Nunca Desafie Uma Raposa - Dawn Brower 2 стр.


— É realmente simples — começou ele. — O canalha do meu sobrinho é o meu herdeiro e prefiro que ele não herde minha propriedade.

O estômago de Billie despencou com essas palavras. — Então o senhor quer que eu…

— Case-se comigo e tenha um filho meu. — Ele terminou por ela. — Eu posso obter uma licença especial hoje e podemos consumar o casamento esta noite. Minha falecida esposa não cumpriu sua obrigação, mas não tenho dúvidas de que você se sairá bem. Sua mãe teve cinco filhos. Certamente você pode ser capaz de gerar um.

A última coisa que Billie queria era se casar com um homem velho e só a ideia de deixá-lo tocá-la… Seu estômago revirou novamente. Seria horrível. Mas de alguma forma, ela teria que passar por isso. Esta era a única maneira que ela tinha para salvar sua família. — Tudo bem — concordou ela antes que mudasse de ideia e saísse correndo da casa gritando.

— Bom — sorriu ele. — Você e eu vamos nos divertir muito juntos.

Billie duvidava muito disso…


O casamento estava programado para acontecer em menos de uma hora. Billie estava perto de perder o pouco conteúdo de seu estômago.

— Não faça isso — pediu Teddy. — Encontraremos outra maneira.

— Não há outra maneira — disse Billie com firmeza. — Preciso fazer isso. Dessa forma, Carly, Chris e você poderão fazer conexões fabulosas. Damon poderá estudar em Eton. — Ela forçou um sorriso em seu rosto. — Isso vale qualquer preço que eu tenha que pagar e, pelo menos, serei uma duquesa. — Ela não pensaria na noite de núpcias. O duque certamente a esmagaria em seus esforços para semear um filho nela.

— Talvez você tenha sorte e o velho duque morra logo — disse Carly.

— Isso seria uma bênção — concordou Chris e então olhou para Billie. — Quais são as chances de isso acontecer?

Billie gostaria de poder dizer às irmãs que tudo ficaria bem, mas ela não acreditava totalmente nisso, então ela não podia expressar essas palavras. Todos eles já haviam sofrido muito, mas Billie… o sofrimento dela continuaria. Sua única esperança era que com isso o resto deles seguiriam em frente e teriam um futuro melhor. Ela balançou a cabeça e suspirou enquanto a enormidade de sua situação a esmagava. — Não antes de eu ter que sofrer a consumação — disse ela secamente. — Minha sorte não é tão boa.

As gêmeas riram. — Pelo menos você ainda tem senso de humor. Você vai precisar dele para aguentar estar casada com aquela cabra velha — disse Chris. — Eu realmente queria que você não tivesse que fazer isso.

Billie também. — Não há outra escolha. — O seu estômago roncou. Ela provavelmente ainda vomitaria… — Todos nós ficaremos bem. — E o duque era velho. Quem sabe ela seria capaz de ter um segundo casamento baseado no amor, não na necessidade. — Eu prometo que nenhuma de vocês terá que fazer esse tipo de sacrifício.

Teddy deu um passo a frente e colocou os braços em volta de Billie. — Eu te amo e quero o melhor para você. Por favor, não faça isso. Eu quero que você seja feliz e você nunca será feliz casada com um velho que só quer te usar. — A voz dela tremeu um pouco ao dizer isso. Claramente, ela estava lutando contra as lágrimas.

— Você está certa — disse ela, enquanto abraçava a irmã com força. — Não serei feliz como esposa dele. Pelo menos não da maneira que você está sugerindo. O que me deixará feliz é saber que minhas irmãs e meu irmão estão seguros e bem cuidados. E que eu posso fazer isso acontecer. Pesei o custo e considerei que valia a pena seguir este caminho. Não fique triste por mim.

— Não posso evitar — respondeu Teddy. Ela deu um passo para trás e enxugou as lágrimas dos olhos.

Uma batida ecoou pelo quarto. — O vigário está aqui e pronto para realizar a cerimônia — disse o mordomo. — Se a senhorita me seguir, eu mostrarei o salão. Sua graça não gosta de ficar esperando.

Mas ele não tinha nenhum problema em fazer os outros esperarem… Billie, no entanto, não disse essa parte em voz alta. Ela assentiu e seguiu o mordomo, com suas irmãs atrás dela. Logo ela faria votos de honrar e obedecer a um homem sobre o qual ela mal conhecia. Ele teria poder sobre ela e o usaria em sua vantagem. Ela odiava sequer a ideia de entregar-se a ele. Não que sua mãe a tivesse informado sobre os detalhes do leito conjugal. Curiosa, Billie lera algumas coisas em revistas médicas e topou com um livro bastante embaraçoso com esboços interessantes no escritório de seu pai. Ela não entendia muito bem como era possível fazer algumas daquelas posições em particular, mas os detalhes não importavam. Pelo menos não aqueles. As informações relativas à geração de crianças sim. Então, ela entendeu que teria que deixá-lo colocar seu membro dentro dela. Isso não significava que ela tinha que gostar, e ela duvidava muito que gostasse.

Billie não achava que gostaria de fazer aquilo com ninguém, mas supôs que amar o homem que faria isso com ela poderia ajudar. Se o amor fosse algo possível de ser alcançado… Parte dela não acreditava no amor, pelo menos não para si mesma. Talvez fosse o melhor. Talvez ela devesse fazer uma promessa a si mesma… de nunca se apaixonar, e nunca permitir que um homem tomasse o seu coração a fizesse querer jogar a cautela ao vento. Ela não cometeria o erro de sua mãe.

Não havia decorações ou indicação de que um casamento seria realizado no salão. O duque estava ao lado de um homem muito mais jovem, mas ainda mais velho do que Billie. Se ela fosse adivinhar, o vigário era mais próximo da idade de seu pai. O duque era facilmente três décadas mais velho, provavelmente mais, que seu pai.

— Bom — disse o duque. — Você está aqui. Agora podemos começar. — Ele fez um gesto para que Billie se juntasse a eles.

— Estou pronta — murmurou ela. Embora ela não estivesse de verdade. Ela se aproximou do duque e do vigário. Suas irmãs também estavam lá, mas tudo começou a ficar em segundo plano. Se ela tivesse alguma chance de sobreviver à cerimônia, não poderia se permitir pensar muito nisso.

O casamento passou como um borrão, porque ela empurrou todos os seus medos para o lado e apenas seguiu em frente. Ela estava abrindo mão de sua vida e depois disso nada mais seria o mesmo. — Eu os declaro marido e mulher — disse o vigário. — Que o Senhor abençoe seu casamento por muitos anos.

Billie esperava que não. Se possível, ela esperava que sua parte neste casamento terminasse no primeiro ano e ela não tivesse que suportar a atenção do duque depois disso. Embora ele possa querer tentar ter um sobressalente. Deus a ajudasse se ele quisesse…

— Agora que as formalidades terminaram — começou o duque. — É hora da parte divertida. Eu te encontrarei em seu quarto.

— Tão rapidamente? — Seu intestino deu um nó. Ela esperava pelo menos um pequeno adiamento. Ela não tinha nenhum desejo de retornar ao que seria seu quarto para o resto de sua vida, ou, pelo menos, enquanto o duque vivesse. Era um quarto bom o suficiente, mas era de certa forma desagradável. Naquele aposento ela teria que suportar as atenções do duque.

— Já é noite — disse o duque. — Não há razão para esperar.

Ela engoliu em seco e seguiu uma criada até seu quarto. Billie perdeu toda a capacidade de pensar quando a criada a ajudou a se despir. Quando seu vestido foi removido e Billie ficou sozinha apenas de camisola, o duque entrou na sala. Ele usava um manto que mal cabia em sua cintura robusta. — Saia — ordenou ele à criada. Ele estendeu a mão para Billie. — Deixe-me ver pelo que eu paguei. — Sua respiração estava pesada e áspera enquanto ele se movia em direção a ela. A cada passo que dava, seu rosto ficava cada vez mais vermelho, com as bochechas mais coradas.

Ela queria dar um passo para trás, mas sabia que não podia. Billie fechou os olhos e se preparou para suas apalpadelas. Ela podia aguentar isso. Ela podia… e se ela continuasse dizendo isso a si mesma, talvez ela chegasse ao fim inteira.

Ele engasgou e então um alto Tum soou pelo cômodo. Billie abriu os olhos e olhou para o duque caído no chão. Seu rosto tinha perdido toda a cor, o que era inacreditável considerando o quão vermelho ele estava há poucos momentos, e ele não parecia como se… como se estivesse respirando. — Sua Graça? — Sua voz falhou enquanto ela pronunciava essas duas palavras.

Ele não respondeu. Billie abaixou-se e verificou sua respiração. Oh Deus… ele estava morto. O que diabos ela faria agora? O casamento nunca foi consumado… uma parte dela ficou aliviada por isso e a outra… apavorada. Ela não tinha nenhum direito real e o homem que herdaria o título poderia muito bem despejá-la, assim como sua família. Se isso acontecesse, ela não sabia o que faria. Era bastante inconveniente que o velho tenha morrido logo depois de se casar com ela. Talvez ela não devesse dizer nada ao novo duque. Não, ela não poderia fazer isso. Se ele perguntasse, ela teria que ser honesta com ele. Seu casamento mal era válido, e a morte do duque a deixou exatamente onde ela havia começado… sem absolutamente nada.

2

CAPÍTULO DOIS

Zachary Ward, o novo duque de Graystone, descansava nas poltronas de veludo de sua carruagem enquanto se dirigia à sua nova propriedade para reivindicar sua herança e determinar o estado dos negócios do ducado. A residência ducal provavelmente tinha luxos semelhantes àquela carruagem, não que ele soubesse disso em primeira mão. Seu tio nunca o convidou para visitar o castelo de Graystone ou mesmo jantar com ele em sua casa em Londres. Não era segredo que ele odiava Zach e desejava ter seus próprios filhos para passar seu título.

Não era surpresa que o velho tivesse se casado com uma jovem dama, que nem mesmo convivia na alta sociedade, para tentar gerar o herdeiro tão desejado. A única coisa que surpreendeu Zach foi ele não ter se casado antes. A ex-duquesa morrera há um ano. Certamente seu tio poderia ter encontrado uma maneira de contornar o período de luto para se casar mais cedo… Talvez ele tenha tido problemas para convencer uma jovem a se casar com ele. O que ele teve que fazer para convencer sua nova noiva a se casar? A ideia de ser duquesa era suficiente para levá-la aos laços do matrimônio? Tinha que haver algo porque Zach apostaria sua fortuna considerável, que agora incluía a propriedade ducal, que este não tinha sido um casamento por amor.

De qualquer forma, ele mal podia esperar para conhecer a noiva mercenária de seu tio. Era assim que ele a imaginava. Nenhuma dama que fosse bondosa, compassiva ou normal teria se casado com o seu velho tio lascivo. Duque ou não, o duque anterior de Graystone não era um homem bom.

A carruagem continuou a chacoalhar ao longo da estrada. Ele estaria em sua nova propriedade em breve e finalmente seria capaz de avaliar a noiva de seu tio. Ela provavelmente insistiria em usar seu status de duquesa e gostaria de ser chamada de “Sua Graça”. Só por princípios, ele já não gostava dela. Zach odiava mulheres que só se preocupavam com sua posição na sociedade e torciam o nariz para aqueles que acreditavam ser inferiores a elas.

Ele tinha convivido com esse tipo o suficiente quando era menino. Sua mãe era governanta quando conheceu seu pai. Eles tiveram um casamento por amor, por todo o bem que isso lhes fez… O avô de Zach praticamente deserdou o filho quando ele se casou com alguém tão abaixo dele. Ele cortou todo o acesso aos fundos e deixou os pais de Zach para se defenderem sozinhos. Era por isso que seu tio o odiava. Ele acreditava que seu sangue estava contaminado pela linhagem de sua mãe, mas como seu pai, Lord Andrew Ward, nunca foi oficialmente deserdado, isso fez de Zach o herdeiro de seu tio. Não que ele quisesse ser o próximo duque. Zach não queria o título ou as responsabilidades que o acompanhavam, mas uma parte dele não conseguia evitar a alegria que sentiu com a ideia de que seu tio estava se revirando em seu túmulo agora.

Ele já possuía dinheiro o bastante por si mesmo. Seu pai tinha feito alguns bons investimentos e, quando morreu, Zach assumiu o controle da empresa e triplicou esse valor. Ele esperava que a propriedade ducal fosse tão boa quanto ele tinha sido levado a acreditar. Ele odiaria se isso começasse a drenar os próprios fundos, que ele tinha batalhado tanto para obter, só para sustentá-lo. Ele descobriria em breve de qualquer maneira.

Zach olhou pela janela. Uma grande propriedade, na verdade um castelo, assomava à distância. Eles estavam muito mais próximos do que ele havia pensado. Ele esfregou as mãos. Logo ele daria uma olhada nos livros de contabilidade… e na duquesa residente. Ele mal podia esperar para enxotá-la pelo traseiro. O duque não deixou muitas provisões para sua esposa. Ele não teve tempo de fazer um novo testamento e o que ele havia feito anteriormente também não tinha sido vantajoso para a duquesa anterior. Sua esposa poderia viver na residência da viúva, assim como todas as duquesas viúvas faziam, e viver à mercê do capricho da generosidade do atual duque. Ela teria uma pequena pensão e nada mais para gastar. Zach não queria nada com ela ou seus objetivos perversos. Ele não acreditava que acabaria inclinado a alargar a bolsa de moedas dela.

Não demorou muito para que a carruagem parasse do lado de fora do castelo de Graystone. Quando parou, Zach se preparou para sair. Um lacaio abriu a porta e ele deslizou para fora com facilidade.

— Vossa Graça — cumprimentou o lacaio. — Estamos felizes por ter o senhor aqui.

Claro que eles estavam. Afinal, ele era a fonte da renda deles. Zach assentiu e dirigiu-se para a entrada. Ele não tinha mais nada a dizer a ele. A porta se abriu quando ele se aproximou dela. Um homem com cabelos escuros e mechas grisalhas nas laterais estava do outro lado. O mordomo empertigou-se e manteve seu olhar focado em algo distante de Zach. — Vossa Graça — cumprimentou ele. Demoraria um pouco para Zach se acostumar com seu novo título.

— Bentley? — perguntou ele. Zach havia se correspondido com o mordomo algumas vezes desde a morte de seu tio. Ele não compareceu ao funeral porque não se importou muito que o velho tivesse falecido. Ele também não pretendia respeitar o período de luto. Zach não chorou por seu tio e nunca faria isso. O mundo estava muito melhor sem ele.

— Sim, Vossa Graça — disse Bentley. — Estou feliz que o senhor chegou em segurança. — Todos eles estavam tão felizes em vê-lo… era quase nauseante. Eles o estavam bajulando como se ele fosse da realeza. Era possível que ele estivesse sendo muito duro com eles. Afinal, eles eram a criadagem. Era isso que eles deveriam fazer. Embora ele duvidasse da veracidade de suas reações.

— Onde está a nova noiva do meu tio? — Zach queria colocar o lixo para fora o mais rápido possível. Se ele conseguisse, ela estaria instalada na Casa do Viúva antes do anoitecer.

— Creio que ela está na sala de estar com as irmãs. — O mordomo apontou para o longo corredor. — Ela geralmente toma chá com elas a essa hora do dia.

Certo… — Leve minhas malas para os meus aposentos. Espero que tenham sido devidamente preparados para a minha chegada.

— Certamente senhor — respondeu o mordomo. — Os aposentos ducais foram limpos e toda a roupa de cama substituída como o senhor especificou.

— Bom. — Ele não queria nenhum vestígio de seu tio deixado naquele quarto. Zach esperava que tivesse mais mudanças a fazer, mas ele não saberia o que isso implicaria até que examinasse os aposentos. — Agora, conhecerei a minha nova tia. Depois, gostaria que você me encontrasse no escritório do meu tio. Há muito para discutirmos.

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