O Treinador De Futebol - Marco Bruno 3 стр.


Curto ou longo;

Continuo ou variável;

Com ou sem interrupção.

Do ponto de vista da complexidade o esforço pode ser:

Simples (ex: a maratona);

Complexo (ex: o futebol).

Do ponto de vista dos processos metabólicos de produção de energia o esforço pode ser:

Aeróbico

Anaeróbico

Misto

Para o futebol, o esforço específico é considerado:

Por intensidade:

 Sob limite (freq. Card. 180/200 freq. Resp. 30/40

Por duração:

 Variável com numerosas interrupções

Por complexidade:

 Complexo pois que recorre às qualidades físicas diversas (velocidade, força, etc.) e acções técnicas, tácticas, com situações de embate físico.

Por processos metabólicos:

 Misto, com notáveis empenhos anaeróbicos alactácidos.

A terceira operação é aquela de estabelecer o aumento e a diminuição dos esforços durante o treino.

Praticamente estabelecer o plano do treinamento e o programa da preparação física.

O objectivo central de todo treinamento futebolístico deve ser a melhoria das capacidades de acção do jogador (Bisanz-Gerisch, 1990). Esta afirmação serve para reestruturar a importância dos factores de condição para evitar uma sua depreciação excessiva no treinamento. Num visado treino de futebol vai-se procurar favorecer um exercício de velocidade de acção que se oriente à prática do jogo mantendo sempre em consideração todos os factores da prestação ao nível psicofísico, técnico-táctico e social. As seguintes citações demonstram que uma teoria específica do treino de futebol deve basear-se nas exigências da prova e que o treino da condição deve assimilar à prática do jogo ou possivelmente integrar-se a ela.

O melhor maestro para o treino é a competição (Cramer, 1987).

A partir da competição percebemos o que temos que treinar (Krauspe-Rauhut-Teschner, 1990).

Se a competição é o melhor treinamento é também verdade que um bom treino deve a todo custo ter o carácter duma prova (Northpoth, 1988).

O segredo do futebol está sempre no treino para a prova (Beenhakken, 1990).

O objectivo fulcral de todo o treinamento de futebol deve ser o melhoramento da capacidade de acção do jogador (Bisanz-Gerisch, 1990).

A partir destas citações resulta que o treinamento futebolístico da condição deve assemelhar-se à prática do jogo ou possivelmente integrar-se a ela. O treinamento não é por isso o fim só por si mas segue o objectivo de melhorar a capacidade de jogar e de optimizar as capacidades de agir.

Se duma parte quer-se reestruturar a importância dos factores da condição física, doutra será oportuno favorecer no treino futebolístico um exercício de velocidade de acção que se oriente à prática do jogo mantendo sempre presente todos os factores da prestação à nível técnico-táctico e psico-social. Isto significa que é necessário atribuir mais importância a um treinamento próximo à prática do jogo com métodos e meios cada vez mais especializados. (Lotterman, 1990).

O TREINADOR DEVE

1) Conhecer bem os atletas e trabalhar para melhorar constantemente a sua aprendizagem e a sua formação.

2) Analisar com os atletas e os dirigentes, as razões do sucesso e as causas dos resultados ruins.

3) Contribuir à formação do grupo, sentido de responsabilidade e respeito.

4) Induzir os atletas para seguir um treinamento regular.

5) Preocupar-se do estado de saúde dos atletas.

6) Incutir nos atletas o sentimento de afeição às cores sociais e o respeito da propriedade social.

7) Encorajar os atletas a participar com dedicação em todos os treinos.

8) Cuidar a própria actualização profissional.

9) Ter uma documentação quotidiana relativa ao treinamento.

10) Preparar o treino de forma a suscitar o interesse dos jogadores para os exercícios físicos, técnicos e tácticos.

O TREINAMENTO DOS JOVENS JOGADORES

É oportuno deter-se antes dos mais graves erros que foram cometidos a propósito dos objectivos do treino juvenil.

O primeiro erro está em comparação do jovem a uma imagem reduzida do adulto sem considerar que ele tem uma personalidade ainda em formação, formas de pensar ainda em evolução e acima de tudo um físico e capacidades completamente diferentes. Não é possível transferir na esfera juvenil o treinamento dos adultos, talvez dando apenas atenção para reduzir a quantidade e a intensidade.

O incremento das capacidades físicas não pode ser proposto da mesma forma para os jovens e para os adultos, ou melhor isso deve ser uma posterior diferenciação também no mesmo âmbito juvenil, conforme as faixas etárias.

Conduzir por exemplo um ciclo de treinos para rapazes de 12-13 anos (muitos jovens) tendo como o objectivo o máximo rendimento para atingir sucessos imediatamente, significa desvirtuar o espírito do mesmo treino; efectivamente, o rapaz deve ser conduzido gradualmente e passo a passo e nos anos em direcção do rendimento almejado.

Uma preparação bastante rápida e precoce, que geralmente fica sempre ligada ao alcance de metas ambiciosas para os adultos, dará notáveis resultados a curto prazo, mas provoca certamente danos que quase sempre são irreversíveis.

Quando os jovens e os adolescentes em particular são submetidos a uma excessiva carga física e psicológico diminui a sua motivação para aquilo que estão a fazer, diminui o seu desejo até chegar a uma verdadeira e própria rejeição diante aos primeiros insucessos. Assim pode-se perceber como muitas vezes os jovens jogadores depois do treino com a própria equipa, encontrem-se (no oratório, no corredor ou em espaços abertos) para jogar finalmente futebol.

Um graduado e focado treino conduzem a um grau mais alto de preparação física e atlética na idade adulta e a mentem estável mais demoradamente no tempo.

À conclusão do ciclo juvenil o jogador terá que:

Ter alcançado uma certa maturidade física;

Ter adquirido uma bagagem técnica completa;

Ter adquirido um correcto sentido táctico;

Ter desenvolvido as ditas qualidades de vontade indispensáveis para obter resultados duradouros e isto é:

Disponibilidade ao trabalho de grupo;

Espírito de colaboração;

Disponibilidade de aprender e trabalhar;

Consciente da melhoria mediante a dedicação;

Desejo de emergir.

Estas qualidades agem positivamente não apenas no âmbito desportivo, mas são de grande ajuda para encarar a vida e as dificuldades todos os dias.

Paralelamente a estes objectivos primários, devemos considerar outros aspectos que desempenham grande importância para a formação dos jovens:

 A manutenção e o cuidado da saúde e da higiene pessoal;

 A organização e a ocupação do tempo livre;

 O jogo de futebol e o relativo treino devem permanecer em segundo plano em relação à escola ou ao trabalho;

 O treino não deve comportar riscos para a saúde e o futuro crescimento do jovem;

 A felicidade e a serenidade devem ser postas sempre em primeiro plano: evitar pois treinos cansativos, monótonos e repetitivos (isto não significa que não se podem propor de novo exercitações já efectuados);

 A felicidade e a serenidade devem ser postas sempre em primeiro plano: evitar pois treinos cansativos, monótonos e repetitivos (isto não significa que não se podem propor de novo exercitações já efectuados);

 Os jovens devem sempre tirar proveito a partir do treinamento experiencia construtivas e de socialização;

 Junto ao jogo de futebol os jovens devem cultivar outros interesses sobretudo a nível cultural.


O treinador do sector juvenil deve saber reconhecer um potencial jogador de futebol avaliando as suas capacidades e competências relacionadas com a:

TECNICA:

 Atitude global ao movimento;

 Sensibilidade com o contacto da bola e habilidade no seu controle;

 Boa atitude para defender a bola nas particulares situações de jogo.

TACTICA:

 Sentido de orientação;

 Prontidão na capacidade de juízo ao programar em antecedência os movimentos de jogo no ataque e na defesa.

QUALIDADE CARACTERIAL:

 Capacidade de impor-se;

 Firmeza nos propósitos;

 Constância de vontade;

 Bom comportamento social;

 Modéstia em saber introduzir-se no serviço dos outros.

CARACTERISTICAS FISICAS:

 Constituição física que prevê margem para um adequado e regular desenvolvimento;

 Potenciais dotes atléticas.


Treinar jovens significa conseguir sobretudo actuar correctamente todas as fases da estratégia geral da educação:

 Conhecimento do praticante em referência ao seu desenvolvimento motor;

 Conhecimento dos problemas educativos nas várias faixas etárias;

 Avaliação contínua das variações induzidas na personalidade e no amadurecimento do jovem, da influência ambiental e da acção educativa físico motora.

O treinador deve cingir-se, sobretudo para os jovens até 14/15 anos, quanto mais possível ao princípio da polivalência.

A polivalência constitui a via mestra para deixar empreender aos praticantes um serio, correcto e valido impulso à prática desportiva; e requer:

Intervenções do tipo analítico (desenvolvimento da percepção auditiva, visual, coordenação motor -sensorial, dos movimentos puros);

Intervenções do tipo global (sequencias multivariadas, percursos mistos, jogos polivalentes, jogos em equipas);

 Intervenções tempestivas (a coisa no momento certo).


Efeitos de algumas modalidades desportivas nos jovens

(G. Frohner,2002)


Isto levaria a pensar que o conjunto destas actividades possa garantir um completo desenvolvimento do indivíduo. Isso não é verdade se não organizando as actividades de forma que sejam integradas entre elas sem que uma seja predominante sobre a outra. Motivo pelo qual aconselha-se sempre, relativamente à formação dum jogador, de actuar actividades polivalentes sobretudo na idade pré-puberdade e puberdade independentemente do desporto que o individuo está praticando. Revela-se importante pois que as propostas de treinamento sejam compreensivas de todos os factores (sem esquecer qual seja a actividade principal).

RESPONSABILIDADE DO TREINADOR

Muitos treinadores, já que oferecem gratuitamente o seu tempo, pensam de não ser responsáveis pelo crescimento e pela saúde dos rapazes que treinam, mas somente pelo resultado desportivo da sua acção. O treinador de equipas juvenis é pelo contrário considerado, responsável pelo dano psicológico que pode causar aos jovens e sobretudo dos prejuízos físicos causados pela negligência ou pela não consciência: os dirigentes (co-responsáveis) deveriam recordar de informar sempre o treinador das suas responsabilidades antes de iniciar o seu trabalho. Seria importante pelo menos saber que existem as fases de crescimento em que se desenvolvem diferentes características e capacidades coordenativas, ditas FASES SENSÍVEIS.


As fases sensíveis

Fases de maior sensibilidade das diversas capacidades motoras e qualidades psico-físicas nas idades dos seis aos quinze anos.

Entre 5 e 9/10 anos são seguidos os esquemas motores de base; é aumentada a precisão nos movimentos.

Entre 6 e 8 anos melhora rapidamente o equilíbrio.

Entre 7 e 10 anos melhora a prontidão de movimento.

Entre 8 e 10 anos matura a atitude para prever a velocidade e a direcção dos objectos em movimento.

Entre 9 e 10 anos alcança-se a máxima frequência do passo.

Entre 9 e 11 anos obtêm-se progressos nas coordenações motoras sensorial (olho mão; olho pé e dinâmica generalizada).

Entre 11 e 12 anos fica completado o desenvolvimento da lateralização.

Entre 12 e 18 anos duplica a força muscular; para as meninas depois dos 13 substancialmente não aumenta.

Até aos 14 anos evitar exercícios de mobilidade passivos, praticamente aqueles logrados com a ajuda dos outros.

Depois dos 10 anos começar a monitoria ao alongamento muscular e à mobilidade.


Fases da preparação desportiva

Antes de enumerar as várias fases da preparação desportiva é necessário recordar que as idades cronológicas indicadas são puramente esquemáticas, na preparação juvenil é muito mais serio e correcto considerar as idades biológicas dos vários indivíduos.



Estas indicações são importantes para poder estabelecer quais sejam as propostas de treinamento e para programar as actividades.


Princípio da carga finalizada

(Schonborn, 1984)


O caminho a ser seguido no treinamento juvenil é aquele do incremento gradual da carga. Os estímulos treinados devem ser aplicados progressivamente e de forma adequada ao desenvolvimento.

A sucessão metodológica aconselhável é aquela de aumentar:

 Primeiro a frequência do treinamento (compreendida como numero de sessões);

 Depois o volume (compreendido como quantidade de trabalho);

 Por fim a intensidade (compreendida como velocidade de execução e carga).

(Ehlenz, Grosser, Zimmermann, 1983)



Segundo Martin (1982) as fases sensíveis encontram os momentos de maior aperfeiçoamento nas idades indicadas dos esquemas seguintes.


IDADE


Não é possível um treinamento das capacidades coordenativas e condicionais que tenha a mesma eficácia em qualquer idade: nenhuma capacidade pode ser efectivamente treinada na mesma medida em qualquer idade (Israel 1976).

Com a entrada na idade da puberdade registam-se diminuições ou estagnações no campo coordenativo (Sharma, 1993).

Nos rapazes com desenvolvimento atrasado, verificam-se prestações coordenativas melhores em relação àqueles que têm um desenvolvimento antecipado ou normal.

Os períodos do desenvolvimento nos quais o treinamento é muito favorável para determinada capacidade motora ou classe de exercícios desportivos (por exemplo desenvolvimento da mobilidade articular, aperfeiçoamento da técnica desportiva), são para considerar fases sensíveis para aquela classe de exercícios. É preciso prestar muita atenção ao facto que existe uma igual sensibilidade entre métodos de treinamento adequados e inadequados. Se não se usam os anos da infância mais favoráveis para a formação da coordenação e da técnica desportiva, ou permite-se que neles formem-se comportamentos atléticos errados, as consequências negativas serão certamente mais vistosas e daí mais duradouras que os outros períodos.

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