Para Você, Para Sempre - Софи Лав 3 стр.


Ela gesticulou para Harry, que seria o gerente do novo restaurante assim que ele abrisse. Seus olhares se encontraram, e seus sorrisos eram claramente fingidos, então, Amy desviou o olhar rapidamente. Mas não rápido o suficiente para Emily não perceber. Ela conhecia sua amiga muito bem. Definitivamente havia algo acontecendo entre ela e Harry. A naturalidade que normalmente existia entre eles deu lugar à tensão. Ela se perguntou o que poderia ser.

De repente, Chantelle interrompeu a conversa com gritos de "Vamos, vamos lá!" A menina perdeu a paciência com a conversa "chata" dos adultos, e começou a puxar a mão de Amy. "Por favor, podemos ir para a ilha agora?"

Daniel se dirigiu a Harry. "Vocês dois são bem-vindos para vir junto conosco. Como você está quase na nossa folha de pagamento agora, faz sentido conhecer o lugar!"

Harry sorriu. "Eu mal posso esperar pela inauguração do restaurante Trevor", disse ele. "Estou pronto para mergulhar de cabeça!"

"Fico feliz em ouvir isso", Emily respondeu, radiante. "Então, o que acham? Topam um passeio até a ilha?"

Ela não tinha certeza se o convite seria bem-vindo, especialmente após deduzir que eles haviam interrompido uma discussão. Amy, pelo menos, claramente não estava com o humor para isso, mas Harry falou primeiro, silenciando-a antes que a namorada tivesse a chance de recusar.

"Com certeza", disse ele. "Não temos mais nada para fazer hoje, não é, Ames?"

Amy olhou rapidamente para Harry, e Emily viu a exasperação em seus olhos sobre o que quer que tenha sido deixado sem solução entre eles.

"Claro", Amy respondeu, com um tom excessivamente alegre, como se estivesse fingindo alegria pelo bem de todos. Ela sorriu para Emily, mas não conseguiu esconder de sua melhor amiga a preocupação em seus olhos. Seu sorriso vacilou, como se tivesse percebido que ela havia sido pega fingindo. Pelo menos a felicidade dela parecia genuína quando passou um braço pelos ombros de Chantelle, pensou Emily. "Quero ver em que loucura você se meteu agora!" Ela olhou para Emily por cima da cabeça de Chantelle.

"Você está bem?" Emily mexeu os lábios, mas sem emitir nenhum som.

Amy assentiu uma vez, decidida, depois respondeu da mesma forma: "Mais tarde eu falo".

Qualquer que fosse a atmosfera que Emily tenha percebido entre Harry e Amy, ela estava certa em pensar que havia algo errado. Preocupava-se com a amiga e decidiu conversar com ela a sós para chegar ao fundo da questão.

Mas, por enquanto, Emily preferiu se concentrar em seu próprio momento feliz; um passeio de barco com amigos e familiares para a ilha dos seus sonhos.

CAPÍTULO TRÊS

O sol brilhava sobre a superfície da água enquanto o barco cortava o mar calmo. Enquanto subia e descia ao sabor das ondas, Emily protegeu sua barriga com as mãos. Felizmente, ela não se sentiu enjoada.

"Acho que nunca levamos tantas pessoas no barco", comentou Chantelle. "Quatro adultos, uma criança, dois cachorros. E um bebê na barriga da mamãe, é claro".

Emily riu. "É uma aventura e tanto", ela concordou.

Amy ficou quieta durante o trajeto, com os braços cruzados no meio do corpo, o rosto virado para o oceano. Parecia estar em profunda contemplação. Ela estava claramente perdida em seus pensamentos, e Emily se perguntou de novo o que estava acontecendo. Estar no mar, Emily descobrira, convidava à reflexão silenciosa nos melhores momentos e podia facilmente levar a mente a uma crise existencial. Ela observou sua amiga com ansiedade.

Harry, por outro lado, ou não tinha nada em mente ou era muito bom em esconder. Ele estava conversando abertamente com Daniel e Chantelle sobre os tipos de peixes que poderiam ser capturados no mar, sobre seus planos para a ilha e passeios de barco em geral.

"Agora que temos um destino para passear de barco, podemos navegar com muito mais frequência", dizia Daniel. "Vamos transportar pessoas para cá o tempo todo, para festas e piqueniques".

"Parece incrível", Harry disse, com seu jeito alegre habitual.

Chantelle olhava para o pai com muita atenção. "Podemos passar o Dia de Ação de Graças aqui?" ela perguntou, com os olhos arregalados.

"Duvido muito", respondeu Daniel. "Levará muito tempo para instalar o poço, instalar o encanamento e os geradores de energia solar. Requer muito mais do que alguns meses de trabalho, e o clima de inverno que chegará em breve não vai ajudar. Desculpe, filha, há muito a fazer entre agora e o Dia de Ação de Graças para que isso seja uma possibilidade".

Chantelle fez beicinho, parecendo abatida.

"Mas podemos visitar a ilha sempre que o clima permitir", disse Emily. "E como não vamos mais velejar em círculos, porque agora temos um lugar para ir, acho que poderemos passear de barco mais vezes".

Chantelle ponderou as palavras da mãe por um momento, e voltou a ficar alegre.

Emily sorriu para Daniel. Ele parecia aliviado por ela ter lidado com a situação tão bem e Emily sentiu uma onda de orgulho. Seus instintos maternais pareciam estar se aguçando à medida que a data do parto se aproximava.

Depois de um tempo, chegaram à ilha e ao antigo cais em que mal dava para ficar de pé. A placa apagada que anunciava que a ilha estava à venda ainda estava lá.

"Você pode começar derrubando esta placa!" Emily disse a Chantelle.

Chantelle não precisou ouvir duas vezes. Ela saltou do barco, correu para a placa e arrancou-a do chão.

Enquanto amarrava o barco, Daniel gesticulou para uma pilha de velhos caixotes de pesca apodrecendo. "Coloque ali. Podemos fazer uma fogueira".

A ideia de uma fogueira pareceu animar Chantelle. Ela começou a pular, entusiasmada.

Emily afastou-se com cuidado do barco para a terra firme, tentando absorver a estranha realidade de que agora possuía esta ilha, que agora era dela. Diferentemente da pousada, que havia herdado, e da casa de Trevor, que lhe foi dada de presente, esta era a primeira coisa que ela realmente comprara, ela e Daniel, juntos. Era deles, e a relevância esmagadora disso a impressionou ainda mais profundamente agora que estava em pé em sua praia.

Atrás dela, Amy e Harry saíram do barco. Ambos pareciam confusos enquanto olhavam para eles na ilha rústica e coberta de vegetação, com destroços espalhados de tempos passados. Amy, em particular, deve ter pensado que Emily tinha enlouquecido comprando aquela ilha deserta, cheia de esquilos e pássaros. Se ela achava que Sunset Harbour era pouco civilizada, o que deveria pensar sobre a ilha?

"Eu sei que não há muito para ver, no momento", confessou Emily. "Mas há muito potencial".

"Claro", disse Amy, parecendo perturbada, enquanto caminhava com cuidado ao longo do terreno irregular. Suas roupas sofisticadas pareciam mais fora de lugar do que o habitual.

"Vocês querem fazer um tour?" Emily perguntou.

Harry assentiu entusiasticamente, mas Amy apenas confirmou meio sem graça.

"Eu mostro a vocês!" Chantelle gritou.

Ela liderou o caminho, guiando Harry e Amy entre as árvores. Seus passos e vozes pertubaram os esquilos negros que habitavam a ilha, fazendo-os correr pelas árvores.

Enquanto Emily caminhava atrás deles, mais devagar por causa da barriga, podia ouvir Chantelle animadamente dando informações.

"Vamos ter uma casa na árvore aqui", disse Chantelle. "Vai ser na forma de navio pirata, para eu e Charlotte brincarmos. E ali será o salão de baile mágico, do castelo de fadas".

Daniel, tendo acabado de prender o barco, aproximou-se de Emily e ajudou-a a atravessar os matagais. Eles caminhavam atrás dos outros, enquanto Emily ofegava ligeiramente pelo esforço e alegria por estar ali.

Amy levantou as sobrancelhas quando eles se aproximaram, surpresos e interessados.

"Você fará todo o trabalho sozinho?" ela perguntou a Daniel. "Parece que há muito a fazer. É coisa demais para um homem só, especialmente um que em breve será pai".

Emily sorriu internamente; sua amiga sempre se preocupava com ela e sabia como era difícil para Emily quando Daniel estava longe de casa.

"Não!" Daniel exclamou com uma risada. "Temos ótimos empreiteiros para isso. Dois jovens, recém-saídos da faculdade. Eles estão desesperados para aumentar o portfólio, por isso, posso esperar grandes coisas dos dois".

"E, além de navios piratas e castelos mágicos", disse Harry, "onde estarão as partes da pousada mesmo?"

"Bem, haverá um chalé de três quartos que queremos começar como uma espécie de retiro para artistas, escritores. Tracy também vai fazer alguns workshops de ioga na ilha, como retiros de um dia inteiro".

"Parece fantástico", disse Harry. "Quanto você acha que pode construir no inverno?"

"Depende do tempo", disse Daniel. "É uma pena termos demorado tanto para comprar, realmente. Este verão fora de época poderia ter nos dado uma vantagem inicial, mas tenho certeza que terá acabado na época em que tivermos organizado todos os equipamentos e materiais".

Pensar no futuro fez Emily se preocupar. A ilha não era mais uma fantasia ou um sonho. Era real. Agora, tudo tinha que ser prático. Havia muito para organizar e pagar, vários componentes que precisavam estar no lugar. Eles mal terminaram as reformas na casa de Trevor. Parecia um pouco como se tivessem pulado da frigideira para o fogo!


Mas, ainda assim, Emily estava muito animada. Não acreditava que ela e Daniel tinham tido coragem de comprar a ilha. Não só foram corajosos o suficiente para ter uma filha juntos, eles foram corajosos o suficiente para seguir seus sonhos, não importa o quão louco eles possam parecer. Emily sorriu internamente, sabendo que, acima de tudo, eram um time e que, unidos, eram indestrutíveis.

"Agora, vamos acender uma fogueira", disse Daniel, esfregando as mãos ansiosamente. "Chantelle, você pode coletar pedaços de madeira na praia?"

Ela assentiu e saiu apressada, sempre precisando de uma tarefa, sempre querendo fazer sua parte para ajudar. Então, Daniel puxou um pacote de marshmallows do bolso da jaqueta. Emily riu com prazer, sabendo o quanto Chantelle ficaria feliz quando voltasse de sua ida à praia para descobrir o plano de Daniel de assar marshmallows na fogueira.

"Você deveria ter trazido o seu violão!" Emily disse.

Mas Daniel apenas sorriu e beijou-a carinhosamente. "Haverá muito mais oportunidades para cantar ao redor da fogueira", disse ele, com um olhar sonhador. "Você, eu e as meninas".

Emily olhou para ele, impressionada pelo homem que ele era, pela beleza do marido e muito animada com seu futuro juntos, com todas as aventuras que estavam por vir.


*


Com as bocas pegajosas com marshmallow derretido, barrigas e bochechas doendo de rir, o pequeno grupo voltou para o barco. Daniel havia dito que era hora de ir, argumentando que o sol logo ia se pôr. E, além disso, não havia encanamento na ilha ainda e a bebê Charlotte tinha uma tendência a ativar a bexiga de Emily regularmente, então, ela ficaria aliviada por estar voltando para perto de um banheiro.

Quando chegaram à raia principal, Daniel encontrou seu lugar no porto. Havia muito poucos navios na água naquele período, embora muitos mais do que o habitual, nesta época do ano. Todos aproveitavam o tempo quente, navegando o máximo que podiam antes do inverno chegar e roubar-lhes aquele prazer.

"Obrigada pelo passeio inesperado para a sua ilha", disse Amy, abraçando Emily para se despedir. "Acho que nunca vou me acostumar com essa loucura".

Emily sorriu para ela, afastando os fios de cabelo dos seus olhos. "Quando podemos sair apenas nós duas?" ela perguntou.

Embora Amy estivesse sempre por perto, elas sempre estavam cercadas de pessoas. Emily não conseguia se lembrar da última vez que puderam ter uma boa conversa, e percebeu que Amy precisava de alguém para conversar agora.

"As aulas de Chantelle recomeçam amanhã", acrescentou Emily, "e teremos mais tempo livre e privacidade. Que tal tomarmos café no Joe depois de deixá-la na escola?"

Amy assentiu e Emily notou o olhar de alívio em seus olhos por saber que finalmente seria capaz de desabafar o que quer que estivesse em sua mente.

Eles se separaram de Amy e Harry, após vários abraços, e depois voltaram lentamente para a pousada, exaustos com o longo dia. Até os cachorros estavam arrastando as patas.

"Estou cansada", disse Chantelle, bocejando, enquanto passavam pela entrada da garagem.

À frente deles, estava a pousada, recortada contra um profundo céu azul. Suas janelas emitiam uma luz amarelada, parecendo estrelas cintilantes àquela distância. Emily sorriu, satisfeita. Ver a pousada sempre lhe dava uma sensação de paz e a fazia se sentir em casa.

"Vamos jantar primeiro e depois você pode ir para o seu quarto", disse Emily. "É o seu primeiro dia de aula amanhã, então, precisa dormir bem".

Chantelle parecia um pouco triste. "O verão já acabou?"

Emily assentiu. "Temo que sim, querida. Mas não se preocupe, você adora a escola! Você verá Bailey e Toby todos os dias novamente. E Gail".

"A Srta. Glass ainda será minha professora?" Chantelle perguntou.

Emily balançou a cabeça. "Você estará em uma nova série, com uma nova professora. Isso te preocupa?"

Chantelle fez uma pausa, sua expressão mostrando que ela estava refletindo. "Não", ela disse, por fim. "Eu ainda vejo a Srta. Glass no parquinho às vezes".

Emily sorriu, em seguida, olhou para Daniel pelo canto do olho. Ele estava sorrindo também.

Entraram na pousada, no vestíbulo luminoso, quente e acolhedor. Bryony estava no lounge lateral, em seu sofá favorito, cercada por canecas de café meio cheias, como de costume. Ela deu um salto quando os viu, com suas pulseiras de metal balançando, e correu até eles. Seu perfume cheirava a especiarias.

"Gente, eu não posso acreditar!" Ela se emocionou. "Uma ilha!" Ela abraçou Emily. "Você sabia que existem pouquíssimas ilhas no mundo da hotelaria? Esta vai ser uma mina de ouro!"

"Fico feliz em ouvir isso", Emily respondeu. "Ou seria um erro muito caro".

Daniel e Chantelle foram até a cozinha para preparar a comida. Emily decidiu dirigir-se ao quarto do bebê enquanto cozinhavam. Ela queria examinar outra das caixas de Charlotte para ver se havia algum brinquedo que pudesse passar para o bebê.

Entrou no quarto e sentou-se no chão, ao lado de uma das muitas caixas que continham brinquedos e roupas velhas da irmã, trazidas do sótão, onde estavam guardadas cuidadosamente.

Esta tarefa sempre era tingida de melancolia. Embora Emily sentisse que o espírito de Charlotte estava com ela na casa, sorrindo para ela e para a família que construiu, sempre parecia que ela desaparecia mais a cada dia que passava. O tempo deveria diminuir a dor, mas Emily sentia que, quanto mais dias passava sem a irmã, mais sentia falta dela, porque a última vez em que se falaram ficava um pouco mais longe, no passado.

Ela abriu a caixa de papelão, levantando um cheiro de poeira. Como a maioria das caixas, esta estava cheia de bichos de pelúcia. Ela ficou surpresa ao ver que Charlotte possuía tantos. Quase não tinha lembranças de sua irmã brincando com ursinhos ou bonecas. Elas passavam a maior parte do tempo imaginando mundos e interpretando peças teatrais. Além de suas bonecas de pano gêmeas e do urso favorito de Charlotte, Andy Pandy, Emily não conseguia se lembrar delas brincando com aqueles bichinhos.

Mas quando tirou um brinquedo rosa desbotado da caixa, Emily sentiu uma súbita onda de lembranças. Ela virou o brinquedo e viu que era um unicórnio, com um chifre de lantejoulas, outrora brilhante, agora meio opaco.

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