O Roubo Do Alfa - Barboza Andreia


O roubo do alfa

Contents

O roubo do alfa

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Outros livros de Kate Rudolph

Sobre a autora

O roubo do alfa

Série Roubando o Alfa Livro 1

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Ninguém pega o que pertence ao alfa...

Ninguém rouba Luke Torres. Sua fortaleza é legendária e sua alcateia de leões é mortal, pronta para enfrentar qualquer ameaça. Quando Luke encontra Mel, ela o derruba com um beijo ardente, mas quando se reencontram, são captor e prisioneira em um jogo mortal de gato e gato.

A ladra está à altura da tarefa...

Desde que Mel assume a tarefa, ela sabe que poderia ser impossível. Mas para a principal ladra do mundo sobrenatural, o impossível é um desafio irresistível. Especialmente quando o pagamento por este trabalho a deixará um passo mais perto da vingança. Quando o trabalho vai por água abaixo, ela se vê na cova dos leões e enfrenta o homem mais atraente que já conheceu.

Será que ela poderá encontrar um jeito de completar o trabalho sem perder o coração?

Um alfa, uma ladra e uma aventura para toda a vida.

O roubo do alfa é o primeiro livro de uma série dividida em três partes chamada Roubando o Alfa.

O roubo do alfa

Kate Rudolph

Copyright de The Alpha Heist © Kate Rudolph, 2015.

Tradução: Andreia Barboza

Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Este livro é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação do autor ou foram usados de forma fictícia e não devem ser interpretados como reais. Qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, eventos reais, localidades ou organizações é inteiramente coincidência.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610 de 19/02/1998. Exceto para o uso de pequenos trechos em resenhas, é proibida a reprodução ou utilização deste livro, no todo ou em parte, de qualquer forma, sem a permissão prévia por escrito do detentor dos direitos autorais deste livro.

Created with Vellum

1

O trabalho tinha ido por água abaixo algum tempo depois que Mel pegou o pen drive do cofre. E esse era um nome altamente superestimado para aquele cofre lamentável. Essa coisa toda deveria ter sido muito mais difícil. Em sua opinião, a empresa era administrada por um grupo de cientistas que não dava a mínima para segurança de verdade.

Melhor para ela.

Melhor ainda, a segurança ridícula tornava isso um trabalho para uma pessoa só. Mais dinheiro para ela e menos pessoas sujeitas a ferrar com alguma coisa. Como ela gostava. Enquanto corria pelo último corredor do prédio, não se permitiu pensar em como Krista e Bob poderiam ter tornado as coisas um pouco mais fáceis para ela. Mas era perfeitamente capaz de trabalhar sozinha, e já o fazia há algum tempo.

O latido dos cães precedeu os passos estrondosos dos seguranças. Mel poderia fugir dos guardas, sem problema. Os cães eram outro problema. Esperava que não a alcançassem. Ela tinha presas mais afiadas e garras muito piores, mas a violência contra inocentes era algo a que ela nunca recorreria. Faria isso se necessário, mas os animais não mereciam.

O que é que havia acionado aquela merda de alarme?

Bateu contra as portas duplas, mal sentindo o impacto antes de correr pelo estacionamento, a única luz vinda dos postes. Mel se chutaria se pudesse poupar energia. Seu carro estava há quase um quilômetro de distância. Não havia razão para que precisasse correr isso. Tinha certeza de que não havia acionado nenhum alarme.

E ainda assim, aqui estava ela, correndo para fugir da cena.

Mas, tudo bem, faria isso. A única outra escolha era ser capturada por humanos idiotas e seus animais de estimação. Ou matar todos eles. Nenhuma das opções a agradava, então era a corrida. Atravessou o estacionamento e alcançou a grama da pequena floresta que cercava o escritório. Diziam que este parque se integrava perfeitamente à natureza para fornecer um habitat mais saudável para os funcionários. Mel ainda não tinha visto um prédio corporativo se misturar com a natureza, e este centro de pesquisa não era diferente.

Grilos cantavam e criaturas noturnas mergulhavam para se proteger quando passou por eles. Teriam feito isso se ela fosse uma pessoa normal, mas para aumentar a confusão havia o seu cheiro, que deveria tê-los assustado ainda mais. A meia-lua pairava bem no alto, dando a ela luz mais do que suficiente para correr através do bosque de árvores.

Embora ela pudesse ver claramente, os seguranças não podiam. Ainda podia ouvi-los, mas sua corrida tinha diminuído. E dos cães também. Bom.

Depois que correu mais alguns metros, o silêncio a engolfou. A floresta parecia a mesma, mas todo o som desapareceu. Mel olhou para trás e viu o mais fraco tremeluzir do ar. Ergueu a mão lentamente e empurrou. O ar resistiu.

Maravilha.

Ela poderia ter empurrado direto; isso não era para mantê-la prisioneira. Mas sua curiosidade levou a melhor.

— Apareça, bruxa. — Deixou a ameaça envolver sua voz. Não foi bem um rosnado.

Uma mulher saiu das sombras.

— É realmente assim que vai se dirigir a mim, Mellie? — Ela parecia ter uns quarenta anos, embora Mel nunca tivesse sabido sua idade exata. Qualquer um com magia poderia lançar um encantamento e parecer ter a idade que quisesse. A aparência não significava nada quando uma pessoa podia ter trinta ou trezentos anos. A mulher usava calça preta e camiseta cinza escuro. Sua única joia era um par de brincos de diamante simples, quase obscurecidos por cabelos castanhos escuros que caíam sobre seus ombros.

E agora algumas coisas se encaixaram.

— Olá, Tina. Você acionou o alarme? — Ela ficou surpresa com seu próprio desprezo, já que estava acostumada com as travessuras de Tina há muito tempo.

A bruxa riu, uma gargalhada violenta que teria ecoado pela floresta se não fosse pela proteção.

— Talvez você esteja ficando desleixada.

Mel engoliu a resposta que queria desesperadamente dar.

— Se sou desleixada, por que está me oferecendo um emprego?

Tina colocou a mão no peito e abriu a boca – ela parecia a imagem da inocência.

— Estou magoada, minha querida. Talvez eu só quisesse conversar.

— No meio de uma floresta com guardas me perseguindo? — Mel se recostou em um dos robustos carvalhos, aquiescendo. — Tudo bem, vamos conversar.

A bruxa jogou o cabelo para trás dos ombros e colocou as mãos na cintura.

— A Esmeralda Escarlate.

Se Mel estivesse segurando alguma coisa, a teria deixado cair. Como estava, mal manteve sua expressão neutra.

— O que te faz pensar que não estou insultada com essa sugestão? — A Esmeralda Escarlate era lendária entre os mutantes.

Tina zombou.

— Por favor, você faria qualquer coisa se o preço fosse justo.

Essa pequena observação fez Mel querer rejeitar tudo isso. Quem Tina pensava que ela era? Alguma ladra insignificante que não poderia cortar isso como uma bruxa? Não uma poderosa, de qualquer maneira. Mas Mel não estava pronta para queimar essa ponte. Agora não.

— Há talvez – talvez – três pessoas que poderiam fazer isso. E tudo isso está na minha cabeça. — Ela ergueu um dedo. — Cyn foi roubada por vampiros há dois anos, ela está fora de questão. A Rainha do Gelo nem tentaria. Isso deixa a mim. E assim que eu for descoberta, haverá uma recompensa pela minha cabeça grande o suficiente para comprar o Kansas. Não estou interessada.

— Você tem medo daquele gatinho? — A voz da mulher mais velha estava cheia de desdém. — Torres, apesar de seu castelo, não poderia mantê-la fora nem se tentasse.

Luke Torres, alfa de um pequeno clã de gatos, era o atual proprietário da Esmeralda Escarlate. Todo mundo sabia disso. Sem pesquisa, Mel não sabia muito mais. Obviamente, ele poderia aguentar qualquer coisa em uma luta, e sua segurança tinha que ser de alto nível. Mas ela poderia vencê-lo.

Embora não fosse. Essa marca tinha uma sentença de morte anexada.

— Você nem quer saber o preço? — Tina ergueu uma sobrancelha. Com um flash de suas mãos, ela balançou um diamante puro suspenso em um pendente de platina. — Pelo seu trabalho.

Inconscientemente, Mel estendeu a mão para pegá-lo, com o coração batendo forte. Mas Tina o arrebatou novamente.

— Era da Ava? — Mel perguntou. O ódio borbulhava em sua garganta e ela podia sentir suas garras rasgando sob sua pele, prontas para aparecer no momento certo.

Tina sorriu.

— Sim. Digno de Scry.

Aceitar o emprego seria suicídio. Ela se mataria, e provavelmente a sua equipe.

— Qual é o cronograma? — Só estava apenas obtendo os fatos, sem obrigação.

— Três semanas.

Suicídio duplo. Não teria tempo para se preparar antes.

— Me deixe segurar a joia por um minuto.

Tina a jogou no ar e Mel a pegou facilmente. Era um diamante longo e fino, incrustado em platina que se torcia no topo. A corrente era longa o suficiente para ser colocada entre os seios de uma mulher e a gema era quase transparente. Mel enrolou a mão em torno dele. Podia imaginar Ava usando, com uma gota de sangue agarrada à ponta.

O diamante cedeu um pouco de sua resistência. Mel o soltou e o viu voltar para Tina, que disse:

— Diga a Krista que mandei um oi. — Ela sorriu e desapareceu, sem esperar que Mel confirmasse que aceitaria o trabalho.

As duas sabiam que ela iria, no minuto em que tocou a pedra.

Havia maneiras piores de morrer.

2

Uma semana depois

Eagle Creek, no Colorado, tinha dois motéis sujos e um restaurante onde Mel se sentia segura para comer. Não era com a clientela que estava preocupada – era a comida. E a ladra era conhecida por comer suas matanças quando corria como um gato. Mas uma mulher em pele humana deveria ter alguns padrões. Krista e Bob já estavam na mesa. Era a que ficava no canto mais distante, do lado oposto do bar e do banheiro.

O Eagle Creek Bar and Grille – o E no fim do Grille tornava o lugar elegante, é claro – era pequeno. Tinha umas vinte mesas e um bar robusto, com uma dúzia de banquetas. Poderia acomodar bem os residentes da cidade, mas os campistas que aparecessem aqui, a caminho para as montanhas, provavelmente não veriam o encanto. Mel também não via, mas era melhor do que miojo cozido no micro-ondas do posto de gasolina.

Às sete da noite de terça-feira, o lugar estava lotado. Todas as mesas, exceto uma, estavam ocupadas e as garçonetes se agitavam, servindo bebidas e comidas. Todas trabalhavam ali há algum tempo e muitos dos clientes eram regulares. Em uma cidade desse tamanho, só podiam ser.

O homem rude atrás do bar era um metamorfo, provavelmente um gato. E se Mel tivesse que adivinhar, a família de quatro pessoas que estava na mesa mais próxima da janela também era. Mas as duas crianças estavam em pré-transformação. Quase nenhum metamorfo era atingido pela mudança até a adolescência. Mas os pais não eram companheiros. Não se os olhos do pai colados nos seus seios fossem alguma indicação.

Todo mundo era humano. Mel podia dizer só de olhar. Com o perfume que usava, era impossível distinguir pelo cheiro. Uma desvantagem, mas valia a pena já que tornaria difícil para o bando aqui dizer que ela também era uma metamorfa.

A caixa registradora ficava na frente, o cofre provavelmente nos fundos, preso ao chão, se fossem espertos. Poderia tirar dali uns mil dólares em minutos, mas não valia a pena. Não quando ficariam na cidade por semanas e tinham muito dinheiro para gastar.

Viu Krista bufar impaciente, cruzando os braços. A mulher personificava a palavra duende. Com pouco mais de um metro e meio de altura, cabelo castanho curto e espetado e a pele que praticamente brilhava como bronze, parecia uma espécie de ninfa punk da floresta. E sabendo exatamente a força do seu soco, Mel jamais diria isso a ela.

Bob, por outro lado, era... Bob. Os dois trabalharam juntos algumas vezes antes de ela decidir trabalhar por conta própria, e ele foi o primeiro em quem pensou quando precisou de uma equipe. Mas se alguém lhe pedisse para descrevê-lo, mesmo enquanto estava olhando diretamente para ele, não poderia. Ele era um homem, com cabelos castanhos ou pretos, talvez loiros, e olhos... os olhos estavam onde deviam estar, junto com o nariz e a boca. Achava que a pele dele era escura, mas não conseguia descrever o tom. Só podia ser um feitiço de percepção, mas nunca sentiu aquela pontada de magia que qualquer bruxa normal emitia. Mas no fim das contas, sempre soube que ele era Bob e que estava lá para apoiá-la, o que, em sua opinião, era o suficiente.

Se sentou na cabine em frente a seus parceiros. Com um aceno de cabeça, Krista ativou uma proteção de desvio de som. Isso distorceria tudo o que dissessem para que ninguém ao seu redor pudesse entender o conteúdo da conversa, mas as pessoas ainda ouviriam o murmúrio de suas vozes. Ninguém jamais questionou isso e a magia era tão sutil que nem mesmo Mel, com seus sentidos altamente sintonizados, conseguia desativá-la.

— Por que nos chamou? —Krista perguntou. — Achei que não quisesse mais fazer trabalhos em equipe. — Havia um tom rude em sua voz, e Mel sabia que era justificado.

— A Tina me ofereceu o trabalho. — Krista ergueu as sobrancelhas ao mesmo tempo em que seus lábios se curvaram, então Mel continuou. — E não tenho como fazer isso sozinha de jeito nenhum. Não confio em mais ninguém, além de vocês dois, para me ajudar a fazer isso.

— A Esmeralda Escarlate? — Bob perguntou, sua voz mais uniforme do que nunca. — Você acha que quero morrer, Kitty?

Mel apertou a mão com o apelido. Ele devia estar bem chateado mesmo.

— Sim. E como pagamento, vocês podem escolher qualquer item da minha coleção que desejarem. Um para cada. — Dividiria seu estoque pela metade e daria tudo para tentar acertar Ava. Mas não precisava chegar a esse ponto.

— E você tem que nos trazer ao território transmorfo para fazer a oferta? — Krista não parecia satisfeita. — Nós dois provavelmente quebramos três tratados só por virmos até aqui, mais ainda por estarmos sentados em um bar que fica há 20km do castelo do Rei Gato! — Se não fosse pela necessidade de discrição, a mulher mais jovem teria batido o punho contra a mesa. — Isso é manipulação, Mellie, não venha com essa para cima de mim. Se me quer para um trabalho, é só pedir.

Bob não disse nada, mas acenou com a cabeça em concordância.

Mel parou por um momento e tentou tirar a tensão de seus ombros.

— Vocês vão me ajudar a roubar a Esmeralda Escarlate? Não posso fazer isso sem vocês. — Nem doeu dizer isso, não para Bob, nem para Krista. Foi uma surpresa.

Seus parceiros compartilharam um sorriso malicioso.

— E aquele diamante tão grande quanto o punho do Bob?

Mel sabia exatamente do que ela estava falando. Levou seis meses de planejamento para consegui-lo.

— É seu. — Ela olhou para Bob.

Ele deu de ombros.

— Tenho certeza de que vou pensar em algo. — Ele iria, sempre pensava.

Ela se inclinou para frente, com os cotovelos sobre a mesa. Quase podia ouvir a voz de sua mãe gritando para retirá-los.

— Vai ser complicado. Não há registro de plantas, nem detalhes do sistema de segurança. E eles são metamorfos, o que significa que são cerca de vinte vezes mais difíceis de roubar do que qualquer outra pessoa, exceto talvez por um complexo protegido pela irmandade.

Krista se irritou com a avaliação.

— Tente roubar de uma irmandade sem alguém para quebrar as proteções.

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