O Encontro Entre Dois Mundos - Aldivan Teixeira Torres 7 стр.


Com esta certeza, esfrego-me mais, coloco sabonete líquido no corpo todo e enxaguo-me no corpo todo. Verifico cada detalhe e quando me convenço que estou limpo, pego a toalha, enrolo-me e retorno a casa, especificamente no quarto. Com alguns passos, chego no destino, reencontro Renato e Angel, que já está desperto. Gentilmente, os dois me cedem cinco minutos para que eu me troque e escolho uma roupa bonita: uma blusa listrada, uma calça Jeans e uma cueca vermelha representando o fogo que me consumia. Coloco também um boné, calço um par de sapatos e uns óculos escuro para dar um pouco de charme. Quando estou pronto, saio do quarto, procuro os dois e os encontro na sala vendo um álbum de fotos.

Ao chegar, também sou convidado a apreciar as fotos. Angel me mostra cada uma delas, são antigas e cada uma delas desperta um pouco a memória daquele velho sábio. Vemos fotos de sua família, conhecidos, amigos e participantes do grupo de justiceiros e até de cangaceiros, bandidos legendários do Nordeste que ficaram famosos naquela época. Cheios de curiosidade, perguntamos todos os detalhes e ele gentilmente nos explica. Ao chegar numa foto dum jovem musculoso, moreno claro, bonito e um pouco peludo, ele se emociona e diz: Este é Vitor, meu único e verdadeiro amor. Pena que se foi tão cedo. Observo a foto do meu antepassado detalhadamente e eu tinha que concordar apesar de ser homem que o mesmo era atraente. Estava explicado a adoração de Angel por ele. Respeitamos os sentimentos de nosso mestre e não comentamos nada. Vemos algumas outras fotos e ele se recompõe. Depois de terminar de ver as fotos, Angel pede para que o ajudemos na cozinha e aproveitamos para preparar o café a fim de aliviar nossa fome.

Quando tudo está pronto, sentamos a mesa e começamos a nos alimentar. Durante a refeição, puxamos conversa com Angel a fim de obter mais informação sobre o próximo desafio.

De que se trata exatamente o terceiro desafio, mestre e como enfrentá-lo? (Pergunto)

Vocês deverão na direção norte ir até a árvore, símbolo do meu amor com Vítor. Enfrentarão o seu destino e tentem escutar o interior de vocês. Lembrem-se dos conselhos de seus mestres e aplique-os na situação desejada. (Angel)

Entendi. Devemos relembrar as nossas experiências e decidir usando a sabedoria, qual conselho aplicar. Mas o senhor tem mais alguma dica para nos dar? (Renato)

Tenho. Não se deixem levar pela ambição do poder ou pelas aparências. Elas seduzem, mas no final não trazem sucesso ou a tão almejada felicidade. Só decidam no momento certo. (Angel)

Muito bem. E o que devemos fazer? (Eu)

Renato irá te acompanhar, caso você precise de algum auxílio. Você entrará a fundo na história de Vitor, mas não claramente. Apenas quando completar a etapa dos seis dons é que será capaz de ter a primeira visão da história. (Explicou o anfitrião)

Quando partiremos? (Renato)

Depois do café. Agora, vamos aproveitar para comer tranquilos. (O mestre)

Obedecemos ao mestre e nos alimentamos em silêncio num período de dez minutos. Quando terminamos, nos despedimos do mesmo, pegamos as garrafas dágua e levamos a mochila com alguns alimentos e nos dirigimos a porta de saída da casa. Com alguns passos a mais, já estamos fora e pegamos a trilha mais próxima que nos levava a direção norte. A partir daí, começava um novo desafio que não sabíamos como terminaria ou que resultados produziria. Continuemos juntos, leitor.

O começo da nova caminhada produz uma grande ansiedade em nós, como se nunca tivéssemos participado de aventuras. Isto era algo que ocorria recorrentemente e nos fazia lembrar dos nossos primeiros passos, da aventura de forças opostas, a viagem no tempo para Mimoso, e mais recentemente todas as peripécias e buscas da noite escura da alma. A trajetória até agora era curta, mas muito rica e isso nos dava força para continuar.

Aliamo-nos a essa força e apertamos os nossos passos. Enfrentamos os obstáculos naturais do caminho incluindo espinhos, pedras e o medo de encontrar algum bicho selvagem. E avançamos cada vez mais. Em cerca de vinte minutos, ultrapassamos um terço da distância e a conquista nos faz mais feliz. Mas não por muito tempo. Logo em frente, nossa visão se perturba pois aparece dois monges vestidos com trajes pretos, cada um montado num leão e armados com espada.

Em alguns instantes eles se aproximam de nós e bradam:-Se quiserem continuar, terão que nos enfrentar e vencer. Se perderem, terão que ir embora e renunciar aos seus projetos. O que me dizem? Há ainda a opção de desistir.

Cheios de medo, eu e Renato conversamos e o convenci a deixar tudo em minhas mãos. Olhei fixamente para os monges e disse: Tudo bem. Mas deixem meu amigo e companheiro, Renato, de fora. Ele ainda é muito jovem para se arriscar dessa maneira. Eu enfrentarei os dois.

Os monges conversaram entre si por alguns instantes e quando decidiram, voltaram-se para nós: Aceitamos. Mas enfrentará um por vez para a luta desigual. Um de nós é o mestre Hiorishida, conhecedor das artes marciais mais perigosas. O outro, é um telepata poderoso. A batalha vai começar!

Dito isto, eles bateram com a espada no chão e um círculo de fogo nos envolveu. Renato ficou de fora,assistindo.O primeiro monge pulou dentro do círculo e ao fazer isso, pensei:-Estou frito. Como enfrentar alguém mestre em artes marciais? Por enquanto, não tenho nenhuma estratégia em mente. Iria esperar que o adversário tomasse a iniciativa. Sem querer, lembro do combate com o ninja na gruta e uma luz no fim do túnel se acende para mim.

O adversário se aproxima,me cumprimenta e se afasta um pouco. Fica em posição de ataque. No momento, apenas observo seus movimentos a fim de estudá-lo. Em alguns instantes, a luta começa. Usando suas artes marciais, ele começa a marcar golpes poderosos e a executá-los. Alguns eu defendo e outros eu sofro pois ele é muito rápido. Quando penso em contragolpear,ele não tem dificuldade na defesa. Sem saída,eu continuo senso maltratado pelo adversário. Num dado momento, caio de cansaço pela primeira vez. Gentilmente, o primeiro monge se afasta e espera me levantar para reiniciar a luta. Aproveito o intervalo, e mentalizo a transformação da gruta e deixo o vidente solto para agir. Agora, eu estava mais preparado. Ele enfrentaria agora um ser superdotado de dons, capaz de transcender o tempo, a distância e entender os corações mais confusos.

No instante seguinte, levanto e chamo o adversário para batalha. Ele aproxima-se furioso, deixo ele me atacar e já conhecendo seus pontos fracos contra golpeio com força. O meu golpe o balança apesar dele ser bastante forte e experiente. Ele fica impressionado. Mas não o faz desistir. Ele se afasta um pouco, fica em posição de batalha e ataca outra vez. Como ele estava usando outra técnica, consegue me ferir e me derrubar pela segunda vez. Gentilmente, ele se afasta novamente. Reflito um pouco e digo para mim mesmo: Cara chato e muito forte. Eu sei como te pegar! Pego escondido um pouco de areia na minha mão, levanto-me e parto para um novo ataque.

Ao chegar bem perto do seu rosto, lanço meu veneno e o mesmo cai em terra. Aproveito seu momento de fraqueza e o atinjo em vários pontos vitais. Em questão de segundos, o mesmo pede clemência e a luta é dada por terminada. Ele se retira, descanso um pouco e a próxima luta com o telepata estava por iniciar. Teria sucesso novamente? Continue acompanhando, leitor.

O segundo monge entra no círculo de fogo e se coloca em posição de batalha. Em questão de segundos, o mesmo profere orações ininteligíveis e imediatamente sinto um baque muito grande que provoca em mim uma dormência. Aos poucos, vou perdendo os sentidos e quando estou quase dormindo sinto meu espírito desprender-se do corpo material de um solavanco só. Imediatamente, me vejo fora do corpo, sinto o gosto da liberdade que isto me provoca e ao observar também vejo meu adversário em espírito frente a mim.

Ao chegar bem perto do seu rosto, lanço meu veneno e o mesmo cai em terra. Aproveito seu momento de fraqueza e o atinjo em vários pontos vitais. Em questão de segundos, o mesmo pede clemência e a luta é dada por terminada. Ele se retira, descanso um pouco e a próxima luta com o telepata estava por iniciar. Teria sucesso novamente? Continue acompanhando, leitor.

O segundo monge entra no círculo de fogo e se coloca em posição de batalha. Em questão de segundos, o mesmo profere orações ininteligíveis e imediatamente sinto um baque muito grande que provoca em mim uma dormência. Aos poucos, vou perdendo os sentidos e quando estou quase dormindo sinto meu espírito desprender-se do corpo material de um solavanco só. Imediatamente, me vejo fora do corpo, sinto o gosto da liberdade que isto me provoca e ao observar também vejo meu adversário em espírito frente a mim.

Rapidamente, o monge se concentra e cria armas espirituais com o objetivo de me atacar. Com isto, sou obrigado a também me proteger usando meus poderes de vidente. Quando estamos prontos, finalmente a luta começa. Com muita rapidez e experiência, sou atacado de diversas formas e inicialmente só penso em me defender e me esquivar dos ataques. Na maioria das vezes, consigo alcançar o objetivo, mas meu adversário é tão hábil que vez ou outra me atinge. Numa dessas, ele me atinge em cheio o que provoca minha primeira queda. Aproveito este momento rápido para refletir e realinhar minha estratégia. Iria atacar também mesmo que isso fosse bastante arriscado.

Na minha primeira tentativa, não tenho êxito, sou ferido novamente mas não desisto. Continuo tentando até que o atinjo. Ele parece se assustar mas logo se recupera mas volta a atacar novamente, agora com mais força e rapidez. Tento responder à altura e o combate fica cada vez mais interessante. A cada embate de nossas espadas,o mundo parece tremer e querer se destruir como na guerra entre anjos. É aí que tenho uma ideia. Provoco um encontro frontal entre as armas, o que resulta em sua destruição. Pronto. Tudo estava salvo. O mundo não acabaria nem Deus teria que atear fogo ao universo para evitar uma catástrofe maior.

O meu adversário não gosta de minha atitude, se concentra novamente e me atinge em cheio com seus poderes mentais. Caio de joelhos, muito confuso e tonto. Na minha mente atormentada, passam canarinhos, ovelhas, cavalos, e visões distorcidas de luz, trevas provocando em mim novamente um encontro das forças opostas e o despertar da minha poderosa, perigosa e tenebrosa Noite escura da alma. Fico um momento estático sem reação até que a luz se aproxima e escuto uma voz fininha me chamando de longe. Concentro-me na voz e em alguns instantes reconheço a guardiã, minha primeira mestra espiritual e sigo ao pé da letra suas orientações interiores. Isto me faz recobrar os sentidos, fico mais tranquilo e enfim consigo me levantar.

Encaro o meu adversário novamente, reconheço sua superioridade, mas uso todas as forças a minha disposição. Sirvo de ponte entre a luz e a realidade e o ataco de uma vez só. E a estratégia dá certo. O meu adversário cai, desacordado. O círculo de fogo se desfaz e corro para abraçar Renato. O primeiro obstáculo tinha sido superado e todos tinham uma participação na vitória, seja na torcida ou nos conselhos. Agora, cabia a nós continuar no caminho.

Esperamos o monge se recuperar, ele admite a derrota e permite a nossa passagem. Retomamos então a caminhada e como tínhamos atrasado um pouco apressamos os nossos passos ainda mais, avançando na natureza agreste. No caminho, passamos por novas experiências, novos e interessantes lugares e pessoas, ouvimos o som da mata, driblamos pedras, pedregulhos e espinhos, tudo diante de um sol escaldante de verão. Onde nos levaria nossas peripécias? Não sabíamos, apenas guardávamos promessas do destino que se revelava e se escondia a cada passo nosso. Mas continuaríamos tentando. Esta era uma decisão definitiva.

Continuamos avançando e em dado instante ultrapassamos a metade do percurso. O feito nos faz feliz novamente. Porém, sabíamos que novas dificuldades poderiam aparecer. E é o que não demora. Alguns passos adiante, somos cercados por caboclos, espíritos protetores da floresta. Ele nos encara e o chefe deles se aproxima mais e tenta estabelecer um diálogo.

O que fazem aqui? Já faz muito tempo que andam na floresta, por acaso querem lhe fazer algum mal?

De maneira nenhuma. Ao contrário, somos protetores. Estamos aqui numa missão de extrema importância, uma viagem de trabalho. Garanto que não machucaremos ninguém. (Eu)

Somos os desbravadores do tempo, e buscamos a paz, o reconhecimento, o amor. Enfim, procuramos a evolução. (Complementa Renato)

Acho bom. De qualquer maneira, saibam que serão vigiados continuamente. Não demorem muito. Pois há um limite de tempo por dia na mata. (O chefe dos espíritos caboclos)

Dito isto, desapareceram. Não tivemos tempo de perguntar mais detalhes sobre o limite e então por via das dúvidas nos apressamos ainda mais. Continuamos a caminhar, avançamos e ultrapassamos os três quartos do percurso em um período considerável. Neste momento, dúvidas nos assaltam, mas não temos tempo para pensar nelas. O importante era não fraquejar num momento tão importante.

Avançamos ainda mais e nos aproximamos do destino. Logo em seguida, chegamos em frente à arvore plantada por Angel e Victor, símbolos do seu amor. Concentro-me e estou prestes a tocá-la novamente, mas antes que eu faça o movimento, uma voz conhecida grita atrás de mim: Não se mexa.

Volto para trás e deparo-me com Angel que rapidamente se aproxima. Espero ele chegar para me dar as explicações necessárias.

Você estava prestes a se suicidar. Mas ainda bem que te encontrei a tempo. Queria te perguntar se você já explorou seus chacras.

Não, mestre. Nem sei ao menos o que é Chacra nem explorá-lo. Como faço? (Indaguei)

Os chacras individuais são os responsáveis pelo controle do fluxo energético carnal e espiritual. Eles utilizam a luz do sol para alimentar a nossa aura e se o desenvolvermos corretamente este poder podermos emitir nossa energia espiritual ao exterior facilitando a compreensão de muitas coisas. A fim de explorá-lo você tem que se concentrar no ambiente, sentir sua magia, seu poder e quando você se entregar completamente poderá entender o desafio atual com mais facilidade. (O mestre)

Isto. Siga o que o mestre disse e lembre-se de esquecer tudo a seu redor. Lembre dos aprendizados anteriores. (Lembrou Renato)

Tudo bem. Pelo menos eu vou tentar. (Confirmei)

Dito isto, fico de costas para os meus companheiros, fecho os olhos, esqueço todas a preocupações,anseios,inquietações,as companhias e começo a me concentrar na luz que aquece e dá vida ao planeta. Usando o meu tato espiritual, imagino as estrelas, os astros,planetas,cometas,sóis,galáxias,os seres, tudo isto fazendo parte da roda da vida, inventada por um grande Deus,onisciente,onipotente,onipresente mas invisível ás suas criaturas. Tento ligar-me a este poder grandioso, único ser capaz de me entender naquele momento e nesta busca viajo pelas inúmeras dimensões existentes. Em tudo reconheço o nome dele mas percebo ainda muitas tribulações e a natureza grita constantemente ao meu redor. E é aí que paro e grito também: Deus meu, vem me socorrer! Estou tão triste, estou sozinho, não conheci o amor nem descobri o potencial dos meus chacras.

Espero a resposta por um tempo, ninguém me responde, eu me decepciono e quando já estava desistindo do meu objetivo, escuto uma voz interior me dizer: Você não está sozinho e não precisa me procurar em espaços distantes porque eu estou dentro de você, eu sou parte de você. Também me senti muito triste e sozinho há aproximadamente dois milênios atrás porque fui traído e injustiçado pelo meu próprio povo. Mas venci. Se você acreditar em mim e segurar com confiança em minha mão poderei realizar milagres em sua vida. Você quer minha ajuda?

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