Laços Que Unem - Amy Blankenship 2 стр.


Ela tinha estado de olho no Robert porque ele era muito como o seu pai... ganancioso e calculista. Ela estava ciente de que ele já se estava a preparar para competir pelo seu último Testamento quando ela morresse, mesmo sabendo ela que ele não estava certo em relação ao que o testamento citava.

Mal sabia que não lhe serviria de nada... aquele testamento era cimento em todas as direções. Ela também tinha deixado de lhe entregar a papelada do resort quando o tinha apanhado a falsificar os livros e a desviar alguns dos lucros para uma das suas contas bancárias. Ele tinha-se tornado uma grande desilusão nos últimos dois anos.

A sua segunda mais velha, a única rapariga, Carley, e os seus três filhos também viviam aqui. Mas Carley não era nada como Robert.

A sua família estava cheia de miúdos mimados que pensavam que eram melhor que os outros porque viviam do fundo fiduciário que ela tinha preparado para eles. Tiffany tinha dezassete anos, Paris vinte e dois e Jason vinte. Mas ela não podia culpar as crianças por serem preguiçosas quando a mãe deles não passava de uma alcoólica. Entre os quatro, tinham corrido com o pobre marido de Carley há anos.

Tinham passado três anos desde que o seu marido, John, tinha falecido, depois perdeu Malcolm e Angel, logo no ano depois. John tinha sido um homem arrogante de mão pesada e a verdade era... não sentia saudades de todo. Mas com todos os restantes membros tão ocupados com as suas vidas, haviam deixado Isabel sozinha na sua avançada idade.

Os únicos que lhe davam atenção eram Tristian e os dois rapazes indianos que ele e a sua irmã gostavam tanto... Hunter e Ray Rawlins.

Ela não queria, propriamente, saber o que o resto da família fazia... eram Angel e Tristian que eram importantes para ela. Não a incomodava que um dos irmãos não fosse de sangue... era o coração que contava. Quando Tristian fora adotado, ela tinha avisado os outros membros da família de que se eles alguma vez lhe contassem da adoção, seriam deserdados e expulsos do Santuário sem pensar duas vezes. Até agora a ameaça tinha aguentado.

Tristian e Angel não tinham forma de saber, mas um dia o Santuário passaria a pertencer apenas a eles.

Olhando para cima, Isabel sorriu para dentro vendo Lily Hart petrificada no jardim de flores. Ela tinha permitido que Lily continuasse a viver aqui com o seu filho quando Malcolm se tinha mudado para a outra ponta do país. A única razão para ter consentido que a mulher ficasse ali era para fazer com que Angel voltasse mais vezes possível, e para manter o Tristian lá.

No que dizia respeito a Isabel... era bem feito que Lily estivesse infeliz. Malcolm tinha-a amado por ter uma atitude fria e insuportável... afastando Malcolm, mas sem lhe dizer porquê. Ela calculou que Lily só tinha ficado aqui porque era estúpida o suficiente para pensar que um dia seria dona de uma parte do Santuário.

Malcolm fora um mulherengo antes de se terem casado, dormindo com metade do staff índio que tinha trabalhado no hotel antes de começar a subir a fasquia.

Ele deixou a sua vida de malandro quando se tinha casado, por isso ela sabia que não era essa a razão para o divórcio. Ele tinha sempre amado as mulheres, mas Isabel soube que quem ele amava mais era a Lily por causa da sua beleza... ela ainda era muito bonita. Fria e bonita... era tão privada de emoções que nunca se deu ao trabalho de ser uma mãe a sério para os seus filhos... mesmo quando eram pequenos.

Pelo ar pálido na cara de Lily, Isabel percebeu que Malcolm tinha chegado, finalmente. Ela tinha dito ao piloto do helicóptero, de forma bem clara, que seria despedido no caso de se atrever a voltar para vir buscar alguém antes de terminar o fim de semana. Também tinha pago a Ray para que ele inutilizasse todos os veículos da propriedade de uma forma ou outra para que ninguém pudesse sair.

Pela primeira vez... a família estaria toda junta aqui... quer gostassem ou não.

*****

Ray Rawlins ouviu o som do helicóptero à distância enquanto ele fechou o capô do último carro estacionado na garagem. Ele olhou à sua volta para todos os dispendiosos veículos que agora se viam inúteis com uma sensação de satisfação. Isabel Hunter conseguia ser tão implacável quanto o seu, falecido, marido quando queria.

Saindo do edifício em tijolo, afastou o seu, longo, cabelo negro dos olhos enquanto observava o helicóptero descer, lentamente, para o heliporto. Os seus pensamentos viraram-se para Hunter, perguntando-se se o seu irmão conseguiria manter a calma agora que tinham descoberto que Angel trazia o seu namorado da Califórnia para o Santuário para passar a semana.

Ashton Fox não fazia ideia da teia de aranha em que acabara de entrar.

Na sua opinião, a maioria das pessoas que tinham nascido no topo desta montanha mereciam cair dela. Angel e Tristian eram as exceções. Quando eles estavam a crescer, ele e Hunter tinham-nos acolhido debaixo de asa e protegido o quanto era possível da maldade em que tinham nascido... mesmo a querida avó deles conseguia ser traiçoeira quando queria alguma coisa.

Ele encostou-se à parede de tijolo lembrando a infância deles. Ele e Hunter eram apenas dois anos mais velhos que os irmãos, mas os quatro foram sempre inseparáveis. Juntos, tinham ido para os bosques quase todos os dias, com ele e o Hunter a ensinar-lhes técnicas índias de sobrevivência... apesar de Tristian e Angel pensarem que não passava de uma brincadeira.

A sua visão do passado desapareceu quando Angel saiu a correr do helicóptero com o namorado atrás. Ele abanou a cabeça enquanto o vento do helicóptero fez o seu cabelo platina voar como se ela estivesse no meio de uma tempestade invisível.

Ele olhou para a estadia enorme conhecida como Santuário. Ele sabia que as pessoas lá dentro que diziam ser da família dele estavam prestes a jogar um novo jogo... Um demasiado perigoso para a pequena rapariga jogar sozinha.

Ray tirou o pequeno canteiro que Hunter lhe tinha oferecido e deu um gole para desobstruir a mente. Ele precisaria de toda a sua concentração se fosse impedir que Angel ficasse em perigo.

*****

Tristian esperou até estar toda a gente fora do helicóptero antes de se inclinar para o piloto, ganhando a sua atenção. - Lembre-se do que Isabel Hart disse - seu rosto perdeu o sorriso enquanto seus olhos verdes estreitaram em aviso. - Vá passar umas férias e não se preocupe connosco. Não precisamos de si esta semana, entende?

Angel sorriu, feliz, quando Tristian se juntou a ela e todos fugiram do vento das hélices. Ela sentiu-se muito melhor assim que se virou para ver a malvada máquina a ir embora e levar o seu som insuportável consigo.

- Bons ventos te levem para um tornado - Angel fez uma saudação trocista. Se ela soubesse que ninguém gozaria com ela, tinha levado as mãos ao chão e agradecido o facto de ter chegado bem.

Ashton passou os dedos pelo seu loiro e sedoso cabelo, adorando a sensação. - Oh, estás só chateada porque o helicóptero despenteou o teu lindo cabelo - ele sorriu, perguntando-se como é que os seus dedos corriam sem atingir um único nó. Ela era a coisa mais próxima à perfeição que ele já havia encontrado, e quando ela disse que ela estava a ir para casa para uma visita ele tinha sido esperto o suficiente para não a querer fora de sua vista.

Reparando que o seu pai e Felicia já tinham entrado, Ashton deslizou o seu braço através dos seus ombros enquanto eles começaram a subir a colina para a propriedade.

- Então, pequeno capuchinho vermelho, vamos ver a tua avó primeiro? Ele observou, tentando não parecer arrebatado pelo tamanho da mansão. Ele tinha ouvido o pai dela a gabar-se dela, mas agora que estava aqui, percebeu que tinha, na verdade sido subavaliada.

Tristian piscou o olho a Angel antes de interromper. - Acho que está na hora de mostrar o quarto a Ashton e deixar que ele assente, não achas? Não há necessidade para testar o lobo mau demasiado. A avó já teve um ataque cardíaco... acho que apresentares-lhe o teu namorado assim que chegas pode ser demais para ela.

O sorriso de Angel desvaneceu ao ser mencionado o ataque cardíaco da sua avó. Ela quase voou para casa no segundo em que Tristian lhe tinha contado, mas o pai dela tinha concordado em vir passar o dia da independência aqui, por isso ela esperou. Tristian tinha dito ao telefone que tinha sido Hunter que tinha a encontrado a avó deles mesmo no último segundo e provavelmente até lhe salvou a vida.

O seu próprio coração acelerou durante um segundo quando imaginou Hunter na sua mente... Hunter Rawlins. Ela sempre o viu como o seu melhor amigo, mas quando se mudou para Los Angeles, Angel tinha percebido, lentamente, que tinham sido mais do que amigos... muito mais. Ela tinha sentido tantas saudades de Hunter como do seu próprio irmão.

- Oh vá lá - Tristian quase rosnou quando a prendeu nos seus braços e lhe deu um carinhoso abraço. - Não quis dizer isso - chegou-se para trás e agarrou-lhe as bochechas, fazendo com que levantasse a cabeça para olhar para ele. - Prometeste que seriam apenas sorrisos esta semana - lembrou-lhe com o olhar fixo no dela.

- Eu sei - Angel colocou o sorriso de volta nos lábios, mas não se sentiu bem a mesma. - Eu fico bem assim que vir, com os meus próprios olhos, que a avó está bem. Tu, leva o Ash e diverte-te. Eu encontro-me convosco mais tarde.

Ela inclinou-se na ponta dos pés e beijou Ashton na face antes de se virar e ir em direção à entrada lateral onde sabia que a sua avó estaria.

Ashton viu Angel a ir embora, não gostando do facto de serem separados quase no minuto em que colocaram os pés na montanha. Durante a sua estadia em Los Angeles, o pai dela nunca tinha precisado dela para nada, então ele tinha-a tido sempre para si só. Ele não era bom a partilhar com outros.

*****

Hunter afastou o pensamento enquanto se desencostou da ombreira onde tinha estado encostado. Bastou ver Angel a dar aquele beijo inocente ao seu namorado para deixar um mau gosto na sua boca assim como uma vontade de bater em alguma coisa... preferencialmente em Ashton Fox. Foi preciso todo o seu autocontrolo para se impedir de a seguir assim que a viu afastar-se dos outros.

Ele conseguiu perceber o momento em que Tristian reparou que ele ali estava porque os seus passos aceleraram.

Ele e Tristian tinham sido melhores amigos desde que ele se lembrava, mas nos dois últimos anos, ambos tinham conhecido o lado mais negro um do outro... tudo porque a Angel os deixara. Ele observou Tristian enquanto ele encurtava a distância entre eles depois estudou a sua expressão.

Erguendo os seus lábios num sorriso aberto, Hunter dirigiu-se a ele. - Fico feliz de ver que sobreviveste ao helicóptero - gozou Hunter ao apertar o ombro de Tristian com uma mão amigável, depois acenou para cumprimentar o outro.

- Pois, um dia vou pegar num lança-granadas e explodir com aquela coisa - Tristian encolheu os ombros enquanto Hunter se riu. Mudando de assunto, acrescentou. - Pelo menos é toda a gente que temos esperado para passar a semana. O último dos convidados saiu há uma hora, então agora só resta a família e amigos. Acho que nunca vi este sítio tão vazio, mas sabe muito bem.

Observando a reação de Hunter atentamente, Tristian deu um passo atrás para que pudesse apresentá-los. - Hunter Rawlins... Este é Ashton Fox.

Ashton esticou a mão e apertou a mão de Hunter com muita força quando se cumprimentaram. Ele estava à espera que Hunter apertasse a mão de volta e ficou surpreendido por ele não o fazer. O índio manteve o aperto de mão amigável para coincidir com o sorriso que tinha.

E pensar que ele tinha estado preocupado por ir conhecer o rapaz Apache de quem tinha ouvido Angel falar tanto. Quem a ouvia falar sobre Hunter e Ray… podia pensar que eles conseguiam andar sobre água, assim como fazer tudo o que alguma vez se viu um índio fazer nos filmes.

- Bem-vindo ao santuário - Hunter repetiu a mesma coisa que teria dito a qualquer convidado. - Estás pronto para te divertir esta semana? - As palavras soaram como uma espada de dois gumes nos seus ouvidos, mas o outro homem não pareceu fazer ideia.

- Porque não? - Ashton sorriu, contente por ainda não ter de libertar a sua testosterona. - Mas primeiro, acho que preciso de um banho e de relaxar um pouco depois de estar a voar durante quase dez horas de seguida.

- Não digas mais - disse Tristian, levando-o até à entrada principal. - Hunter, que quarto é que arranjaste para ele ficar durante a semana?

- Eu vou buscar a chave - disse Hunter, passando por eles em direção ao átrio dando um espetáculo ao abrir o livro de registos como se estivesse a ver a lista de nomes.

Ele sabia exatamente onde tinha colocado Ashton… mesmo ao lado do quarto onde o Ray ficava para ter fácil acesso, só não era o fácil acesso que o namorado gostaria de ter. Ashton Fox tinha tido um de dois quartos que pareciam desaparecer depois da esquina do salão do primeiro andar, do outro lado da, enorme, piscina interior… afastados de todos os outros quartos.

Dando a volta, Hunter tirou a chave certa da parede e entregou-a a Tristian. Olhando para Ashton, deu a entender que era algo bom. - Está com sorte, pois mesmo ao lado do quarto seu ficam a piscina interior e o ginásio.

Tristian no número da chave virado de costas para Ashton enquanto disfarçava a sua expressão. Ele estava contente por Hunter não ter posto Ashton perto do quarto de Angel, mas pensou que fosse ser, pelo menos, no mesmo quarto… não que ele se fosse queixar. Se o são plano corresse bem, Ashton não iria ficar a semana inteira.

- Está tudo pronto para a festa na piscina? - perguntou Tristian, sabendo que Angel adorava nadar. Ele queria, desesperadamente, lembrar-lhe todas as coisas que ela estava a perder desde que se tinha mudado.

Hunter acenou. - Sim, os filhos de Carley convidaram vários amigos para passar a noite e já abriram o bar havaiano para se servirem - vendo o ar que Tristian lhe lançou, acrescentou. - Jason deu os quartos ao lado do seu e das suas irmãs aos seus convidados… não que eles vão dormir lá.

- Bem verdade - Tristian sorriu sabendo que entregar-lhes os quartos extra era para mostrar, apenas. Ele odiava o facto de os seus primos agirem sempre como se fossem donos do hotel quando, na verdade, quando não passavam de parasitas que não faziam nada para merecer o seu sustento. Eles tinham fama de trocar de namorados e namoradas cada mês, cada semana… às vezes cada dia. A única coisa para que serviam era sexo… fora isso, os seus parceiros nunca permaneciam muito tempo.

- Vemo-nos por aí mais tarde - anunciou por cima do ombro.

Quando Tristian partiu com Ashton, Hunter virou-se e agarrou a chave para o melhor quarto que havia no santuário… uma das suites nupciais no quarto andar. Não era como se alguém fosse a fosse usar durante esta semana e, provavelmente, Angel iria adorar ficar numa.

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