquanto tentava colocar a chave na fechadura da porta de seu apartamento.

Finalmente, ela abriu a porta e entrou. O aroma de comida ainda estava no ar, misturado com o cheiro de produtos de limpeza. Zachary tinha feito limpeza. Isso significava que estava bravo.

“Eu sei, eu sei, eu sei,” ela começou antes que pudesse vê-lo. “Você está bravo. Eu sinto muito.” Ela jogou suas chaves no pote ao lado da porta e fechou a porta. “Mas, babe, tenho ótimas notícias!” Ela tirou os sapatos de salto alto e esfregou seu pé dolorido.

Zachary apareceu na porta da sala, seus braços cruzados. Seu cabeço escuro espelhavam sua expressão sombria.

“Você perdeu o brunch,” ele disse. “Tudo.”

“Desculpe!” Keira implorou. Ela jogou seus braços ao redor do pescoço dele, mas percebeu que ele estava resistente, então decidiu mudar de tática. Começou a falar com sua voz sensual. “Que tal a gente conversar sobre o assunto e, depois, eu te compensar?”

Zachary afastou os braços dela e andou bravo para a sala de estar, onde despencou no sofá. A sala estava imaculadamente limpa. Até o pó do PlayStation dele foi tirado. Ele estava mais bravo desta vez do que nunca, Keira percebeu.

Ela sentou ao seu lado e, gentilmente, colocou uma mão sobre seu joelho, batendo em sua calça jeans com a ponta dos dedos. Zachary olhava fixamente para a TV que não estava ligada.

“O que você quer que eu faça Zach?” ela perguntou delicadamente. “Tenho que trabalhar. Você sabe disso.”

Ele exalou e balançou a cabeça. “Entendo que precisa trabalhar. Eu também trabalho. O mundo inteiro trabalha. Mas nem todo mundo tem um chefe que estala os dedos e faz com que todos seus funcionários saiam correndo como escravos!”

Era uma observação justa.

“Espera aí, você não está com ciúmes do Josh, está?” Keira perguntou. A ideia era ridícula. “Se você o visse!”

“Keira,” berrou Zachary, finalmente olhando para ela. “Não estou com ciúmes de seu chefe. Pelo menos não dessa maneira. Estou com ciúmes com o fato de ele conseguir tanto de você, de sua energia e de seu foco na vida.”

Agora era a vez de Keira suspirar. Por um lado, ela entendia o que Zach estava sentindo, mas por outro ela desejava que ele fosse solidário com seu sucesso. Ela queria que ele a apoiasse enquanto ela estivesse na base da escada. As coisas estavam prestes a ficarem mais fáceis, depois que ela desse esse próximo passo em sua carreira.

“Queria que ele não fizesse isso,” concordou Keira. “Mas todo esse esforço e energia colocados em minha carreira não vai mudar. Pelo menos não ao longo do próximo mês.”

Zachary fechou a cara. “O que você quer dizer com isso?”

Keira queria conter sua empolgação em respeito ao Zach, mas não conseguiu se segurar. Ela quase gritou quando disse, “Estou indo para a Irlanda!”

Houve uma longa, longa pausa, enquanto Zach absorvia a informação.

“Quando?” ele disse, friamente.

“O negócio é o seguinte,” respondeu Keira. “É uma mudança de pessoal de última hora. Josh quebrou a perna. É uma longa história.”

Zach apenas olhou feio enquanto ela divagava, esperando ansiosamente pelo ponto principal da história.

Keira se agachou perto do sofá, tentando parecer o menor possível. “Parto amanhã.”

A expressão de Zachary mudou tão rápido quanto um raio de tempestade. Se ele fosse uma nuvem de chuva antes, agora ele seria um trovão e raio.

“Mas o casamento é amanhã,” ele disse.

Keira segurou as duas mãos dele. “O momento é uma droga, sou a primeira a admitir. Mas juro que Ruth não vai se importar.”

“Não vai se importar?” Zach falou rispidamente, puxando suas mãos. “Você faz parte da festa do casamento!”

De repente ele estava de pé, andando, passando a mão no cabelo. Keira pulou e correu até ele, tentando acalmá-lo com carinho. Mas Zach não estava aceitando nenhum nesse momento.


“Não acredito nisso,” ele falou de modo ofegante. “Eu passo o dia todo organizando um brunch para sua família, escutando Bryn falando sem parar sobre o quão gostoso seu novo professor de meditação é e todas as suas opiniões vazias—”

“Ei!” disse Keira, agora brava. Criticar sua irmã mais velha não era legal.

“E, em vez de me agradecer,” Zach continuou, “você despeja isso em mim! Como diabos devo dizer isso a Ruth?”

“Eu falo para ela,” Keira sugeriu. “Deixe-me ser o vilão, eu não ligo.”

“Você é a vilã!” exclamou Zack.

Ele saiu da sala de estar. Keira o seguiu impotentemente. Eles estavam juntos por dois anos e ela nunca o tinha visto tão bravo.

Ela o seguiu até o quarto e observou enquanto ele puxou sua mala que estava debaixo da cama.

“O que você está fazendo?” ela perguntou frustrada.

“Tirando isso daqui,” ele retrucou. “Você não pode ir sem uma mala, pode?”

Keira balançou a cabeça. “Eu sei que está bravo, mas você está exagerando um pouco.”

Ela tirou a mala das mãos dele e a jogou na cama. A mala caiu aberta como se estivesse convidando-a para começar a arrumar. Keira teve que lutar contra o desejo dentro dela de começar a encher a mala.

Zach parecia ter perdido sua força momentaneamente. Ele desanimou, sentou na borda da cama com a cabeça em suas mãos.

“Você sempre escolhe trabalho em vez de mim.”

“Desculpe,” disse Keira, sem olhar para ele enquanto pegava do chão sua blusa favorita e a colocava discretamente na mala. “Mas essa é uma oportunidade única.” Ela foi até a cômoda e procurou seus frascos de hidratante e perfume. “De qualquer forma, Ruth me odeia. Ela só me colocou como madrinha porque você pediu a ela.”

“Porque é isso que você deve fazer,” disse Zack tristemente. “Você deve fazer coisas de família junto.”

Ela virou e rapidamente adicionou os itens em sua mala. Mas Zach notou o que ela estava fazendo e sua expressão sempre sombria se tornou ainda mais sombria.

“Você está fazendo a mala?”

Keira congelou e mordeu seu lábio inferior. “Sinto muito.”

“Não, você não sente,” ele disse de forma fria e calculista. Em seguida, ele olhou para cima e disse, “Se você for, não sei se podemos continuar juntos.”

Keira elevou uma sobrancelha, perplexa com a ameaça. “É mesmo?” Ela cruzou os braços. Agora ele conseguiu a atenção dela. “Você vai me dar um ultimato?”

Zachary jogou os braços para cima, frustrado. “Não aja como se não estivesse me forçando a isso! Você não percebe o quão constrangedor será para mim, aparecer amanhã no casamento de Ruth sem você?”

Keira suspirou, igualmente frustrada. “Não entendo o porquê você não pode apenas dizer a eles que consegui uma ótima oportunidade no trabalho. Algo que não poderia perder.”

“O casamento de minha irmã deveria ser algo que você não pode perder. Deveria ser uma prioridade!”

Ah. Lá estava novamente. Aquela palavra. Prioridade. A coisa que Keira nunca iria admitir para o Zach, que não era ele, mas sim sua carreira.

“Desculpe,” ela repetiu, sentindo sua determinação finalmente enfraquecer. “Mas é simplesmente impossível. Minha carreira tem que vir primeiro.”

Ela inclinou a cabeça, não de vergonha, mas sim de tristeza. Não tinha que ser dessa maneira. Zach nunca deveria ter confrontado a relação deles com a sua carreira. Era uma batalha que inevitavelmente perderia.

Keira não sabia mais o que dizer. Ela olhou para o rosto enfurecido de Zach. Nenhuma outra palavra foi dita entre eles. Não havia mais nada a dizer. Em seguida, Zach levantou da cama, saiu do quarto em direção ao corredor, e pegou suas chaves no pote ao lado da porta antes de abri-la e fechá-la após sair. Enquanto escutava o som do carro indo embora, Keira sabia que ele não voltaria naquela noite; ele dormiria no sofá-cama de Ruth para provar seu ponto de vista.

Keira ganhou a briga, mas não houve prazer em sua vitória. Ela se jogou na cama ao lado de sua mala aberta e sentiu um nó se formar em sua garganta.

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