Uma Jóia Para Realezas - Морган Райс 4 стр.


“Você não pode—”

“Eu posso,” a Viúva retrucou. “E só por discutir, não será o território das montanhas, e você não será um governador. Você irá para as Colônias Próximas, onde você será um assistente do meu emissário lá. Ele me enviará relatórios constantes sobre você, e você não retornará enquanto eu não o julgar pronto.”

“Mãe…” começou a falar Rupert.

A Viúva o colocou em seu lugar com um olhar. Ela ainda conseguia fazer isso, mesmo se seu corpo estivesse desfalecendo.

“Fale novamente, e você será um empregado nas Colônias Longínquas,” ela estourou. “Agora saia daqui, e eu espero ver Sebastian aqui até o fim do dia. Ele é meu herdeiro, Rupert. Não se esqueça disso.”

“Confia em mim, Mãe,” Rupert disse enquanto saía. “Eu não esqueci.”

A Viúva esperou até que ele estivesse saído, e estalou os dedos chamando o criado mais próximo.

“Há ainda um incômodo para lidar. Traga-me a lady D’Angelica, e depois saia.”

***

Angelica ainda vestia seu vestido de casamento quando o guarda veio busca-la, a convocando para falar com a rainha. Ele não lhe deu tempo para se trocar, mas apenas a escoltou bruscamente até o saguão de entrada.

Para Angelica, a velha mulher parecia desgastada. Talvez ela morresse logo. Ao pensar nisso, Angelica torceu para que Sebastian fosse encontrado logo, e forçado a ir adiante com o casamento. Havia muito em jogo para isso não acontecer, apesar da traição que ela sentia por ele ter fugido.

Ela curvou-se em reverência, e então ajoelhou-se ao sentir o peso do olhar da Viúva sobre ela. A velha mulher se levantou de seu assento instavelmente, reforçando a diferença entre suas posições.

“Explique para mim,” disse a Viúva, “por que eu não estou parabenizando-a pelo seu casamento com meu filho?”

Angelica ousou olhar para ela. “Sebastian fugiu. Como eu poderia saber que ele fugiria?

“Por que você não deveria ser estúpida,” replicou a Viúva.

Angelica sentiu-se estremecer de raiva por isso. Essa velha mulher amava brincar com ela, testar o quão longe ela podia pressionar. Porém, logo ela estaria em uma posição onde ela não precisaria da aprovação da velha mulher.

“Eu tomei toda medida possível,” disse Angelica. “Eu seduzi Sebastian.”

“Não completamente, não o suficiente!” gritou a Viúva, dando um passo à frente para dar um tapa em Angelica.

Angelica começou a se levantou, e então sentiu mãos fortes a empurrando para baixo novamente. O guarda havia permanecido de pé atrás dela, um lembrete de sua impotência. Pela primeira vez ali, Angelica sentiu medo.

“Se você tivesse seduzido meu filho completamente, ele não estaria tentando sair daqui, para Ishjemme” disse a Viúva em um tom mais calmo. “O que tem em Ishjemme, Angelica?”

Angelica engoliu seco, respondendo como por um reflexo. “Tem a Sophia.”

Isso só alimentou a raiva da outra mulher.

“Então meu filho estava fazendo exatamente o que eu te disse para impedir que ele fizesse,” disse a Viúva. “Eu te disse que o único objetivo da sua existência era prevenir que ele se casasse com aquela garota.”

“Você não me disse que ela era a filha mais velha dos Danses,” disse Angelica, “ou que eles estão a reivindicando como a legítima governante desse reino.”

Angelica se manteve firme quando a Viúva lhe deu um tapa. Ela seria forte. Ela encontraria um jeito de sair dessa. Ela encontraria um jeito de colocar a velha mulher de joelhos antes disso tudo terminar.

Eu sou a governante legítima desse reino,” disse a Viúva. “E meu filho será depois de mim. Mas se ele se casar com ela, isso trará o tipo deles pela porta dos fundos. Isso devolverá o reino ao que era, um lugar dominado por mágica.”

Isso era algo com que Angelica podia concordar. Ela não tinha afeição por aqueles que podiam olhar dentro de mentes. Se a Viúva conseguisse ver dentro da dela, sem dúvidas a teria apunhalado simplesmente por autopreservação.

“Estou intrigada em como você sabe de tudo isso,” disse a Viúva.

“Eu tenho um espião em Ishjemme,” disse Angelica, determinada a mostrar sua utilidade. Se ela conseguisse mostrar que ainda é útil, isso poderia ser usado em sua vantagem. “Um nobre lá. Eu tenho estado em contato com ele por algum tempo,”

“Então você conspira com um poder estrangeiro?” perguntou a Viúva. “Com uma família que não tem amor por mim?”

“Não isso,” disse Angelica. “Eu busco informações. E… talvez eu já tenha resolvido o problema com Sophia.”

A Viúva não respondeu a isso, ao invés deixando um silêncio que Angelica sentia que deveria preencher com palavras antes que a tomasse.

“Endi enviou um assassino para mata-la,” disse Angelica. “E eu contratei um dos meus, caso isso falhe. Mesmo se ele chegar até lá, Sebastian não encontrará Sophia o esperando.”

“Ele não chegará lá,” disse a Viúva. “Rupert o emprisionou.”

“Emprisionou?” disse Angelica. “Você deve—”

“Não me diga o que eu devo fazer!”

A Viúva a olhou do alto, e Angelica sentiu medo de verdade.

“Você tem sido uma cobra desde o início,” disse a Viúva. “Você tentou forçar o meu filho a se casar usando truques. Você buscou progredir às custas da minha família. Você é uma mulher que contrata assassinos e espiões, que mata aqueles que ficam contra você. Enquanto eu achava que você pudesse manter meu filho longe da sua ligação iludida a essa garota, eu podia suportar tudo isso. Não mais.”

“Não é pior do que você já fez,” insistiu Angelica. Ela sabia assim que disse que era a coisa errada a dizer.

Um sinal da Viúva, e o guarda estava forçando Angelica brutamente a ficar de pé.

“Eu só agi como precisava para preservar minha família,” disse a Viúva. “Cada morte, cada acordo, era para que meus filhos não fossem mortos por alguém interessado em tomar nosso poder. Alguém como você. Você age só por você mesma, e você morrerá por isso.”

“Não,” disse Angelica, como se essa única palavra tivesse o poder de parar isso. “Por favor, eu posso consertar isso.”

“Você teve suas chances,” disse a Viúva. “Se meu filho não se casará com você voluntariamente, eu não vou força-lo a deitar-se com uma aranha como você.”

“A Assembleia dos Nobres… minha família…”

“Ah, eu provavelmente não poderei faze-la usar a máscara de ferro por suas ações,” disse a Viúva, “mas existem outros meios. Seu noivo acabou de abandona-la. Sua rainha acabou de falar severamente com você. Em retrospectiva, eu devia ter percebido o quão chateada você estava, quão frágil…”

“Não,” disse Angelica novamente.

A Viúva olhou para além dela, para o guarda. “Leve-a ao telhado e a jogue. Faça parecer como se ela tivesse pulado pelo sofrimento de ter perdido Sebastian. Certifique-se de não ser visto.”

Angelica tentou implorar, tentou lutar para se livrar, mas aquelas mãos fortes já a puxavam para trás. Ela fez a única coisa que podia, e gritou.

CAPÍTULO CINCO

Rupert ficava cada vez mais nervoso enquanto andava pelas ruas de Ashton, em direção às docas. Ele deveria estar caminhando seguido por clamores afetuosos do povo, celebrando sua vitória. Ele deveria ter o povo aplaudindo seu nome e jogando flores. Deveriam haver mulheres ao longo da sua rota ardentes por ele, se atirando, e jovens invejosos por não serem como ele.

Ao invés disso, só haviam ruas molhadas e pessoas ocupadas com qualquer que sejam os afazeres que ocupam aldeões quando eles não estão celebrando seus superiores.

“Sua alteza, está tudo certo?” perguntou o Senhor Quentin Mires. Ele andava entre a dúzia de soldados que foram escolhidos para acompanha-lo, provavelmente para assegurarem que ele embarcaria sem sumir. Provavelmente com ordens para obter a localização de Sebastian antes que ele partisse. Não era nem próximo da mesma coisa. Não era nem o suficiente para ser considerado uma escolta de honra de verdade.

“Não, Sr. Quentin,” disse Rupert. “Não está nada certo.”

Ele deveria ser o herói do momento. Ele sozinho havia detido a invasão, enquanto sua mãe e irmão tinham sido muito covardes para fazer o necessário. Ele havia sido o príncipe que o reino precisava naquele momento, e o que ele estava recebendo em troca?

“Como é que é exatamente nas Colônias Próximas?” ele exigiu.

“Me disseram que suas ilhas variam, sua alteza,” disse o Sr. Quentin. “Algumas são rochosas, algumas arenosas, outras tem pântanos.”

“Pântanos,” repetiu Rupert. “Minha mãe me enviou para governar pântanos.”

“Me disseram que há grande variedade de vida selvagem lá,” disse o Sr. Quentin. “Alguns dos homens do reino que estudam ciências naturais passam anos lá na esperança de fazerem descobertas.”

“Então, pântanos infestados?” disse Rupert. “Você sabe que não está ajudando, Sr. Quentin?” Ele decidiu fazer as perguntas importantes, enumerando com os dedos. “Existem bons ringues de apostas lá? Cortesãs famosas? Drinks locais dignos de nota?”

“Me disseram que o vinho é—”

Que se dane o vinho!” Rupert exclamou em resposta, não conseguindo se segurar. Geralmente, ele fazia melhor o papel de príncipe de ouro que as pessoas esperavam. “Desculpe-me, Sr. Quentin, mas a qualidade do vinho ou a abundância da vida selvagem não compensam o fato de eu estar sendo praticamente exilado.”

O outro homem baixou a cabeça. “Não, sua alteza, claro que não. Você merece coisa melhor.”

Essa era uma declaração tão óbvia quanto inútil. Mas é claro que ele merecia coisa melhor. Ele era o mais velho dos príncipes e o herdeiro legítimo ao trono. Ele merecia tudo que seu reino tinha a oferecer.

“Estou quase tentado a dizer à minha mãe que eu não vou,” disse Rupert. Ele olhou à sua volta para Ashton. Ele nunca achou que sentiria falta de uma cidade fedida e suja como essa.

“Isso seria… imprudente, sua alteza,” disse o Sr. Quentin, usando aquela voz especial que ele tinha que significava que ele estava evitando chamar Rupert de idiota. Ele provavelmente achou que Rupert não notasse. As pessoas geralmente achavam que ele era burro, até ser tarde demais.

“Eu sei, eu sei,” disse Rupert. “Se eu ficar, corro o risco de ser executado. Você realmente acha que minha mãe mandaria me executar?”

A pausa foi longa enquanto o Sr. Quentin procurava pelas palavras certas.

“Você acha. Você realmente acha que minha mãe mandaria executar seu próprio filho.”

“Ela tem uma certa reputação de… crueldade,” o cortesão assinalou. Sinceramente, era assim que homens com conexões na Assembleia dos Nobres falavam o tempo todo? “E mesmo se ela não fosse adiante com sua execução, aqueles à sua volta poderiam estar… vulneráveis.”

“Ah, então é com sua própria pele que você está preocupado,” disse Rupert. Isso fazia mais sentido para ele. Ele aprendeu que na maioria das vezes as pessoas se preocupam somente com seus próprios interesses. Era uma lição que ele havia entendido cedo. “Eu imaginaria que seus contatos na Assembleia te manteriam seguro, principalmente depois de uma vitória dessas.”

O Sr. Quentin deu de ombros. “Por um mês ou dois, talvez. Nós temos o apoio agora. Mas por enquanto, eles ainda estão falando sobre o abuso do poder real, sobre você agindo sem o consentimento deles. No tempo que demora para eles mudarem de ideia, um homem pode perder sua cabeça.”

Pode ser que o Sr. Quentin perca a sua de qualquer forma, se ele estava sugerindo que Rupert de alguma maneira precisava de permissão para fazer o que quisesse. Ele era o homem que se tornaria rei!

“E claro, mesmo que eles não te executem, sua alteza, sua mãe pode te prender, ou te mandar para um lugar pior com guardas assegurando sua chegada segura.”

Rupert gesticulou apontando os homens que o cercavam, marchando lado a lado com ele e o Sr. Quentin.

“Eu achei que isto já estava acontecendo hoje?”

O Sr. Quentin balançou a cabeça. “Esses homens estão entre os que lutaram ao seu lado contra o Novo Exército. Eles respeitam a ousadia da sua decisão, e quiseram garantir que você não partisse sozinho, sem a honra de uma escolta.”

Então, era uma escolta de honra. Rupert não tinha certeza se podia ser chamada assim. Mesmo assim, agora que ele olhou com cuidado à sua volta, ele viu que a maioria dos homens eram oficiais em vez de soldados comuns, e que a maioria parecia feliz de estar lhe acompanhando. Era próximo da adoração que Rupert queria, porém ainda não era suficiente para compensar a estupidez do que sua mãe fez com ele.

Era uma humilhação e, conhecendo sua mãe, uma humilhação calculada.

Eles chegaram às docas. Rupert estava esperando que houvesse um grande navio de batalha o aguardando, canhões disparando em saudação a ele e reconhecimento do seu status, no mínimo.

Mas, não havia nada.

“Onde está o navio?” exigiu Rupert, olhando a sua volta. Pelo que ele conseguia ver, as docas estavam simplesmente movimentadas com a seleção habitual de navios, comerciantes voltando aos seus negócios após o recuo do Novo Exército. Ele havia pensando que eles, pelo menos, o agradeceriam por seus esforços, mas eles pareciam ocupados demais tentando ganhar a vida.

“Eu acredito que o barco esteja aqui, sua alteza,” disse o Sr. Quentin, apontando.

“Não,” disse Rupert, seguindo com os olhos para onde apontava o Sr. Quentin. “Não.”

O barco era uma banheira, apropriado para a viagem de um comerciante, talvez, e já carregado em parte com produtos para a viagem de volta às Colônias Próximas. Não era adequado para levar um príncipe.

“Não é muito grandioso,” disse o Sr. Quentin. “Mas eu acredito que Sua Majestade pensou que viajar sem chamar a atenção diminuiria as chances de perigo durante o caminho.”

Rupert duvidava que sua mãe estivesse pensando em piratas. Ela estava pensando no que o deixaria menos confortável, e ela havia feito um bom trabalho escolhendo este.

“Ainda assim,” disse o Sr. Quentin com um suspiro, “pelo menos você não estará sozinho nessa.”

Rupert parou ao ouvir isso, e encarou o outro homem.

“Perdoe-me, Sr. Quentin,” disse Rupert, apertando a base do nariz para evitar uma dor de cabeça, “mas por que exatamente você está aqui?”

O Sr. Quentin se virou para ele. “Desculpe-me, sua alteza, eu devia ter dito. Minha própria posição se tornou… um tanto quanto precária no momento.”

“Ou seja você está com medo da raiva da minha mãe sem mim por perto?” disse Rupert.

“Você não estaria?” perguntou o Sr. Quentin, abandonando por um momento as frases cuidadosamente analisadas de um político. “Pelo que vejo, eu posso esperar por aqui até ela encontrar uma desculpa para me executar, ou eu posso cuidar dos interesses comerciais da minha família nas Colônias Próximas por um tempo.”

Ele fez parecer tão simples: ir até as Colônias Próximas, soltar Sebastian, esperar a fúria baixar, e voltar de novo tendo sido disciplinado suficientemente. O problema com isso era simples: Rupert não conseguia se forçar a faze-lo.

Ele não poderia fingir se arrepender de algo que foi claramente a decisão certa. Ele não podia soltar seu irmão para reivindicar algo que era seu. Seu irmão não merecia estar livre quando ele tinha feito de tudo contra Rupert, usando algum feitiço ou truque com sua mãe para persuadi-la a entregar-lhe o trono.

“Eu não posso fazer isso,” disse Rupert. “Eu não vou fazer isso.”

“Sua alteza,” disse o Sr. Quentin usando aquele tom de voz estupidamente sensato que ele tinha. “Sua mãe com certeza avisou o governador das Colônias Próximas. Ele estará aguardando sua chegada, e enviará uma mensagem de volta caso você não esteja lá. Mesmo se você fugir, sua mãe enviará soldados, sobretudo para descobrir onde está o príncipe Sebastian.”

Rupert mal, mal, conseguiu evitar bater no outro homem. Não era uma boa ideia golpear seus aliados, pelo menos enquanto ainda lhe fossem úteis.

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