Enterrados - Блейк Пирс 6 стр.


Os olhos de Tucker dilataram-se.

Então Riley disse, “Temos que levar este relógio connosco. Pode ser uma prova importante.”

Tucker abanou a cabeça lentamente.

Disse, “Está a esquecer-se da lei da praia.”

“E que lei é essa?” Perguntou Riley.

“’Achado não é roubado’. Para além disso, se isto é mesmo um presente dos deuses, não me devo separar dele. Não quero ir contra a vontade do cosmos.”

Riley estudou a sua expressão. Ela sabia que ele não era doido ou idiota – apesar de às vezes agir nesse sentido. Mas isso era apenas parte do espetáculo.

Não, este vagabundo específico sabia exatamente o que estava a fazer e a dizer.

Está a fazer negócios, Pensou Riley.

Riley abriu a sua carteira, tirou uma nota de vinte solares e entregou-lha.

Disse, “Talvez isto ajude a resolver as coisas com o cosmos.”

Tucker sorriu muito levemente.

“Não sei,” Disse ele. “O universo está com uns preços bem caros.”

Riley sentiu que entrava no jogo do homem e que jogava em concordância.

Ela disse, “Está sempre em expansão, não é?”

“Pois, desde o Big Bang,” Disse Tucker. Esfregou os dedos e acrescentou, “E parece que está a passar por uma nova fase de inflação.”

Riley não conseguiu evitar admirar a astúcia do homem – e a sua criatividade. Ela calculou que seria melhor fazer negócio com ele antes da conversa se aprofundar.

Tirou outra nota de vinte dólares da carteira.

Tucker surripiou as duas notas da sua mão.

“É seu,” Disse ele. “Tome bem conta dele. Tenho a sensação de que esta coisa é poderosa.”

Riley deu por si a pensar que ele tinha razão – provavelmente mais razão do que poderia saber.

Com um sorriso, Rags Tucker acrescentou, “Penso que consegue lidar com isso.”

Bill colocou novamente as luvas e aproximou-se do relógio para o pegar.

Riley disse-lhe, “Tem cuidado, mantém-no o mais imóvel possível. Não queremos interferir com a velocidade a que avança.”

Quando Bill pegou no relógio, Riley disse a Tucker, “Obrigada pela ajuda. Podemos voltar para fazer mais perguntas. Espero que esteja disponível.”

Tucker encolheu os ombros e disse, “Estarei aqui.”

Ao virarem-se para irem embora, o chefe Belt perguntou a Riley, “Quanto tempo pensa que vai decorrer até toda a areia cair no fundo?”

Riley lembrou-se que o médico-legista dissera que ambos os homicídios tinham ocorrido por volta das seis horas da manhã. Riley olhou para o seu relógio. Eram quase onze. Fez algumas contas de cabeça.

Riley disse a Belt, “A areia estará toda no fundo daqui a cerca de dezanove horas.”

“E o que acontece então?” Perguntou Belt.

“Alguém morre,” Disse Riley.

CAPÍTULO NOVE

Riley não conseguia esquecer as palavras de Rags Tucker.

“Passa uma sensação de inevitabilidade.”

Ela e os seus colegas regressavam pela praia à cena do crime. Bill carregava o relógio de areia e Jenn e o chefe Belt ladeavam-no para o ajudar a manter o relógio o mais estável possível. Tentavam evitar afetar o fluxo de areia do relógio. E é claro que Rags estivera a falar da areia a cair.

Inevitabilidade.

Apesar de estremecer perante essa ideia, percebeu que esse era exatamente o efeito pretendido pelo assassino.

Ele queria que eles sentissem essa inevitabilidade em relação ao próximo homicídio.

Era a sua forma de comunicar com eles.

Riley sabia que não se deviam agitar em demasia, mas estava preocupada com o facto de prever dificuldades.

Enquanto percorria a areia, pegou no telemóvel e ligou a Brent Meredith.

Quando ele atendeu, ela disse, “Senhor, temos uma situação muito séria em mãos.”

“O que é?” Perguntou Meredith.

“O nosso assassino vai atacar de vinte e quatro em vinte e quatro horas.”

“Meu Deus,” Disse Meredith. “Como é que sabe?”

Riley estava prestes a explicar-lhe tudo mas pensou melhor. Seria melhor se ele pudesse ver ambos os relógios.

“Estamos a caminho do SUV,” Disse Riley. “Quando lá chegarmos, ligo-lhe para uma vídeo-conferência.”

Riley terminou a chamada assim que chegaram ao local do crime. Os polícias de Belt ainda andavam à procura de pistas e ficaram espantados ao ver Bill a carregar um enorme relógio de areia.

“Que raio é isso?” Perguntou um dos polícias.

“Uma prova,” Disse Belt.

Ocorreu a Riley que a última coisa que queria naquele momento era que os jornalistas avistassem o relógio. Se tal acontecesse, os rumores iam começar, tornando a situação pior do que já era. E sem dúvida que ainda haveria jornalistas à espreita na área de estacionamento. Eles já sabiam que duas pessoas tinham sido enterradas vivas. Não iam desistir dessa história.

Virou-se para o chefe Belt e perguntou, “Pode emprestar-me o seu casaco?”

Belt tirou-o e entregou-o a Riley que nele enrolou cuidadosamente o relógio de areia, cobrindo-o completamente.

“Venham,” Disse Riley a Bill e Jenn. “Vamos tentar levar isto para o nosso veículo sem atrair muitas atenções.”

No entanto, quando ela e os dois colegas ultrapassaram a barreira de fita, Riley viu que mais jornalistas tinham chegado. Juntaram-se à volta de Bill, exigindo saber o que é que ele carregava.

Riley ficou alarmada quando se encostaram demasiado a Bill que tentava manter o relógio de areia o mais ereto possível. O simples facto de empurrarem era suficiente para interferir com o fluxo da areia. Pior do que tudo, alguém podia derrubar o relógio das mãos de Bill.

Riley disse a Jenn, “Temos que os afastar de Bill.”

Ela e Jenn passaram pelo grupo, advertindo-os para se afastarem.

Os jornalistas, surpreendentemente, obedeceram com facilidade e ficaram por ali a olhá-los fixamente.

Riley rapidamente percebeu…

Provavelmente pensam que é uma bomba.

Afinal de contas, essa possibilidade tinha-lhe ocorrido a ela e aos colegas quando Bill descobrira o primeiro relógio de areia.

Riley receou pensar nas manchetes que apareceriam e no pânico que se poderia seguir.

Disse rispidamente aos jornalistas, “Não é um dispositivo explosivo. É apenas uma prova. E é delicada.”

É claro que um coro de vozes lhe perguntou de que se tratava.

Riley abanou a cabeça e afastou-se deles. Bill tinha conseguido chegar ao SUV por isso, ela e Jenn foram de imediato ao seu encontro. Entraram e cuidadosamente colocaram o novo relógio de areia ao lado do outro que estava preso e coberto com um cobertor.

Os jornalistas rapidamente se reorganizaram e rodearam a carrinha, gritando perguntas mais uma vez.

Riley libertou um suspiro de frustração. Nunca conseguiriam fazer nada com pessoas a importuná-los.

Riley dirigiu-se ao lugar do condutor e começou a conduzir lentamente. Um jornalista especialmente determinado tentou bloquear-lhe o caminho, colocando-se mesmo à frente do SUV. Riley acionou a sirene do veículo que assustou o jornalista mais atrevido, afastando-o. Então começou a conduzir, deixando a multidão de jornalistas para trás.

Depois de conduzir cerca de meio quilómetro, Riley encontrou um lugar suficientemente isolado onde estacionar o SUV.

Depois disse a Jenn e a Bill, “Vamos ao que interessa. Precisamos de procurar impressões digitais nos relógios de areia imediatamente.”

Bill assentiu e disse, “Temos um kit no porta-luvas.”

Assim que Jenn e Bill começaram a trabalhar, Riley pegou no seu tablet e fez a chamada de vídeo a Brent Meredith.

Para sua surpresa, o rosto de Meredith não era o único a surgir no monitor. Havia oito rostos ao todo, incluindo um rosto sardento que Riley não ficou nada contente por ver.

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