Conquista da Meia-Noite
Livro 1 das Crônicas Vampirescas - Laços de Sangue
por
Arial Burnz
EDIÇÃO EBOOK
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Publicado por:
Mystical Press
Midnight Conquest: Book 1 of the Bonded By Blood Vampire Chronicles
Copyright © 2011 por GC Henderson
2ª Edição
Editado por AJ Nuest
Arte de Capa por Arial Burnz
Observações da licença da edição em e-book
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Este e-book é uma obra de ficção e quaisquer semelhanças com pessoas — sobrenaturais, vivas, mortas ou mortas-vivas — lugares, eventos ou locais, é mera coincidência. Os personagens são produto da imaginação da autora e usados para fins de ficção. Embora eventos históricos reais ou referências a eles tenham sido usados neste livro, são apenas para fins de pano de fundo e podem conter certa licença artística.
Dedicatória
Agradecimentos a Sting
Por "Moon Over Bourbon Street"
Ele me fez conhecer
o deleite de Anne Rice.
Ela plantou a semente
para tudo que eu escrevi;
se não fosse por ela
Eu nunca teria sido mordida
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Críticas de 5 estrelas
“Amigos, Conquista da Meia-Noite " é um retrato impressionante do amor eterno. Davina e Broderick são almas gêmeas, mas a cada virada de página, eu me deparo com a dúvida e o medo. Como uma autora pode fazer com que sintamos tanto conflito? Meu coração chorou quando eu caí em um mundo que só Arial Burnz poderia criar. Eu me tornei Davina. Fui arruinada por Broderick.
“Conquista da Meia-Noite vai irritá-lo e gravar uma nova definição de amor em seu coração. Não tenho cordas para me segurar, mas Broderick encapsulou meu coração com seus dedos imortais e não tenho intenção alguma, em absoluto, de me soltar."
~Resenhas de livros Nom de Plume
“Assim que a Sra. Burnz firma o terreno desse universo em nossa mente, o enredo dispara e não tem volta! Ela criou uma atmosfera que parece real, perigosa, mas nunca deixa o romance vacilar, nem por um minuto. Passeie no lado negro da história, onde o amor é como um farol que une duas pessoas enquanto compartilham um amor único!"
~ Dii Bylo, blog de resenhas Tome Tender
“Uma fantasia épica do início ao fim! Dois amantes destinados à eternidade, apesar de todos os percalços. Com personagens fantásticos e ação ininterrupta, não consegui parar a leitura. Parabéns à Sra. Burnz por criar um conto tão lindo!"
~ AJ Nuest, autora de The Golden Key Chronicles, vencedora do Prêmio RONE 2015 de Melhor Romance de Viagem no Tempo
“Arial tem a capacidade única de escrever de uma forma que se desdobra em uma série de camadas emocionais e mitológicas das quais eu não consigo me afastar.”
~ M. Sembera, autora da saga The Rennillia
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Trecho das Notas da Autora
Só para constar, chamei meus vampiros de “Vamsirianos” porque a etimologia da palavra “vampiro” menciona que este vocábulo não existia até 1732. Como o termo não foi usado durante o período em que o Livro 1 se passa, criei um que poderia ter evoluído, sem muita dificuldade para “vampiro” com o passar do tempo.
Não se engane, este romance não é uma ficção histórica, mas sim um romance paranormal com um pano de fundo histórico. Como tal, escrevi a maior parte da minha história através de linguagem contemporânea. Eu me esforcei para garantir que o diálogo de meus personagens tivesse um “toque” do período renascentista. Não afirmo que haja precisão histórica com a linguagem. (Além disso, existem poucas palavras modernas para descrever os órgãos genitais masculinos e femininos, muito menos se me limitasse ao escasso vocabulário do século XVI.) Boa Leitura!
Eis meus devaneios…
Arial
Junho de 2011
Capítulo Um
Fortaleza Escocesa do Conselho Vamsiriano — 1486
— Morte? Devo… — outra onda de agonia pressionou o peito dele.
Broderick MacDougal se preparou quando a dor que mais parecia uma navalha percorreu o interior de seu corpo e correu por suas veias. Ele caiu de joelhos e, colocando as mãos para frente, evitou que o rosto batesse no arenito quando a respiração foi arrancada de seus pulmões. Ofegante, ele encostou a bochecha no chão. A pedra fria abrandou a febre de sua pele. O som da respiração irregular ecoava na vastidão da Fortaleza Vamsiriana. Enquanto a agonia diminuía, ele lutou para se endireitar e olhou para os rostos jovens dos Anciões.
Os Anciões do Conselho Vamsiriano sentavam-se em seus tronos de ferro negro atrás de uma extensa mesa de mármore preto, parecendo com qualquer coisa, exceto anciões. Eles observavam Broderick, que se ajoelhou no chão diante deles. Todos os três homens de desconhecidas nacionalidades distintas e características, vestidos com mantos formais de brocado de um vermelho profundo, pareciam não ter mais de vinte e cinco anos. No entanto, eles mediam a idade em séculos, Cordelia disse a ele.
Capaz de se levantar mais uma vez, Broderick pigarreou.
— Morte? — ele repetiu. — Não terei permissão para viver se não escolher nenhuma das opções?
O Ancião Rasheed, que informara a Broderick das três opções, ergueu uma sobrancelha negra como carvão.
— Se você escolher se juntar ao Exército da Luz, não temos permissão para matá-lo; mas sim, se alguém não escolhe entre nós e eles, é costume que se mate os que se negam a fazer tal escolha. Essa é uma ocorrência rara, mas já aconteceu. Matá-lo seria mais por misericórdia do que para preservar o segredo de nossa raça.
Apesar do fogo lambendo seu corpo, Broderick conseguiu erguer a própria sobrancelha.
— Misericórdia? Por quê?
O Ancião Rasheed olhou de soslaio para os companheiros.
— Decerto foi informado de seu destino como Escravo de Sangue. Não é por isso que está aqui?
Broderick não gostou do som daquilo e balançou a cabeça, uma gota de suor escorrendo da sobrancelha para a bochecha.
— O que é um Escravo de Sangue?
Franzindo a testa, o Ancião Rasheed voltou um olhar crítico para Cordelia. Broderick virou a cabeça para a direita, cerrando a mandíbula ante o esforço, e olhou para a mulher que o trouxera até aqui. Cordelia Harley se mantinha majestosa, mas evitava os olhos de todos, vermelho tomava conta de suas bochechas enquanto estudava as tapeçarias nas paredes de pedra.
— Resumindo — continuou Rasheed. —: tornar-se um Escravo de Sangue é uma sentença de morte. A troca de sangue que vivenciou é o que gera sua condição.
Nos últimos meses, Cordelia se alimentou de Broderick, as pequenas presas perfuravam sua garganta, e ela bebia uma pequena quantidade do sangue dele. Em seguida, ela cortava o pulso e o alimentava com o próprio sangue misturado ao dele. Essa troca de sangue era necessária… ou foi o que ela havia dito.
— Cordelia me disse que era parte da transformação.
Rasheed baixou o queixo e lançou um olhar assassino para Cordelia.
— Você criou este Escravo de Sangue? — Cordelia ainda se recusava a fazer contato visual com quer que fosse. — Olhe para mim, mulher!
A beleza pálida, mas tortuosa, mirou o Ancião por debaixo das sobrancelhas negras, então baixou o olhar para o chão e assentiu. Broderick resmungou.
— Você nos levou a acreditar, ao clamar por essa transformação, que o estava salvando dessa condição, não que a havia criado! — Rasheed levantou-se da cadeira como o calor de uma fogueira, devagar e irradiando raiva. — Caso se atreva a sair desse local antes que isso acabe, eu mesmo a esfolarei viva e a deixarei em exibição neste Grande Salão até que eu sinta que já sofreu o suficiente.
A respiração de Cordelia se tornou acelerada enquanto ela encarava os Anciões com os olhos arregalados de terror. Ela fez um ligeiro meneio de cabeça como consentimento.
Rasheed afundou na cadeira, com o olhar ainda fixo nela.
— Não, Broderick MacDougal. Essa pequena troca de sangue cria um laço físico e emocional com o imortal e, em essência, o transforma em um escravo da vontade dele. É por isso que é damos o nome de “Escravo de Sangue”. Esta também é a razão para que sinta tanta dor. O sangue imortal luta dentro de seu corpo, tentando fazer a transformação. Contudo, já que não há sangue imortal o suficiente dentro de você, seu corpo morrerá nesta batalha.
Broderick cerrou os dentes, lutando tanto com a raiva por Cordelia quanto com a dor de sua condição. Explicava por que ele a seguia de maneira tão cega, ele não possuía controle algum das próprias emoções. Mais uma vez, ele se permitiu ser traído por uma mulher.
Das duas mulheres em quem ele confiou, qual era a mais responsável pela posição em que ele se encontrava hoje? A jornada dele, de uma vida inteira, para matar o inimigo de seu clã o motivou a aceitar, com demasiada ansiedade, tudo o que Cordelia prometia. No entanto, a traição de Evangeline causou o massacre de seus irmãos e suas famílias, alimentando ainda mais sua sede de vingança, o deixando sem escolha a não ser aceitar a imortalidade para atingir seus objetivos. Ainda assim, o coração partido dentro de seu peito não exigiria nada menos. Broderick virou os olhos para a esquerda, para contemplar a maldição de sua existência… o inimigo de seu clã, Angus Campbell.
Desde a infância de Broderick, seu pai, Hamish MacDougal, travava uma guerra interminável com Fraser Campbell, uma batalha particular, cujas raízes permaneceram — até agora — um mistério. Pego em uma luta sangrenta após a outra, assistindo àqueles que amava morrerem sob a espada, Broderick desenvolveu seus próprios motivos para buscar vingança contra esta parte dos Campbell.
Seu inimigo estava ao lado dele agora, as veias pulsando em suas têmporas, a fúria queimava em seus olhos verde-esmeralda enquanto ele olhava de volta para Broderick e Cordelia.
— Sua escolha determinará seu destino. — disse o Ancião Rasheed.
— O que é este Exército de Luz? — Broderick perguntou, resistindo ao impulso de acertar Angus no queixo, e sim voltando-se para o Conselho.
O Ancião Ammon explicou, com um sotaque ainda mais estranho do que o de Rasheed:
— Eles se consideram filhos especiais de Deus. — disse com desdém, o nariz aquilino empinado. — São uma perversão do que somos. Afirmam oferecer vida eterna e, ainda assim, devido a nossa imortalidade permanecemos vivos enquanto as vidas mortais deles expiram.
— Se eles são mortais… — Broderick perguntou com uma voz trêmula. —, o que eu ganharia se os escolher? Pensei que eu estava condenado a morrer.
O Ancião Mikhail sorriu.
— Alguns dizem que o deus deles pode fazer milagres e curar. Como nunca temos contato com aqueles que os escolhem; e tenha certeza, foram muito poucos em verdade, não há como confirmar ou negar tais afirmações. Se for com eles, pode ser que o curem… ou pode ser que não. Não oferecemos garantias quanto ao que eles podem ou não fazer. — Mikhail acenou com os dedos finos demonstrando desdém.
— Contudo, a eles deve enfrentar. — disse o Ancião Ammon, apontando para uma porta à direita de Broderick. — Eles explicarão o que esperam em troca da barganha que podem oferecer. Todos aqueles que escolheram fazer parte da raça Vamsiriana devem fazê-lo de boa vontade e com conhecimento de causa. Deve ouvir o que eles têm a dizer antes de decidir.
Dois homens, que Broderick acabara de notar estar atrás dos Anciãos, avançaram e ajudaram-no a se levantar. Apoiando-se neles, ele arrastou-se de maneira laboriosa em direção à porta onde um novo destino possível o aguardava. Ele olhou para Cordelia com uma carranca. Ainda se recusava a fazer contato visual quando ele passou. Ela o considerou um tolo. Nunca teve a intenção de dar a ele a imortalidade, apenas o usou para se vingar de Angus, negando ao homem a possibilidade de matar Broderick ele mesmo. A raiva óbvia de Angus por Broderick e Cordelia confirmou que ela teve sucesso.
Todavia, Broderick só podia imaginar que motivo ela teria para trazê-lo perante o Conselho. Por que não zombar dele e na frente de Angus? Por que trazê-lo aqui? Além disso, a presença de Angus nesta reunião não fazia sentido. Ele estava aqui para protestar contra a transformação? Por que o Conselho não deixava Angus matá-lo sem quaisquer problemas? Estava claro que ele era incapaz de se defender, mas Angus parecia estar com as mãos atadas.
Então, uma ideia o atingiu.
Se ele entrasse nesta sala e decidisse se tornar um membro do Exército da Luz, Angus decerto não teria sua vingança. Broderick estaria sob proteção. Se, por algum acaso, o Exército da Luz pudesse curá-lo, ele poderia viver para lutar outro dia, sob a proteção deles, mesmo sendo mortal. E se não pudessem curá-lo, pelo menos, caso ele morresse, o faria sabendo que Angus não obteria sua tão sonhada vingança, um último ato de desafio, embora fraco. Nada parecia de bom agouro para ele, mas o que mais poderia fazer?
Um Vamsiriano abriu a pesada porta de carvalho. Os dois imortais ajudaram Broderick a se acomodar na única cadeira de madeira existente na sala, colocada de frente para outra porta na parede oposta. Eles assentiram e se retiraram para os cantos sombreados atrás de Broderick. O silêncio da câmara os envolveu como uma névoa.
Um braseiro alto queimava à direita de Broderick, estalava e sibilava, projetando uma luz laranja bruxuleante nas paredes de pedra, mas não fornecia muita iluminação. Broderick estremeceu quando outra onda queimou por ele e tirou seu fôlego ao atravessar seu corpo. Ele agarrou os apoios de braço, preparando-se para a agonia, à espera da diminuição da dor.
O tormento precisa acabar ou ficaria louco pela tortura de seu estado!
O som de um ferrolho sendo aberto do outro lado da câmara o fez estremecer. Mais ondas de dor percorreram suas pernas e fizeram os dedos do pé curvarem-se. Uma figura encapuzada entrou na câmara. A porta se fechou atrás da pessoa, e o ferrolho retiniu mais uma vez, trancando-os juntos. O corpo dele se recuperou quando a dor diminuiu, e Broderick respirou com facilidade mais uma vez.
A figura o encarou.
— Sei que sua condição pode parecer desesperadora, mas Deus pode curá-lo dessa aflição de sangue.
Broderick enrijeceu e se inclinou para frente para tentar ver o rosto da mulher que se escondia sob a capa, mas o braseiro não o ajudava muito.
— É impossível. — ele grunhiu por entre os dentes. — A voz que ouço deve vir do túmulo.
A mulher diante dele puxou o capuz para trás e revelou os cabelos longos e dourados que ele conhecia tão bem. Evangeline, sua esposa prostituta, balançou a cabeça e olhou para ele com olhos arregalados. Os lábios de Broderick se curvaram em um rosnado, e ele engoliu a bile que subiu em sua garganta.