Amor Como O Nosso - Софи Лав 5 стр.


Keira não estava inteiramente certa de como interpretar aquilo. – De que maneira?

– Os artigos de amor – Elliot disse. – A Guru do Romance.

Keira sentiu um repentino peso em seu peito. Elliot havia de fato lido seu último artigo? Ela estava apaixonada agora. Amor genuíno com um homem humano de verdade que queria estar com ela. Não como Shane, que tinha outras prioridades. Dessa vez, Cristiano tinha viajado o mundo por ela, deixando sua casa, sua família, seu trabalho e seu país para trás. Não tinha mais Guru do Romance, não se isso exigisse que ela se apaixonasse de novo!

– Desculpe – Keira começou. – Está dizendo que quer que eu escreva outro artigo da Guru do Romance?

– É claro – Elliot respondeu, parecendo confuso. – É só isso que todo mundo quer. Nossos leitores. Eles adoram. Não conseguem enjoar. Insaciáveis. E nós precisamos manter o ritmo. Então vamos ter que te enviar de novo imediatamente.

O peso em Keira se tornou pânico. – Não – ela arfou. – Você não pode. Só estou de volta faz duas noites!

Quanto tempo demoraria até que Bryn colocasse as garras em Cristiano? Para Maxine começar a rodear? Para que sua mãe o aterrorizasse até que ele fosse embora? Ela não podia pegar e sair de novo!

Elliot parecia confuso. – Keira, está tudo planejado – ele disse, sem emoção. – Heather já reservou os voos. Paris, Keira. PARIS. Essa é a melhor tarefa até agora e estamos te entregando de bandeja. O resto da equipe aí fora mataria por isso.

– Desculpe... – Keira gaguejou. – Mas eu não posso. Eu realmente amo Cristiano. Não é um jogo para mim. Não quero deixá-lo. E não quero ir para outro lugar procurar o amor – ela respirou fundo. – Se é isso que você quer que eu faça, eu prefiro me demitir.

Elliot estava balançando a cabeça, olhos desviados. Para a surpresa de Keira, os ombros dele começaram a chacoalhar. Ele estava chorando? Ela sabia como as coisas tinham chegado perto de implodir na revista, e sabia o quanto Elliot tinha sacrificado pela Viatorum, o quanto significava para ele. Mas era a vida dela também. Certamente alguém podia assumir o manto de Guru do Romance? Podiam até fingir ser ela, ela não se importava! Que diferença faria para os leitores, afinal?

Mas, então, ela percebeu que os ombros dele não tremiam por conta de lágrimas, e sim de riso. Ela franziu a testa, irritada, incapaz de entender o que poderia ser tão divertido para ele.

– Keira – Elliot finalmente disse. – Não estou pedindo para deixar o Cristiano. Eu quero que vocês vão juntos.

Keira fez uma pausa, atônita com a revelação. – Juntos?

– Sim – Elliot exclamou. – Nossos leitores o adoram. As pessoas estão fazendo desenhos dele e postando na internet! Todo mundo só fala dele nos fóruns.

– Fóruns? – Keira repetiu.

Ela não podia acreditar no que estava escutando. Suas descrições haviam mesmo pintado uma imagem tão boa de seu guia italiano que ela tinha o tornado uma espécie de herói inadvertidamente?

– Eu não entendo – ela disse. – Quer que a gente vá, juntos?

– Sua história de amor é um sucesso, Keira – Elliot a contou. – As pessoas querem saber como vai desenrolar. Hashtag Time Shane ou Hashtag Time Cristiano. Com quem ela vai casar?

– CASAR? – Keira exclamou. – O que está acontecendo? Eu acho que vocês estão se precipitando. Eu conheço Cristiano só faz algumas semanas. Não estou pensando em casamento. E ele também não! – ela cruzou os braços, sentindo-se na defensiva, como em um espetáculo.

Elliot suavizou sua voz, claramente enfim percebendo a aflição dela. – Keira, o que queremos ver é mais de você e ele. Como seria isso em Paris? Seu amor vai durar em um novo lugar? É claro que na Itália, no território dele, funcionou. E aqui, rodeada por tudo que lhe é confortável, funciona. Mas em um lugar novo? E então? Território igual, neutro. O amor pode durar em um lugar estranho?

Keira piscou diante dele, atordoada ao silêncio. – Você quer... Colocar meu relacionamento sob estresse para ver se ele quebra?

Elliot inclinou a cabeça de lado. Ficou claro que ele não tinha pensado dessa forma. – Bem, quer dizer, eu não estava esperando que terminasse. Só curioso.

– Curioso – Keira repetiu, sentindo-se mais e mais anestesiada. – Isso é a minha vida, Elliot. Minha vida real, de verdade. Não sou um rato de laboratório.

Elliot balançou a cabeça – Estou me expressando errado – ele disse. – Olhe, a ideia toda é que vocês vão poder passar um mês em Paris. A coisa da viagem, a coisa do romance. Escreva sobre tudo isso. Os leitores estão felizes. Vocês dois estão felizes. Eu estou feliz. Ponto final. Acabou.

– Só que não acaba aí, não é? – Keira desafiou. – Porque você quer algum tipo de conflito. Você quer aumentar as apostas.

– É apenas o melhor ângulo – Elliot a contou, calmamente. – Para ver se você consegue voltar com seu amor ainda forte.

Keira não tinha dúvidas que um mês em Paris não desfaria seu relacionamento. Ele permaneceria forte, ela estava certa. O que ela se opunha era ao modo como Elliot falava disso. Como se ela fosse parte de um experimento ou de um livro de histórias ao invés de uma pessoa real com emoções reais.

Elliot apoiou os braços na mesa em uma postura mais aberta. – Keira, como está sua vida em Nova Iorque nesse momento? Sem apartamento próprio. Ficando na casa da sua mãe.

– Como você sabe disso? – Keira gaguejou.

– Eu tenho meus meios – ele disse, dando de ombros.

Ela lembrou-se da vez que sua mãe tinha ligado para ela na Itália para convencê-la a permanecer na revista. Elliot tinha induzido aquela ligação.

– Você andou falando com a minha mãe? – ela perguntou, suspeitosamente.

Ele pareceu culpado, mas respondeu com inocência suficiente. – Mallory e eu conversamos ocasionalmente.

Keira inalou uma respiração aguda. Por que a mãe dela sentia a necessidade de interferir tanto em sua vida?

– Então – Elliot continuou, varrendo a sujeira para debaixo do tapete. – De fato, estar em Paris te daria a privacidade que você precisa. Um mês inteiro, só vocês dois. Sem irmã no caminho, sem mãe interferindo.

Parecia bom, Keira pensou. Que diferença faria se eles embarcassem no relacionamento em Nova Iorque ou Paris? A não ser pelo fato de que aqui estava abarrotado de pessoas ansiosas para conhecer Cristiano. Pelo menos em Paris seriam apenas eles. Estariam anônimos outra vez.

– Depois desse artigo – Elliot adicionou – Eu talvez consiga soltar as rédeas um pouco aqui na Viatorum. Promover você. Então, você vai escolher suas próprias atribuições. Se der certo, e conseguirmos o ângulo certo para a Guru do Romance, vou deixar você tomar o controle de tudo. Sem mais correspondências de última hora. Nada de Antônios.

Keira fez uma careta ao se lembrar do primeiro guia turístico que fora lhe dado na Itália, Antônio, com sua pança, seu cheiro de queijo e sua grosseria perpétua.

– Você está falando sério? – ela perguntou. – Mais uma tarefa, com Cristiano, e então eu vou poder direcionar a Guru do Romance como eu escolher?

– Desde que você ainda viaje para o exterior e escreva os artigos de viagem – Elliot disse. – Não me importo onde.

Keira quis testar a teoria, só um pouco – Austrália? – ela perguntou.

– Por que não?

– China?

– Se for seu desejo.

– Antártica?

– Desde que esteja apaixonada, é só isso que me importa. É só isso que importa aos leitores. E quem sabe, talvez depois possamos juntar todos os artigos e transformamos em um livro?

Keira recostou-se, remoendo a perspectiva propriamente pela primeira vez. Se ela acertasse isso, as coisas seriam significativamente mais fáceis para ela daqui para frente. Mais uma tarefa sob o controle de Elliot, depois estaria no volante, livre. E virar autora de um livro era um grande atrativo! Ela e Cristiano poderiam viajar o mundo juntos. Sem mais truques para conseguir relacionamentos ou testar o amor. Ela realmente poderia escrever a história de amor deles.

Além disso, as coisas em Nova Iorque estavam mesmo um pouco tensas, com suas opções sendo o apartamento de Bryn ou seu velho quarto de infância. Não havia nada romântico em nenhum dos cenários. Mas Paris. Paris! Pela primeira vez, ela sentiu um formigamento de ansiedade com a ideia de Cristiano e ela na cidade mais romântica do mundo. Imaginou janelas francesas e cortinas de renda ondulando, beijos debaixo da Torre Eiffel, calçadas respingadas de chuva, croissants em antigos cafés com vista para o Sena, museus, arte, cultura e arquitetura. E então, uma imagem mental forçou caminho por sua mente com velocidade feroz: Cristiano ajoelhado, um lindo anel brilhante levantado para ela.

Ela não tinha pensado em casamento até que Elliot tinha mencionado. Mas, e se um mês em Paris terminasse com um anel? Certamente não faria mal.

– Está bem – ela disse, por fim. – Eu vou.

CAPÍTULO SETE

Assim que sua reunião com Elliot acabou, Keira pegou seu celular e apressou-se para fora para ligar para Cristiano. As ruas estavam movimentadas com o trânsito e as pessoas ocupadas como sempre. O pensamento de deixar tudo isso para trás deixou Keira empolgada.

Ela chamou o número dele e, depois de um instante, ele atendeu.

– Tenho uma notícia – ela anunciou.

– Ah é? – ele perguntou. – Você não está grávida, está?

– Não! – Keira exclamou, rindo. – Nós vamos para Paris!

– Vamos? – ele soou animado.

– Sim. Meu novo artigo. Acontece que os leitores te amam tanto que eles querem que você vá junto. O que você acha?

– Acho isso incrível! – ele respondeu. – Mal posso esperar. Quando nós vamos?

– Amanhã.

Ela mordeu os lábios, preocupada com a resposta dele. Ela não precisava ter se incomodado.

– Uau! – Cristiano exclamou. – Maravilha!

No fundo, ela ouviu o som das buzinas e sirenes de ambulância.

– Como está indo seu tour solo por Nova Iorque? – ela perguntou a ele.

– Ótimo – ele respondeu com entusiasmo de criança. – Andei de metrô por vários lugares, caminhei por alguns parques. Agora estou ao lado de um lugar chamado Teardrop Park.

Keira ficou atônita. – Você está bem na esquina do meu escritório!

– Estou? – Cristiano perguntou, surpreso.

– Sim! Você deveria vir me ver – ela adicionou, pensando em como todos na revista queriam conhecê-lo. – Posso te apresentar para algumas pessoas.

– Eu adoraria – ele respondeu.

Keira lhe deu instruções para caminhar pela curta distância até onde o escritório dela estava localizado. Alguns minutos depois, ela o viu virando a esquina ao longe. Sua beleza a deixava atônita, fazendo seu coração palpitar.

Quando ele a alcançou, ela jogou os braços ao redor de seu pescoço e o beijou. Em seguida, pegou sua mão e o conduziu para dentro.

– Pessoal – ela anunciou. – Esse é Cristiano.

Todos se apressaram para conhecê-lo. Denise parecia estar cara a cara com uma celebridade. Lisa parecia estar prestes a desmaiar. Pela primeira vez, Keira sentiu a emoção de estar com alguém a quem todos adoravam, ao invés do medo dele ser roubado dela.

Elliot saiu de seu escritório, avaliando Cristiano com os olhos. Ele claramente aprovou o que viu e veio apertar a mão de Cristiano.

– Keira te contou a novidade? – ele perguntou.

– Sobre Paris? – Cristiano respondeu com um aceno de cabeça. – Sim, e eu mal posso esperar. Muito obrigado por providenciar para que eu também fosse. É um sonho realizado viajar o mundo com a mulher que eu amo.

Ele abraçou Keira, apertando-a contra si. Denise e Lisa visivelmente se derreteram.

Nina foi a próxima a vir conhecer Cristiano. Ao menos ela foi respeitosa o suficiente em não deixar seu queixo cair até o chão. Ela apenas apertou sua mão cordialmente. Mas havia um brilho por trás de seus olhos que fez Keira suspeitar.

– Você sabia que a Stella está vindo hoje? – ela perguntou a Keira.

– Stella, a designer da capa? – Keira respondeu. – Não, por quê?

O olhar de Nina estava atentamente fixo em Cristiano, como que o avaliando. – Estou só pensando em tirar uma foto de perfil de vocês dois. Uma que possamos colocar na assinatura.

Keira franziu a testa. No momento, era seu rosto e biografia na linha de assinatura. Ela era a escritora, no fim das contas. Eram as palavras dela, não de Cristiano.

– Não sei – ela disse, soando um pouco afetada.

– Você está certa – Nina concordou. – A assinatura é muito pequena. Vocês deveriam ser as estrelas da capa.

Elliot começou a aplaudir, animado com a perspectiva.

– Esperem um minuto – Keira exclamou, seus olhos arregalados de choque. Ela olhou para Cristiano. – Não podemos estar na capa.

Cristiano claramente não estava vivenciando o mesmo pavor de Keira. Ele não parecia minimamente intimidado pela sugestão.

Nina e Elliot ignoraram seus protestos, ocupados depois conversando entre si, repassando os detalhes, batendo os dedos nos queixos enquanto examinavam Cristiano como se ele fosse um dos modelos que Stella havia contratado para suas sessões de fotos.

– Pessoal! – Keira exclamou, tentando chamar atenção. – Não vamos fazer isso.

Elliot virou-se para ela finalmente e franziu o cenho. – Seus artigos são os mais populares. É por isso que a maioria dos leitores assina a Viatorum.

Ele falou aquilo com simplicidade, como se não passasse de uma decisão de negócios lógica.

– Nina, talvez devêssemos mostrar a ela o gráfico da pesquisa de mercado? – ele adicionou.

– Não preciso de um gráfico para tomar minha decisão – Keira gaguejou. – Eu não quero estar na capa, ponto final. Não sou atraente o bastante. Existe uma razão para algumas pessoas decidirem passar seus dias escondidas atrás de um computador!

– Não seja boba, Keira – Cristiano exclamou. – Você é linda. Você só não vê. Talvez uma sessão de fotos profissionais fosse a coisa certa para aumentar sua confiança.

Keira chacoalhou a cabeça, atônita, em choque. Isso não podia estar acontecendo. Esse era seu pesadelo, sair dos bastidores para os holofotes. Ela pensou em Bryn, que era realmente bonita. Ela não pareceria comum ao lado de Cristiano como Keira ficaria.

Nesse momento, as portas se abriram e Stella entrou com seu grande estojo de câmera preto pendurado em seus ombros. Era intimidador demais para Keira.

Nina acenou para que ela se aproximasse.

– Estávamos acabando de contar a Keira e Cristiano sobre a foto de capa – ela disse a Stella. – Você tem tempo para fazer isso hoje?

– Com certeza – Stella disse, seu olhar fixo em Cristiano com aprovação.

Keira sentiu-se ainda pior. Ele era tudo o que todos queriam ver, não ela. Ela só iria arruinar as fotos.

– Vamos, meu amor – Cristiano disse a ela gentilmente. – É só um pouco de diversão. Uma memória para olhar para trás. Algo para mostrar para os nossos pais. E nossos filhos, um dia.

Keira não pôde evitar deixar que a gentil adulação dele acalmasse seus medos. Se Cristiano estava pensando em futuros filhos, então ao menos estava esperando estar com ela no longo prazo. Talvez capturar algumas imagens do amor deles enquanto eram jovens e sem rugas não fosse a pior ideia do mundo.

– O que eu teria que fazer? – ela perguntou a Stella, cedendo só um pouquinho.

– É a França – Stella disse. – Então vamos fazer um tema romântico de filme em preto e branco. Telhados. Paisagem com a Torre Eiffel ao fundo. Vestido bonito. Um beijo romântico.

– Beijo? – Keira gemeu, sua ansiedade retornando.

– Mas em preto e branco – Cristiano disse, com um sorriso maroto. – Todo mundo fica perfeito em preto e branco.

Ele pegou a mão dela e puxou gentilmente. Ela o deixou guiá-la até a área de fotos, onde havia luzes brilhantes apontadas para uma grande tela branca, com duas telas similares de cada lado fazendo uma espécie de caixa de três lados. Também havia uma maquiadora lá, trabalhando em uma linda modelo, e um cabideiro de roupas.

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