Quase Perdida - Блейк Пирс 7 стр.


Com um floreio, ele revelou a carta – e lá estava a rainha.

Risos e aplausos ecoaram pela praça e Cassie sentiu uma onda de satisfação enquanto Dylan e Madison comemoravam com ela.

– Que pena não ter apostado dinheiro, moça. Você estaria rica agora, mas essas coisas acontecem. Quem precisa de dinheiro, quando é escolhida pelo amor?

Cassie sentiu as bochechas se avermelhando. Bem que ela queria.

– Como lembrança, você pode levar a carta.

Ele a colocou em uma sacola de papelão e lacrou-a com um adesivo antes de entregá-la a Cassie, que a guardou na lateral de sua bolsa.

– Estou imaginando o que teria acontecido se eu tivesse escolhido aquela carta – Dylan observou enquanto eles se afastavam.

– Tenho certeza de que seria o valete de ouros – Cassie disse. – É assim que ele ganha dinheiro, trocando as cartas quando as pessoas apostam.

– As mãos dele eram tão rápidas – Dylan disse, sacudindo a cabeça.

– Mágicos precisam ser naturalmente bons, mas depois treinam por anos para completar – Cassie deu seu palpite.

– Suponho que precisem fazer isso – Dylan concordou quando chegaram ao ponto de ônibus.

– Também se trata de redirecionar a atenção, mas não tenho certeza de como isto se aplica quando as quatro cartas estão tão próximas. Mas deve funcionar de algum jeito.

– Ok, vamos praticar. Tente desviar minha atenção, Cassie – Madison pediu.

– Farei isso, mas o ônibus está vindo. Vamos entrar primeiro.

Madison virou-se para olhar e enquanto sua atenção era desviada, Cassie apanhou a maçã do amor do bolso de seu casaco.

– Ei, o que você fez? Eu senti alguma coisa. E não tem ônibus nenhum – Madison virou-se de volta, viu que Dylan tinha explodido em gargalhadas, parou por um momento enquanto repassava o que acontecera, e depois começou a dar risadinhas também. – Você me pegou!

– Nem sempre é tão fácil. Eu só tive sorte.

– O ônibus está vindo, Madison – Dylan disse.

– Não vou olhar. Não podem me enganar duas vezes. – Ainda roncando em risadas, ela cruzou os braços.

– Então, você vai ficar para trás – Dylan disse a ela enquanto o lustroso ônibus rural parou no ponto.

Durante a curta viagem para casa, eles fizeram de tudo para tentar desviar a atenção um do outro. Quando chegaram a sua parada, o estômago de Cassie estava doendo de tanto rir e ela estava aquecida pela felicidade do dia ter sido um sucesso.

Enquanto destrancavam a porta de entrada, o celular dela vibrou. Era uma mensagem de Ryan, dizendo que traria pizzas para casa e perguntando se havia algum recheio que não gostava.

Ela digitou de volta: “Sou uma garota fácil, obrigada”, e depois percebeu a conotação quando estava prestes a apertar “Enviar”.

Seu rosto esquentou enquanto apagava as palavras e as substituía com “Qualquer recheio está bom. Obrigada”.

Um minuto depois, seu celular vibrou outra vez e ela o apanhou, ansiosa para a próxima mensagem de Ryan.

Esta mensagem não era dele. Era de Renee, uma de suas antigas amigas da escola.

“Oi, Cassie, alguém esteve te procurando esta manhã. Uma mulher, ligando da França. Estava tentando te encontrar, mas não disse mais nada. Posso passar o seu número de telefone?”

Cassie releu a mensagem e, subitamente, o vilarejo não pareceu mais tão remoto ou seguro.

Com o julgamento de seu antigo empregador em Paris chegando e a equipe de defesa procurando por testemunhas, ela estava aterrorizada, pois o cerco estava se fechando.

CAPÍTULO SETE

Enquanto ajudava as crianças com a rotina noturna de banho e pijamas, Cassie não conseguia tirar a mensagem perturbadora de sua mente. Tentou se convencer de que a equipe jurídica de Pierre Dubois poderia ter ligado diretamente para ela, sem precisar rastrear uma antiga amiga de escola, mas o fato permanecia sendo que alguém estava procurando por ela.

Ela precisava urgentemente descobrir quem era essa pessoa.

Depois de arrumar o banheiro, respondeu a mensagem de Renee.

“Você tem um número de telefone da mulher? Ela deu o nome dela?”

Deixando o celular para trás, foi para a cozinha e ajudou Madison a arrumar a mesa com todos os condimentos que acompanhavam pizza – sal e pimenta, alho amassado, molho de pimenta e maionese.

– Dylan gosta de maionese – ela explicou. – Eu acho nojento.

– Eu também – Cassie confessou, e seu coração saltou quando ouviu a porta da frente abrir.

Madison saiu da cozinha correndo, com Cassie logo atrás.

– Entrega de pizza! – Ryan chamou, entregando as caixas à Madison. – É bom estar aqui dentro. Estava começando a gelar lá fora, e escurecer também.

Ele viu Cassie e, exatamente como ela esperara, o rosto dele se abriu em um sorriso perversamente atraente.

– Olá, Cassie! Você está linda. Vejo cor nas suas bochechas depois de todo o nosso ar litorâneo. Mal posso esperar para ouvir sobre o dia de vocês.

Cassie sorriu de volta para ele, grata por ele presumir que seu rosto corado havia sido causado pelo ar fresco, e não pelo fato de que ela começara a se sentir excitada e estranhamente constrangida assim que ele entrara.

Pegando as caixas dele, ela disse a si mesma que seria uma coisa boa quando esta paixonite por seu patrão se acalmasse.

Alguns minutos depois, Ryan reuniu-se a eles na cozinha e Cassie viu que ele trazia uma sacola de papelão.

– Trouxe presentes para todos – ele anunciou.

– O que você trouxe para mim? – Madison perguntou.

– Paciência, docinho. Vamos nos sentar primeiro.

Quando as crianças estavam sentadas à mesa, ele abriu a sacola.

– Maddie, trouxe isto para você.

Era uma blusa preta justa com um slogan rosa cintilante escrito de ponta cabeça.

“Esta é minha camiseta de plantar bananeira”, o slogan dizia.

– Ai, é tão linda. Mal posso esperar para vesti-la na ginástica – Madison disse, sorrindo em deleite enquanto virava a camiseta, observando a luz refletindo nos brilhos.

– Isto, Dylan, é para você.

O presente dele era uma camiseta de ciclista de manga-longa amarelo neon.

– Legal, pai. Obrigado.

– Espero que te ajude a ficar em segurança, agora que as manhãs estão começando a ficar escuras. E para você, Cassie, eu comprei isso.

Para a admiração de Cassie, Ryan tirou da sacola um par de luvas elegantes e quentes. Os olhos dela arregalaram-se ao perceber que eram quase idênticas às luvas que ela experimentara na cidade.

– Nossa, elas são absolutamente lindas e serão muito úteis.

Para sua consternação, Cassie percebeu que estava agonizando em sua paixonite outra vez, imaginando-se com as luvas enquanto se sentava na área externa e tomava vinho com ele.

– Tomara que seja o tamanho certo. Fiz o melhor para imaginar suas mãos quando comprei – Ryan disse.

Por um momento, Cassie não conseguiu respirar enquanto se perguntava se ele estaria pensando da mesma maneira que ela.

– Então, vocês se divertiram hoje? – Ryan perguntou.

– Nos divertimos muito. Tinha um mágico na cidade. Ele me deu um boneco de neve, e fez um truque com Dylan e pegou cinco libras dele, mas depois Cassie adivinhou onde a carta estava e ganhou a carta, mas não o dinheiro.

– Qual carta ela ganhou? – Ryan perguntou à sua filha.

– A rainha de copas, daí o mágico disse que o amor está chegando para ela.

Cassie tomou um gole de suco de laranja porque não sabia para onde olhar, com vergonha de encontrar o olhar de Ryan.

– Bem, acho que Cassie merece esta carta e tudo o que ela traz – Ryan disse, e ela quase derramou o suco ao baixar o copo.

– O que fizeram depois disso? – ele perguntou.

– No caminho para o ônibus, começamos a conversar sobre desviar a atenção e a Cassie desviou a minha e roubou a minha maçã do amor!

As palavras explodiam de Madison e, embora Dylan estivesse ocupado demais comendo pizza para falar muito, ele assentia com entusiasmo.

– Também compramos algo para você – Cassie disse e, timidamente, entregou as castanhas-de-caju.

– Minhas favoritas! Tenho um dia cheio amanhã e as levarei comigo para o almoço. Que mimo. Muito obrigado por este presente tão atencioso.

Ao dizer as últimas palavras, ele olhou diretamente para Cassie e seus olhos azuis seguraram os dela por alguns momentos.

Depois que as pizzas foram devoradas – Cassie não estava com muito apetite, mas os outros tinham compensado isto acabando com todos os pedaços –, ela levou as crianças para a sala de estar para o tempo de TV permitido. Após assistirem um show de talentos de que todos gostavam, ela os colocou na cama.

Madison ainda estava empolgada com as aventuras do dia e com o show de talentos, que apresentara dois grupos escolares de ginástica.

– Acho que quero ser ginasta um dia – ela disse.

– É preciso trabalho árduo, mas, se é seu sonho, você deve segui-lo – Cassie aconselhou.

– Sinto que não consigo dormir.

– Quer conversar mais? Ou eu deveria ler uma história?

Cassie tentou não ficar impaciente ao pensar em Ryan, sentado na área externa com seu vinho, esperando por ela. Ou talvez ele não fosse esperar e, em vez disso, fosse se recolher mais cedo. Neste caso, ela perderia a oportunidade de contar a ele sobre o furto de Dylan.

A memória a tomou de sobressalto. Em sua felicidade pelo presente estimado e as conversas à mesa do jantar, havia se esquecido do incidente desagradável. Era sua obrigação contar a Ryan, mesmo que isso acabasse estragando o que havia sido um dia maravilhoso.

– Eu gostaria de ler um pouco.

Remexendo-se, Madison saiu debaixo dos lençóis, foi até a estante e selecionou um livro que ela obviamente lera muitas vezes, porque a lombada estava vincada e as páginas tinham orelhas.

– Esta história é de uma menina normal que se torna uma bailarina. Eu gosto muito, é empolgante. Toda vez que leio fico animada. Você acha que isso é estranho?

– Não, de forma alguma. As melhores histórias sempre nos fazem sentir assim – Cassie disse.

– Cassie, será que ensinam ginástica no colégio interno?

O colégio interno, outra vez, sendo mencionado. Cassie fez uma pausa.

– Sim, especialmente já que os colégios internos geralmente são maiores. Têm muitas instalações esportivas, eu acho.

Madison pareceu satisfeita com a resposta, mas depois pensou em outra coisa.

– Os colégios internos permitem que eu fique lá nas férias?

– Não, você tem que vir para casa nas férias. Por que você ia querer ficar na escola?

Cassie esperava que Madison fosse responder, mas ela puxou o cobertor até o queixo e abriu o livro.

– Só curiosidade. Boa noite. Depois eu apago a luz.

– Vou vir olhar você – Cassie prometeu antes de fechar a porta.

Ela correu até seu quarto, pegou seu casaco e colocou suas lindas luvas novas, apressando-se para a varanda.

Para seu alívio, Ryan ainda estava lá. Na realidade, ela descobriu com um choque de felicidade que ele havia esperado por ela para servir o vinho. Assim que a viu, ele se levantou, movendo a cadeira dela para perto da sua e afofando a almofada antes que ela se sentasse.

– Saúde. Muito obrigado por hoje. É a melhor sensação do mundo, ver as crianças tão felizes.

– Saúde.

Ao encostar sua taça na dele, ela se lembrou de que não fora um dia perfeito. Um incidente grave acontecera. Como ela contaria a ele? E se ele a criticasse e dissesse que ela deveria ter lidado com aquilo de outro jeito?

Seria melhor abordar o assunto aos poucos, ela decidiu, em forma de conversa. Torceu para que Ryan abordasse o assunto de seu divórcio novamente, porque forneceria a abertura perfeita para ela dizer, “Sabe, acho que este divórcio talvez esteja perturbando Dylan mais do que imaginamos, porque logo que Madison mencionou sua mãe, ele roubou uns doces de uma loja”.

Eles conversaram por um tempo sobre o clima – amanhã provavelmente seria um dia ótimo – e sobre o cronograma das crianças. Ryan explicou que o ônibus escolar os buscaria às sete e trinta, horário em que ele já teria saído, e que as crianças diriam a ela a que horas a escola acabava, e se precisavam ser levados para alguma atividade.

– Temos um calendário na parte de dentro do meu armário, se quiser checar – ele disse. – Atualizo sempre que há alguma mudança nos horários.

– Muito obrigada. Vou checar se precisar – Cassie disse.

– Sabe – Ryan disse, e Cassie ficou tensa, drenando o resto de seu vinho, porque o tom de voz dele mudou, ficando mais sério. Ela tinha certeza que ele mencionaria o divórcio, o que significava que era hora de abordar o difícil tópico do furto de Dylan.

Ele reabasteceu as taças antes de continuar.

– Sabe, você ficou bastante na minha mente hoje. Assim que vi aquelas luvas, pensei em você e percebi o quanto gostei da nossa conversa ontem. As luvas eram apenas uma maneira de dizer que eu adoraria se você passasse todas as noites aqui fora, comigo.

Por um momento, Cassie não soube o que dizer. Não conseguia acreditar no que Ryan acabara de dizer. Então, conforme as palavras dele eram absorvidas, ela sentiu a felicidade a preencher.

– Ficarei feliz por fazer isso. Adorei passar tempo com você ontem à noite.

Ela queria dizer mais, mas se conteve. Precisava ter cuidado ao derramar as emoções que cresciam dentro dela, pois o comentário de Ryan poderia ser apenas uma gentileza.

– Elas serviram bem? – Ele tomou a mão esquerda dela em sua palma e passou o dedão gentilmente sobre os dedos dela.

– Sim, servem perfeitamente. E não sinto frio com elas.

Seu coração batia tão rápido que ela se perguntava se ele era capaz de sentir seu pulso martelando enquanto acariciava o punho dela com o dedão antes de soltá-lo.

– Admiro tanto você, dando um passo tão grande ao viajar para o exterior. Decidiu fazer isso sozinha? Ou com uma amiga?

– Sozinha – Cassie disse, contente que ele apreciasse o que aquilo exigia.

– Isso é incrível. O que a sua família pensou?

Cassie não queria mentir, então fez o melhor para contornar a questão.

– Todos me apoiaram. Amigos, família, meus antigos empregadores. Alguns amigos me disseram que eu sentiria falta de casa e voltaria logo, mas isso não aconteceu.

– E você deixou alguém especial para trás? Um namorado, talvez?

Cassie mal conseguia respirar ao compreender o que a pergunta implicava. Ryan estava insinuando algo? Ou era apenas uma pergunta para puxar conversa, descobrir mais sobre ela? Precisava ser cautelosa, porque estava tão deslumbrada com ele que poderia facilmente tagarelar algo inapropriado.

– Não tenho namorado. Namorei um cara no início do ano, nos Estados Unidos, mas terminamos pouco antes de eu vir embora.

Aquilo não era verdade. Ela terminara com seu ex-namorado abusivo somente algumas semanas antes de partir e uma das principais razões para viajar para o exterior era ficar o mais longe possível, para que ele não pudesse segui-la e ela não mudasse de ideia.

Cassie não podia contar a Ryan a versão correta. Aqui e agora, assistindo a crista branca das ondas distantes rolando até a praia, queria que ele pensasse que seu último relacionamento pertencia a um passado distante. Que ela estava serena, sem cicatrizes, pronta para um novo amor.

– Fico feliz por ter me contado isso. Seria errado da minha parte não ter certeza – Ryan disse, suavemente. – E eu presumo que você deve ter sido quem terminou, porque não vejo como poderia ter sido o contrário.

Cassie o encarou, hipnotizada pelos pálidos olhos azuis, sentindo-se como em um sonho.

– Sim, terminei. Não estava dando certo e tive que tomar uma decisão difícil.

Ele assentiu.

– Foi o que pressenti em você na primeira vez que nos falamos. Sua força interna. Esta habilidade de saber o que você quer e lutar por isso, e ainda ter esta empatia incrível, gentileza e sabedoria.

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