Para Sempre, com Você - Софи Лав 6 стр.


O céu já ficava rosado quando chegaram nas margens da ilha que Daniel queria explorar. Ele saltou do barco e ajudou Emily a descer, então, os dois caminharam de mãos dadas ao longo da praia. Ao longe, as luzes de Sunset Harbor cintilavam.

“É tão lindo”, Emily disse, sonhadora. Havia se apaixonado pelo lugar, por sua pousada e pela menininha dormindo profundamente nela.

“Acha que Serena ficará bem?” Daniel perguntou.

“Desde que Chantelle continue a dormir, não haverá nada com o que se preocupar”, Emily replicou.

Daniel ficou em silêncio. “Gostaria de te agradecer”, ele disse, um pouco tímido.

“Pelo quê?” Emily perguntou.

Por ser tão incrível com Chantelle. E por tudo. Fiz você passar por um triturador, sei disso. Não tinha certeza se me perdoaria”.

Emily engoliu em seco. Lembrar-se daquelas dolorosas semanas sem Daniel ainda a machucavam muito. Vê-lo reconhecer o que a fez passar era restaurador.

“Não acho que tinha escolha”, Emily disse. Ela podia ouvir sua voz vacilar. “Assim que te vi com ela... era tudo que sempre quis, Daniel. Eu te amo tanto que dói”.

Então, eles pararam de caminhar e Daniel se virou para fitá-la. Enxugou a lágrima no rosto dela com o polegar, e então tomou-o nas mãos.

“Eu também te amo, Emily”, completou.

Então, pressionou seus lábios nos dela. Emily se derreteu neles, sentindo mais uma vez aquela paixão crua que apenas Daniel podia acender dentro nela. Ela o envolveu em seus braços, sentindo seus músculos firmes sob a camisa enquanto passava as mãos por todo o seu corpo. Ouvir Daniel finalmente murmurar aquelas três palavras que ela esperava ansiosamente ouvir fez seu corpo ganhar vida de uma maneira nunca vista. A paixão havia sumido de seu relacionamento com Ben há anos, e apesar das noites maravilhosas que havia passado com Daniel, esta era a primeira vez em que ela sentia tanto desejo, tanta vontade.

Ela se afastou dele. Seus olhos brilhavam de desejo. Ela nunca o havia beijado daquela maneira antes.

“Quero você, Emily”, Daniel disse, sem fôlego. “Agora e para sempre”.

Emily se aproximou então, puxando Daniel para si novamente pelos ganchos do cinto de seu jeans. Ela o queria perto dela, junto a si. Queria sentir cada centímetro dele. Naquela ilha abandonada, com o sol se pondo, Emily não podia pensar em outra coisa que quisesse mais do que Daniel. Inteiro.

*

As estrelas cintilavam acima deles. As ondas quebravam suavemente. Emily estava deitada nos braços de Daniel, sua cabeça descansando sobre seu peito nu e morno. Podia ouvir as batidas do coração dele, seu ritmo ainda acelerado depois de fazer amor. Sua pele ainda estava quente ao toque sob os dedos dela.

Ela se apoiou no cotovelo. “Ficamos fora por muito tempo”, ela falou. “Acho que deveríamos voltar”.

Daniel respirou fundo, como se relutasse em deixar aquele lugar. Emily sabia como ele se sentia. Também gostaria de permanecer naquele momento mágico para sempre. Mas lembrou que havia mais momentos mágicos para compartilhar em casa, na pousada. Agora que eram parte de uma família, havia um milhão de momentos de diversão e felicidade para aproveitar.

Emily se deitou na areia e observou Daniel se vestir, sentindo-se imensamente feliz. As estrelas finalmente haviam se alinhado para ela, afinal.

Também se vestiu e arrumou o cabelo, querendo dar a entender que sua aparência descabelada se devia ao passeio de barco até a ilha, ao invés do que ela e Daniel haviam feito ao chegar lá.

Daniel subiu no barco e ajudou Emily a entrar ao seu lado.

“Depois de levar Chantelle para a escola, podemos ir para a loja de antiguidades no final da rua”, ele disse. “Nunca estive lá e ouvi dizer que têm joias excelentes, alguns aneis lindos”.

O coração de Emily acelerou. Daniel podia estar dando a entender que a pediria em casamento? Na ilha em que ele havia dito que estaria com ela para sempre; agora estava falando sobre aneis. Emily ainda nem havia pensado em casar com Daniel. Havia acontecido tanta coisa em seu namoro que ela simplesmente preferiu afastar tais pensamentos.

Mas agora, sentada no barco cruzando o oceano e indo em direção à cidade que ela amava, percebeu o quanto estava feliz com a perspectiva de passar a vida ao lado de Daniel.

Pela primeira vez, a ideia de Daniel pedindo-a em casamento se alojou em sua mente como uma semente criando raízes.

CAPÍTULO CINCO

“Pronta para seu primeiro dia de aula?” Emily perguntou a Chantelle enquanto se inclinava sobre a mesa de café da manhã reunindo os pratos vazios, cheios de migalhas.

Chantelle levantou os olhos e assentiu. Sua expressão era de séria contemplação. Emily nunca tinha visto uma expressão tão adulta num rosto tão jovem. É claro que uma nova escola era desafiante para Chantelle, Emily sabia disso. Mas ver a menina tão solene a respeito machucava seu coração. Queria ajudar Chantelle a ficar mais confortável e relaxada, ajudá-la a aprender a se divertir, como uma criança de seis anos normal.

Então, Daniel entrou na cozinha. Estava usando sua camiza xadrez por dentro da calça jeans, e havia penteado o cabelo para trás e feito a barba. Emily se encheu de orgulho ao vê-lo, sabendo o quanto tinha se esforçado só para dar uma boa impressão no portão da escola.

Daniel foi até Emily e a beijou.

“Alguém está muito elegante hoje”, Emily brincou, com um sorriso.

Daniel olhou para Chantelle. “Pronta para seu grande dia?” ele perguntou.

Chantelle parecia um pouco mais relaxada na presença de Daniel hoje, Emily notou. Talvez estivesse aprendendo a confiar nele, afinal. Depois de ser arrancada do Tennessee, começava a se adaptar e podia vê-lo como alguém com quem podia contar, alguém que não iria decepcioná-la.

“Você vem comigo, papai?” ela perguntou.

Emily notou a expressão de alívio no rosto de Daniel.

“É claro”, ele disse.

“Nenhum de nós perderia isso, por nada no mundo”, Emily acrescentou.

Chantelle sorriu, parecendo orgulhosa e acanhada ao mesmo tempo.

Todos saíram de casa e entraram na caminhonete de Daniel. Enquanto passavam pelas ruas margeadas por árvores, Chantelle olhava pela janela, parecendo tensa. Quando pararam do lado de fora do belo prédio de tijolos vermelhos que seria sua nova escola, ela ficou pálida e parecia acanhada.

“Vai ficar tudo bem”, Emily disse, dando uma batidinha na mão dela. “Sei que dá medo no início, mas assim que você entrar e conhecer todas as crianças e professores, ficará bem”.

Chantelle olhou para ela com seus grandes olhos azuis, claramente assoberbada.

Emily foi até a porta de trás da caminhonete e pegou na mão de Chantelle, apertando-a para lhe dar confiança, e a ajudou a descer do veículo. Havia outros pais caminhando ao redor com seus filhos. Um grupo de crianças estava brincando numa pilha de folhas caídas, dois garotos brincavam de pega-pega pelo gramado. Até Emily se sentiu meio assustada com aquilo tudo. Nunca havia passado muito tempo com crianças, sobretudo grandes grupos delas. O barulho era inacreditável, pior até do que quando Gus e seu grupo de septuagenários barulhentos se hospedaram na pousada.

Emily olhou para Daniel, que também parecia perdido. Ela não pôde deixar de sorrir com a imagem dos três, de olhos arregalados e perplexos.

Então, uma jovem mulher com um sorriso simpático se aproximou deles. Estava usando calças meio flare bege com um cardigã lilás e sapatos rasteiros, um visual que Emily acreditou revelar imediatamente que era professora. Ela cutucou Daniel e não pôde deixar de rir alto com a expressão assustada dele, que combinava perfeitamente com a de Chantelle. Estar frente a frente com professoras era uma experiência aterrorizante para os Moreys, Emily imaginou.

“Oi, sou a Srta. Glass”, a jovem disse, estendendo a mão.

Emily se adiantou e apertou a mão dela. A Srta. Glass tinha mãos incrivelmente macias e unhas perfeitas.

“Esta é Chantelle?” A Srta. Glass perguntou, voltando sua atenção e sorriso super doce para a menina.

Chantelle recuou, agarrando-se à calça de Emily, que acariciou seu cabelo para confortá-la.

“Não precisa ficar com medo, querida”, a Srta. Glass falou. “Todo mundo está animado para te conhcer”. Ela olhou para Emily e para Daniel. “São uma turminha super doce”.

Emily sorriu, sentindo-se mais confortável com a ideia de deixar Chantelle fora de sua vista, aos cuidados de outra pessoa. Mas Daniel parecia estar lutando mais com a ideia de deixá-la ir.

Ele se acocorou ao lado de Chantelle e pôs as mãos em seus ombros. “Tenha um dia incrível”, falou, e Emily notou um traço de emoção na voz dele. “Mal posso esperar para saber como foi”.

Ele a abraçou forte. Emily notou a maneira como pressionava os lábios, segurando as lágrimas que tentavam cair. Vê-lo daquela maneira também a emocionava, aumentando o amor que sentia por ele.

Daniel saiu do abraço e agora era a vez de Emily dizer algumas palavras de encorajamento para a menina. Ela a abraçou forte.

“Seja corajosa”, ela disse, “e mostre a todas as outras crianças que menina gentil, educada e generosa você é”.

Chantelle assentiu. Ela se virou para olhar para o prédio da escola e respirou fundo. Daniel pegou na mão de Emily.

“Ela terá um dia muito divertido”, a Srta. Glass assegurou, assim que pegou na mão meio relutante de Chantelle. “Eu prometo”, acrescentou, balançando o braço da menina.

Juntos, Emily e Daniel prenderam o fôlego enquanto observavam Chantelle caminhar ao longo do caminho que levava até a escola. No último degrau, elas pararam, e Chantelle se virou. Com o encorajamento da Srta. Glass, a menina acenou para se despedir, e então desapareceu dentro do prédio.

“O primeiro dia de nossa bebê na escola”, Emily sussurrou.

*

No caminho de volta para a pousada, Emily se preguntou o que fariam com o tempo livre. Chantelle estava na vida deles há menos de uma semana, e já não conseguia lembrar como era sua vida antes dela.

“O que faremos hoje?” ela perguntou a Daniel.

“Acho que eu deveria fazer a mudança”, ele replicou, sem tirar os olhos do para-brisa.

Emily ficou surpresa. “Hoje?”

Daniel olhou para ela e sorriu. “É hora de sermos uma família de verdade”, ele disse.

Emily sentiu um nó no estômago. As coisas com Daniel estavam subitamente indo muito rápido, e ela ficou chocada ao perceber o quanto isso a fazia feliz.

Chegaram na pousada e Daniel estacionou do lado de fora da antiga garagem. Quando entraram, Emily sentiu uma estranha pontada de nostalgia. Quase não passavam tempo na casa de Daniel, mas ainda era um lugar especial para ela, um lugar repleto de lembranças queridas. O lugar já parecia mais desabitado, transformado pelos eventos recentes. Daniel havia levado muitas de suas coisas para o Tennessee quando foi para lá no verão e ainda não tinha retirado tudo das caixas ou das malas, então, já havia prateleiras vazias e caixas empilhadas no canto.

Eles começaram a trabalhar imediatamente, encaixotando os livros e discos de Daniel, dobrando suas roupas e arrumando-as nas malas. A cozinha levou mais tempo para limpar, porque Daniel gostava muito de seus experimentos culinários e parecia ter uma frigideira ou panela específica para cada caso. Mas, em geral, esvaziar a antiga garagem levou muito pouco tempo. Daniel havia passado tantos anos vivendo num lugar tão pequeno, que Emily se perguntou como ele se ajustaria na extensa, infinita mansão. Sem mencionar que havia vivido sozinho por muito tempo e agora teria que morar não apenas com sua namorada e filha, mas também com vários hóspedes aleatórios, assim como com a equipe da pousada! Emily lembrou a si mesma que, sem dúvida, haveria problemas de adaptação.

Em sua última viagem até a antiga garagem para pegar as últimas caixas, Daniel e Emily pararam no pequeno terraço, olhando para dentro, para o espaço agora vazio.

“Parece tão estranho”, Daniel disse, com uma leve melancolia em sua voz.

Emily esperava que ele não estivesse arrependido.

De volta à casa principal, Daniel começou a trabalhar, desempacotando seus itens e encontrando espaço para suas coisas na suíte principal. Emily ficou mais preocupada com o quarto de Chantelle. Não era muito adequado para uma criança. O lugar havia sido decorado para hóspedes, e toda a mobília era adulta demais. Chantelle precisava de uma cama infantil ao invés daquela cama antiga king-size, imensa. Seu ursinho de pelúcia acomodado nos lençóis brancos parecia solitário e perdido. Ela precisava de brinquedos, de um baú para guardá-los e de uma prateleira para exibir alguns. E seria bom ter uma mesinha sob a janela com vista para o quintal, ao invés do atual sofá, feito de madeira de carvalho e estofado com cetim vermelho. E também havia o guarda-roupa tomando toda a parede. Era grande demais, até com todas as roupas que Emily havia comprado.

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