Arrebatadas - Блейк Пирс 7 стр.


Bill disse, “Eu disse que ela ia encontrar alguma coisa.”

“Os mergulhadores vão ter que fazer buscas neste lago,” Acrescentou Riley.

“Isso vai exigir muito trabalho,” Disse Holbrook.

“Tem que ser feito de qualquer das formas. Há outro corpo algures. Podem ter a certeza que há. Não sei há quanto tempo lá está, mas está lá.”

Parou por um momento, avaliando mentalmente o que tudo aquilo indicava acerca da personalidade do assassino. Era competente e capaz. Não era um zé-ninguém patético como Eugene Fisk. Era mais como Peterson, o assassino que a tinha capturada a ela e a April. Era astuto e preparado, e gostava de matar – mais um sociopata do que um psicopata. Acima de tudo, ele era alguém confiante.

Talvez demasiado confiante para o seu próprio bem, Pensou Riley.

Essa confiança podia muito facilmente vir a ser a sua queda.

Riley disse, “O homem que procuramos não é um marginal. Aposto que é um cidadão normal, razoavelmente bem-educado, talvez com mulher e família. Ninguém que o conheça pensa que é um assassino.”

Riley observou o rosto de Holbrook à medida que falavam. Apesar de agora saber mais detalhes sobre o caso, Holbrook ainda lhe parecia completamente impenetrável.

O helicóptero circulou o edifício do FBI. Já anoitecera e a área em baixo estava bem iluminada.

“Olha para ali,” Disse Bill, apontando para a janela.

Riley olhou para onde Bill tinha apontado. Ficou surpreendida ao ver que dali o jardim de pedras parecia uma impressão digital gigantesca. Espalhava-se debaixo deles como um sinal de boas-vindas. Algum paisagista excêntrico decidira que aquela imagem de pedra era mais adequada para o novo edifício do FBI do que seria um jardim convencional. Centenas de pedras haviam sido cuidadosamente colocadas em filas curvas para criar a ilusão.

“Uau,” Disse Riley a Bill. “Que impressão terão usado? Alguém lendário. O Dillinger, talvez?”

“Ou talvez John Wayne Gacy. Ou Jeffrey Dahmer.”

Riley pensou que era um estranho espetáculo. No solo, ninguém poderia adivinhar que o arranjo de pedras seria algo mais do que um labirinto sem significado.

Quase lhe pareceu um sinal de aviso. Este caso ia exigir que ela visse as coisas sob uma nova e perturbadora perspetiva. Estava prestes a sondar uma escuridão que nem ela julgava possível existir.

CAPÍTULO NOVE

O homem gostava de observar as prostitutas. Gostava da forma como se juntavam na esquina e percorriam os passeios, geralmente aos pares. Considerava-as muito mais alegres do que as call girls ou as acompanhantes, propensas a perder as estribeiras mais facilmente.

Por exemplo, naquele preciso momento, vira uma a praguejar contra um grupo de rapazes malcriados que haviam tirado uma fotografia sua a partir de um carro. O homem não a censurava. Porque afinal de contas, ela estava ali para trabalhar, não para servir de cenário.

Onde está o respeito? Pensou o homem com um sorriso de escárnio. Estes miúdos de hoje em dia.

Agora os rapazes riam-se dela e gritavam-lhe obscenidades. Mas não conseguiam estar à altura das suas coloridas réplicas, algumas delas em Espanhol. O homem gostava do estilo dela.

Naquela noite estava à espreita, estacionado junto a uma fila de motéis baratos onde as prostitutas se reuniam. As outras raparigas tinham menos vivacidade do que aquela que ele vira praguejar. Em comparação, as suas tentativas de parecerem sexy eram estranhas e as suas tentativas de aliciamento de clientes eram cruas e vazias. Enquanto as observava viu uma delas a levantar a saia para mostrar as minúsculas cuecas ao condutor de um carro que passava em marcha lenta. O condutor não parou.

O homem mantinha debaixo de olho aquela que primeiro lhe tinha chamado a atenção. Andava por ali de forma pouco digna, a queixar-se às outras raparigas.

O homem sabia que a teria se quisesse. Podia muito bem ser a sua próxima vítima. Tudo o que tinha a fazer para chamar a sua atenção era conduzir na sua direção.

Mas não, não o faria. Nunca o fazia. Nunca abordara uma prostituta na rua. Ela é que tinha que o abordar. E o mesmo acontecia com as prostitutas que conhecia através de um serviço ou de um bordel. Fazia com que o encontrassem sozinho em separado, sem nunca perguntar diretamente. Assim, pareceria que a ideia partira delas.

Com alguma sorte, a rapariga alegre repararia no seu carro caro e encaminhar-se-ia na sua direção. O seu carro era um magnífico chamariz. E também o facto de se vestir bem.

Mas independentemente de como a noite terminasse, teria que ter mais cuidado do que da última vez. Fora descuidado ao largar o corpo naquele local à espera que se afundasse.

E que alvoroço tinha despoletado! A irmã de um agente do FBI! E até tinham chamado os melhores agentes de Quantico. Não lhe agradava. Ele não queria publicidade ou fama. Só queria satisfazer os seus desejos.

E não os tinha todas as noites? Que homem adulto saudável não tinha os seus desejos?

Agora iam enviar mergulhadores para o lago para procurarem corpos. Ele sabia bem o que lá podiam encontrar, mesmo passados três anos. E não lhe agradava nada.

E não era só por si. Estranhamente, sentia pena do lago. Mergulhadores a sondarem e espreitarem cada canto submerso e escuso, parecia-lhe algo obsceno e invasivo, uma indesculpável violação. Afinal, o lago não tinha feito nada de mal. Porque deveria ser importunado?

De qualquer das formas, não estava preocupado. Não havia forma de ligarem qualquer das vítimas a ele. Era simplesmente impossível de acontecer. Mas não ia regressar àquele lago. Ainda não decidira onde ia depositar a próxima vítima, mas tinha a certeza que tomaria uma decisão antes do fim da noite.

Agora a rapariga alegre olhava para o seu carro. Começou a caminhar atrevidamente na sua direção.

Baixou a janela do lado do passageiro e ela introduziu a cabeça lá dentro. A mulher era uma latina de pele morena, pesadamente maquilhada com batôn espesso, sombras coloridas e sobrancelhas ferozes que pareciam tatuagens. Os brincos eram crucifixos enormes e dourados.

“Belo carro,” Disse a mulher.

Ele sorriu.

“O que é que uma rapariga tão bonita como tu faz tão tarde na rua?” Perguntou o homem. “Não é hora de dormir?”

“Talvez me quisesses aconchegar,” Disse a mulher a sorrir.

Reparou que os dentes dela eram incrivelmente brancos e direitos. De facto, parecia notavelmente saudável. Isso era algo muito raro de encontrar ali nas ruas onde a maior parte das raparigas eram consumidoras de metanfetaminas.

“Gosto do teu estilo,” Disse o homem. “Muito chola.”

O sorriso dela alargou-se. Ele percebeu que se sentira elogiada.

“Como te chamas?” Perguntou o homem.

“Socorro.”

Ah, “socorro”, Pensou. A palavra espanhola para “ajuda”.

“Aposto que serias um grande socorro,” Disse o homem num tom malicioso.

E os olhos profundos e castanhos da mulher devolveram-lhe a malícia. “Parece que precisas de algum socorro neste momento.”

“Talvez precise,” Disse o homem.

Mas antes de começarem a discutir as condições, um carro parou logo atrás dele. Ouviu um homem a gritar da janela do condutor.

“¡Socorro!” Gritou. “¡Vente!”

A mulher ergueu-se com uma clara demonstração de indignação.

“¿Porqué?” Gritou ela.

“Vente aquí, ¡puta!”

O homem detetou um laivo de medo nos olhos da mulher. Não podia ser porque o homem no carro a chamara de puta. Assumiu que o homem fosse o proxeneta a ver ificar quanto dinheiro ela tinha ganho até àquele momento.

“¡Pinche Pablo!”Murmurou o insulto entredentes. Depois caminhou na direção do carro.

O homem ali ficou, a pensar se ela voltaria, se ainda quereria ir com ele. De qualquer das formas, ele não gostou daquilo. Esperar não era o seu estilo.

O seu interesse na rapariga desapareceu subitamente. Não, não se ia ralar com ela. Não tinha a menor ideia da sorte que tinha.

Para além disso, o que fazia ele ali? A sua próxima vítima tinha que ter mais classe.

Chiffon, Pensou. Quase se tinha esquecido da Chiffon. Mas talvez a esteja a reservar para uma ocasião especial.

Ele podia esperar. Não tinha que ser naquela noite. Saiu do bairro, regozijando-se com a sua demonstração de contenção apesar dos seus imensos desejos. Considerava aquela uma das suas melhores qualidades.

Afinal, ele era um homem muito civilizado.

CAPÍTULO DEZ

As três jovens mulheres que se encontravam na sala de interrogatório não se pareciam minimamente com aquilo que Riley esperava. Durante alguns momentos, limitou-se a observá-las através do vidro. Estavam vestidas com elegância, quase como secretárias bem pagas. Tinham-lhe dito que se chamavam Mitzi. Koreen e Tantra. É claro que Riley tinha a certeza de que aqueles não eram os seus nomes verdadeiros.

Riley também duvidava que se vestissem de forma tão aceitável quando estavam a trabalhar. A trabalhar por cerca de 250 dólares à hora, com certeza que investiriam em guarda-roupas elaborados para se ajustarem a todas as fantasias dos seus clientes. Tinham sido colegas de Nancy “Nanette” Holbrook na Ishtar Escorts. As roupas que Nancy Holbrook vestia quando foi morta eram nitidamente menos próprias. Mas Riley presumiu que quando não estivessem a trabalhar, aquelas mulheres queriam ter uma aparência respeitável.

Apesar das prostitutas terem desempenhado um papel em alguns dos casos que Riley investigara no passado, aquela era a primeira vez que trabalhava tão de perto com elas. Aquelas mulheres eram elas próprias potenciais vítimas. Até podiam ser potenciais suspeitas, apesar de virtualmente todos os homicídios daquele género serem executados por homens. Riley tinha a certeza que aquelas mulheres não eram o tipo de monstros com que tantas vezes se deparara nas suas investigações.

Já era domingo à tardinha. Na noite anterior, Riley e Bill tinham-se instalado nos seus confortáveis quartos de hotel, não muito distantes do edifício do FBI. Riley ligara a April que se encontrava em Washington, D.C. numa visita de estudo de história. April estava risonha e feliz, e avisara a mãe que não tinha muito tempo a perder com chamadas. “Amanhã envio-te uma mensagem,” Disse April, gritando por cima do barulho adolescente que a rodeava.

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