Não importa... Ele passou trinta anos em sua prisão por algo que não tinha feito. âO retorno será o inferno, meus amigos.â
*****
âOperador de Telemarketing?â Chad perguntou, enquanto tentava esconder seu sorriso, enquanto sua irmã batia o telefone com força suficiente para o fazer cair da parede. Caiu com um estrondo no chão.
Envy chutou o telefone no corredor, fingindo que era a cabeça do namorado antes de ligar para seu irmão. âVocês são todos cachorros, ou são apenas os que eu namoro?â
Chad ergueu as mãos em uma rendição simulada, âNa minha opinião, as meninas são tão ruins quanto. Agora, se acalme e diga ao seu irmão mais velho o que aconteceu.â
Envy colocou sua testa contra a frieza da parede. Ela se recusou a deixar até uma única lágrima que fosse cair. Ela não gostava de Trevor o suficiente para chorar por ele e estava seriamente cansada de todos os caras, de uma forma ou de outra. âJason acabou de ligar para me convidar para sair. Ele achou que eu estava solteira de novo só porque encontrou Trevor em um novo clube de dança. Ele estava praticamente se enroscando em outra garota ali, na pista de dança.â
Chad sacudiu a cabeça. Ele não sentia nenhuma pena e Trevor, assim que sua irmã estivesse com eles nas mãos. âQue tal irmos à boate, então?â Ele ergueu a sobrancelha, não querendo perder isso por nada no mundo.
Envy sorriu, gostando dessa ideia, âMe dê dez minutos para me arrumar.â
Chad acenou com a cabeça e se sentou na beira do sofá, clicando no controle remoto para assistir ao noticiário, embora não estivesse prestando qualquer atenção. Ele não queria que ela namorasse Trevor de forma alguma. Ele sabia que o cara agia como todo americano, rico, preparação para a faculdade apenas para tirar todos de seu caminho, mas isso não significa que ele gostava de mentir para Envy sobre quem ele realmente era. Se Trevor ia dormir com ela, então ela precisava pelo menos saber a verdade sobre a pessoa na qual ela estava enfeitiçada.
Começar um relacionamento com uma mentira não era a melhor maneira. Se você fosse mentir, então não deveria se envolver, em primeiro lugar. Tinha encurralado Trevor da última vez que o viu na estação e disse ao agente disfarçado para que falasse a Envy a verdade sobre o que estava fazendo, ou então ficasse longe dela. Ao era culpa dele que Trevor não ouvia ninguém, a não ser ele mesmo.
Ficou enojado ao pensar que Trevor podia usar Envy quando fez o trabalho disfarçado na cena do bar. Com ela sendo uma garçonete em muitos clubes, deu a Trevor uma razão para segui-la até os lugares antes de abrirem e ficar até que fechassem. Estar lá sem a multidão permitiu que Trevor bisbilhotasse muito mais e Envy não era a mais esperta.
Chad se recusou a ir disfarçado, embora a equipe das Forças Especiais estivesse tentando arrastá-lo até lá há algum tempo. O mais próximo que ele chegou até o momento estava sendo seu amigo preferido que ligava quando era hora de passar pelas portas e derrubar as pessoas. E estava tudo bem para ele. Ele preferia chutar a bunda de um cara mau ou apenas espiar em volta, conversando e folheando papéis, tentando encontrar algum podre de alguém.
Agora, seu amigo Jason, por outro lado, seria muito melhor namorado pra a Envy. Ela tinha ido para a escola com Jason, mas ai que estava o problema. Jason tinha se apaixonado por ela durante todo o ensino médio, e tinha passado tanto tempo em casa que Envy considerava ele um irmão... não um cara.
Jason havia se juntado aos guardas florestais na Floresta Nacional de Angeles assim que saiu da escola e realizou o mesmo trabalho desde então. Envy ainda gostava de sair com Jason. Ela também conseguiu ver sua melhor amiga, Tabatha, com mais frequência, já que Tabatha era parte da unidade de Jason com os guardas.
Chad se levantou do sofá e parou do lado de fora do quarto de Envy. Eles tinham sido companheiros de quarto nos últimos quatro anos, desde que seus pais morreram em um acidente de carro, e tinham começado maravilhosamente bem. Ele era um policial e ela estava de plantão para ser garçonete em vários clubes dentro da cidade.
O único motivo pelo qual ele não disse nada sobre ela ter um emprego ârealâ era porque, na maioria das noites, ela ganhava mais dinheiro do que ele. Isso fez as coisas ficarem ainda melhor porque quando o aluguel era cobrado, Envy era quem geralmente pagava, enquanto ele cuidava de todo o resto.
âQual clube?â ele perguntou através da porta.
âO novo clube chamado Moon Dance,â Envy prendeu alguns dos seus longos cabelos de morango em um rabo de cavalo, deixando o resto cair nas costas em longas camadas. âEu podia muito bem me candidatar como uma garçonete enquanto estamos lá.â
Chad franziu o cenho. âEsse é o caminho para a extremidade da cidade, não é?â Ele voltou para seu quarto sem esperar por sua resposta. Recentemente, as coisas na extremidade da cidade tinham ficado um pouco perigosas. Os desaparecimentos eram o perigo mais proeminente e alguns corpos tinham sido encontrados a um quarteirão desse clube.
Até agora não havia nada que pudesse ligar diretamente à Moon Dance, exceto que as vÃtimas escolhidas eram todas frequentadoras do clube. Foi apenas o tempo que Chad e muitas outras pessoas eram consideradas suspeitas. Tinham feito algumas perguntas sobre se havia ou não um assassino em série curtindo esse bar. Muitas das últimas vÃtimas foram vistas pela última vez dentro do clube. Como policial, não podia ignorar a probabilidade de haver uma conexão.
Já que sua arma e distintivo já estavam no carro, Chad pegou o pequeno taser e o colocou na parte de trás de suas calças, na cintura. Com todas as coisas ruins acontecendo lá embaixo, ele queria Envy lá apenas para o caso de algo dar errado enquanto ainda estivessem no clube.
Saindo de seu quarto, ele olhou para o corredor e parou quando viu sua irmã. Uma saia de couro preta com fenda mostrando a coxa, junto com uma camisa de renda preta. Havia remendos de couro apenas onde precisava... o suficiente para esconder seus seios e mostrar sua barriga chapada e umbigo.
Ela também estava usando um par de botas de couro preto que vinha acima dos joelhos, com delicadas correntes com elos ao redor dos tornozelos. Um colar que sua mãe tinha lhe dado há anos adornava seu pescoço, tendo um belo quartzo ametista pendurado. A maior parte de seu cabelo vermelho estava amarrada em um rabo de cavalo alto, com alguns fios caindo sobre os ombros.
Sua maquiagem foi feita com bom gosto, com um pouco de delineador preto e sombra, e um tom escuro de batom. Ela parecia uma dominatrix.
âDroga, estamos em busca de sangue?â Chad levantou uma sobrancelha, lhe olhando mais umas duas vezes. Ele tinha a intenção de cancelar a noite, e fazer ela voltar para seu quarto por razões de segurança.
âBem, eu decidi,â Envy levantou uma sobrancelha de forma delicada, âDepois que eu cuidar de Trevor, vou me divertir! De agora em diante, me recuso a namorar apenas um cara. Não quero um namorado... eu quero MUITOS deles! Dessa forma, quando alguém agir como um idiota, não vai importar, pois vou ter outros que ficarão mais do que felizes em chutar sua bunda.â
âSim, eu me lembro o quão bem isso aconteceu na escola.â Chad sacudiu a cabeça, sabendo que sua irmã era muito mais inocente do que fingia ser, âVamos pegar meu carro no caso da delegacia ligar.â
âSim, eu me lembro o quão bem isso aconteceu na escola.â Chad sacudiu a cabeça, sabendo que sua irmã era muito mais inocente do que fingia ser, âVamos pegar meu carro no caso da delegacia ligar.â
âSó se eu conseguir brincar com as luzes azuis,â Envy sorriu, sabendo que ele deixaria.
Chad suspirou e começou a caminhar para o carro. âEu juro que você é pior do que um garoto em uma loja de brinquedos, apertando cada bicho de pelúcia que faz barulho, deixando todos loucos.â
âO quê?â ela riu. âEu gosto das luzes azuis. As pessoas saem do nosso caminho quando eu a ligo.â
âComo na vez que você fez isso quando ficamos sem café? Ele perguntou. âVocê sabe que é um desperdÃcio de dinheiro do contribuinte, não sabe?â
âSe você não calar a boca, eu vou dirigir. Então você terá que lidar com as luzes vermelhas e a sireneâ, ela avisou com uma piscadela brincalhona.
Chad se calou imediatamente porque a última vez que isso aconteceu, ela estava atrasada para o trabalho e ele estava doente demais para dirigir, então ele ficou sentado no banco do passageiro adormecido. O chefe ainda lhe causava tristeza por causa disso.
*****
Envy desligou as luzes azuis a cerca de um quarteirão do clube e olhou para os holofotes que dançavam no céu coberto de nuvens. Ela observou conforme o prédio de dois andares aparecia.
Ela estava trabalhando tanto ultimamente que não tinha tido a chance de ver a Moon Dance, mas alguns de seus clientes tinham adorado. Do lado de fora nada era sofisticado. Parecia apenas um armazém de tijolos com poucas janelas e um grande sinal de neon roxo no alto da parede da frente.
As pessoas estavam na fila, atravessando o outro lado do enorme estacionamento, vestidas com suas melhores roupas de clube e conversando com animação. O fato era que havia uma fila após as dez da noite, mostrando a ela que o trabalho aqui provavelmente seria muito lucrativo.
âSim, definitivamente colocarei em uma aplicação,â ela sorriu com a perspectiva.
âPelo menos a fila ETA quase desaparecida,â Chad disse sarcasticamente, não querendo esperar para ver Trevor conseguir uma boa dose de sua irmã na adrenalina.
Ele estacionou bem na extremidade mais escura do estacionamento, bem ao lado do carro de Trevor. Antes que Envy pudesse abrir a porta do carro, Chad estendeu a mão e a pegou pelo braço. âAquiâ, ele colocou um pequeno taser na mão dela e, sem dizer uma única palavra sobre isso, abriu a porta e saiu.
Envy envolveu o dispositivo entre seus dedos com um sorriso no rosto. Seu irmão tinha ensinado a ela autodefesa até o ponto onde ela provavelmente poderia derrubar a maioria dos policiais com que ele trabalhava, sem suar. Mas Chad sempre dizia: âPor que lutar, quando tudo que você tem que fazer é apertar um botão?â
Ela deslizou o taser para o pequeno bolso lateral da saia de couro, junto com seu documento. Ela apertaria o botão de Trevor sem problemas. Ela pressionaria feliz o botão do elevador para ir ao inferno apenas para vê-lo agora. Ninguém traiu Envy Sexton e fugiu com ela.
Eles andaram em direção à fila um ao lado do outro, e Envy estava especialmente feliz quando a fila começou a se mover mais rápido, levando apenas alguns minutos para entrarem.
O porteiro estava vestido com um belo par de calças Armani e jaqueta combinando. A camisa embaixo era da forma apropriada e mostrou um peito atraente. Seus cabelos castanhos caÃam em ambos os lados do rosto, em ondas Um pouco de barba aparecia em seu rosto, e ele tinha olhos escuros penetrantes, que quase brilhavam na luz de neon.
Chad pagou e eles mostraram seus documentos antes que o homem carimbasse sua mão e soltasse a corda de veludo vermelho, permitindo a eles o acesso. Entraram pelas portas principais e caminharam por um pequeno corredor em direção a outra porta, que se abriu quando eles se aproximaram. Ambos pararam quando entraram na sala principal e olharam. Era como se estivessem entrando em outra dimensão.
Para um local lotado como estava o estacionamento, você poderia pensar que estaria com pessoas imprensadas dentro, mas não estava. Os lábios de Envy se separaram enquanto ela andava em direção ao enorme buraco no centro da sala.
Se aproximando da grade, ela olhou para a pista de dança no andar de baixo. Em ambos os lados, tinha uma passarela que se estendia através do nÃvel principal com uma barra longa, que esticava por todo o seu comprimento. O bar, em si, parecia com vidro jateado com suave iluminação de neon ondulando tudo através dele.
Duas escadas desciam à sua esquerda e direita e se encontravam no meio, antes de descer para a pista de dança real abaixo. A pista de dança estava brilhando com luz suave, o suficiente para lançar seus pés em um tipo de luz negra. Tudo isso adicionado ao pandemônio criado pelas luzes intermitentes aéreas e holofotes coloridos que se moviam em todas as direções, exceto diretamente sobre os dançarinos.
A forma como foi montado permitia ver os dançarinos ajoelhados mas, além disso, seus corpos estavam sombreados.
Envy se inclinou sobre a grade, olhando para ver se tinha barras no nÃvel mais baixo, mas não havia nada além da pista de dança. Isso lhe lembrou um buraco. Assim que descesse as escadas, estaria à mercê da escuridão que ombreava os dançarinos em privacidade.
âSão três andares?â ela perguntou, olhando para o teto sólido acima deles. Contando o porão, que seria o terceiro andar, ela se perguntou se também era parte do clube ou se estava fora dos limites.
Aplausos e vaias fizeram seu olhar se voltar para baixo na pista de dança. Ela olhou incrédula quando um holofote azul-celeste atingiu uma gaiola no meio do poço. Ela ficou instantaneamente encantada com o homem atrás das barras.
O olhar de Chad também parou na gaiola. Parecia uma cela de prisão pequena. Dentro dela havia um homem e uma mulher e estavam circulando entre si. Mesmo dessa distância, ele podia sentir o calor em seus movimentos. Seus dedos ficaram brancos quando agarrou o corrimão no momento em que o sujeito na jaula empurrou sua parceira de dança contra as barras apenas para ela se abaixar e passar por baixo do seu braço enquanto tentava prendê-la contra elas.
Girando, o sujeito agarrou seu pulso e a trouxe de volta rápido contra ele antes de guiar suas mãos para as barras na frente dela. Isso a fez agarrar as arras, ele se esfregando contra seu corpo quase nu até que sua cabeça pendeu para trás contra o peito, como se ela estivesse gostando.
Era de natureza animal, quase como uma dança de acasalamento primitiva de algum tipo. Chad e Envy se encontravam cativados pelo show, a exibição afetando cada um de formas diferentes.
Chad os observou por mais alguns minutos em silêncio enquanto o casal principal se separava apenas para que o homem a prendesse em uma posição diferente. O calor de seus movimentos fez seu jeans crescer, como se estivesse apertando os quadris de macho contra a bunda da menina. Afastando seu olhar frustrado Chad se forçou a olhar para as decorações nas paredes superiores onde ele podia ver de seu ângulo.
Era principalmente as luzes piscando com luz preta constante perto das pinturas estico retrato enorme, com corpos lustrosos de jaguares, alguns lutando e alguns predadores em caça solo. Os animais letais pareciam ter vida própria. As pinturas imóveis quase se moviam com as luzes, dando a impressão de que os animais estavam vivos e observando.