Azakis aproximou o máximo possÃvel. "Parecem sÃmbolos."
"Dois sÃmbolos diria," corrigido Petri "ou melhor, um desenho e quatro sÃmbolos próximos."
"Azakis continuou rapidamente através o N ^ COM, Para procurar algo na rede mas não conseguia encontrar nada que tivesse a menor correspondência com o que ele via na sua frente."
O desenho representava um retângulo composto por quinze listras longitudinais alternadas branco e vermelho, no canto superior esquerdo, um outro retângulo azul contendo cinquenta estrelas com cinco pontas brancas. à sua direita, os quatro sÃmbolos:
JUNO
"Parece uma espécie de escrita", aventurou-se Azakis. "Talvez os sÃmbolos representam o nome de quem criou a sonda."
"Ou talvez seja o seu nome", rebateu Petri. "A sonda se chama 'JUNO" e o sÃmbolo dos criadores é aquela espécie de retângulo colorido."
"No entanto, certamente não é coisa nossa" afirmou Azakis. "Você acha que poderia haver alguma forma de vida nele?"
"Acho que não. Pelo menos não uma que conhecemos. O espaço da cápsula posterior, que é o único lugar onde poderia ter qualquer coisa, é muito pequeno para manter um ser vivo."
Enquanto falava, Petri já tinha começado a digitalizar a sonda, procurando qualquer sinal de vida poderia vir de dentro. Após alguns momentos, uma série de sÃmbolos apareceu na tela e rapidamente traduziu para o companheiro.
"De acordo com nossos sensores não há nada de 'vivo' lá. Nem parece que tenha armas de qualquer tipo. Em uma primeira análise, eu diria que este negócio é uma espécie de nave de reconhecimento na exploração do sistema solar em busca de quem sabe o quê."
"Pode ser", disse ele Azakis "mas a pergunta que devemos nos fazer é: Enviado por quem?"
"Bem", supôs Petri "se excluirmos a presença de misteriosos 'aliens' eu diria que os únicos capazes de fazer tal coisa, só podem ser os seus velhos 'amigos terrestres'."
"O que você está dizendo? Mas se quando deixamos a última vez mal conseguiam montar um cavalo. Como eles podem ter atingido um nÃvel de conhecimento assim em tão pouco tempo? Enviar uma sonda para passear o espaço não é uma piada."
"Pouco tempo?" objetou Petri olhando-o diretamente nos olhos. "Não se esqueça que, para eles, já passaram quase 3.600 anos. Considerando que a vida média era de no máximo cinquenta ou sessenta anos, quer dizer que se passaram pelo menos sessenta gerações. Talvez eles se tornaram muito mais inteligentes do que pensamos."
"E talvez seja por isso", acrescentou Azakis, tentando completar o raciocÃnio do seu amigo "que os Anciãos estavam tão preocupados com esta missão. Eles ou haviam previsto, ou tinham considerado essa possibilidade."
"Bem, eles poderiam ter aludido a essa possibilidade, ou não? A visão dessa coisa quase me fez ter um treco."
"Ainda estamos no nÃvel de conjeturas", disse Azakis esfregando o polegar e o indicador no queixo "mas parece que tenha um senso. Vou tentar entrar em contato com os Anciãos e vou tentar arrancar um pouco mais de informações, se eles têm. Você, por sua vez, tenta entender alguma coisa mais sobre esse troço. Analisar rota atual, velocidade, massa, etc. e tenta fazer uma previsão sobre o seu destino, quanto tempo é o partido e os dados que tem armazenados. Ou seja, eu quero saber o máximo possÃvel do que nos espera lá."
"Ok, Zak", disse Petri ao fazer vibrar no ar, em torno dele, hologramas coloridos com uma infinidade de números e fórmulas.
"Oh, não se esqueça de analisar o que você identificou como uma antena. Se fosse real, isso aà seria capaz de transmitir e receber. Eu não gostaria que o nosso encontro já fosse comunicado antes do tempo."
Dito isto, Azakis caminhou rapidamente em direção à cabine do H ^ COM, a única em toda a nave equipada para comunicações de longa distância, e estava entre as dezoito e dezenove portas dos módulos de transferência. A porta se abriu com um leve chiado e Azakis entrou na cabine estreita.
Porque será que a fizeram tão pequena, me pergunto... Pensou ao tentar instalar-se sobre o assento, esse também decididamente miúdo, que descia automaticamente do alto. Talvez queriam que fosse usado o mÃnimo possÃvel...
Quando a porta se fechou atrás dele, começou a compor uma série de comandos no console na sua frente. Precisou esperar vários segundos para o sinal estabilizar. De repente, no display holográfico, semelhante ao que tinha na sala de comando, começou a aparecer a face magra e decididamente marcada pelos anos do seu superior Ancião.
"Azakis", disse o homem sorrindo levemente enquanto levantava lentamente a mão ossuda em saudação. "O que o fez chamar, tão urgentemente, este pobre velho?"
Ele nunca foi capaz de saber exatamente a idade de seu superior. Ninguém tinha a permissão de saber informações tão privadas de um dos componentes dos Anciões. Claro, de voltas ao redor do sol tinha visto vários. No entanto, seus olhos dançavam da esquerda para a direita com uma vitalidade que nem ele teria faria melhor.
"Fizemos um encontro muito surpreendente, pelo menos para nós," começou Azakis sem muito preâmbulo, tentando olhar diretamente nos olhos de seu interlocutor. "Quase nos chocamos com um objeto estranho", continuou ele, tentando perceber a menor expressão do Ancião.
"Um objeto? Explica melhor, meu rapaz."
"Petri ainda está analisando, mas nós pensamos que poder ser algum tipo de sonda e tenho a certeza que não é nosso." O Ancião ficou boquiaberto. Parecia muito surpreso.
"Encontramos alguns sÃmbolos estranhos gravados no casco em uma lÃngua desconhecida", acrescentou. "Eu estou enviando todos os dados."
O olhar do Ancião pareceu se perder por um momento no vazio, em quanto através de sua O ^ OCM, analisava o fluxo de informações abaixadas.
Depois de alguns longos momentos, seus olhos voltaram a fixar o seu interlocutor e, em um tom que não deixou escapar nenhum tipo de emoção, disse, "Convocarei imediatamente o Conselho dos Anciãos. Tudo sugere que suas deduções iniciais estão corretas. Se as coisas estiverem mesmo assim, devemos rever imediatamente os nossos planos."
"Aguardamos notÃcias" e assim dizendo, Azakis fechou a comunicação.
NassÃria - O Jantar
O Coronel e Elisa já estavam esvaziando a terceira taça de champanhe e o ambiente se tornava decididamente mais casual.
"Jack, eu tenho que dizer: este Masgouf é divino. Será impossÃvel terminá-lo, é enorme."
"Sim, é realmente ótimo. Devemos dar os parabéns ao chef."
"Talvez eu devesse casar com ele e fazê-lo cozinhar para mim", disse Elisa rindo em modo exagerado. O álcool já estava fazendo os seus efeitos.
"Eh, não, deve entrar na fila. Eu cheguei antes." Arriscou pensando que a frase não seria exatamente inapropriada. Elisa fingiu não perceber e continuou a mastigar o seu esturjão.
"Você não é casado, certo?"
"Nunca tive tempo para essas coisas."
'Ã uma desculpa muito velha", disse ela olhando maliciosamente.
"Bem, uma vez cheguei quase, mas a vida militar não é exatamente adequada para o casamento. E você?" acrescentou, fugindo de um assunto que parecia que ainda doÃa. "Já foi casada?"
"Está brincando? E quem iria suportar ter uma mulher que passa a maior parte de seu tempo viajando pelo mundo para escavar o subsolo como uma toupeira e que gosta de profanar os túmulos de milhares de anos?"
"Ã", disse Jack sorrindo amargamente, "obviamente não somos feitos para o casamento." E quando levantou a taça, propôs um melancólico "Vamos beber sobra."
O garçom chegou com mais Samoons
13
Jack, aproveitando da interrupção, tentou dissipar rapidamente uma série de memórias que voltavam à mente. Era coisa do passado. Agora ele tinha uma bela mulher ao lado dele e tinha que se concentrar apenas nela. Não era tão difÃcil.
A música de fundo, que parecia envolvê-los suavemente, era aquela certa. Elisa, iluminada pelas três velas colocadas no meio da mesa, estava maravilhosa. Seu cabelo era de tons de ouro e cobre e sua pele era lisa e bronzeada. Seus olhos penetrantes eram de um verde profundo. Seus lábios macios estavam lentamente tentando separar um pedaço de esturjão do osso entre os dedos. Era tão sexy.
A Elisa não tinha passado desapercebido aquele momento de fraqueza do Coronel. Apoiou o osso na borda do prato e sugou, com aparente descuido, o Ãndice, em seguida, o polegar. Abaixou a cabeça ligeiramente e olhou para ele tão intensamente que Jack pensou que seu coração iria saltar para fora do meu peito e vai acabar diretamente no prato.
Percebendo que já não controlam a situação e acima de tudo a si mesmo, o Coronel tentou se recuperar imediatamente. Era um menino crescido demais para fazer a figura do adolescente apaixonado, mas aquela garota tinha algo que o atraÃa terrivelmente.
Ele respirou fundo, esfregou o rosto com as mãos e tentou dizer "Que tal terminar também esse último pedacinho?"
Ela sorriu, delicadamente pegou o pedaço de esturjão, levantou ligeiramente da cadeira se alongou na direção e levou até a boca dele. Nessa posição, o decote mostrava parcialmente os seios prósperos. Jack, visivelmente constrangido, abocanhou com uma única mordida, sem evitar tocar os lábios nos dedos. Sua excitação cresceu mais e mais. Elisa estava brincando com ele como um gato faz com um rato e Jack não conseguia se opor de forma alguma.
Então, com um ar de menina inocente, Elisa sentou confortavelmente no seu lugar e, como se nada tivesse acontecido, fez um gesto com a mão para o garçom alto e magro, que prontamente chegou.
"Eu acho que é hora de um agradável chá com cardamomo. O que acha, Jack?"
Ele que ainda não havia se recuperado do clima anterior, balbuciou algo como: "Bem, sim, ok..." E enquanto, endireitando a jaqueta, tentou tomar um tom, acrescentou: "Deve ser ótimo para a digestão."
Percebeu ter dito algo ridÃculo, mas naquele momento não conseguia pensar em algo melhor.
"à tudo muito gostoso Jack, é uma noite muito agradável, mas não se esqueça da finalidade para a qual estamos aqui esta noite. Eu tenho que mostrar uma coisa, lembra?"
O Coronel estava pensando em tudo no momento, menos que no trabalho. Mas ela tinha razão. Em jogo tinham coisas muito mais importantes que um estúpido flerte. O fato era que, para ele, aquele flerte não parecia nada estúpido.
"Claro", respondeu tentando recuperar seu ar autoritário. "Eu não posso esperar para saber o que você descobriu."
O gordo, que não muito longe, no carro estava ouvindo tudo disse: "Essa cachorra! Todas as mulheres são iguais. Elas nos seduzem, nos levam para as estrelas, e depois agem como se nada tivesse acontecido."
"Eu acho que os seus dez dólares em breve estarão em meu bolso", disse o magro, com uma grande risada.
"Na verdade não me importa em nada quem a nossa doutora leva pra cama ou não. Não se esqueça que estamos apenas aqui para saber tudo o que ela sabe." E enquanto tentava ficar mais comodo na cadeira, por causa de uma dor nas costas que começava a surgir, acrescentou: "DeverÃamos ter colocado uma boa câmera naquela sala maldita."
"Sim, talvez debaixo da mesa, para que você ver as coxas dela."
"Cretino. Mas quem foi o idiota que selecionou você para esta missão?"
"Nosso chefe, meu amigo. E eu conselho que você evite insultá-lo, pois ele sabe muito bem como colocar escutas e não teria dificuldade até mesmo em colocar neste carro."
O gordo se assustou e por um momento pensou que seu coração parou de bater. Estava tentando ter uma carreira e insultar o superior direto, não era a melhor maneira de avançar.
"Pare de falar besteira", disse, tentando ser sério e profissional. "Pense em fazer o seu trabalho bem e faz em modo de voltar à base com algo de concreto." Dito isto, olhou fixamente para um ponto não definido no escuro da noite além do pára-brisa ligeiramente embaçado.
Elisa tirou da sua bolsa o seu inseparável tablet, apoiou sobre a mesa e começou a percorrer as fotos. O Coronel curiosamente, tentou esticar os olhos para ver algo, mas o ângulo não permitia. Ela, encontrou o que queria, levantou-se e sentou na cadeira ao lado dele.
"Então," começou Elisa " fique confortável que a história é longa. Vou tentar resumir, o máximo possÃvel."
Rolando rapidamente com o Ãndice na tela, ela abriu uma foto de uma tábua com inscrições com desenhos estranhos e escritas cuneiformes.
"Esta é uma foto de uma das tábuas que foram encontrados no túmulo do rei BalduÃno II de Jerusalém", continuou Elisa, "que é supostamente o primeiro, em 1119, a abrir o Mearat Hamachpelah, também conhecida como a Caverna dos Patriarcas, onde parece que estão sepultos Abraão e seus dois filhos Isaac e Jacob. Estas sepulturas deveriam se encontrar no subsolo do que hoje é chamado de Mesquita ou Santuário de Abraão em Hebron, na Cisjordânia." Nesse ponto, ela mostrou uma foto da mesquita.
"Dentro dos túmulos", continuou ele Elisa "o rei teria encontrado, além de inúmeros objetos de vários tipos, até mesmo um número de tábuas que pertenciam a Abraão. Se pensa que podem representar uma espécie de diário que ele teria mantido e onde escreveu os momentos mais importantes da sua vida."
"Uma espécie de 'registos de viagem'" Jack tentou antecipar, na esperança de fazer uma boa impressão.
"De certa forma, sim, já que de quilômetros, para a época, ele fez realmente muitos."
Ao deslizar em outra fotografia, Elisa continuou explicando "Os maiores especialistas da sua lÃngua e do modo gráfico do tempo tentaram traduzir o que foi gravado nessa tábua. As opiniões foram, naturalmente, bastante divididas em algumas partes, mas todos concordaram que este" e ampliou um detalhe da imagem "seja traduzÃvel como 'vaso' ou como 'ânfora dos Deuses'. Depois, há as palavras como 'enterro', 'secreto' e 'proteção' também bastante claras."
Jack estava começando a ficar um pouco confuso, mas, acenando com a cabeça, tentou convencer Elisa que estava seguindo tudo perfeitamente. Ela olhou para ele por um momento, em seguida, passou a dizer: "Este sÃmbolo ao invés" e tocou na tela para torná-lo o mais claro possÃvel, "segundo alguns, deve ser uma sepultura: o túmulo de um Deus. E esta parte deve descrever um dos Deuses que adverte ou, até mesmo, ameaça o povo se reunido em torno a ele."
O Coronel, um pouco por causa do álcool, um pouco pelo perfume inebriante que emanava Elisa ao seu redor, e um pouco mais pelos olhos dela, nos quais estava mergulhado, não estava entendendo mais nada. Ele continuou, no entanto, a acenar como se tudo fosse claro.
"Então, resumindo," continuou Elisa notando o embaciamento de Jack" os espertos interpretaram o conteúdo desta tábua, como uma representação de um evento que ocorreu na época de Abraão em que um suposto Deus ou, mais genericamente Deuses, teriam secretamente enterrado perto de sua sepultura, algo muito precioso, pelo menos para eles."
"Parece uma afirmação muito genérica" começou Jack, tentando dar-se uma voz. "Para dizer que tem algo valioso enterrado perto da sepultura dos Deuses, certamente não é como ter as coordenadas GPS. Pode se referir a qualquer coisa a qualquer lugar."
"Você está certo, mas todas as inscrições, especialmente aqueles de muito tempo, devem de alguma forma ser interpretadas e contextualizadas. E é por isso que existem os especialistas e, aliás, eu sou um deles." Assim dizendo, começou a imitar os movimentos de uma modelo sendo fotografada pelos paparazzi.